Escolhidos escrita por Sahh


Capítulo 17
17


Notas iniciais do capítulo

BOa leitura!! ^~^



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Darren nos mostra o que seriam os socos e chutes básicos. E alguns pontos fracos corpo. Passamos muito tempo dando socos e chutes no ar. Darren disse que treinaremos melhor amanhã. Quase todos nós somos desajeitados com os socos e chutes. Maggie é bem desajeitada com relação ao chutes. Mark é bom, tanto com os chutes e socos. Dylan e Conor também. As garotas nem tanto, elas caem quase sempre quanto eu. Eu sou fraca com os pés. Caio mais de três vezes. Oliver me ajuda sempre que caio. Ele é bom com os chutes e socos. Talvez eu vá melhorar amanhã.
Estou exausta. Meus braços e pernas doem muito e me rastejo na fila para voltar ao quarto. Um dos guardas abre a porta e minha vontade é de correr dali. Não quero voltar para esse quarto. Não quero ficar aqui. Entramos em fila e todos nos dividimos. Eu estou atrás de Maggie. Eu e as garotas subimos as escadas, antes de pisar no primeiro degrau, olho tristemente para Oliver. Ele sorri torto. Ele quer me manter calma. Eu realmente conseguirei ficar calma? Tenho certeza que será difícil.
No quarto, Lucy está no banheiro. Rose está dobrando sua antiga roupa perto da pequena cômoda ao lado da porta. Maggie está sentada ao meu lado no beliche. Esperamos Lucy sair do banheiro. Maggie vai em seguida. Estou suada, minhas roupas fedem. Não quero usar essa roupa deles. Mas tenho que usá-las. Terei que me desfazer desta roupa. Mas ela têm o cheiro de casa. O cheiro da barra de sabão laranjada que minha mãe usa. Usava.
Depois de Maggie, entro no banheiro com uma muda ridícula de roupa debaixo do braço. Uma blusa grande e branca e uma calça azul claro. A mulher que havia colocado essa pulseira nos disse que teríamos que ficar com ela por um tempo no pulso. Tiro minha roupa e dobro-a, coloco-as em cima do vaso. Aqui eles têm chuveiro. Um botão abaixo mostra que posso escolher a temperatura da água e seu cheiro. Escolho qualquer uma e entro para debaixo do chuveiro.
Acho que agora é hora de almoço. Não dá pra saber as horas nesse lugar. Desço correndo as escadas. Não quero ficar longe de Oliver. O que esse pessoal irá fazer quando ele... Balanço a cabeça. Oliver não está aqui embaixo, só Conor e Dylan, com seus cabelos molhados e as mesmas ridículas roupas branca e azul. Não temos escolha. Eles estão almoçando. Me dirijo á porta e aperto o botão verde. Em segundos, é colocada uma bandeja com uma tigela de sopa, um prato com arroz, feijão e um tipo de carne pela abertura debaixo na porta. Pego-a e me viro.
– Senta aqui. – Conor acena para mim. Ele sorri. – Qual o seu nome mesmo?
Olho em direção á escada do quarto dos garotos. Oliver deve estar no banho. Me dirijo á mesa dos dois. Sento-me ao lado de Conor, que está de frente para Dylan. Conto á ele que conheço seu pai? Não sei, isso o deixaria mais triste. Eu ficaria.
– Meu chamo Eve – digo, pegando um pãozinho.
– Aí, Eve. Eles bem que podiam colocar uma sobremesa nessa bandeja, não é mesmo? – diz Conor, apontando para a minha bandeja. Sorrio.
– É.
Olho pra escada. Não é Oliver. É Mark. Ele vai até á porta e pega sua bandeja. Ele se senta conosco. Sinto-me inquieta. Não conheço essas pessoas. Quero ficar perto de Oliver. De minuto á minuto eu olhava em direção á escada.
– Oliver é seu namorado? – pergunta Mark. Sinto meu rosto ficar quente. Alguém desce apressadamente, olho pro lado e Maggie já está perto de mim. Sua barriga ronca.
– Vêm comigo? – pede ela, apontando para a porta. Levanto-me e ela segura meu pulso.
Aperto o botão para ela e pego sua bandeja. Passos descem a escada. Olho para trás. São somente Lucy e Rose. Maggie me segue até a mesa vazia, coloco sua bandeja e digo á ela que pegarei a minha para me sentar com ela. Volto á outra mesa e pego minha bandeja. Sento-me ao lado de Maggie. Na outra mesa, Lucy senta no meu lugar anterior e Rose fica em pé, ao seu lado. Conor se levanta com a bandeja em mãos e vira-se para nossa mesa. Ele senta ao lado de Maggie.
– Essas meninas, sinceramente... – diz ele, revirando os olhos. Maggie sorri. – Não é vocês, meninas.
– A Lucy está á fim do Mark, né? – pergunta Maggie. Conor balança a cabeça em concordância, sorrindo.
– E Rose está á fim de Dylan – cochicha Conor para Maggie. Ela ri e eu sorrio. É bom vê-la rir. Na outra mesa, Lucy vira o rosto para nossa mesa.
Vejo Oliver ir até a porta e voltar com sua bandeja, ele senta do meu lado. Ele também usa a blusa branca e a calça azul. Maggie está sorrido.
– O que eu perdi? – pergunta Oliver, olhando para a Maggie.
– Só uns casos amorosos – diz Conor, olhando para mim. Dou minha atenção á faca de plástico. Corto a carne. De lado, uma luz azul fraca aparece. É da projeção. O Presidente aparece na parede. Largo minha faca.
– Vocês tiveram uma manhã bem dura, imagino – diz ele. – Depois do almoço, iremos ver o quanto vocês são inteligentes. Bom apetite. – Ele sorri e sua imagem desaparece. Trazendo ao quarto um silêncio assustador.
Termino de comer e empurro a bandeja pra debaixo de porta. Sento-me no sofá, encarando a parede. Maggie me segue. Sinto que devo protegê-la. Sinto que ela se sente bem com isso. Todos se sentam no sofá, esperando mais daqueles guardas para nos levarem á outro lugar diferente. Esperamos em silêncio. Estou desanimada. Só quero ir pra casa. Quero minha cama de volta. O que Brandon irá fazer? Não sei. Não sei. Sinto saudade do Faris. De Luke. Meus pais. Eles estão bem, tenho que acreditar nisso.
A porta se abre e os mesmos guardas nos guiam pelo mesmo corredor. Passamos pela sala de armas, mas não a entramos. Seguimos por um corredor estreito ao lado e entramos num local amplo. No local há enormes mesas de vidro, e têm imagens nelas; não só mesas, têm paredes de vidro. Têm algumas pessoas na sala, elas mexem nas imagens. As imagens fazem o que a pessoa quiser. Impressionante.
Um dos guardas nos manda ficar em fila e se direciona á um grande painel de vidro, onde têm um homem de cabelo branco usando um jaleco verde escuro mexendo num painel de vidro. O guarda conversa com o homem de cabelo branco e óculos e volta até nós, com o homem ao seu lado.
– Sou o Lewis. Me acompanhem – diz ele, e se vira de volta. Nós o seguimos até o meio da sala. Ele para e se vira. – O Presidente lhes disse que veríamos sua inteligência. – Ele anda até Mark. Cutuca seu braço. – Músculos nem sempre são tudo. – Lewis sorri. – Queremos ver qual de vocês é mais inteligente. Ou quais. – Ele tira os óculos, dobra-os e coloca no bolso de seu jaleco verde. – Vamos lá.
Ele anda e pára próximo á uma fila de painéis de vidros idênticos. Oito no total.
– Ora, andem, andem! Cada um de frente á um aparelho – diz Lewis. Ando apressadamente até chegar num círculo preto, entro nele e ele se acende em azul. Os outros fazem o mesmo. – Ora, toquem na tela! – ordena ele, impacientemente. Levo minha mão trêmula até o painel e o toco. Aparece um quadrado transparente, com vários quadradinhos. – Isso é o que chamamos de Jogo da Memória. É simples. Vocês terão que encontrar o par de cada desenho que aparecer. Comecem!
Olho para Oliver, ele olha a tela hipnotizado, tocando a tela com rapidez. Olho pro outro lado e Maggie faz o mesmo, só que mais lentamente. Todos começaram, menos eu. Toco a tela e começo o jogo.
No final, Lewis nos posiciona para fora dos círculos preto á sua frente. Ele olha surpreso para a tela. Ele olha para Dylan, Conor, Oliver e em seguida para mim. Fizemos algo de errado, talvez.
– Bem, é só o começo. Vamos á próxima etapa – diz ele.
Ele nos manda voltar aos painéis. Agora teremos que memorizar uma sequência de números e digitarmos ela corretamente no quadrado branco abaixo. Os números vinham rapidamente e desapareciam da mesma forma. Cinco sequências de seis números. Consegui somente três.
Lewis nos organiza em fila novamente. Olha de novo para Dylan, Conor, Oliver e eu.
– Uma remeça de Escolhidos interessante – diz Lewis, voltando a olhar para a tela do pequeno quadrado em sua mão. Não gosto como ele fala de nós. ¨Remeça¨. Diz isso como se fôssemos objetos.
– Por que nos chamam assim? – pergunta Rose. Isso. Por quê?
– Uma hora saberão. – Ele sorri.
Não gosto de nada disso. Não gosto desse lugar e não gosto dessas pessoas. Só quero acabar com isso logo, talvez assim, eles nos mandem para casa de volta. Tenho um pouco de dúvida quanto á isso.
– Por hoje já está bom – diz Lewis.
Somos levados de volta ao nosso quarto. O que eles querem conosco nos levando á essas salas? Um treinamento. Uma guerra, talvez? Vi o símbolo da cidade Harmoce em quase todos os cantos desse lugar. Eles são os que praticam a paz, os que detestam guerra. Por que nos treinam, então? Enganando as outras nações, dizendo que quer o bem para chegar com tudo numa guerra? Eu não lutarei. Quando eu tiver minha chance, fugirei ou o que for. Preciso conversar com Oliver, mas com essas câmeras será impossível.
Sento-me no sofá com Maggie ao meu lado e Oliver do outro. As pessoas á nossa volta conversam. Permaneço em silêncio. Olho para Oliver, seu olhos azuis estão mais claros. A luz neste quarto é forte. Oliver toca levemente minha mão. Sei que estão olhando para nós, ignoro-os.
– Hora de retirada – diz uma voz ao alto. Essa voz é diferente. – Pros seus quartos!
Suspiro. Subo ao lado de Maggie. Lucy e Rose sobem correndo, quase derrubando Maggie.
– Ei. – Seguro o braço de Maggie. Lucy se vira para nós do alto da escada.
– Algum problema, apaixonada? – diz ela. Fico paralisada. O que ela quis dizer com isso?
– Olha por onde corre. Quase a derrubou – digo, apontando para Maggie. Lucy desce alguns degraus, ficando de frente para mim. Ela põe as mãos na cintura.
– Ou o quê, apaixonada? – Que ótimo, arranjei uma inimiga. E pior, não sei brigar. Solto Maggie e subo no mesmo degrau que Lucy. Ela é mais alta do que eu. Mas não vou ter medo dela.
– Não é por mim. É pela Maggie. – Ela arqueia as sobrancelhas.
– Acha que dou valor ás choronas? – Ela ri. Rose a acompanha.
Sinto meu rosto ficar vermelho. Maggie é somente uma criança, como elas podem rir dessa maneira? Cerro os punhos com força. Alguém toca em minha mão. Olho para baixo e Maggie está segurando minha mão. Os garotos estão embaixo. Seguro a mão de Maggie e subo as escadas, desvio de Lucy que tentou me empurrar com o ombro. Sento ao lado de Maggie em sua cama.
– Não vale brigar com elas – sussurra ela. Ela sorri. – Você é corajosa. – Respiro fundo e sorrio. Maggie é que é a corajosa. Ela que aguentou esse lugar há quase uma semana.
– Vou te tirar daqui – sussurro. Ela me abraça pela cintura. Passo a mão pelas suas costas. Temos que dar um jeito de sair daqui. Têm que haver uma maneira. Vou levar Maggie de volta para sua família.


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