P.O. V Damon

–Quem era aquela mulher? -perguntei.

–Não sei ao certo se era uma amiga ou um parente, mais ela... Bem, ela é uma bruxa, senti isso... -Respondeu Bonnie, sua voz falhava como se tivesse com medo de algo.

–E você sente as coisas agora? –Perguntei, zangado por Bonnie não ter feito perguntas diretas aquela mulher.

–Ela é uma bruxa! –Confirmou Bonnie quase gritando. – E ela disse, disse que a garota que procuramos... A Aria quer nos ver, e falou, falou... Para irmos a um lugar, um lugar para encontra-la, o ruim é que eu nunca fui nesse lugar antes, você já?

Não sei direito o que Bonnie fez mais imagens vieram a minha mente, era um lugar escuro, apenas uma luz fraca mais na frente, arvores nos cercavam, sim nos, pois Elena também estava ali, e do outro lado Bonnie e Caroline se abraçava, chorando, um choro de dor, de alegria e de alivio. Elas caminhavam para fora do lugar até que as perdi do meu campo de visão, pude ver do outro lado mais distante, Stefan estava indo embora também, se fundindo com a escuridão, ele estava triste. As árvores em nossa volta pareciam se curvar para mim e para Elena, o estranho era que as folhas das árvores eram pretas ao invés de verdes, o lugar parecia ficar cada vez menor e escuro, distante pude ver o sol se pondo, as trevas engolindo as luz, era assustador, porém o silêncio reinava no local, me movi de onde estava e olhei para o chão, eu estava em cima de uma pedra, uma pedra enorme, estávamos em uma espécie de clareira, Elena estava mergulhada em pensamentos o que me fez apenas observá-la ao invés de perguntar onde estávamos. Elena não era exatamente a mesma Elena, estava vestida como uma princesa, um longo vestido branco tão lindo que me julgo incapaz de descrevê-lo, o vento ficava cada vez mais forte, o cabelo de Elena agitava-se a cada rajada de vento. Mais não era isso que me assustava, o que me assustava era o fato dela estar pálida e quando toquei-la pude sentir que estava fria, fria como uma vampira, era isso! Eu não sentia mais o cheiro de sangue humano correndo nas suas veias, só conseguia sentir o cheiro de sangue frio, sangue de um vampiro, sangue de predador, a princesa frágil era agora era uma predadora forte, capaz de matar um exercito inteiro sem medir esforços. Essa era a Elena, a Elena que eu sempre quis que ela fosse.

De repente tudo ficou escuro a minha volta e não consegui enxergar mais nada, quando abri os olhos novamente estava no carro, com uma bruxinha, uma Barbie vampira e uma humana, uma humana frágil nada comparado ao que vi um segundo atrás.

–Então sabe onde isso fica?- Perguntou Bonnie olhando alguma coisa em seu celular.

–Você também viu isso? –Perguntei ignorando sua pergunta.

–Só consigo ver a parte em que eu estou chorando, isso já é motivo o suficiente pra me preocupar. –Respondeu ela, e senti em sua voz que tinha sido sincera, então me calei e disse que não sabia onde era o local.

–Sabe, eu vi também uma placa, quer dizer, eu e Caroline, nos íamos para algum lugar e bem na frente tinha uma placa, uma placa que era parecida com uma que eu costumava ver quando ia visitar minhas primas. -Falou Bonnie como se estivesse sugerindo que nos arriscássemos ir para um local onde nunca estivemos antes.

Revirei os olhos e olhei para ela com um olhar de: “o que você tem hoje?” e como se lesse meu olhar Bonnie tirou da bolsa uma pedra, uma pedra de cor preta era caspenta e feia, ou seja, não simpatizei com a pedra.

–Samara me deu. –falou ela deslizando os dedos sob a pedra, encarando-a.

–Samara?- Perguntou a Barbie se intrometendo na conversa. –O nome daquela “bruxa assistente” é Samara? Não combina com ela.

Olhei para Bonnie que ainda fitava a pedra.

–Ela falou que ia nos ajudar a encontrar a Aria. –Bonnie guardou a pedra novamente na bolsa e me olhou. –Aria é o nome dela, mais vocês já deviam saber.

Assenti.

–Mais 5 minutos e você aparece com um gato mágico que prevê o futuro. –Brinquei.

Bonnie me ignorou e saiu em toda velocidade no carro, Uau a bruxinha desobedecendo às leis. Era 07h42min da manhã. Olhei para Elena, ela parecia exausta, até por que não fez perguntas, isso era impressionante, não perguntou o porquê estávamos procurando a Aria, não perguntou do que Bonnie estava falando sobre “a pedra ia nos ajudar” e nem mesmo o que eu tinha visto na minha “visão”, ela simplesmente estava com a cabeça encostada na janela do carro, olhando as cosas lá fora. Perguntei-me se Bonnie não ia parar para comer algo mais dai lembrei que as únicas que necessitavam comer aqui eram ela e Elena, mais Elena não contava ela estava parada como uma estatua, acho que nem comer ela queria, e se Bonnie não parou para comprar nada era por que não estava com fome também, o melhor lanchinho que podiam me oferecer era o pulso da garota sentada ao meu lado.

O tempo passava e eu começava a ficar preocupado com tanta demora, já eram 09h50min.

11h25min. 13h30min. 15h15min. 14h49min. 16h56min. 18h36min. 21h27min. 23h42min. 25h13min...

Precisamos descansar, Bonnie parou em um hotel e logo foi a primeira a descer, Caroline a seguiu, Elena deu um longo suspiro mais não saiu do lugar.

–Vai ficar ai? –Falei abrindo a porta.

Ela não respondeu, apenas continuou como estava, não sei se era uma boa ideia mais não ia deixar ela sozinha ali, então a puxei pelo braço para fora do carro, peguei-a no colo e levei até a porta do hotel, Bonnie e Caroline que estavam lá dentro vinham em nossa direção, coloquei Elena no chão e ela continuou sem animo, como se estivesse cansada, cansada de mais para respirar.

–Acham que dois quartos bastam? Pode ficar com um só para você Damon, eu e as meninas ficamos em um quarto juntas.

–Tanto faz. –respondi entrando no hotel, Bonnie, Elena e Caroline foram para um quarto, torci para que só tivesse uma cama lá.