23:34 02 de dezembro de 2020

Caraaaaaaaaaaaca! O lugar tava lotadíssimo. Realmente, tinha tudo que se tem direito! Assim que entramos, direcionei meu olhar para o grande globo que iluminava a pista, havia garotas se esfregando em caras vestidos apenas por cuecas fio-dentais, chegava a ser cômico. A música era eletrônica. Drogas circulavam com a maior naturalidade dentre as mãos das pessoas que ali estavam. Os olhos vermelhos, inchados, gemidos incontroláveis. Paraíso ou inferno? Ainda estava me decidindo. As paredes eram de um preto metalizado, o que fazia com que as luzes coloridas se destacassem com frequência por entre as paredes, atrapalhando a visão ao que acontecia na pista. No centro do recinto, havia um rapaz. Ruivo. Olhos verdes. Ele rebolava em um daqueles ferros de poledance na batida da música. Dinheiro o circundava... Notas de 10 à 50 reais aumentavam à medida que ele se despia. Mais a esquerda, havia um pequeno bar, repleto de bartenders. Eles rodopiavam garrafas no ar, repletas de vodka e whisky. O cheiro de sangue percorrendo frenéticamente as veias dos humanos ali me fazia arrepiar. Nos 5 minutos que estavamos ali, senti passarem a mão na minha bunda pelo menos umas 50 vezes. Quinn estava sorridente, embora totalmente envergonhada. Eu ri para quebrar o clima.

– Bom, já que estamos aqui... Vamos aproveitar. Quer uma bebida? - Disse calmamente, já virando-me em um grande reflexo ao garçom que estava atrás de mim e segurando dois copos de vodka com morango.

– Você é rápida. - Ela riu, tomando aos poucos. Virei o copo de vez. Eu teria de tomar muito mais que aquilo para me sentir um pouquinho animada. Peguei uma outra dose, virando denovo. Fiz isso cerca de 69 vezes. Foi quando comecei a entrar no clima.– Você vai morrer Liss. - Quinn já estava animadérrima, se balançando de um lado para o outro.

– Bem que eu gostaria. - Sussurrei. Virei-me para pegar uma outra bebida, quando fui interrompida por uma mão masculina que segurou meu copo.

– Já bebeu demais mocinha. - Ele sorriu malicioso, passando a mão em minha coxa.

– Sei me cuidar. - Lambi meus lábios, o fitando maliciosa.

– Mathew. - Ele estendeu a mão, fui estender a minha para retribuir, quando ele me puxou para si pela cintura.

– Seu nome artístico? - Sorri animada, passando minha mão por seu pescoço.

– Quem sabe?! - Ele me empurrou sentada em uma das mesas vazias, ficando em minha frente. Passei minhas pernas por sua cintura.– Não vai se apresentar? - Ele se aproximou, puxando meu lábio inferior com os dentes de leve.

– Estou sem grana. - Ri, puxando-o para mim pela blusa social já semi-aberta e fitando sua boca. Ele riu em retribuição.

– Prazer.

– O prazer é todo seu, mesmo. - Provoquei, deitando na mesa e o puxando para cima de mim. Achei que ele ia me beijar, mas ele apenas deu um demorado beijo em meu pescoço e me puxou para levantar.

– Está bêbada. - Sorriu, meio sem-graça. - Eu estaria me aproveitando de você...

– Talvez. - Admiti, olhando ao redor.– Bom, então, pode ir. -Sorri, olhando os garotos no palco.

– Minha apresentação é em 17 minutos. Pode esperar?

– Hã? - Perguntei, risonha, sem escutar o que ele tinha falado.

Ele me puxou, dando um selinho. Permaneci com meus olhos abertos. Caralho. Ele era muito gostoso. Só agora eu tinha me dado conta disso. O cabelo preto perfeitamente liso em um lindo moicano tentador, os olhos azuis intensos, e um corpo que só por Deus. Pisquei duas vezes. Ele ainda me olhava nos olhos. Fiquei um pouco tímida, mesmo estando um pouco bêbada.

– Melissa. - Ele mordiscou minha orelha de leve, falando em meu ouvido. – Preciso que me espere, quero falar com você. Seja uma boa garota e fique aqui.

– Melissa? - Respondi em um tom um pouco mais alto, voltando a mim agora.– Como sabe meu nome? - Perguntei, mas ele não estava mais lá.