POSSÍVEIS PASSADOS PARALELOS escrita por JMFlamel


Capítulo 29
O Voo Misterioso


Notas iniciais do capítulo

Uma esclarecedora conversa com Rudolf Hess leva Harry, Voldemort e vários amigos a uma gelada aventura a qual fornece respostas, mas também deixa perguntas.



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CAPÍTULO 28

 

O VOO MISTERIOSO

Os fatos revelados pela mensagem eram realmente de extrema importância e obrigavam Harry e Voldemort a retornarem à Inglaterra, a fim de buscar esclarecimentos com Churchill. Afinal de contas, por que ele jamais revelara nada sobre a viagem de Hess à Escócia? Chegara ao ponto deles julgarem que, naquela realidade, o terceiro homem na hierarquia do Reich não a tivesse feito.

Como não havia tempo para solicitarem um transporte, mesmo que fosse uma das rapidíssimas aeronaves de Doc Savage pilotada por Pat, teriam que utilizar um transporte mágico. Por sorte, tanto Harry quanto Voldemort possuíam um nível de poder suficiente para preparar uma Chave de Portal à prova de detecção e foi o que fizeram. Um prato da cozinha de Constance foi enfeitiçado, emitindo um brilho azul e tremendo de leve, assim que Voldemort pronunciou a fórmula “Portus”. Ambos seguraram o prato e, no momento certo, desapareceram em um redemoinho verde-azulado brilhante, rumo à Inglaterra.

—E agora, vamos ao Parlamento. Pode não ter sido intencional, mas temos que saber por que Churchill jamais mencionou Rudolf Hess e seu voo secreto.

—Tem razão, Harry. Primeiro, precisamos saber se ele está vivo ou não e o que revelou. _ disse Voldemort.

Desaparataram de onde estavam e surgiram em frente ao Parlamento, trajando seus uniformes militares e identificando-se na recepção.

—Tenentes Riddle e Potter, Ajudantes-de-Ordens do General Patton. Temos mensagens confidenciais para o Primeiro-Ministro Churchill. _ disse Harry.

A recepcionista conferiu suas identidades e chamou um soldado para acompanhá-los até o gabinete do Primeiro-Ministro. Em seguida, anunciou os dois oficiais.

—Potter, Riddle, que bom vê-los. _ disse Churchill _ Pensei que estivessem apoiando o avanço para Berlim ou coordenando as ações dos Maquis, para a libertação de Paris. O que houve?

—Na verdade, Sr. Primeiro-Ministro, orientamos os Maquis de modo que não teremos maiores problemas para libertar Paris. _ disse Harry.

—Inclusive, Sr. Primeiro-Ministro, chegamos mesmo a entrar no Comando e conversar com von Choltitz. _ disse Voldemort _ Ele nos garantiu que iria desobedecer as ordens de Hitler e que não destruiria a cidade. Lógico que tivemos que obliviá-lo, para que ele se esquecesse da nossa conversa. Mas sua decisão permanecerá e Paris não será incendiada.

—Isso é muito bom para todos nós, Tom. _ disse Churchill, tratando os dois com menos formalidade _ Mas deve haver um motivo bastante forte para vocês terem se deslocado da França para cá, tão repentinamente. O que houve?

A secretária trouxe café e chá. Assim que ela se retirou, os bruxos lançaram um Feitiço de Privacidade na sala e serviram-se.

—Algo que o senhor não nos disse, por segurança ou por distração. E que também não perguntamos por pensar que poderia não ter ocorrido nesta realidade, devido ao período de ocupação Nazista. _ disse Voldemort.

—Algo de que tomamos conhecimento graças a uma anotação que ficou perdida debaixo da escrivaninha de Kammler, não indo parar na lixeira e assim escapando de ser triturada ou incinerada. _ disse Harry.

—Mais especificamente, Mr. Churchill, por que o senhor nunca nos disse nada sobre o misterioso voo clandestino de Rudolf Hess para a Grã-Bretanha? Alguma razão especial? _ perguntou Voldemort.

—Na verdade, Tom, não há nada de tão dramático. Inclusive, Dumbledore tem conhecimento da presença de Rudolf Hess no país. Ele está sob a custódia da Inteligência e nos deu informações muito importantes, principalmente sobre as “Sonderwaffen”. Graças a ele, tivemos as primeiras informações sobre Der Riese, a base de onde vocês resgataram o Sr. Gerovinsky. Vou lhes contar desde o início.

Sentados nas poltronas, desta vez servindo-se de doses de Scotch, enquanto Churchill começou a contar a história.

—Em 10/05/1941, Rudolf Hess partiu da Alemanha em um voo solo, pilotando um Messerschmitt BF 110E-1/N, que ele havia mandado modificar para viagens de longa distância. Seu objetivo era chegar a um dos núcleos da Resistência na Escócia para se encontrar com o Duque de Hamilton, o qual ele supunha ser meu adversário político.

—Assim como na nossa realidade, com algumas diferenças, pois não havia Nazistas aqui. _ comentou Harry.

—Sim. Graças à invasão nos unimos todos, Douglas Hamilton não era meu adversário e havia recebido uma carta de Hess, escrita em setembro de 1940, mas que só foi recebida em maio de 1941.

—Até aí, não há diferença significativa entre o que aconteceu aqui e na nossa realidade. _ disse Voldemort _ Ele também se feriu ao saltar de paraquedas?

—Exatamente. Foi encontrado em Floors Farm, por um lavrador e levado ao Duque de Hamilton, que me contactou. Por sorte, Dumbledore estava comigo e desaparatamos juntos para lá. _ disse Churchill _ Estávamos prontos para interrogá-lo, a fim de saber por que ele havia feito aquilo. Dumbledore estava a ponto de utilizar Veritaserum, quando interceptamos uma comunicação de que Hitler o considerava um louco e um traidor e que qualquer rumor sobre uma proposta de paz deveria ser encarado como uma mentira.

—Bem semelhante aos fatos que conhecemos. _ disse Harry.

—Acontece que descobrimos que a missão era realmente uma proposta de paz, um acerto realizado somente entre Hitler e Hess, mas que havia sido descoberto por alguns altos membros do Reich, mais precisamente Speer, Göring e Goebbels. Vendo ali uma chance de ocupar o lugar de Hess, Göring tratou de torcer a situação a seu favor, queimando Rudolph com Hitler, aconselhando-o a considerar o voo de Hess como uma iniciativa própria e uma traição ao Reich.

—Acredito que, quando Hess tomou conhecimento desse fato, seu humor não deve ter ficado nada bom. _ comentou Harry _ Mas mesmo assim, Göring foi frustrado no seu intento. Quem ocupou o cargo de Hess foi Martin Bormann.

—Sem dúvida alguma, Harry. _ concordou Churchill _ A ideia de Hess e Hitler era basear os termos de um possível tratado de paz na sua superioridade bélica, consolidando assim sua vantagem e dissuadindo quaisquer ações da Resistência, sufocando o movimento. Mas ao saber da armação de Göring, ele ficou possesso e nos contou tudo o que sabia, nos deixando de queixo caído quando soubemos das “Sonderwaffen”. Então resolvemos escondê-lo, para sua própria segurança.

—Imagino que grande parte da raiva de Hess deve ter relação com o fato de Hitler tê-lo jogado aos leões, negando ter conhecimento do voo e afirmando que a iniciativa havia sido toda de Hess, expondo-o como se fosse um traidor e ficando como o “bonzinho” da história. _ comentou Voldemort _ No começo, chegamos a imaginar que o senhor estivesse omitindo informações de todos nós.

—Mas, como o senhor disse que Dumbledore também tem conhecimento, ficamos mais tranquilos. _ disse Harry.

—Certo, senhores. Querem conhecê-lo? _ perguntou Churchill.

—Sim, gostaríamos de conhecer o Sr. Hess. _ disse Harry.

—Em nossa realidade, eu era aluno em Hogwarts, quando ele realizou seu misterioso voo. _ disse Voldemort _ E sua morte foi, ou será seguida pela demolição de seu local de cativeiro, para evitar a veneração por parte de Neonazistas. Sim, será interessante conhecê-lo pessoalmente.

—Então, vamos. Vou pedir para a secretária vir limpar a mesa e então poderemos ir. Neonazistas. Quem diria que no futuro alguém iria se tornar admirador dessa monstruosidade. _ disse Churchill.

—Infelizmente sim, Mr. Churchill. _ disse Harry.

Quando a secretária entrou na sala, Harry tamborilava despreocupadamente com seus dedos no braço da poltrona. Em seguida, Voldemort reforçou o Feitiço de Privacidade na sala, também lacrando a porta com um potente “Colloportus”.

—Poderemos conversar com total tranquilidade, pois a sala está totalmente isolada. _ disse Harry _ E tenho certeza de que a senhora não apenas quer, como também precisa muito falar conosco, não é, Sra. Queenie Goldstein Kowalski?

A secretária quase deixou cair os copos, enquanto uma lágrima rolava pelo seu rosto.

—Como... como descobriram? _ perguntou ela _ E como foi que puderam bloquear minha Legilimência?

—Assim que a senhora entrou na sala para recolher os copos, percebi que estava tentando ler nossas mentes. _ disse Harry _ Então reforcei minhas barreiras de Oclumência, baixei o Ki e avisei o Tenente Riddle para fazer o mesmo, através de Código Morse.

—Na mesma hora, reforcei as defesas mágicas desta sala. Sente-se e fique tranquila, ninguém poderá entrar aqui ou sondar o interior. _ disse Voldemort.

—Salvamos seu filho do campo de prisioneiros que os Nazistas mantinham perto de Hogwarts. _ disse Harry _ Peço que nos deixe fazer algo pela senhora.

—Foram vocês que salvaram Moishe? _ perguntou Queenie _ Então é a oportunidade que tenho de agradecê-los, mas acho difícil conseguirem. Estou sendo obrigada a agir para Grindelwald.

—Com o que ele está lhe obrigando, Sra. Kowalski? _ Churchill estava curioso e perguntou _ Pelo que conheço de meios bruxos de coação, não deve ter sido Maldição Imperius.

—Mr. Churchill está certo. _ disse Harry _ Maldição Imperius a deixaria como que relaxada demais, parecendo até meio chapada. A senhora sequer saberia que está sob o domínio de alguém.

—Também não foi Extrato de Servidão, pois a senhora não poderia revelar o nome do Senhor do Servo. _ disse Voldemort _ De meios bruxos mais poderosos só resta o Voto Perpétuo.

—Não, Tenente Riddle. Não foi um método bruxo. Mas é tão poderoso como se fosse um. _ disse Queenie _ Ele tem um dos meus bens mais preciosos em seu poder e deixou bem claro que irá matá-lo se eu não fizer o que ele mandar.

—Espere, a senhora está querendo dizer que Grindelwald está mantendo Jacob Kowalski como refém? _ perguntou Harry.

—Exatamente, Tenente Potter. _ concordou Queenie _ E eu espionar tanto a Inteligência Militar quanto o Parlamento é o que o mantém vivo.

—Precisamos dar um jeito de resgatá-lo. _ disse Churchill _ É certo que ele está sendo mantido em Nurmengard.

—O senhor sabe sobre Nurmengard, Sr. Ministro? _ perguntou Queenie.

—Só o que Dumbledore me contou. Mas o melhor é que a senhora permaneça fazendo exatamente o que faz, passando informações para Grindelwald.

—Acontece que as informações serão selecionadas, operações de menor ou média importância, algo orquestrado para fazer com que Grindelwald se sinta seguro, pensando que não sabemos sobre a senhora. _ disse Harry.

—Enquanto isso, planejaremos uma operação de resgate, contando com o auxílio e o conhecimento de Dumbledore.

—Se Alvo Dumbledore estiver envolvido, será um bom plano. Mas talvez ele possa encontrar certa dificuldade para confrontar Grindelwald diretamente.

—A senhora fala do pacto de não-agressão? _ perguntou Harry.

—Sim, eu ouvi Grindelwald mencionar algo nesse sentido.

—É, talvez possa vir a ser uma dificuldade. _ Harry procurou proteger ainda mais sua mente, para que Queenie não soubesse que o feitiço de sangue havia sido desfeito e o pacto não mais existia. Grindelwald não poderia ter esse conhecimento, até que fosse o momento certo. Eles não poderiam correr esse risco.

—Então, Sra. Kowalski, continue fazendo o que faz e informando Grindelwald. Logo que possível tentaremos libertar Jacob. _ disse Churchill _ Vamos deixar tudo preparado para que ele não suspeite.

—Pelo que sabemos, sua Legilimência supera a dele. Mas poderemos reforçar sua Oclumência. _ disse Voldemort _ Por sorte tenho grande experiência nessa área e poderei ajudá-la, com algumas sessões intensivas. Assim que retornarmos, poderemos dar início.

Entraram em um carro oficial do Ministério e saíram da área urbana de Londres, entrando em uma pequena fazenda.

—Ele está aqui? _ perguntou Voldemort _ Este lugar não se parece nada com uma instalação prisional.

—As aparências podem enganar, Tenente Riddle. _ disse Churchill, desembarcando e convidando os dois a fazerem o mesmo.

Entraram pela porta da sala e, depois de cumprimentarem o fazendeiro, na verdade um oficial da MI-5, abriram um armário de vassouras, no qual entraram. O elevador os conduziu vários andares abaixo até que as portas se abriram, deixando ver um corredor fortemente guardado. Seguiram por ele até uma área de celas especiais. Pararam em frente a uma delas e identificaram-se à sentinela, que os deixou passar.

O interior da cela era como um pequeno apartamento, mobiliado de forma sóbria, porém elegante. Por prevenção a vigilância era constante, através de câmeras providenciadas pela tecnologia de Doc Savage. Assim qualquer tentativa de suicídio poderia ser impedida. Seu ocupante estava sentado em uma poltrona, lendo um livro. Ao perceber que tinha visitas, marcou a página e o fechou, levantando a cabeça e olhando para os recém-chegados.

Mr. Churchill. A que devo a honra da visita do Primeiro-Ministro? E o senhor veio acompanhado. Quem são esses jovens Tenentes?

—São Ajudantes-de-Ordens do General Patton, Herr Hess. Tenentes Potter e Riddle. _ disse Churchill _ Quando souberam que o senhor estava aqui, manifestaram o desejo de conhecê-lo.

—Interessante, o “Velho Sangue e Tripas” com ingleses como Ajudantes-de-Ordens. Só falta terem alguma relação com aquele bruxo que ajudou nas defesas desta instalação, Alvo Dumbledore.

—O senhor acertou, Herr Hess. _ disse Voldemort _ Quando soubemos que o senhor estava aqui, insistimos para que Mr. Churchill nos apresentasse.

—E também gostaríamos de agradecer por suas informações. Graças a elas, conseguimos desmantelar a operação Nazista em Ludwigsdorf. _ disse Harry, cumprimentando Rudolf Hess _ Mas parece que retiraram quase tudo, inclusive o maldito “Sino”.

Scheiβe. _ murmurou Hess, entredentes _ O maldito Kammler mandou retirar tudo de lá, então. Não, senhores, a operação não foi inteiramente desmantelada. Eles apenas mudaram de local e poderão prosseguir sem que ninguém os incomode.

—Então só há um lugar para onde eles poderiam ter mudado a operação. E com a ajuda de Grindelwald e da Drachenwache, deve ter ficado mais fácil. Kammler recebeu ordens de Hitler para retrair para uma base à qual se referiram como “Erebus”. _ disse Harry.

—Mas nós sabemos que o vulcão “Erebus” não fica na área de direitos de defrontação correspondente à Alemanha. _ disse Voldemort _ O codinome da base deve ter sido escolhido apenas porque o vulcão fica na Antártida, portanto é mais provável que ela esteja localizada em...

—... Neuschwabenland. _ completou Harry, enquanto Hess concordava com um aceno de cabeça, sorrindo levemente.

—Exato, senhores. A base fica em Neuschwabenland. E nela há mais coisas que eu ainda não revelei ao senhor, Mr. Churchill. _ disse Hess.

—É possível que seja algo que os Tenentes Potter e Riddle chegaram a comentar, os veículos aéreos ultra-avançados, os tais...

—... “Haunebu”. _ disse Hess _ O que já foi tido como naves de outro planeta, “Discos Voadores”. Era algo que Hitler pretendia usar como último recurso, quando já estivessem dominando o uso daquela substância, o “Mercúrio Violeta”. Quando eu vim para a Grã-Bretanha, as pesquisas estavam em fase inicial, logo que obrigaram aquele tal de Gerovinsky a colaborar.

—Parece que avançaram, mesmo que tenhamos resgatado Gerovinsky e as anotações que Arashikage Tomoyo-san fez. _ disse Voldemort.

Herr Hess, muito obrigado pela oportunidade de conhecê-lo e saber algo mais sobre as Sonderwaffen. _ disse Harry, depois que Hess contou o que ele sabia sobre as experiências de Kammler e Grindelwald.

Os três saíram da instalação e seguiram, rumo a Londres. Havia mais planos a serem traçados.

—Pelo que Hess nos informou, é bem provável que seja preciso enviar um contingente a Neuschwabenland. _ disse Churchill _ Pode ser um problema, porque fica difícil desviar efetivos, o avanço a Berlim é uma verdadeira corrida contra os soviéticos. Ainda bem que os movimentos de Resistência dos diversos países estão ajudando a retardá-los.

—Eles tiveram o conhecimento do que será viver sob um regime comunista, Mr. Churchill. _ disse Harry _ E talvez não seja preciso deslocar um grande contingente. Creio que poderia ser uma boa missão para nós e para o Comando Selvagem.

—Pois sim, talvez os malucos do Sargento Fury sejam a solução. Doc Savage poderia fornecer um transporte rápido. E estou certo de que há uma pessoa que não pensaria duas vezes para se voluntariar como piloto. _ disse Voldemort, sorrindo.

—Muito engraçado. _ disse Harry _ Só não esqueça que precisamos estar de volta a tempo para concluir a “Operação Proposta Indecente”.

—Então teremos que partir logo. _ disse Voldemort _ Os Selvagens devem estar em algum lugar entre Arnhem e a fronteira entre a Holanda e a Alemanha, fazendo a festa com o “Panzerkampfwagen”.

—Vamos propor uma mudança de ares, então. _ disse Harry _ Depois a gente diz a eles que serão ares gelados.

—Vamos utilizar a sala de rádio da MI-5. _ disse Churchill, enquanto o carro avançava em direção a Blenheim Palace— Creio que o aparelho tem potência suficiente para alcançá-los no front. Parece que o avanço está satisfatório.

—Perfeito. _ disse Voldemort _ Avisar o Comando Selvagem e também Doc Savage. E depois, Neuschwabenland. Vamos atrás da lendária “Base 211”.

Após chegarem a Blenheim Palace, foram à sala de rádio e entraram em contato com as unidades no front leste, descobrindo que o Comando Selvagem estava incorporado ao 9º Exército Americano, que deveria prosseguir em direção ao Rio Ruhr, pela Floresta de Hürtgen.

—E agora? _ perguntou Voldemort _ O uso do “Panzerkampfwagen” no avanço para o Ruhr será muito útil e irá evitar a perda de dezenas de milhares de vidas.

—Os Selvagens deverão treinar uma equipe substituta no manejo do “Panzerkampfwagen”, principalmente o Canhão de Pulso Sônico. _ disse Harry, fazendo planos _ Eles deverão nos esperar, para que viajemos a Neuschwabenland, assim que o transporte de Doc Savage chegar.

Outra Chave de Portal e eles logo estavam no local do acampamento do 9º Exército, onde Nick Fury e o Comando Selvagem esperavam pelos dois bruxos.

—Harry, Tom, sejam bem-vindos às nossas instalações. Estávamos esperando por vocês. _ disse Fury _ Prevendo alguma necessidade, já estávamos treinando uma nova equipe para o “Panzerkampfwagen”.

—Será muito importante, para evitar que os soviéticos cheguem primeiro a Berlim. _ disse Voldemort _ Já disseram a vocês para onde iremos?

—Já. E mesmo que não tivessem dito, só os uniformes que nos pagaram já deram a pista. _ disse Dugan _ Estou vendo que vamos congelar os traseiros.

—É verdade. E parece que nosso transporte já está chegando. Vamos lá, para embarcar. _ disse Harry, ouvindo o som característico dos motores da gigantesca aeronave de Doc Savage.

Assim que a asa voadora cor de bronze pousou, a porta de carga se abriu e a equipe embarcou. Depois de acomodarem o equipamento, dirigiram-se à cabine de comando, onde o piloto já dava início aos procedimentos de decolagem.

—Olá, Harry. _ disse o piloto _ Sinto se não sou quem você estava esperando.

—Cliff? Ou melhor, Capitão Secord? _ perguntou Harry, ao ver as platinas no macacão de voo do seu amigo _ Parabéns pela promoção.

—Ah, sim. Parece que estavam precisando completar a cota de Capitães e então alguém se lembrou de mim.

—Conversa, estou certo de que a sua promoção só pode ter sido por merecimento. _ disse Voldemort, prestando continência e cumprimentando Cliff.

—Para vocês, será sempre “Cliff”. _ disse o “Rocketeer”, atento aos controles da aeronave. _ Fique tranquilo pois você vai ver Pat mais rápido do que pensa, Harry.

—Engraçadinho. _ disse Harry, sentando-se e afivelando o cinto, enquanto a asa voadora decolava _ E quanto ao reabastecimento? Mesmo com a grande autonomia deste pássaro, não dá para esquecer que a Antártida fica beeeem longe.

—É mais uma das coisas nas quais Doc pensou. Bem, vamos seguir o curso traçado e logo vocês verão.

A potente aeronave deslocava-se com grande velocidade, rumo ao Sul. Já haviam ultrapassado a Linha do Equador e estavam sobre o Atlântico Sul, aproximando-se do Trópico de Capricórnio. Foi quando o indicador de combustível começou a sinalizar.

—Cliff, o combustível está baixo. _ disse Voldemort.

—Estou sabendo, Tom. _disse Secord _ Vejamos, creio que o sinal deve aparecer na tela do radar a qualquer momento... sim, aqui está. Vamos corrigir a rota e já, já estaremos chegando.

—Chegando onde, Capitão? _ perguntou Fury _ Estamos no meio do Atlântico Sul. Vamos pousar em algum navio porta-aviões?

—Calma, Sargento Fury. _ disse Cliff _ Porta-aviões, sim. Mas não um navio. Vejam.

Em meio às nuvens, via-se uma descomunal estrutura, sustentada por quatro enormes turbinas que giravam continuamente, dentro de seus respectivos casulos, mantendo no ar aquele porta-aviões aéreo. Cliff diminuiu a velocidade e baixou os trens de pouso. Logo a asa voadora tocava a pista e freava, finalmente parando. A tripulação e os passageiros desembarcaram e foram para o deque de observação enquanto o avião era reabastecido, onde foram recepcionados por Doc e Pat, que serviram generosas canecas de chocolate quente.

—Gostou da surpresa, Harry? _ perguntou Pat, dando um abraço e um beijo no bruxo.

—Estou impressionado, Pat. _ disse Harry, correspondendo ao beijo e depois tomando um gole de chocolate _ Para sustentar tudo isto a fonte de força não pode ser qualquer coisa. Doc descobriu como utilizar o “Mercúrio Violeta”, não foi?

—Exatamente, Harry. _ disse Doc _ Com as anotações de Gerovinsky, conseguimos sintetizar tanto o “Mercúrio Violeta” quanto o “Mercúrio Vermelho”, como fontes de energia.

—Os Nazistas dariam um braço para poderem utilizar os isótopos sem os efeitos adversos. _ disse Voldemort.

—E é por isso que ninguém jamais deve saber que conseguimos, Tom.

—Um porta-aviões aéreo. Que ideia interessante. _ disse Fury.

O reabastecimento foi concluído e a equipe embarcou novamente na asa voadora, desta vez acrescidos de Doc e Pat. Conforme iam avançando para o Sul, a temperatura ia caindo sensivelmente mesmo com o sistema de aquecimento, obrigando-os a vestirem os agasalhos que levavam. Secord executou uma curva para a direita e passou a voar a baixa altitude, a fim de evitar o raio de ação dos radares de Neuschwabenland. Sobrevoando o Mar de Weddel, logo ultrapassaram a Banquisa Ronne, completando a curva de modo a se aproximarem, ainda a baixa altitude, pela Terra da Rainha Maud.

Pousaram em uma planície de neve e gelo, distante o suficiente para não serem detectados, inclusive utilizando métodos de ocultamento desenvolvidos por Doc e os “Cinco Fabulosos”, tornando a aeronave cor de bronze em um gigantesco camaleão, confundindo-se com o ambiente de forma perfeita.

—Certo, iremos pegá-los pelos fundos. _disse Fury _ Mas como iremos nos deslocar com rapidez até o PRPO (Ponto de Reunião Próximo ao Objetivo)?

—Vamos ao compartimento de carga. _ disse Doc, conduzindo a equipe até onde estava o equipamento _ Acho que irão gostar do que vão ver.

No compartimento de carga, vários veículos estavam enfileirados. Tinham o aspecto de motocicletas, mas possuíam esquis na frente e lagartas atrás.

— “Snowmobiles”. _ disse Harry _ Realmente, sua tecnologia é bastante avançada para esta época, Doc.

Achei que seriam úteis, para uma aproximação rápida. São um aperfeiçoamento dos que desenvolvemos há uns dez anos. Creio que poderemos nos aproximar e os Nazistas só irão perceber quando for tarde demais. _ disse Pat.

Montaram nos “Snowmobiles” e percorreram a distância que os separava da entrada da lendária “Base 211”. A cerca de uns quinhentos metros, pararam.

—Vamos dar um susto neles, Harry? _ perguntou Doc.

—Por mim tudo bem, Doc. _ concordou Harry _ Mas como?

—Aperte o botão verde do painel, ajuste o ângulo e a distância. Então, aperte o botão vermelho e se prepare para a festa.

Não só Harry, mas todos fizeram o mesmo. Um silvo uníssono, vários rastros de fumaça e as defesas externas da base foram pelos ares. Os potentes morteiros dos “Snowmobiles” fizeram bem o seu serviço.

Deixaram os “Snowmobiles” a uma distância segura para a exfiltração e adentraram a base, pegando de surpresa a guarnição de serviço. As comunicações foram cortadas, para impedir que fosse dado o alarme, mas nem foi preciso. As explosões se encarregaram disso.

—O caminho para os alojamentos! _exclamou Monk, disparando uma rajada de submetralhadora.

—Deixem comigo. _ disse Falsworth. Uma mochila cheia de explosivos e um tiro certeiro. Logo o corredor estava totalmente bloqueado por escombros.

—Temos que alcançar o centro de comando! _ exclamou Fury, correndo entre cerca de uma dúzia de Haunebu, pousados no hangar.

CUIDADO, FURY! VORTEX!!!” _ o Feitiço de Ciclone de Harry fez com que cinco soldados SS saíssem rodopiando pelo ar, sem conseguirem atingir Nick Fury e Morita _ Vejam! Kammler está no centro de comando!

—Parece que vão acionar um...

—... SISTEMA DE AUTODESTRUIÇÃO!— exclamou o Major “Long Tom” Roberts _ Parece que já estavam planejando fugir e deixaram pouca gente para trás!

Com efeito, um zumbido ensurdecedor precedeu o deslocamento de dezenas de Haunebu, que levantaram voo e desapareceram no céu antártico. Para não deixarem nada para trás, Kammler estava acionando as chaves de um sofisticado sistema que deixaria tudo em pedaços.

—Ah, mas não vai mesmo! _ exclamou Voldemort, enquanto Kammler praticamente voava pelo corredor, rumo a outra sala. Um grupo de uns dez membros da Drachenwache cobria sua fuga, mas eles não estavam preparados _ “VERTIGO!!!

O Feitiço de Vertigem de Voldemort desorientou os bruxos, inclusive fazendo com que disparassem feitiços letais neles mesmos.

—Você os desorientou, Riddle? _ perguntou Roberts.

—Sim, Major. _ confirmou Voldemort _ O senhor é o especialista em eletrônica do grupo de Doc Savage. Pode desativar a autodestruição da base?

—Posso, se tiver tempo. _ disse Roberts.

—Vamos lá, então. _ disse Voldemort _ Vou lhe providenciar tempo.

Na sala de controle, “Long Tom” e Voldemort identificaram o painel do sistema de autodestruição e prepararam-se para trabalhar.

—Quanto tempo pode me conseguir, Riddle? _ perguntou “Long Tom”.

—Uns dez minutos. _ respondeu Voldemort _ Será suficiente?

—Dá e sobra. _ respondeu “Long Tom”, com um sorriso.

—É já. “HABITUS BULLA!” _ uma poderosa Bolha de Estase cercou a sala, enquanto o Major Roberts trabalhava no sistema de autodestruição.

Perseguindo Kammler, Harry teve que neutralizar soldados da SS e bruxos da Drachenwache, alguns de forma permanente. Em um ponto do corredor, viu que Kammler entrou em uma sala e imediatamente o seguiu. Na sala, Kammler entrou por uma porta reforçada, que se fechou automaticamente assim que ele passou por ela. Havia um grosso vidro, provavelmente plumbífero, separando as duas salas e Harry ficou de queixo caído ao ver o que estava na câmara. Kammler havia acabado de entrar no Sino e já havia outra pessoa dentro dele e Harry se perguntou: “Seria quem eu estou pensando”?

Mas não teve muito tempo para se perder em pensamentos, pois o Sino começou a girar e o bruxo foi ficando tonto e sentindo um desagradável gosto metálico na boca. Vendo uma cabine, julgou que fosse para proteção e se jogou para dentro dela, fechando a porta e logo se sentindo melhor. Viu um brilho por uma fresta, que em seguida cessou. Achando que já era seguro, abriu a porta e saiu. Não se sentiu nada tonto e então olhou para a câmara onde estivera o Sino. “Estivera”, pois a câmara estava vazia. O Sino desaparecera, levando com ele Kammler e o outro passageiro.

Na outra sala, Voldemort e Roberts haviam terminado o trabalho. O Major desativou o sistema de autodestruição e removeu os detonadores. Voldemort suspendeu a Bolha de Estase e os dois saíram da sala de controle. A “Base 211” não explodiria e muitos dos segredos das “Sonderwaffen” estavam à disposição de nossos amigos.


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