Voltar a escola não foi nada fácil, parece que o tempo que passei dormindo eu fiquei de fora anos e o sentimento que eu tinha por Bella ao dormir parece ter adormecido, afinal não sonhei nenhuma vez com ela. Mas depois de um tempo o sentimento voltou, diferente devo admitir, mas ele ainda está lá.

Mais uma vez estávamos no estacionamento, como sempre encarando os Cullen. É só eu ou mais alguém achava isso patético? Minha pergunta foi respondida quando escutei alguém bufar alto e bater a porta do carro com força. Olhei e a vi, era Leona ela estava visivelmente com olheiras e parecia estar com mau humor. Dês do que houve naquele dia não nos falamos, mas ela já não era tão indiferente para mim como antes, pelo contrário agora eu reparava muito bem nela.

Reparei que ela é totalmente diferente das outras garotas, é linda, óbvio. Isso é uma coisa impossível de não se ver, porque seus 1,72, pele negra, olhos esverdeados que mudam em diferentes tipos de luzes e o sorriso branquinho que conquista a todos os caras... Por que eu reparei nos olhos dela e no sorriso? Que doido...

Bom... mas como eu estava falando, ela não é só diferente na aparência, não mesmo. A personalidade extremamente forte é o que dá mais destaque. Ela definitivamente não leva desaforo para casa, ainda mais com esses amigos dela. E o mais incrível todos são homens. Sei que não deveria me impressionar com esse detalhe, afinal tenho Leah como amiga, mas mesmo assim, ainda é diferente. A Leah meio que foi força a estar entre a gente, ao contrário de Leona que prefere os caras, parece se dar muito melhor com eles do que com as meninas. É uma escolha dela, isso é bem visível.

Leona só anda com garotos a sua volta, até mesmo com os nerds ela fala e anda. Já vi ela almoçando e falando com eles no corredor. Nem preciso dizer que eles adoram não é mesmo, também quem não ia querer se dar bem com uma gata dessa, e para completar o pacote, ficar perfeito, ela é inteligente e tem um incrível senso de humor. Por vezes já escutei sua conversas com os amigos, ela fala de igual para igual, fala das garotas, a piranhas ou não, fala de carro, fala de esportes... E ainda faz tudo isso com uma feminilidade e delicadeza impressionante. Isso foi meio gay, eu sei...

Eu a cada dia fico mais impressionado com ela, encantado na verdade. O que é muito estranho já que antes de Leona chegar eu não via outras garotas a não ser a Bella. Muito estranho mesmo

Mas voltando ao assunto... Por ela ser tão diferente aos garotas, pelo menos a maioria, tem inveja dela. Por vezes escutei várias garotas falando coisas horríveis sobre Leona, o quanto ela é piranha e dada. Que ela deve estar transando com os garotos, inclusive os nerds para ganhar nota. É dai para baixo. Não comento o quanto elas estão erradas... Não sabem a garota incrível que ela. Deve ser por isso que Leona só anda com os caras.

É por observar tanto Leona nos últimos que posso perceber algo diferente em seu rosto sempre sorridente. A tristeza nos seus olhos é quase palpável.

– Povinho mais patético – é ela está de mau humor e graças a Deus alguém concorda comigo.

O que ela falou foi consideravelmente alto já que até a Bella escutou. Isso nos fez despertar, fomos para nossa aula que infelizmente era junto com os Cullen. Lembro-me da briga que teve quando descobrimos que todos seriam obrigados, pois todas as turmas já estavam formadas, a ficarmos na mesma turma, TODOS JUNTOS, uma merda.

Entramos na sala e sentamos em lados opostos, como sempre. Percebi um cheiro de alfazema muito singular, me virei e ela estava lá, encarando o nada. De repente escuto ela soltar uma gargalhada, obvio que todos a encaramos.

– Ela é doida? – escutei Bella perguntar Leona por sua vez bufou alto e disse baixinho

- Senhor eu só posso ter colocado chiclete na cruz. Só uma chance meu Deus e eu juro que faço o trabalho limpo e rápido. Só algumas balinhas. – então ela escutou? Mas como? Que monólogo com Deus foi esse? E que balinhas são essas?

- Que balas são essas? - Seth sussurrou para mim, só dei de ombros, estou tão perdido quanto ele.

O professor chegou interrompendo nossos questionamentos.

– Bom hoje a aula será sobre música. – bufamos alto, os Cullen adoram exibir seus talentos assim. – Sei que sempre alguém da família Cullen se disponibiliza a tocar ou cantar, mas hoje gostaria que deixassem seus colegas terem a chance. Alguém se habilita?

O silêncio era palpável e quase insuportável, era obvio que todos se sentiam inferiores aos Cullen e seus talentos. Já podia escutar eles discutindo qual deles iria se apresentar, pois era óbvio que ninguém se manifestaria.

– Vamos lá gente, não acredito que nenhum de vocês não tenha algum talento. – do nada Embry levantou a mão. – Ah! Sim senhor Call. - a felicidade na voz do professor era tamanha.

– Acho que a Leona poderia cantar para nós. – que merda. Nota mental matar o Embry depois.

– Senhorita Frey gostaria de cantar? – olhei para trás e a vi arquear a perfeita sobrancelha para mim, sabia o que ela queria perguntar. Queria dizer, me desculpe se eu sou um lobo e ele leu na minha mente, se bem que contei antes de me transformar, mero detalhe. – Senhorita? – o professor a chamou novamente

– Claro professor. – está bem de tímida ela não tinha nada. Mais uma coisa para adicionar a lista de qualidades. Ela caminhou até o violão o pegando, depois sentou na cadeira de frente para turma. Respirou fundo e fechou os olhos. Ela começou a tocar e cantar.

Ela cantava em outra língua devia ser português. Escutei Bella pedir para Edward traduzir, a música era linda e cantada por ela, parecia que acariciava meus ouvidos. Foi impossível não lembrar quando ela esteve na minha casa e cantou só para mim. Gostaria que ela fizesse aquilo de novo. Sera que é pedir muito?

Quando a música acabou, ela abriu os olhos e percebi a tristeza em seus olhos, seus olhos estavam vermelhos, provavelmente ela choraria a qualquer momento, só a vi correndo para fora da sala e o professor a chamar.

Em um ímpeto desconhecido por mim, fui atrás dela, escutei vários me chamarem, inclusive Bella, mas nada me parou, algo me dizia que eu precisava encontrá-la.

Eu a segui, seu cheiro me indicava onde ela estava. Da porta já dava para escutar seu choro mesmo baixo, escutei ela prender a respiração quando eu abri a porta. Caminhei até o fundo da sala onde ela estava, seu cheiro de alfazema inundava o ambiente e isso me levou até onde o cheiro estava mais concentrado.

Quando ela viu que era eu se levantou rapidamente, muito provavelmente querendo ficar sozinha, mas algo me fez segurar seu braço.

– Dei...deixa eu ir. – falou com a voz embargada

– Não. – falei firme, olhando em seus olhos inundados de tristeza, algo me dizia para de alguma forma tirar aquilo, ela não é assim. A trouxe para meu peito. Ela veio sem protestar e recomeçou a chorar.

A cena seria cômica se não fosse trágica, a história se repetia, só que agora com os papeis trocados. Puxei uma cadeira e a trouxe para meu colo, abracei seu corpo com o máximo de força que podia. Cheiro de alfazema era inebriante, um bálsamo para a alma, parecia sair de cada poro do seu corpo. Me acalmou ao extremo.

Assim ficamos por um bom tempo, não sabia o porquê estava fazendo isso, mas algo me dizia que era necessário, talvez por ela ter feito o mesmo por mim, não sei. É deve ser isso, apenas gratidão. O que mais seria?

Quando ela se acalmou já estava perto da hora do almoço, era melhor tirar ela dali antes que alguém nos visse saindo. Afastei-a um pouco de mim, ainda olhando aquele mar verdes com uma imensa tristeza e disse.

– Vamos – ela nada falou e sem hesitar foi comigo. Por pura sorte a chave do meu carro estava comigo. A coloquei dentro do carro e conduzi até sua casa. Ela não falava nada parecia catatônica, olhando para o vazio. De repente seus olhos pesaram e ela acabou dormindo.

Rapidamente cheguei a sua casa estacionei em frente e sai para tirá-la do carro. Antes que eu desse a volta completa no carro, um raio passou por mim até a janela do carro. Acho que era Sophia a irmã dela e imprithing do Seth.

– Lena... – ela sussurrou com as mãos nas janelas, pude ver lágrimas em sua face de anjinho, ela e Leona eram bem parecidas, a não ser pela cor um pouco mais clara.

– Jacob o que houve? – Sue perguntou saindo da casa

– Estávamos na escola e Leona não se sentiu muito bem e eu a trouxe para casa.

– Ela está melhor? - Sue falou preocupada, ela já considerava as duas irmãs da família, antes mesmo do Seth ter o imprithing por Sophia. Agora então...

- Está sim, só dormindo. Vou tirá-la do carro. – me encaminhei até o carro. Sophia deu espaço para que tirasse do carro, não falava nada apenas chorava vendo a irmã naquela situação. Era de dar pena.

A peguei no colo e me encaminhei para casa, Soso ia na frente me guiando, quando chegamos a porta do quarto ela o abriu, entrei e a coloquei na cama.

Sophia logo foi para seu lado, retirou os sapatos da irmã e o cachecol que a mesma usava. Por um momento eu perguntei se ela realmente tinha apenas 3 anos, ela parecia muito madura para sua idade.

Ela deitou ao lado da irmã, cobriu a ambas e começou a sussurrar a mesma música que Leona havia cantado na aula. Aquele momento parecia muito intimo e por isso sai do quarto, levando Sue comigo.

– O que realmente aconteceu Jacob?

– Eu realmente não sei, ela cantou uma música e depois ficou assim, é a mesma que a Sophia estava cantando agora.

– Elas têm uma ligação muito forte, antes de vocês chegarem Sophia estava muito quieta, o que não é de costume dela. Eu perguntei o que ela tinha e ela disse que precisava falar com Leona. Essa não é a primeira vez que eu percebo isso.

– Seth já havia comentado sobre isso comigo. Aliais tudo o que ronda essas duas irmãs é estranho. – muito estranho, elas pareciam ter algum tipo de ligação.

– Será que vai demorar a acordar? - Sue gostava muito delas e sua preocupação era visível.

– Acho que não – senti a presença do bando chegando, sabia que eles não aguentariam acabar as aulas para saber sobre Leona.

– O bando está vindo. – Sue abriu a porta para que eles pudessem entrar.

– Como ela está? – perguntou Seth

– Está bem meu filho, Sophia está lá em cima com ela.

-Posso escutar ela cantando, é a mesma música. – falou me olhando preocupado, imagina se ele visse o impritring dele chorando como eu vi, iria enlouquecer. Apenas assenti, não iria falar sobre o que aconteceu agora pelo menos por enquanto.

- Acho que devemos ir embora, ela precisa descansar e ainda temos coisas a fazer – falei me referindo a vampira psicopata que está atrás da Bella. Mais problemas para essa incrível vida. Que cansaço, meu Deus!

- Falei com o Sam essa manhã, ele e o Kevin sentiram um cheiro estranho na floresta essa noite. - Quil disse antes que completasse o passo

- Por que não me falou antes Quil? - falei com raiva e já tremendo

- Porque só soube agora. Por isso viemos aqui, não fica com raivinha Jacob, está bem? Que merda! - eu tinha que parar com esses rompantes de raiva qualquer hora não conseguiria me controlar e ai já viu. Fora que isso fazia com que eu brigasse muito com meus amigos.

Minha relação com Bella, se é que se pode chamar aquilo de relação. Tem acabado comigo, não só física ou psicologicamente. Tem me afastado da minha família e amigos. Mas a questão é que, tudo o que se trata dessa vampira ruiva me dá nos nervos. Ela quer matar a mulher que eu amo, mas ninguém parece entender meu lado. Já estou cansado disso.

- Meninos se acalmem, vocês não estão na casa de vocês muito menos na reserva – Sue falou tentando apaziguar a situação, já que eu e Quil nos olhávamos furiosamente. Quando foi que a situação perdeu o controle? Nós não éramos assim. Dizia uma parte da minha mente. Ele é meu irmão meu Deus, tenho que parar de fazer isso, mas pareço não conseguir.

- Minha mãe está certa. Essa não é hora de revelar o segredo para elas – Leah argumentou se referindo as irmãs Frey. Seth fez uma careta. Essa era outra situação que precisa ser resolvida. Problemas, problemas e mais problemas, quando vocês terão fim e todos seremos felizes. Acho que a resposta é nunca.

- Sue e Leah estão certa vamos embora logo – Embry disse, a tristeza em sua voz e olhar por ver eu e Quil brigando era evidente. Tenho que relembrar que eles são meus melhores amigos e irmãos. Mas parece que tudo que se refere a Bella tende a me cegar. Que loucura, meu Deus!

- Eu vou ficar – preciso dizer quem foi? Apenas assentimos para Seth e fomos para fora da casa. Antes ainda verifiquei Leona. Sophia ainda cantava, agora uma música diferente, era uma língua nunca ouvida por mim, não é inglês, não é espanhol e agora que eu sei, não é português. Que língua é essa meu pai?

A cada momento essas irmãs ficam mais misteriosas para mim.