Pov. Sara Reynolds

 Assim que acordei no dia seguinte à festa, fui empurrada rapidamente para junto de Fred. Ele estava com uma horrível cara de cansaço, cheio de olheiras e com o rosto pálido.

 Pensei se estaria muito melhor que ele. Creio que não.

 - Não demorem, há muito o que fazer. – Berny, nosso estilista, disse, batendo palmas. Suspirei e enfiei um pouco de panqueca na boca, morrendo de sono.

 Fomos apressados incansavelmente durante o café da manhã. Aquilo estava me irritando já, mas eu tinha que manter a calma. De nada adiantava falar para esperarem mais.

 Terminei de tomar meu suco à caminho do banheiro. Berny me colocou deitada em um tipo de maca e, em um processo doloroso, arrancou os pelos pubianos, os de minhas pernas, braços, axilas... Eu sufocava o grito de dor a cada puxão que ele dava na cera quente.

 Minha pele estava supersensível quando terminou.

 Eu esperava de coração que aquilo desse algo bom no final. Esperava ganhar alguns patrocinadores depois de todo o sofrimento.

 - Distrito 9. – Ele murmurou, com uma prancheta na sua frente. – O que você lembra quando falam de grãos?

 - Por favor, não vai colar comida em mim, vai? – Perguntei, pensando em café, arroz e feijão em meu corpo.

 - Não. Claro que não. – Ele disse, mas pareceu cogitar a ideia. – De qualquer forma... – Falou, se focando outra vez. – Lembramos de fazenda. Eu pelo menos. E vamos explorar isso.

 - Vai me vestir de vaca? – Levantei uma sobrancelha.

 - Não é má ideia. – Ele disse, me fazendo fechar a cara. Berny riu mais ainda. – Não, vou te vestir de camponesa.