Escolhidos escrita por Sahh


Capítulo 9
9


Notas iniciais do capítulo

Aqui está, mais um capítulo!
Boa leitura! ^~^



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Carrego a mala de Roland enquanto ele anda lentamente. Andamos o mais rápido que podemos, mas Roland está cheio de cortes no corpo. Estamos com medo de mais daqueles homens chegarem. Paul disse que temos que manter distância do pessoal do governo. A mala que carrego é pesada, Paul já se ofereceu para carregar, mas eu disse que não precisava. Está escurecendo e temos que armar acampamento, descansar e comer algo. Estamos á procura de um lugar escondido, na qual poderíamos dormir lá em segurança. Paul pega uma lanterna da mala e diz para ficarmos parados aqui mesmo, pois ele vai em busca de uma caverna. Ele demora um pouco. Roland e eu ficamos sem falar nada um com o outro, até que eu quebro o silêncio.

– Obrigada por me salvar do grandalhão – digo. Ele está de cabeça baixa, mexendo num graveto. Ele levanta a cabeça e dá um meio sorriso.

– Tá me devendo essa. – Sorrio.

– Não vou esquecer – digo.

Paul aparece, cansado e todo suado. Ele nos guia pela floresta. Tivemos que subir um pouco a floresta. Não demorou muito e entramos numa pequena área plana, mais á frente vemos uma caverna pequena, escura com galhos em cima. Dentro da caverna, encontramos teias de aranha e a terra fria do chão. Fazemos uma fogueira e esquentamos o resto da carne. Comemos e Roland é o primeiro a pegar no sono. Antes de pegar no sono, me fiz uma pergunta: Como será que Oliver está?

Alguém está me chamando e cutucando meu ombro. Abro os olhos e já não está tão escuro.

– Vamos. Antes que aquele pessoal nos encontre. – É a voz de Paul. Balanço a cabeça em concordância e esfrego os olhos.

Arrumamos tudo e jogamos areia no que restou da fogueira. A floresta não está muito escura. Andamos pela floresta, com Paul nos guiando. Um mercador como ele já está acostumado com a floresta. Até agora, não encontramos ninguém. Roland andava mais devagar agora, ele não tem muitas forças. Paul sempre o encorajava, dizendo que ele ia conseguir e que não permitiria ver seu amigo desistir. Vê-los assim me fez ver que eu estava parecendo o Paul, encorajando Oliver para ele continuar vivendo, para ele não desistir. A diferença é que Oliver não quer me escutar, aceitando seu fim. Balanço a cabeça, tirando esse pensamento da cabeça.

Estou andando na frente, Paul está atrás com Roland. Passos se aproximam de mim e algo me empurra para uma árvore. Olho pro lado e vejo Paul atrás de uma árvore, mais á frente, Roland se segura na árvore. Olho para frente e vejo dois homens com grandes armas nas mãos, penduradas nos ombros. E um pouco diferente daquela que peguei e entreguei para Roland. Me encosto de volta na árvore, meu coração bate rápido, passos se aproximam e minha respiração fica pesada.

– Eles já devem estar longe – diz alguém.

– Ah, que droga! Estava á fim de acabar com alguém hoje – diz o outro.

– Ah, vamos embora. Jenkins não vai gostar nada disso.

– Então você conta para ele – diz a outra voz, que está mais baixa. O som dos passos diminuem.

Esperamos por uns instantes, ainda sem nos mexermos. Mesmo com medo, viro o rosto, os homens estão mais á frente. Esperamos eles sumirem dentre as árvores. Olho novamente e não vejo nenhum sinal deles. Respiro fundo. Paul e Roland se aproximam de mim.

– Tudo bem aí? – pergunta Paul.

– Sim. – Ponho a mala novamente no ombro.

Andamos por mais alguns minutos, mesmo com Roland não aguentando andar mais rápido. Paul está na frente.

Já não está tão frio quanto antes. Andando por mais ou menos uns dez minutos, avistamos o portão de madeira. Paul correu até ele e o abriu. Roland e eu passamos por eles. Começo a ficar nervosa. O que meus pais dirão? O que Oliver vai fazer ao me ver? Eu disse que ia buscar um médico, mas não consegui nem atravessar a floresta.

Deixando a mala de Roland com Paul, corro até a casa do doutor. Nas ruas, não havia ninguém. Passo pela escola correndo, passo pela cerca da casa do doutor e subo para a varanda. Bato rapidamente na porta. Bato novamente. Agora ele atende.

– Eve, onde esteve? – pergunta ele, ajeitando os óculos.

– Desculpe, não tenho tempo. Um dos mercadores está machucado, ele está muito mal.

– Como assim?

– Depois explicamos. Ele está vindo, ele precisa de ajuda. Perdeu muito sangue – digo apressadamente.

– Tem outro mercador com ele? – balanço a cabeça em concordância. – Vou arrumar tudo aqui dentro.

Ele entra de volta em sua casa. Corro novamente até os mercadores. Avisto Roland e Paul. Ambos andando devagar. Paul estava com as duas malas, Roland está de cabeça baixa, dava para ver que ele estava tremendo. Chego em Paul e seguro a mala.

– O doutor está cuidando de tudo lá – digo.

Com um pouco de dificuldade, conseguimos chegar até a casa do doutor. Entramos em sua casa. O velho sofá verde foi arrastado para trás, no lugar da mesa baixa, o doutor tinha posto um tipo de tábua coberta por um pano branco, e, ao lado, sua maleta. Roland foi deitado devagar na tábua, o doutor estava pegando uns objetos de sua maleta e estava colocando-os num banquinho com um pano em cima ao seu lado. O doutor, com um pano úmido, limpou o sangue dos braços de Roland. Sem todo aquele sangue seco, dá pra ver como os cortes são profundos e horríveis. Torço o nariz.

– Eve, não é melhor ver sua família? Eles estão realmente preocupados – diz o doutor. Desvio o olhar e mordo o lábio.

Tenho medo do que eles possam fazer ou falar comigo. Olho novamente pro doutor, ele estava com as sombrancelhas levantadas, esperando eu sair. Balanço a cabeça em concordância. Me viro para a porta e noto Paul ao meu lado. Olho para ele e sorrio.

– Obrigada, Paul – agradeço.

– Não foi nada. Ainda vamos nos ver bastante por aqui, junto com Roland – assenti com a cabeça e sorri. – Nada de aventuras na floresta.

– Nunca mais! – digo. Estendo a mão. Paul foi como um amigo para mim, e é claro que o considero assim, não só por ter salvo minha vida, foi mais por ter sido legal comigo e me ajudado á tentar ir na cidade. Ele aperta firmemente minha mão.

– Você me lembra meu filho – diz ele. Sorrio.

– Ele têm um ótimo pai – digo. Ele sorri e vejo seus olhos se encherem de lágrimas.

Respiro fundo e abro a porta de casa. Pensei que nunca mais voltaria, não depois de ter quase sido pega por aquele grandalhão. Fecho a porta devagar e me viro, olho para a sala e vejo, no chão, um colchonete; e quem está dormindo nele precisa de um colchonete maior. Brandon parece inquieto, se vira de um lado pro outro. Se Brandon está no colchonete, os irmãos Baker estão no sofá. Ando até o sofá velho e olho para ambos deitados, dormindo tranquilamente. Luke está bastante crescido e Oliver precisa cortar o cabelo de seu irmão; algumas mechas do cabelo estão nos olhos do pequeno. Oliver está com um braço em volta do pequeno. Ando até Brandon e me abaixo, ele está todo esparramado no fino colchonete. Levo minha mão até sua testa, tiro os fios de cabelo que ali estão. Brandon abre os olhos e pisca várias vezes, se senta rapidamente e esfrega os olhos.

– Eve? Eve, onde esteve? Por que sumiu? Me deixou preocupado – diz apressadamente. Ele me abraça forte, me puxando, caio de joelhos e sorrio. Abraço ele fortemente.

– Eve? – diz uma voz baixa. Solto Brandon e olho para trás, Luke estava me chamando. Suas bochechas rosadas ficam maiores com seu sorriso. Ele está de quatro e, ao seu lado, Oliver me fita. Me levanto e pego Luke no colo.

– Oi, pequeno – digo em voz baixa.

Oliver se senta no sofá, sem tirar os olhos de mim, olho para ele e sorrio. Beijo a bochecha de Luke e ele dá uma risadinha. Olho para ele sorridente. Vejo Brandon levantar e ir pro quarto dos meus pais. Me sento no sofá, ao lado de Oliver, e sento Luke no meu colo. Oliver não falava nada, era como se ele tivesse perdido a fala. Penteio o cabelo de Luke com os dedos, ouço passos e não olho para trás. Minha mãe aparece no meu campo de visão, seu rosto mostra felicidade com um misto de preocupação. Pego Luke do colo e o coloco ao meu lado. Me levanto, me preparando para ouvir tudo o que tinha que ouvir. Minha mãe está do mesmo tamanho que eu. Ela não faz o que penso, minha mãe rapidamente me abraça com força.

– Não faz mais isso com sua mãe – sussurra ela.

– Não vou fazer – digo.

Ela me solta e continua olhando para frente, sigo seu olhar. Meu pai está de braços cruzados, perto da porta do quarto. Ando até ele, esperando que ele falasse algo. Estou nervosa. Minhas mãos estão suadas. O silêncio do meu pai também me preocupa. Chego á sua frente e abaixo a cabeça. Meu pai me abraça forte.

– Desculpe...

– O importante é que você está aqui – diz ele. Eu havia esquecido como meu pai é atencioso e calmo. Eu estava preocupada á toa. Eu o abraço mais forte.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo! ô/
Bjss"



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