O castelo era mais bonito por dentro do que por fora, havia flores espalhadas em cada corredor. Havia detalhes em ouro que pintavam as paredes brancas da academia. Era tudo lindo.

Victoria tinha me explicado que a academia Warlok foi criada para jovens renomados, mas com o passar dos anos serviu de abrigo para jovens especiais como eu e ela. “Mas, porque eu sou especial?”. Essa pergunta não saia da minha cabeça, e não descansaria até ser respondida.

Andávamos pelos largos corredores da academia Warlok, quando um grupo de garotos parou para nos cumprimentar.

Um deles era loiro e alto, atlético e tinha olhos verde-esmeralda; ele usava uma camiseta xadrez verde e uma calça jeans escuro. O segundo tinha cabelos escuros e olhos azuis, era um pouco menor, mas mesmo assim, bem mais alto que eu; ele usava uma camiseta roxa e calça jeans. O terceiro era ruivo, tinha olhos escuros e sardas; parecia ser o mais divertido e usava uma camiseta branca e uma bermuda xadrez azul. O ultimo usava uma calça jeans surrada e um moletom escuro, o capuz cobria metade da sua cabeça, por isso não vi a cor de seus olhos; mas seus cabelos eram negros, com certeza.

– Bom dia garotas. – O loiro falou. – Aluna nova, Lena?

– Sim, chegou já faz uns cinco dias, mas só saiu da enfermaria hoje. – Ela disse sorrindo. – Foi um Demian. – Ela sussurrou em seu ouvido.

– Prazer, Dylan. Dylan Demian. – Disse o loiro.

- Justin Hill. – O Segundo falou.

- Drake Martin. – O ruivo disse sorrindo.

- É um prazer. – O de capuz disse me olhando. Notei que usava óculos escuros, eu não ia descobrir a cor de seus olhos tão cedo. - Seth Collins.

- E então, qual seu nome? – O loiro voltou a falar.

– Bom, meus amigos costumam me chamar de Evvy. – Eu sorri.

– Então eu te vejo por ai, Evvy. – Ele piscou e deu um sorriso sem graça.

– Eu nunca disse que você era meu amigo, Dylan. Pra você é Evolet. Evolet Sutton. – Eu me senti poderosa nesse momento.

– Então, eu te vejo por ai, Evolet. – Ele disse enquanto ia embora acenando com a mão.

– Te vejo por ai. – Eu disse tentando esconder meu nervosismo. Senti-me ficando vermelha. – Vamos logo, Lena.

– Evvy! Meu deus! Você arrasou, ele gostou de você. - Disse Lena enquanto corria para me alcançar.

– Que seja, vamos logo. – Eu sorri. – Quero ver meu quarto.

– E você gostou dele, não é? – Ela disse me fitando. – Todas gostam dele.

– Eu não sei, talvez. – eu disse ficando vermelha. Lena riu.

– Dylan e Evolet sentados numa arvore, se beijando... – Ela ficou cantando por dois longos minutos.

Passamos pela sala de musica e pela de artes, passamos até por uma sala conhecida como ATA (Área de Treinamento Avançado, como Lena me explicou depois). Passamos pela sala de Aritmética e História Americana. Droga! Até aqui? Essa matéria deve me perseguir!

Havia uma porta de ouro maciço, ela ficava no fundo de um corredor sem saída. Em cima havia uma placa: A Sociedade Renegada.

– O que tem naquela sala? – Eu disse.

– Evolet, aquela sala é apenas para pessoas especiais. Mas, se eu fosse você, rezaria para nunca entrar lá. Acredite.

Minha curiosidade não havia se calado. Um dia eu ainda iria descobrir o que tinha naquela sala.

Estávamos virando o corredor da diretoria quando uma garota loira de olhos azuis nos parou. Junto a ela estavam mais três meninas. A primeira tinha cabelos castanhos e era bronzeada, tinha olhos verdes e usava um vestido laranja. A segunda parecia índia, tinha os olhos puxados e era morena, ela usava um vestido branco e um brinco de pena. E a ultima era japonesa, ela usava uma saia florida e uma blusa rosa escuro, e caia tão bem nela quanto na Sarah.

– O que a garota nova faz com essa perdedora? – Ela perguntou para as meninas atrás dela. – Até que você é bonitinha mesmo. – Ela disse passando a mão no meu cabelo e fitando meus olhos dourados.

– Você deveria começar a andar com a gente. – Disse a japonesa.

– Concordo. – Disse a índia.

– Meu nome é Hillary Turner. E você é? - Disse a loira, que parecia ser a líder do grupo.

– Evolet Sutton. E vocês são? – Eu disse. Por algum motivo, não tinha ido com a cara dessa menina. Lena estava quieta desde que nos encontramos com ela.

– Brianna Harris – Era a morena bronzeada que falava.

– Tifanni Parker – Disse a índia.

– Shannon Lee. – Disse a japonesa sorrindo.

– Não obrigada, na verdade, eu até prefiro ser uma perdedora. Agora eu tenho que ir. Lena ia me mostrar meu quarto. – Eu disse e passei no meio delas, como se fossem invisíveis. Eu me sentia ótima, pela primeira vez, não era eu a invisível.