Pov. Taylor Yatlin

Assim que Rufus acabou de falar, me dirigi direto para a área de camuflagem. Kymia tinha sido apresentadora de muitos tributos, e todos estavam preocupados demais com as armas do que com a própria vida. Decidi dar uma chance às alas de sobrevivência. Quem sabe quando vem a calhar?

Me sentei do lado da garota do Distrito 7 e ouvi pacientemente enquanto a moça nos explicava como nos camuflar diante de várias situações.

- Lama, pedregulhos e folhas. Com sorte, algumas flores. – Ela nos disse, enquanto pintava sua mão. – É isso que terão nas mãos enquanto o inimigo se aproxima.

Continuei por mais umas duas horas treinando a pintura. Estranhamente a mulher insistia para que usássemos tons mais escuros, fugirmos um pouco do cenário de floresta. Não entendi o motivo direito. Os Jogos não eram, em sua maioria, em locais mais naturais?

Levantei de lá, observando que a garota ruiva tinha um certo talento para se camuflar e que eu precisaria me lembrar disso depois, e me encaminhei para onde Jeff estava.

O moreno estava mirando uma adaga em um tipo de alvo que imitava uma maçã. Errava drasticamente em todas as tentativas.

- Não, não. Está fazendo errado. – Falei, pegando uma faca de cima da mesa. – Sinta como se a lâmina te entendesse, sabe? Não simplesmente e a jogue. Mire, confie em você mesmo... – Olhei para a maçã e atirei a arma, onde se cravou no ponto central.

Jeff olhou para mim com um misto de orgulho e convencimento.

- Certo, vejamos. – Ele pegou outra e mirou, demorando-se um pouco. Lançou e acertou ao lado da minha, no corpo da fruta.

- Já dá pra matar alguém por hemorragia interna. – Falei, fazendo careta. Ele riu e eu vi um brilho estranho passar por seus olhos. O garoto nunca quis me contar o real motivo de todos o acharem louco, embora eu implorasse.

Fomos passando rapidamente os olhos nas outras alas, observando como eram os outros tributos. Bem preparados, é o que eu diria. Claro, cada um em sua área, cada um com sua arma diferente, mas ainda sim preparados.

Na minha cabeça eu só pensava uma coisa: Eu não quero morrer.

Olhei para Jeff e dei um sorriso triste.

- Venha, vamos aprender a fazer armadilhas.