CAPÍTULO 010

— Olhem crianças, o poder das trevas está aumentando cada vez mais na ilha. DarkMeramon recebeu uma quantia considerável de energia. Precisamos fugir — alertou Leomon.

— Fugir por quê? Não podemos enfrentá-lo? — perguntou Mia inocentemente.

— Não, ele ficou muito forte — respondeu.

Rose se aproximou de Mia e lhe deu o seu brasão. A líder do grupo pôs o brasão no pescoço, ela foi a primeira a receber os novos brasões. O seu brasão, da União, refletia o que ela era, uma pessoa que visava unir as pessoas.

Os digiescolhidos então foram embora dali o mais rápido possível, seguindo o conselho de Leomon, eles se afastaram mais ainda do centro da ilha, pois ali virou um local muito perigoso.

O Spa Digimon e o restaurante fecharam imediatamente as portas. Todos os digimons que ali trabalhavam foram embora para salvarem suas vidas. Elecmon recolhia os bebês e as digitamas e foi se esconder o mais depressa possível; Monzaemon fechou todas as casas da sua cidade e se mudou dali para não ser vítima, apesar de ser também um digimon perfeito ele não desejava lutar; a aldeia de Pyocomons foi abandonada pelos próprios e o vilarejo de Koromons também foi deixado. Todos queriam salvar suas vidas e acharam um jeito de se esconder.

Enquanto isso no cume da montanha, SkullMeramon acabava de receber energia. PicoDevimon observava tudo.

— Parabéns mestre, conseguiu o que queria. Se tornou forte — disse o morcego.

— PicoDevimon precisamos que todos os Mekanorimons vão atrás dos pirralhos e seus digimons. A caçada vai começar — disse o digimon de fogo.

— Ok mestre. Hehe

SkullMeramon desceu a montanha pela encosta. Ele realmente estava decidido a acabar com os digiescolhidos de uma vez por todas.

Picodevimon convocou os últimos Bakemons que vieram a caçar os digiescolhidos. Todos entraram em Mekanorimons e foram atrás dos garotos, até picodevimon entrou num desses robôs e foi junto.

Os digiescolhidos saíram da parte florestal da ilha e iam em direção a parte mais gelada, eles foram aonde havia gelo todo o tempo. Paulo ficou muito calado a viagem toda despertando a preocupação de Impmon.

—O que foi, Paulo? Por que está com a cara assim? Conte-me, somos amigos ou não? — perguntou o digimon.

— Sim somos... é que eu tenho medo de que algo aconteça com você. Eu não me perdoaria nunca. É como se você fosse um irmão meu ou um parente que tenho que proteger, sei lá, não sei explicar — respondeu o rapaz

— Nada vai acontecer, eu juro que o protegerei. Agora vamos cara, ainda temos um longo caminho pela frente — concluiu o digimon.

Mia ouviu a conversa dos dois e quis entrar na nela.

— Ei, que história é essa de tratá-lo como irmão? Mas você não é um digimon? — perguntou a garota.

— É o seguinte, Impmon e eu somos muito parecidos um com o outro. No começo, quando o conheci, éramos apenas parceiros, mas depois quando fizemos as coisas juntos as coisas mudaram. Tipo, eu já havia contado para minha mãe sobre os digimons e apresentei ele. No começo ela estranhou, mas depois aceitou o fato e o tratou como filho. Ele já fazia parte da família, almoçávamos juntos, jantávamos juntos, eu o ensinei a jogar de video game. Ele sabe de muitas coisas que digimons não sabem, como futebol, ele adora assistir todo domingo. Hoje em dia minha mãe o adotou como filho e me deu a dura responsabilidade de cuidar dele. Agora você entende minha preocupação? Eu que tenho de protegê-lo, ao invés dele me proteger — respondeu Paulo.

— Puxa vida, isso é tão lindo. Meus parabéns Paulo, você é muito sincero. Tratar um digimon como membro da família é pra poucos — disse Mia.

— Pois é. Você acredita que a mamãe comprou uma beliche e a pôs no meu quarto, eu fiquei com a parte de baixo é óbvio. Somos quase gêmeos, fazíamos mal até juntos he he.

— Não dê atenção pra ele Mia. Ele está exagerando, mamãe não sabia o que falava. Eu que tenho que protegê-lo — respondeu Impmon.

Eles conversavam um pouco atrás do outros. Enquanto que os demais seguiam Leomon para um esconderijo no gelo. O frio e outros fatores eram muito hostis para eles, pois ninguém tinha um casaco ou roupa para frio.

— Ai eu vou congelar aqui nesse frio — reclamou Rose — não aguento mais, quero um casaco de pele.

— Eu também, somos duas Rose — respondeu Palmon enquanto estremecia de frio — Numa hora dessas eu queria ser um digimon com muitos pelos no corpo.

— Obrigada, Palmon. Ainda bem que você me compreende.

— Olhem só o esconderijo. Deve ser aquela casa — disse Jin.

— Sim, ficaremos seguros ali por um tempo. Agora vamos — todos entraram na casa.

Enquanto isso os digimaus caçavam os digiescolhidos na floresta. SkullMeramon queimava tudo que via pela frente, mas tomava cuidado controlando o calor do seu corpo. Nenhum dos digiescolhidos foram achados na floresta, até que Picodevimon teve uma ideia nada boa.

— Mestre SkullMeramon, eu tive uma ideia que o senhor deve gostar — falou o morcego.

— Pois diga, Picodevimon.

— Não só de floresta e praia esta ilha é feita, mas também de neve e gelo, que tal nós darmos uma passadinha por lá só pra ver.

Os heróis agora estavam protegidos da neve e dos inimigos. A cabana era média, abandonada, com entulhos, mas ainda tinha espaço suficiente para acomodar todos. Havia uma lareira que ainda tinha lenha.

— Alguém tem fogo pra acender isso ai, por favor? — disse Ruan.

— Eu tenho — disse Impmon fazendo aparecer uma chama na ponta de seu dedo. — Pronto assim ta melhor

Picodevimon estava na área gélida da ilha e mesmo morrendo de frio ele procurava as crianças por todos os lados. Olhe que mesmo dentro de um Mekanorimon ele sentia frio. Pois não é que o digimau observou a fumaça vindo da cabana. Mesmo não tendo certeza que os digiescolhidos estavam lá, ele chamou os demais inclusive SkullMeramon para invadir a casa.

Dentro da cabana todos se protegiam como podiam. O calor do fogo era confortável e aconchegante, visto que o clima gélido não ajudava em nada.

— Leomon muito obrigada por nos ajudar. Eu queria saber como conseguiu este brasão? — Mia conversava com o digimon enquanto este ficava todo o tempo de olho para o lado de fora vigiando.

— Eu lutei muito contra o Exército Negro, daí eu descobri que eles tinham um brasão em mãos quando fui recuperá-lo. Isso ainda antes de seu amigo ser enganado. Eu recuperei esse brasão e quando descobri que os novos digiescolhidos estavam a caminho vim direto pra cá.

— Por isso que você demorou pra fazer contato conosco. Ainda bem que recuperou meu brasão.

— Agora você pode soltar o poder oculto dentro de si. Isso ajudará seu digimon a se desenvolver para a próxima fase.

— Que fase você está falando, Leomon? — perguntou a menina, mas antes de Leomon responder uma explosão aconteceu na cabana deixando todos atordoados.

— Quem fez isso? — perguntou Leomon. Depois viu um Mekanorimon adentrando a casa e nele se encontrava Picodevimon.

— Olá pirralhos, saudades de mim? Venham até aqui fora para ver uma coisa, uma surpresa.

— Eu já estou de saco cheio desse Picodevimon. Ele só faz maldade. Deveríamos destruí-lo — disse Ruan indignado. Todos saíram.

Do lado de fora estava apenas SkullMeramon que os esperava. Leomon sabendo do perigo pediu que as crianças fugissem, mas elas não obedeceram se preocupando com o amigo.

— Punho do rei das feras — o golpe de Leomon nem fez cócegas no monstro que depois o golpeou com sua corrente, jogando o digimon pra dentro da cabana.

— Droga só nos resta lutar — concluiu Mia.

Todos os digivices brilharam...

— Betamon digivolve para... Seadramon.

— Palmon digivolve para... Togemon.

— Mushroomon digivolve para... Woodmon.

— Destruam-no! — gritou Ruan

Mesmo sendo quatro contra um, ainda sim SkullMeramon levava vantagem. Nenhum golpe surtia efeito no digimau. Até que ele começou a atacar com suas chamas. Os digimons foram atingidos e voltaram para a fase de treinamento. Todos ficaram perplexos com o tamanho poder do digimon.

— Eu vou lutar contra ele — disse Impmon.

— Não, eu não permito que você faça isso — retrucou Paulo segurando na mão de Impmon o impedindo de lutar — eu nunca me perdoaria se algo acontecesse com você. Não é páreo para ele.

— Mas Paulo... — Impmon nunca teve do que se queixar de ter um parceiro super protetor.

Enquanto isso...

— Droga, seremos destruídos aqui, não é possível — indignou-se Ruan.

— Este é o fim pessoal — disse Rose.

— Ainda bem que vocês têm ideia do que acontecerá a partir de agora. Não façam nenhuma besteira. LANÇA CHAMA....

— TROVÃO AZUL!

— JOIA DO NILO!

— CHUVA DE ESPINHOS!

Os três ataques atingiram em cheio SkullMeramon que apenas caiu no chão. De repente apareceu três adultos nos seguintes digimons: Lighdramon, Nefertimon e Pegasusmon. Eles eram antigos digiescolhidos que vieram ajudar os novatos.

— Vamos crianças! Subam nas costas dos nossos digimons — disse o rapaz loiro que estava sobre Pegasusmon.

Então eles fugiram, Mia, Rose e a antiga digiescolhida na Nefertimon, Ruan, Jin e o outro antigo digiescolhido no Pegasumon, Paulo e Impmon no Lighdramon com o terceiro antigo digiescolhido. Como os digimons estavam na forma de treinamento, foi fácil carregá-los.

— Mestre, o senhor está bem? — perguntou Picodevimon.

— Os digiescolhidos fugiram, mas na próxima não terão essa sorte.

Continua...