Mudando o Destino escrita por YoruNoKaze


Capítulo 7
Capítulo 7 - Amicus certus in re incerta cernitur.


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o capítulo sétimo.
Temos dois novos personagens históricos, indicados pelos nomes em negrito. A legenda está no final, mas, se preferirem, nada impede de lê-la antes do resto do capítulo... ^^
Os outros personagens de Naruto cujos nomes não estão em negrito representam personagens fictícios, e não históricos. E os personagens históricos que aparecem na história, porém não na legenda deste capítulo, podem ser encontrados na legenda do capítulo anterior!
Só mais um detalhe: as palavras escritas entre aspas simples, 'deste modo', indicam pensamento, ok?
Obrigada pela atenção, e boa leitura! xD



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“E assim chegamos aos tempos atuais...”



Cap. VIIAmicus certus in re incerta cernitur... /Amigo certo se conhece na hora incerta...



“Orochimaru tinha se tornado uma celebridade. Alguns meses depois, na sua festa de posse, compareceu toda a nobreza, além do Senado, mesmo a contragosto. Foi uma festa grandiosa, e, como em todo evento da elite, eu estava lá. Vi e ouvi tudo. Vi os senadores se embriagando. Tinha muita gente importante lá, o que me fez ficar atenta a todos os assuntos de debate. Falavam muitas inutilidades; no começo era até divertido, mas depois fiquei entediada. Decidi sentar e descansar um pouco, pois tinha dançado a noite toda. Achei um sofá vermelho que me pareceu muito confortável, ao lado de quatro pessoas que conversavam muito enfaticamente. Direcionei minha atenção aos meus pés, que estavam muito doloridos. Tirei os sapatos. Só então escutei a coisa que me trouxe a maior aventura da minha vida. Durante meses eu me amaldiçoei por ter escutado aquela conversa...



- E aí, Orochi! Então, quais são seus planos pra Roma?

- Eu vou conquistar a Gália – Falou mais para si mesmo do que para quem perguntou.

- Ah é? E o que você pretende com isso? – Perguntou, quase desmaiando de tão bêbado.

- Eu v...

- Sei lá! Só ganhar um pouco mais de popularidade né? – Respondeu um outro que se intrometera.

- O Jiraiya já sabe disso? – Perguntou a Tsunade, também já bêbada, porém séria – olha, você sabe que se você acabar mal, eu não to nem aí, mas o Jiraiya... ele é seu amigo! Ele se preocupa com você! – Dizia, levantando as mãos pro alto, tomando a atenção de todos.

- Ela tem razão, Orochi... na parte em que você vai se dar mal! – soltou uma gargalhada – Você sabia que os bárbaros da Gália têm um líder?

- Sabia sim... o tal do Naruto, certo?

- Dizem que ele é tão bom quanto o Jiraiya...

- Pare de falar asneiras, Lúcio! – Tsunade deu-lhe um sonoro tapa na nuca – Ele é ainda melhor que o Jiraiya!

- Tsunade! Isso doeu! – falava, massageando a testa, que batera na mesa, fazendo uma marca – Então Orochi... qual é o seu plano?

- Ah... se ele der uma de durão, eu faço o que fiz com o Namikaze... – deu um sorriso de canto de boca – E me disseram que inteligência não era o forte dele mesmo...



Aí eu fiquei curiosa. Eu já tinha escutado que Minato era seu adversário, mas... O que será que ele tinha feito com “o Namikaze”? Não pensei duas vezes; fui investigar. Decidi que descobriria o que realmente aconteceu. Perguntei a várias pessoas, todos me responderam a mesma coisa; disseram que ele simplesmente desistira da política. Mas eu não engoli essa história. Meu faro me dizia que havia algo mais...

Resolvi ficar atenta a tudo. Passei a prestar atenção a todas as conversas, mas ainda assim não consegui descobrir mais nada. Inconformada, fui dormir. Teria um dia cansativo de investigações no dia seguinte. Fechei os olhos, precisava descansar.

Mas não consegui dormir... estava muito ansiosa... coisa das pessoas curiosas. Levantei da cama e fui dar um passeio. Estava escuro, e eu cheguei a um corredor desconhecido do enorme palácio. Então ouvi duas vozes:



- Sasuke, querido, sente-se.

- Não é necessário. Eu só quero fazer uma pergunta.

- Então pergunte, meu caro. Mas pergunte sentado... – apontou para a cama.

- Você já tem um plano para vencer o líder dos bárbaros, Uzumaki Naruto, não é?

- Huhuhuhuhuhu... astuto como sempre... Sasuke-kun, não foi à toa que escolhi você para meu sucessor – A voz ia ficando mais aguda e divertida – Eu tenho um plano sim... unindo os meus exércitos com os de Jiraiya, posso fazer um cerco duplo do tamanho de uma cidade...

- Então é isso... você vai matá-lo?

Eu engoli seco.

- E porque não? Sasuke-kun... você é tão ingênuo... uhuhuhuhuhuhuh... por acaso você fez amizade com ele?

- Não. Eu só acho que ele daria uma bela arma política a seu favor se você o mantivesse vivo.

- É... pensando bem... confio na sua interpretação dos fatos. Olhe lá, hein, Sasuke-kun – sua voz ia ficando mais grave – se estiver me traindo, eu mato você!

- Eu não seria tão tolo. Mas me garanta que não vai matar o Uzumaki.

- Está bem, vou usá-lo a meu favor, mas só porque é você quem está pedindo... - Fez uma cara um tanto infantil, indicando que estava contrariado.

- Agora vou me retirar – falou, frio.

- Uma ótima noite para você também! – respondeu, sarcástico.



Ouvindo isto, vi uma sombra. Era ele. Se ele me achasse, eu certamente morreria. Corri desesperadamente na direção de onde vim, tentando chegar ao meu quarto. Mas meus pés estavam muito doloridos para agüentar uma corrida, e eu torci o tornozelo esquerdo. Fiz um tremendo barulho ao cair no chão. E Sasuke me ouviu. Enquanto eu me recuperava e tentava correr novamente, ele vinha atrás de mim. E perguntava:

- Quem está aí?

Eu tentava correr em uma direção agora indefinida, mas meus pés não me permitiam que eu chegasse muito longe. Então entrei em um outro corredor que não conhecia, esperando despistar o meu perseguidor. Fiquei parada por um tempo, esperando que ele passasse reto. Mas ele disse:

- Eu posso te ver. E como posso!

Entrou no mesmo corredor onde eu estava. Andava calmamente, a passos largos.

- Não adianta fugir. Eu vi que você torceu o pé e não vai muito longe.

Ao final do caminho, virei à direita. Bati em algo; era uma pessoa. Era definitivamente o fim. A pessoa me puxou pelo braço, e entrou por uma porta, antes que Sasuke pudesse sair do corredor. Aparentemente era um quarto, iluminado por algumas poucas velas. Eu nem ao menos sabia se fui salva ou condenada, mas a pessoa que me puxara vestia uniforme de soldado. Acendeu mais algumas velas. Pude visualizar uma cama, então sentei-me. O soldado aproximou-se e sentou-se ao meu lado. Quis perguntar-lhe o nome, mas fui interrompida por uma voz:

- Sasuke-kun, que alvoroço é esse?

- Nada. Tive a impressão de ter visto uma pessoa.

- Seu Sharingan falhou? Você só pode estar brincando...

- Não é de sua conta! – Resmungou. ‘Mas ainda descubro quem era ela... ’



Quando se calaram, respirei fundo. Iria tentar falar mais uma vez, mas antes que eu pudesse dizer algo, ele tocou levemente meus lábios com a ponta dos dedos, em sinal de silêncio. E, entendendo que eu queria respostas, sussurrou:



- Sou Inuzuka Kiba, guardião da elite. – Fiquei com medo. ‘Será que ele vai me matar?’ - Não precisa ficar assustada, mas eu quero te fazer algumas perguntas. – Vendo que a tentativa de me acalmar não fizera efeito, continuou – o que uma moça linda como você faz caminhando pelos corredores a essa hora?

- Eu... eu...

- Vamos, responda, ou terei que te entregar ao Sasuke-sama... – deu um sorriso maroto – não que eu não queira que você fique aqui...

- Eu estava sem sono, e decidi caminhar... – ele alargou o sorriso, me deixando ruborizada – e-eu não t-t-tinha a intenção... – comecei a acelerar as minhas palavras, quase não as pronunciando direito – d-de ouvir t-tudo... eu juro que não queria!

- Você nem imagina o quanto fica mais bonita quando está com vergonha. – voltou à expressão séria e disse – vou te ajudar, mas só porque não vou com a cara desse Orochimaru. Prometa-me que não contará sobre o que ouviu, e eu prometo não contar que te vi aqui. Está bem?

- S-sim, eu prometo, mas... você ouviu tudo aquilo também?

- Ah, ouvi sim... eu tenho ouvidos e olfato de cachorro! – riu-se do que havia acabado de falar.

- Então, agora eu...

- Shhh... fez sinal de silêncio. Você não pode sair agora, se é o que ia perguntar, ou vão te capturar. A essas horas todos devem estar em alerta.... fique aqui por enquanto. Prometo que não vou mexer com você... a não ser que você peça...



Soltou uma gargalhada. E eu estava confusa. Fiquei lá, sentada na cama, estática, pensando no quanto tinha sido sortuda em conseguir sair viva daquela situação. Até que acordei do meu transe com a voz do homem que me salvara:

- Ei! Vai ficar aí sentada a noite toda?

- Não...err... quero dizer... – virei para trás e me deparei com ele, sem camisa, em trajes de ir dormir – eu não sei onde...

- Ah, tah! – deu um largo sorriso – Pode dormir na cama! Sinta-se à vontade!

- Sério? Eu posso? ‘Imaginei que você se incomodaria em dormir no chão...’

- Claro que pode! A cama é grande, cabemos nós dois aí...

E deu uma gargalhada tão infantil e ingênua que eu não pude deixar de rir também.



Fui dormir. Queria encerrar logo aquele dia. Até o momento, nunca estive tão perto da morte. A adrenalina me fez sentir cansada. Então, eu fui dormir...



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-Ei, linda dorminhoca! Acorde... já amanheceu...

Abri os olhos. Demorei um pouco pra assimilar a situação. Era estranho acordar ao lado de um belo homem desconhecido que nem ao menos sabia o meu nome. Mas ele era o desconhecido mais bonito que eu já tinha visto em toda a minha vida. E a luz do dia me ajudou a enxergar isso mais claramente.

- Ah, desculpe, acho que dormi demais...

- Não, não foi sua culpa. É que os soldados começam a trabalhar muito cedo. – Fez uma careta, e deu pra ver que ele estava aborrecido; mas logo o semblante chateado deu lugar a um novo sorriso – a propósito... a mulher mais linda que já conheci por acaso não teria um nome?

- E-está falando de mim? – perguntei, levantando-me. Foi aí que me dei conta de que tinha acabado de acordar e, por isso, deveria estar um monstro...

- Oras, e de quem mais seria?

- M-me desculpe... s-sou Yamanaka Ino... – respondi, recompondo-me.

- Ei! É um nome estranho demais para uma moça linda como você...

- Senhor... err...

- Kiba.

- Isso! Senhor Kiba, por favor, não me galanteie desse modo, ou não terei coragem de sair daqui...

- Então, conceda-me mais alguns minutos de sua ilustre companhia... – Deu um passo à frente.

- Pedindo assim, eu não posso negar...

- Essa é a idéia...! – Deu outro passo, ficando tão próximo que eu podia sentir sua respiração.

- Eu... – ele aproximou sua face da minha. E eu pude sentir o toque dos seus lábios nos meus, acompanhado de um arrepio. Ele abraçou minha cintura, minhas pernas tremeram. Ele estava me beijando, assim, tão rápido? Não sabia como corresponder, então deixei que ele continuasse. Aquele beijo, tão doce no começo, acabava ficando cada vez mais ardente, mais possessivo, mais profundo. E eu estava encantada, a sensação era... entorpecente. Senti-me um tanto quanto sufocada. Afastei-o delicadamente de mim, pois precisava de ar. Ele ainda me abraçava pela cintura, então envolvi meus braços em seu pescoço. Aproximei-me novamente e inclinei a cabeça um pouco para baixo, unindo nossas frontes. Queria aproveitar aquele momento ao máximo. Eu podia sentir a respiração dele acelerar, tal qual a minha; era nosso primeiro beijo. Abaixei mais a cabeça, encostando-a aos ombros do Inuzuka numa espécie de abraço. Um abraço carente, como um pedido de proteção. Se eu pudesse, ficaria ali para sempre. Mas ele não podia.

- Ino, preciso ir... tenho trabalho. – Só aí me dei conta de que ele arriscou seu emprego, e talvez, sua vida, me salvando.

- Obrigada – sussurrei em seu ouvido. Fui me libertando aos poucos, um tanto contrariada. Quando cheguei à porta, ele me chamou:

- Ino! Se quiser voltar, estarei esperando.



Não lhe respondi, não sabia bem se aquilo era certo. Mas na volta, memorizei cada passo, cada escada. Não queria me perder. Eu voltei lá no dia seguinte; não só no seguinte, mas durante um mês inteiro eu voltei àquele quarto. Conversávamos sobre futilidades, segredos, sobre nossas vidas. Eu lhe levava comida, e acabávamos comendo juntos o café da manhã. Sempre que amanhecia, ele me esperava. Ríamos um pouco, e ele ia trabalhar. Até que um dia, resolvi visitá-lo à noite.



- Achei que você não viria! – cumprimentou da cama, sorrindo.

- Você ficou esperando?

- Ansiosamente...

- Oras, e por quê? – aquilo estava se tornando uma brincadeira.

- Porque você me trás frutas, e me faz companhia – riu um pouco antes de continuar – e porque eu preciso fazer um pedido...

- Se é sobre a nossa promessa, eu já disse que...

- Não, não é isso. Eu gostaria de saber se... se...

- Se?

- Se você se casaria comigo...

- ...

- Então, você aceita?

- É c-c-claro! E-eu adoraria!

- Então eu sou o homem mais feliz do mundo! – abriu um sorriso de orelha a orelha.

- E eu me sinto a mulher mais idiota do mundo quando percebo que estou admirando seu sorriso... que certamente é o sorriso mais belo do mundo...

- Você gosta? Então dorme essa noite comigo, e eu sorrirei por toda a vida!

- Me promete?

- O quê? Que eu vou sorrir?

- É.

- Se você ficar aqui comigo hoje, eu prometo. – enlaçou seus braços em minha cintura – Não poderia negar uma promessa à mulher que amo.

- E você me ama?

- Mais do que a mim mesmo.

- Eu acho que isso foi a coisa mais bonita que eu já ouvi... até merece um beijo...

- Então deixa comigo... – Dito isto, me beijou novamente. E desta vez, o beijo foi mais carinhoso que o anterior, mas ainda assim, expressava um desejo incontrolável, imperceptível... selvagem. Acariciou-me os cabelos, e depois os ombros, até que desceu pelos botões da enorme túnica que eu usava por cima da roupa comum. Despiu-me dela, e me conduziu até a cama. Eu dormi lá, durante aquela noite. E eu fui a mulher mais feliz do mundo..."



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Notas finais do capítulo

Legenda:



Uchiha Sasuke = Marco Brutus, filho adotivo de Júlio César.



Uzumaki Naruto = Vercingetorix, líder dos bárbaros gauleses.



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