– Oi. - Invadi seu "território", colocando minhas mãos delicadamente em meus bolsos do shorts, tomando todo o cuidado para realizar todas as ações perfeitas. Esperava que ele me puxasse, elogiasse, ou qualquer coisa do tipo, mas ele nem sequer direcionou seu olhar para mim.

– Oi. - Franzi o cenho. Como assim ele não queria nada comigo? Meu Deus! Todos os garotos que conheci em minha vida eram loucos por mim.

– Percebi que gosta de acampamento. Não tem medo de ficar em lugares tão... isolados? - Forcei um sorriso amigável.

– Não.

– Corajoso. - Retribui de forma seca, já me virando para ir embora.

– E você? - Virei-me novamente, finalmente!

– Não. Eu moro aqui já faz um tempo. - E ele não tinha ideia de quanto tempo.– Minha mãe adora a natureza e decidiu que a vida urbana não era a melhor opção. - Sorri.

– Isso é legal. Queria que minha mãe fosse assim. - Ele suspirou. Pensei em dizer para ele desabafar mas do jeito que é o gênio masculino, achei melhor ficar na minha.

– Sou Melissa, mas pode me chamar de Liss. - Estendi a mão, sorrindo.

– Felipe. - Ele apertou minha mão, abrindo um sorriso.– Então Liss, o que faz por aqui?

– Vim dar uma volta. Às vezes é bom estar sozinha para pensar. - Seu sorriso se alargou. Aproveitei a ocasião para me aproximar com cuidado. Vi um pequeno anel prateado cintilando em seu dedo. – Sua namorada não tem ciúmes de te deixar sozinho?

– Como sabe que namoro?

– Sua aliança... Desculpe, mas sempre reparo nisso. Acho fofo garotos que querem compromisso sério.

– Ela não. Sou apaixonado por ela desde o ano passado... Começamos a ficar. Pedi ela em namoro e ela recusou. - Sentei-me ao seu lado, me aproximando ainda mais.

– Azar o dela de perder um garoto como você.

– Você acha?

– Com certeza! - Fitei seus lábios, louca para que ele desse algum sinal de que eu poderia "atacar". Fui aproximando-me vagarosamente, até encostar minha boca na dele.

– Liss, não te conheço direito. Acho que não é uma boa. - Ignorei-o, fazendo-o ficar de frente pra mim, desci meus lábios pelo seu pescoço.

– Acha é? - Sussurrei. - Eu não. - Deitei-o no chão, ficando por cima. Puxei sua camiseta para cima, passando meus dedos por, como dizem as garotas de hoje em dia, "tanquinho", arranhando de leve suas excelentes definições. Tirei seu shorts, analisando-o de ponta à ponta. Nada mal. Nada mal mesmo.

– Liss...

– Shiiiiu - Passei meu indicador por seu rosto, beijando-o frenéticamente. Ah isso era bom. Muito bom. Desci minha mão para sua cueca, infiltrando-a por baixo desta. Estava prestes a arrancá-la com os dentes se fosse preciso até que senti um toque extremamente gelado em meu braço.

– Mas que droga Melissa! - Virei o pescoço devagar, temendo que fosse a surpresa que eu não desejava receber, meus lindos caninos agora bem aparentes. Todo o ódio que eu sentira ao ouvir aquela voz pela última vez invadiu meu corpo, o que me fez em um rápido movimento levantar e encará-lo com desprezo. Isso não deveria acontecer. Não agora. – Esperava um reencontro melhor.

– Maddox. - Meu dia melhorando cada vez mais.

– Senti sua falta. - Revirei os olhos, cruzando os braços. – Vem cá, vem. - Ele sorriu, e eu tive que me esforçar ao máximo para não despencar ali mesmo.

– Acha que é assim? Você aparece, vira minha vida do avesso, acaba com todas possibilidades que eu tinha de ter uma vida normal, me ilude, e então, assim, do nada, volta e espera que eu me atire em seus braços e tudo vai ficar bem? Ah Maddox. Se você soubesse o quanto eu te esperei...

– Não foi só você que se surpreendeu, amor. Eu também esperava ter uma recepção diferente dessa...,

– Eu te odeio. - Ele sorriu. Droga. Isso era injusto.

– É bom te ver denovo, Liss.

– Pena que não posso dizer o mesmo.

– Gente... Eu... Olha... Acho que estou atrapalhando, não é? Vou deixar vocês a sós. - O garoto estava branco, provavelmente morrendo de medo. Forcei um sorriso, ele não merecia passar por isso.

– Enfim sós. Tanto tempo... - Maddox me olhou malicioso. Eu virei o rosto, tentando não me concentrar em seu olhar.

– O que quer de mim Maddox?

– Tudo que eu tiver direito.

– Seu único direito perante à mim, é ficar a pelo menos 2 metros de distância.