1o BÔNUS

POV Lucy/

Terminei de me maquiar e me olhei por completa no espelho. Havia escolhido um vestido tomara que caia roxo com uma faixa rosa na cintura. Eu estava bonita, pra todos os efeitos, e também muito ansiosa. Ficava me perguntando se Christopher estaria na festa, mas é óbvio que ele estaria! A festa era da família dele. Eu simplesmente não conseguia entender o porquê de estar tão preocupada com ele.

Cheguei ao local indicado às nove e meia e tentei encontrar alguém conhecido. Conversei um pouco com Susan e Billy, os Cullens também foram bem legais conversando um pouco comigo, já que a Duda havia evaporado. Depois de bater perna pelo salão, fui pra mesa de doces. O que eu podia fazer?! Eles estavam praticamente me chamando... Algo como: ”Por favor, Lucy, me coma!” Tá. Pegou mal o que eu disse...

Isso até eu ver o Chris... Christopher conversando com a Tanya! Tudo bem... A coisa piorou quando a piranha começou a alisar os braços dele! Quem ela pensava que era pra ter esse tipo de intimidade com ele? Ok. Eu também não era nada, por isso voltei a comer meus doces ignorando a vontade de ir até lá e arrebentar a cara daquela vampirinha de meia tigela. Porque eu podia! Só não queria dar uma de louca.

Eu não estava com ciúmes... Só um pouquinho... Tá legal, eu estava com muito ciúme. Satisfeitos?! Eu tinha uma pequena queda por ele, tenho que admitir. Mas quem resistiria àqueles olhos dourados, os braços fortes... E o Christopher não era só bonito, ele era amigo, compreensivo, sensível – não um sensível ao ponto de ser quase um gay, como certas pessoas... – tocava violão... Podia até fazer uma serenata pra mim! Foi enumerando suas qualidades, que tomei consciência de uma coisa: Eu estava completamente apaixonada por ele.

-- Tá fazendo o que sozinha... – me assustei e deixei um bombom cair.

-- Christopher?!

-- E quem mais seria... – falou se encostando à mesa despreocupadamente.

-- Sei lá.

-- Você estava realmente assaltando a pobre mesa de doces?

-- Claro que não! – falei indignada.

-- E por que não estava dançando. Com certeza alguém já te chamou pra dançar.

-- Chamou, mas eu não estava a fim... – dei de ombros e ele me puxou pra pista de dança. – O quê?!

-- Agora você vai dançar.

-- Mas eu não danço. – tentei contestar.

-- E daí?! – ele disse sem se importar nem um pouco.

(Hoedown Throwdown – Miley Cyrus - http://www.youtube.com/watch?v=u2F_FDTSDP8 ou http://www.youtube.com/watch?v=OhTbh78Y3m4 -> 1:13 ou http://www.youtube.com/watch?v=cmuXVKqRTBc&feature=related)

Nesse momento a música mudou e começou a tocar Miley Cyrus, Hoedown Throwdown. Que DJ em sã consciência colocaria essa música?! Se eu ficasse só escutando não me importaria, mas ele queria que eu dançasse e já tinha até entrado no clima fazendo os passos iguais aos do filme.

-- Eu não vou dançar. – parei lá no meio da pista de braços cruzados. Qual é?! Eu podia estar apaixonada por ele, mas não pagaria esse mico.

-- Vai... – me rodou e colocou-me ao seu lado.

As pessoas estavam dançando e eu fui me contagiando... Eu não sabia quanto tempo ia durar esse meu surto de coragem e desinibição então resolvi me soltar. Primeiro comecei a bater palmas tentando acompanhar o ritmo da música, depois que peguei o “jeito da coisa” me soltei mais. Christopher estava sempre ao meu lado dançando comigo.

-- Você disse que não sabia dançar! – falou me acompanhando no compasso.

-- Eu disse que não dançava, não que não sabia. – ri.

Logo toda a festa se concentrava na pista e os que não dançavam participavam cantando e batendo palmas. Nessa noite eu fiz uma coisa que há muito tempo não fazia: perder a vergonha e me divertir. Com certeza foi um dos melhores momentos da minha vida.

Quando me virei para o lado, encontrei o olhar de Christopher, fomos nos aproximando e eu já podia sentir sua respiração próxima ao meu rosto. Seus lábios se encostaram aos meus e, pode parecer clichê, eu me senti completa. Toda aquela coisa de fogos de artifício e borboletas na barriga aconteceu...

No começo o beijo era calmo, como se Chris estivesse com medo de que eu o rejeitasse, mas quando ele percebeu que eu também queria, se entregou de verdade, tornando o que foi sereno, em algo cheio de desejo, paixão... E amor?! Nos separamos ofegantes, eu ainda precisava respirar.

-- Isso foi...

-- UAU!

-- Cala a boca e me beija. – ordenei o puxando pra mim novamente.

Depois de uma sessão de beijos e amassos, que devo ressaltar foi ma-ra-vi-lho-sa, eu não sabia onde enfiar a cara. Estava morrendo de vergonha. Nunca fui de fazer isso, e olha que eu nem estava bêbada, até porque bebida alcoólica não faz nenhum efeito em mim, culpa do meu metabolismo acelerado.

-- Droga! – falei quando me dei conta da burrice que havia feito, dei-lhe as costas e fui em direção a saída.

-- Ei... O que foi?! – perguntou parando a minha frente.

-- Isso não deveria ter acontecido. Eu não sou assim. – falei finalmente olhando em seus olhos. – Eu não saio beijando qualquer cara em qualquer lugar.

-- Mas eu não sou qualquer cara, além disso...

-- Tudo bem. Você não é qualquer cara. – “é só o cara que eu amo”, completei em pensamentos. – Não era pra ter acontecido. Tchau! Estou indo embora. – recomecei andar para a saída.

Eu tinha feito o certo, não?! Ele com certeza queria alguém para uma só noite e nem deve gostar tanto de mim... Eu ia devaneando e pensando absurdos enquanto seguia para o meu carro.

-- EU TE AMO! – ouvi alguém gritar.

Me virei pra trás e estaquei ao ver quem havia gritado essa pequena frase que mudaria minha vida pra sempre.

-- O que disse? – questionei me aproximando cada vez mais dele.

-- Eu. Te. Amo. E por favor, não fique pensando que eu só quero ficar com você essa noite e depois tchau, sabe que eu não sou assim.

-- Mas... – ele não me deixou terminar a frase, me beijou.

Um beijo diferente dos outros, nesse Christopher queria me mostrar que o que tinha acabado de dizer era realmente verdade. Ele me amava e eu precisava dizer que esse amor era correspondido. O beijo foi quebrado e ele me deu breves selinhos, então eu disse com o maior sorriso do mundo:

-- Eu também te amo. – Christopher sorriu e beijou-me novamente.

Eu tinha certeza de duas coisas: Eu o amava e era correspondida (estava dando pulinhos de alegria por dentro) e a minha noite estava só começando, agora que eu tinha alguém... Por que não aproveitar?!

/POV Lucy