Escolhidos escrita por Sahh


Capítulo 22
22


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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– Nossa, aquilo foi realmente difícil! – diz Mark. Depois do teste cerebral, fomos trazidos de volta ao quarto para almoçar e descansar.

– Nem tanto, Mark – diz Dylan. Estou sentada com os dois, já que Oliver e Maggie estão conversando no sofá. Olho para Dylan. Será que ele conseguiu também?

– Como assim? Nem tirar o maldito quadrado do lugar eu consegui – diz Mark, irritado. Dylan ri. – E você, Eve? – Levanto a cabeça. Engulo o pedaço de carne.

– Fiz o que pude.

– É só o que você diz. Que droga! Você foi bem, não foi? – insiste Mark. Sorrio. – Dylan, como conseguiu os quatro quadrados? – Pelo visto, Dylan foi bem.

– Não sei. É só concentração.

– Concentração... hum, o que mais?

– Mark, é diferente para cada um de nós. Eu só me concentrei e o cubo se mexeu. Mas demorei bastante.

– Mas conseguiu alguma coisa, diferente de mim – diz Mark, furioso. Lucy aparece e senta entre Mark e Dylan.

– Não fique assim, Mark – diz ela. Rose está em pé ao seu lado, me encarando. Passo a colher de plástico no prato, pego o resto do arroz e coloco na boca. Levanto-me com a boca cheia. Alguém segura meu pulso. Não foi forte e nem fraco. Foi firme.

– Você não precisa sair – diz Dylan. Indico a bandeja para ele. Ele balança a cabeça e solta meu pulso. Caminho até a porta e coloco a bandeja por baixo da porta.

Sento-me com Maggie e Oliver. Eles estão conversando sobre o teste. Oliver conseguiu bem mais quadrados do que eu. Seis. Fico feliz por ele. Sinto-me um pouco mal ainda. Dylan é meu amigo, de anos atrás, mas é meu amigo. Queria poder passar um tempo com ele, sinto falta das risadas dele. Ele sempre pareceu meu irmão mais velho risonho. Eu havia esquecido completamente dele na época. Como pude fazer isso? Penso, com raiva.

Fomos levados novamente para a sala de armas. Sinto-me melhor agora. Oliver resolve arremessar facas. Maggie disse que seria melhor ela ir para as armas de fogo e depois iria treinar espadas comigo. Vou usar a espada agora, em seguida vou ajudar Maggie. É o que planejo para hoje. Pego uma espada, Mark está ao meu lado escolhendo uma. O que não faz muita diferença, são todas iguais.

– Vamos de novo nós dois? Prometo não exagerar – diz ele. Rio e aceito. Dylan pega três facas e vai se juntar á Oliver e Sophie.

No centro da sala, Mark está de um lado, eu estou do outro. Posiciono meus pés no chão. Esperarei ele atacar. E é isso o que ele faz. Ele avança e eu me mantenho firme. O som das espadas se chocando é alto. Empurro com força ele para trás, ele faz o mesmo. Vou para o lado e a minha espada fica em sua nuca.

– Não se mexa – digo. Essa foi rápida. Sinto só o impacto nas minhas pernas e caio no chão. Mark coloca a espada no meu pescoço.

– Nada mal – diz ele. Sorrio. Ele estende a mão em minha direção, pego-a e me levanto. Pego minha espada do chão. – De novo.

– Tudo bem. – Avanço para cima dele, ele bloqueia minha espada, dá uns passos para trás e quase perco o equilíbrio. Reposiciono meus pés. Ele avança e eu bloqueio seu ataque. Tento jogar sua espada para longe, mas não dá certo. Mark segura meu punho. Com a outra mão, ele segura a espada, apontada para meu pescoço. Olhos em seus olhos, ele sorri. Solto a espada no chão. Sorrio. Ele tira a espada.

– Vou para as facas, e você?

– Descansar – digo. Ele ri e eu também.

Com a garrafa de água na mão, observo Oliver, Dylan e Mark com as facas no alvo. Eu sabia, Oliver é incrível. Ele não se cansa. Sorrio. Dylan não é tão ruim, mas ele é melhor na espada. Mark também não é ruim. Metade das facas que ele joga só bate no alvo e cai no chão. Oliver entrega as facas para Sophie e vêm em minha direção.

– Vou até ás armas.

– Ok. Eu vou lutar um pouco mais com a espada. Depois irei lá – digo. Ele sorri e caminha para o cômodo de vidro. Em seguida ele entra no outro cômodo. Dylan aparece do meu lado.

– Vamos de espadas?

– O que? Eu e você? – pergunto.

– Está com medo de perder? – Rio. – Vamos fazer uma aposta. Quem vencer pergunta o que quiser para o outro. – Pego a espada ao meu lado e me levanto.

– Vamos lá.

Dylan sorri e avança. Meu bloqueio não dá muito certo, ele é mais forte. Forço a espada, empurrando-o para trás, ele dá uns passos e gira o corpo. Sua espada está na minha nuca.

– Cuidado – diz ele. Sorrio. Passo a perna por suas pernas. Ele cai no chão. Vou até ele.

– Não sou eu que tenho que ter cuidado – digo. O impacto nas minhas pernas me faz cair no chão. Dylan gira o corpo para cima do meu, com a espada no meu pescoço.

– Têm certeza? – Seus olhos claros brilham. Ele sorri. Sorrio e empurro ele para trás, pego a espada ao meu lado. Jogo-o no chão e prendo seu braços junto ao corpo com meus joelhos.

– Tenho – digo e coloco a espada em seu pescoço. – Por que não voltou para a vila como sempre fazia? – pergunto. Venci essa luta. Dylan desvia os olhos.

– Eu não podia – diz ele.

– Por quê? – Ele volta á me olhar nos olhos.

– Já te disse, você estava muito melhor sem mim.

– Não, eu não estava – digo. – Admito que me esqueci de você depois de um tempo, mas você não apareceu mais, e não disse nada. – Meu coração bate rápido.

– Fui fraco. Não suportei e não voltei mais lá.

– Do que você está falando?

– Oliver é quem... É uma amizade melhor do que a minha. – Giro o meu corpo para o lado. Sento-me ao seu lado. Seguro com força a espada.

– Você é idiota ou o quê? – pergunto, com raiva. Levanto-me e deixo a espada cair no chão. Ando apressadamente ao cômodo de armas e pego uma. Passo por Rose e Lucy que estão paradas no meio do corredor e entro na sala. Se elas ouviram, pouco me importava.

Não erro um alvo. Entre Maggie e Oliver nas cabines, atiro sem parar nos alvos. Minhas mãos tremem, meus olhos ardem. Aperto com força o gatilho. Nada acontece. Dylan era o meu amigo. Eu me sentia muito bem com ele. Até chorei quando ele não apareceu mais. Meus olhos continuam ardendo. Fecho-os com força. Solto a arma e saio correndo da sala. Por que me sinto tão transtornada? Penso. Passo pela sala. Mark e Dylan lutam com as espadas. Eles me observam correr para a porta.

– Ei, volte. Não é permitido sair. – Ouço Darren gritar. Aperto o botão que eles usam para a porta abrir. Ela abre e eu saio correndo pelo corredor.

É imediato. O choque elétrico passa pelo meu corpo todo. Sinto uma dor mais forte no pulso. Perco a força das pernas e caio de joelhos no chão. Olho para a pulseira, há uma luz vermelha acesa nela. Meu corpo dói. Minha cabeça dói. Uma dor lancinante percorre meu corpo. Caio de cara no chão. Meu corpo todo se contorce. Inutilmente tento tirar a pulseira. O choque de repente pára. Sinto-me cansada, sem forças. Botas pretas vêm em minha direção. Darren se agacha.

– Quando eu pedir para você voltar, por favor, não hesite e volte – diz ele, calmamente. Darren se levanta. – Todos de volta para a sala.

Não quero dormir, mas minhas pálpebras estão se fechando aos poucos. Ouço passos vindo em minha direção.

– Ela vai ficar bem? – Não sei quem perguntou isso, mas eu não acho que eu vá ficar bem.

– Cai fora. – Essa voz eu acho que conheço. Lembro de olhos azuis. Cabelo muito escuro e uma boa risada.

Outros passos. Sinto meu corpo ficar leve. Alguém me pegou no colo. E é familiar. Parece que esse alguém está andando.

– Solta ela. – A voz de Oliver parece alta, mas é como um zumbido. Não quero ser carregada... Não sei quem está me segurando e não sei para onde vou, quero perguntar, mas tudo se torna tão escuro.

Abro os olhos. Estou novamente na enfermaria.

– Nunca vi a mesma pessoa nessa enfermaria duas vezes – diz uma voz feminina. Giro o pescoço, uma mulher alta e loira mexe num pequeno aparelho.

– Obrigada – digo. A mulher sorri.

– Não agradeça por se meter em confusões – diz alguém do meu outro lado. Giro o pescoço. – Já é a segunda vez que te carrego – diz Dylan. Sento-me apressadamente.

– Não pedi para me carregar – digo, com raiva. – Pensei que tivesse sido o Mark – sussurro.

– Desculpe desapontá-la – diz Dylan.

– Já me trouxe aqui, agora, tchau! – digo. Dylan levanta as sobrancelhas.

– Ah, de nada. – Pego o travesseiro e acerto em sua cara. Ele pegou o travesseiro e acertou sem força na minha cabeça. Dylan ajeita seu cabelo molhado na testa e suspira.

– Obrigada – murmuro. Boto o travesseiro no lugar e me encosto. Eu estava errada em muitas coisas. Só tenho mesmo que agradecer á ele. As lágrimas rolam pelo meu rosto. Dylan me entrega um lenço.

– Você queria se esconder, não é? – Limpo minha outra bochecha.

– Como sabe? – pergunto.

– Já disse, você não mudou nada. – Dylan sorri.


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