Escolhidos escrita por Sahh


Capítulo 15
15




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Sinto uma forte dor na parte de trás da cabeça. Pisco os olhos várias vezes e vejo algo acima de mim, é outra cama. Deitada, olho para o lado e vejo mais uma cama, não é uma cama exatamente, é um beliche. Há pessoas deitadas neles. Me levanto, com um pouco de dificuldade. Ainda me sinto tonta. As paredes são brancas, o chão também; um quarto muito claro. Mais á frente vejo uma porta. Ao lado, há uma pequena cômoda amarela. No total, são dois beliches; quatro pessoas. Olho para trás e vejo uma porta. Á minha frente, tem uma garota loira no beliche de cima e uma menina de cabelos pretos no de baixo. Olho para ver quem está no mesmo beliche que eu, uma garota do cabelo castanho escuro. Sento-me na cama em que acordei, minha cabeça dói. O que faço aqui? Tenho que sair daqui. Levanto-me e vou em direção á primeira porta que eu tinha visto. Abro-a e encontro um lance de escadas, no fim das escadas, existe um outro cômodo. Desço as escadas com a mão na parede, me sinto zonza. Antes de chegar no final da escada, vejo uma sala pequena. Do lado esquerdo tem uma porta; no centro tem um sofá grande, para mais de quatro pessoas, virado para a parede. Do lado direito têm duas mesas, cada mesa com quatro cadeiras.

Desço o resto das escadas e olho pra direita, tem outra escada. De repente, lembro do que aconteceu antes de eu cair no chão. Minha mãe caindo no chão e meu pai tentando ir até ela. Sinto um peso na boca do estômago. Meus pais. Luke e Oliver. Como eles estão? Escuto passos e olho para trás. A menina de cabelos longos e pretos me olha assustada. Ela é mais baixa do que eu. É uma criança.

– Quem é você? – ela pergunta com a voz fraca. – Meu nome é Eve. Qual o seu nome? – Meu nome é Maggie. – O que fazemos aqui? – pergunto. – Eu não sei, acordei aqui há uns dias. – Ouço mais passos. As meninas que estavam no mesmo quarto que eu aparecem. Do outro lado, Oliver desce as escadas. Sinto meu corpo tremer. Corro até ele e o abraço. Abraçada á Oliver, abro os olhos e três garotos estão atrás dele. Solto Oliver e olho pros garotos. Um garoto moreno e alto, o outro é loiro, alto, de olhos escuros e um garoto de cabelo castanho e olhos verdes. – Todos acordados, que bom – diz uma voz, alta. Olhamos em volta, procurando de onde vinha a voz. Na parede de frente pro sofá, há uma imagem de um homem jovem, usando óculos. Ele sorri. Olho pro outro lado do quarto e vejo um pequeno aparelho preso á parede, que projeta a imagem do homem na parede oposta. Reconheço ele. Olho para Oliver. O mesmo levanta as sombrancelhas, sem entender nada. – Escolhidos! Sem medo – diz o homem, calmamente. – Eu me chamo Callum Jenkins, vocês me conhecem, é claro. – Ele revira os olhos. O irmão do Presidente. Como não saberíamos? – Por que nos trouxeram para cá? – pergunta o garoto moreno. – Vocês estão aqui para serem os Escolhidos, para nos ajudar num futuro próximo. – Queremos ir para casa – diz a garota loira. – Não poderão. Não se preocupem com suas famílias, não fizemos nada contra eles. Vocês serão nossos amigos, ou podemos piorar tudo para vocês. Um tremor percorre pelo corpo. Como amigos? Nos trouxeram aqui sem pedirmos e nem nada. O medo está estampado no rosto de todos nós. Seguro o braço de Oliver, minhas mãos estão geladas, mas ele não recua. Eu não consigo entender o que Oliver está pensando no momento. Oliver coloca sua mão sobre as minhas em seu braço e aperta carinhosamente. – Vocês serão mantidos aqui por uns dias. Os alimentaremos, é claro. Vocês serão treinados para nos ajudar. – Jenkins ajeita os óculos. – Passarão por duas etapas. Na primeira etapa, os treinaremos. E isso é importante para a próxima etapa.

– Quem é você? – ela pergunta com a voz fraca.

– Meu nome é Eve. Qual o seu nome?

– Meu nome é Maggie.

– O que fazemos aqui? – pergunto.

– Eu não sei, acordei aqui há uns dias. – Ouço mais passos. As meninas que estavam no mesmo quarto que eu aparecem. Do outro lado, Oliver desce as escadas. Sinto meu corpo tremer. Corro até ele e o abraço. Abraçada á Oliver, abro os olhos e três garotos estão atrás dele. Solto Oliver e olho pros garotos. Um garoto moreno e alto, o outro é loiro, alto, de olhos escuros e um garoto de cabelo castanho e olhos verdes.

– Todos acordados, que bom – diz uma voz, alta.

Olhamos em volta, procurando de onde vinha a voz. Na parede de frente pro sofá, há uma imagem de um homem jovem, usando óculos. Ele sorri. Olho pro outro lado do quarto e vejo um pequeno aparelho preso á parede, que projeta a imagem do homem na parede oposta. Reconheço ele. Olho para Oliver. O mesmo levanta as sobrancelhas, sem entender nada.

– Escolhidos! Sem medo – diz o homem, calmamente. – Eu me chamo Callum Jenkins, vocês me conhecem, é claro. – Ele revira os olhos. O irmão do Presidente. Como não saberíamos?

– Por que nos trouxeram para cá? – pergunta o garoto moreno.

– Vocês estão aqui para serem os Escolhidos, para nos ajudar num futuro próximo.

– Queremos ir para casa – diz a garota loira.

– Não poderão. Não se preocupem com suas famílias, não fizemos nada contra eles. Vocês serão nossos amigos, ou podemos piorar tudo para vocês.

Um tremor percorre pelo corpo. Como amigos? Nos trouxeram aqui sem pedirmos e nem nada. O medo está estampado no rosto de todos nós. Seguro o braço de Oliver, minhas mãos estão geladas, mas ele não recua. Oliver coloca sua mão sobre as minhas em seu braço e aperta carinhosamente.

– Vocês serão mantidos aqui por uns dias. Os alimentaremos, é claro. Vocês serão treinados para nos ajudar. – Jenkins ajeita os óculos. – Passarão por duas etapas. Na primeira etapa, os treinaremos. E isso é importante para a próxima etapa.

A projeção do homem na parede desaparece. Todos nos entreolhamos e ficamos calados. Tudo o que ele falou é muito confuso, minha cabeça dói. E os ajudarem com o quê? Sento-me na cadeira mais próxima, abaixo a cabeça com os punhos no colo. Minha mãe, meu pai, Luke e Faris, será mesmo que estão bem? Oliver se agacha ao meu lado e põe a mão sobre as minhas mãos entrelaçadas. O que querem conosco?

– Não importa o que acontecer, não vou deixar nada ferir você – sussurra ele. Solto uma das minhas mãos e aperto a sua com força. Alguém senta do meu lado. É a menina chamada Maggie.

– Por que estão fazendo isso? – pergunto para ela.

– Eu não sei – diz ela. As pessoas no quarto vêm até nós. O menino loiro e alto, dos olhos escuros oferece a mão em minha direção.

– Sou Mark. E vocês? – hesito. Olho para Oliver e ele arqueia as sobrancelhas na direção de Mark. Aperto a mão de Mark e em seguida ele aperta a de Oliver.

– Me chamo Eve – digo.

– Eu sou Oliver.

Eu soube o nome de todos. A garota magra, alta do cabelo castanho escuro se chama Lucy. O garoto moreno se chama Conor. Rose é a loira, alta, magra e têm uma expressão muito quieta. E um dos garotos, um pouco maior do que Oliver, o do cabelo castanho e olhos verde claro, seu nome é Dylan. Depois de conhecer todo mundo, dou uma olhada no cômodo. Oliver subiu ao quarto. Caminho em direção á única porta neste cômodo.

– Está trancada – diz uma voz ao lado. Viro o pescoço na direção da voz e vejo o tal Dylan sentado na ponta do sofá, com os cotovelos nos joelhos.

Ignoro-o e chego até a porta, não tem maçaneta. Com raiva, bato a mão na porta. Olho na direção de Dylan, onde imagino vê-lo rir de mim, mas ele não faz nada, só me olha e desvia o olhar pra parede á frente. Noto que acima há câmeras. Ótimo. Ando até uma das mesas e me sento, apoiando o rosto nas mãos. O que querem conosco? Oliver desce as escadas e vêm em minha direção. Ele senta do meu lado, com as mãos embaixo da mesa.

– Presos e vigiados – digo á ele. Ele fica triste.

– Não quero passar meus últimos dias aqui – sussurra ele. Sinto um nó na garganta. Logo quando eu ia aceitar, por ele, o fato de que não têm volta quanto á vida dele, somos aprisionados. Eu pego sua mão.

– Pelo menos estamos juntos – digo. Ele dá um sorriso torto.

– O que será que aconteceu com o pessoal lá em casa? – pergunta ele.

– Eu só espero que estejam bem. Sei que estão – digo, tentando conter o choro, abaixo a cabeça. Oliver aproxima sua cadeira da minha e me abraça.

Sinto-me cansada, mas não quero ficar longe de Oliver. Todos foram dormir, fico com Oliver no sofá. Abraçada á ele, penso em minha família, em todos do vilarejo. O pequeno Luke. Levo minha mão aos meus olhos. Estou com sono. Mas tenho medo de subir ao quarto e acontecer alguma coisa com Oliver, não sei quando tempo mais ele têm. Ele diz para eu não me preocupar, para eu dormir numa cama, que é mais confortável. Mas os braços dele são mais confortáveis para mim.

Subo as escadas. Que horas são? Como se isso importasse agora. Se minha família está bem, é provável que não estejam dormindo; devem estar uns consolando os outros. Suspiro. Entro no quarto e ouço soluços altos. Não está totalmente escuro, vêm uma luz de dentro da outra porta do quarto, que está entreaberta. A luz clareia o beliche de Maggie. Olho pra cima e Rose está deitada, com o travesseiro na cara. No outro beliche, na qual eu acordei, Lucy dorme tranquilamente. Como ela consegue dormir com os soluços de Maggie?

Deito-me no beliche. Maggie está chorando muito. Fecho os olhos com força. Como será que Brandon está? Argh! São tantas perguntas sem respostas ou respostas incertas. Não consigo dormir, por mais que eu tente, imagens dos meus pais, de Luke e de Faris aparecem. Ou estão sem ar ou estão se contorcendo no chão, com as caras horrendas. Limpo minhas lágrimas. Eu só quero sair daqui, quero minha família, minha vida de volta. Eles não podem estar me prendendo por que vi o pessoal do governo na floresta ou por que estive lá. Impossível. Oliver não fez nada para estar aqui também. Olho pro lado e vejo a pequena Maggie de bruços, cada vez soluçando mais alto. Quanto mais ela chora, mais vontade de chorar eu tenho. Levanto-me e caminho até seu beliche. Olho em volta e Rose está dormindo, Lucy está olhando para Maggie. Sento-me ao lado de Maggie e passo a mão em suas costas, ela vira o rosto totalmente vermelho e molhado e se senta.

– Quero minha mãe – diz ela aos soluços. – Quero meus irmãos. – Ela me abraça pela cintura. Dou leves batidas em suas costas e abraço-a com força, desejando não chorar.

– E-Eu... – Não posso prometer nada para ela. Não sei como viemos parar aqui, não sei se sairemos. – Calma. Você ouviu, eles estão bem. Vamos fazer o que eles querem e aí podemos voltar para casa – sussurro.

Maggie diminui o ritmo do choro. Conversamos um pouco, ainda abraçadas. Maggie têm dois irmãos, uma menina e um menino. A mãe dela trabalha como costureira e seu pai morreu. Ela não sabe do que ele morreu. Maggie disse que se lembra um pouco de seu pai, ela disse que os momentos com seu pai eram um dos mais felizes de sua vida. Eu a fazia falar de seu pai, ela parecia se esquecer onde estava, assim como eu. Maggie acaba dormindo no meu colo. Viro a parte do travesseiro molhado para baixo e com cuidado, ajeito-a na cama. Ela só têm doze anos, o que esse pessoal quer com uma criança inofensiva dessas?


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