Alexithymia escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 6
Capítulo 05 — Distração.


Notas iniciais do capítulo

Ok... eu falei que vinha postar só se tivesse muitos comentários, e não teve, but... here I am. Obrigada a quem vem comentando e tal... é sempre bom ler o que você falam kkkkkkk ♥ e quem não vem comentando, nunca é tarde demais, ok? O que eu quero dizer é que eu to ficando desanimada com Alex... psé. E ah, sexta eu posto mais, ok?



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Vesti-me o mais simplesmente possível, trocando a calça-jeans e colocando uma blusa larga que eu geralmente usava quando estava em casa. Não tão larga quanto às de Riley ficava em mim, mas larga o suficiente para eu parecer uma tábua — e isso era uma coisa ótima. Eu não queria que Edward notasse em nenhum pedaço de mim, queria cegá-lo só para ele não o fazer.

Eu passara à tarde quase toda adormecida ao lado de Riley. Passava algum filme de ação na tevê e mesmo assim, quando me lembrei de que tinha esse maldito jantar para ir, meu humor reluzente pelo sono da tarde, caiu para o sombrio o qual eu estava acostumada a ter quando se falava em Edward. Eu queria matá-lo só para não me sentir assim.

Talvez fosse anormal ter esses pensamentos, talvez não fosse saudável, talvez fosse assustador para algumas pessoas, mas eu não me arrependia. Eu tinha me acostumado a pensar coisas ao meu favor — e quando ele chegou a minha vida — e a de Riley e isso que eu estava pensando visava o meu bem maior. Se Edward não existisse, os pensamentos sumiriam.

Eu estava sem palavras para descrever o enorme e sufocante ódio que eu ainda sentia por ele. Suspirei à frente do espelho ao soltar meu cabelo e notar que as pontas estavam cacheadas de um modo que era… legal demais para esse maldito jantar. No entanto eu infelizmente não podia prendê-lo novamente porque — eu tinha aprendido isso com o tempo — ele tinha que respirar e tudo que ele menos fez hoje foi respirar.

— Desista, Bella — Riley murmurou casualmente, passando os braços pelo casaco escuro — Você não consegue ficar menos bonita.

Eu adorava quando ele adivinhava o que eu estava pensando.

— Será que… — Comecei, sorrindo maliciosamente — você não pode inventar uma desculpa para tapear os dois lá? Eu quero fazer tudo menos ir nessa merda. Eu não suporto o Edward, Riley! — Gemi desgostosamente, querendo mais do que tudo que ele dissesse sim.

Ele negou com o rosto. Sorri amargamente para o chão, sabendo que teria que usar o método de emergência o qual era utilizado sempre que eu queria distrai-lo de alguma coisa. A verdade era que eu também acabava me distraindo no final de tudo.

— Não — Riley disse quando eu me aproximei. Ah, qual era? Fazia alguns meses que esse método de distração não era usado, não tinha como ele prever o que eu iria fazer. — Você não vai conseguir me distrair hoje, Bella.

— Por quê? — Questionei, franzindo meu cenho.

Aproveitei para me aproximar mais dele quando Riley olhou para os meus lábios. Quando ele ia falar mais alguma coisa, enrolei meus dedos em seu casaco e o trouxe para mais perto de mim, ficando nas pontas dos pés para poder colar seus lábios nos meus. Fui acolhida sem hesitação nenhuma da parte ansiosa dele. Ele nem parecia um resistente do tanto que suas mãos me prenderam onde eu estava.

Sorri involuntariamente contra seus lábios, deixando minha língua se entrelaçar com a sua. Quase sorri de novo ao perceber que ele estava andando na direção da cama, mas não pude me conter quando eu caí por cima dele na mesma. Apoiei uma mão em seu peitoral e me acomodei melhor em seu colo, apertando seu cabelo entre meus dedos.

Ferozmente, ele se levantou comigo em seu colo e enterrou seu rosto em meu pescoço, beijando-o e me fazendo perder o ar sempre que ele deslizava o nariz pela curva de meu rosto até minha orelha. Meu ponto fraco. Deslizei minha mão para dentro de sua camisa, tocando seu abdômen perfeito com as pontas de meus dedos. Ele estava quase tão quente quanto o meu rosto — e não, fazia alguns anos que o meu rosto quente significava de algum modo vergonha quando eu estava com Riley.

Deslizei a mão para suas calças, desabotoando o único botão que tinha nela. Ganhei — pensei com um sorriso de orelha a orelha.

— Isabella. — Ele me parou com a voz entrecortada.

— Shhh.

Puxei seu rosto novamente para o meu e capturei seu lábio superior no meio dos meus, pressionando meu corpo ainda mais contra o seu que reagiu de modo instantâneo. Ele se empurrou para frente e eu fechei meus olhos com força, tombando meu rosto contra o seu ombro. Ao contrário do que eu pensava, Riley infiltrou sua mão por minha blusa, deslizando os dedos por baixo de meu sutiã. Tentei arranjar fôlego para levantar meu rosto e beijá-lo como eu estava fazendo antes, porém seus dedos em minha carne e seus lábios em meu pescoço eram a combinação perfeita para que eu perdesse o mínimo do controle que eu ainda possuía. Apertei minhas pernas ao redor de sua cintura e ele arfou contra o meu pescoço.

— Be-lla — Riley silabou sussurrando quando mexi meus quadris contra ele.

Nossos lábios voltaram a ficar juntos quando o ar estava parcialmente dentro de nossos pulmões mais uma vez e eu deixei um suspiro escapar entre os mesmos quando as mãos de Riley cobriram minhas coxas, subindo as mãos por minhas costas e me pressionando contra seu corpo com força. Era impossível estarmos mais juntos do que já estávamos e mesmo com essa concepção, inclinei-me mais para frente, prensando nossos lábios com mais força.

Distribui beijos por seu pescoço e rosto, frustrada ao perceber que ele ainda estava de camisa e casaco. Riley me parou quando eu tentei livrá-lo daquilo.

— Você é uma peste mesmo. — Ele sussurrou, a respiração entrecortada, os braços ainda firmes ao meu redor. — Apesar de ser o que eu mais quero fazer agora…

— Por que não faz?

Ele sorriu tortamente.

— Quero que seja mais sociável.

— Não — Gemi, apertando meus dedos em seu cabelo mais ainda. — Eu estou sendo muito sociável aqui… com você… na cama…

— É quase impossível resistir quando você está falando desse jeito. — Riley colocou uma mecha do meu cabelo que, por suas mãos, ainda estavam bagunçados, atrás da minha orelha direita. — Temos a noite toda para fazer isso. A noite toda. — Ele destacou.

— Por que deixar pra depois o que se pode fazer agora? — O indaguei sorrindo quando vi seu sorriso malicioso e torto ao mesmo tempo. — Tudo bem, tudo bem, eu desisto. — Levantei minhas mãos em sinal de rendição e beijei seu queixo levemente antes de me levantar do seu colo.

Deitei-me ao lado de Riley para recuperar minha respiração e me recompor. Ele estava de olhos fechados quando eu me virei para ele e com um sorriso peralta, apoiei-me em meu cotovelo e observei sua respiração se tornando regular na medida em que o tempo passava.

— Eu te afeto tanto assim?

— Você sabe bem o quanto. — Ele disse.

Sorri em sua direção e esperei com paciência meu coração parar de bater tão rápido. Riley se recuperou alguns segundos antes que eu, sorrindo para mim com uma ponta de escárnio em seus lábios. Eu sabia bem o que ele estava pensando: Eu que tinha começado e eu mesmo assim eu era a última a me controlar. Eu sabia, sempre era assim.

Aquilo era uma coisa que, desde a faculdade, eu possuía. Sim, tínhamos demorado bastante para irmos para cama — porque, apesar de estarmos namorando há algum tempo, eu ainda tinha medo que acontecesse a mesma coisa que aconteceu com Edward. Ficamos bastante na fase do amasso todo dia e toda hora, todo o lugar.

Perdemos tanto tempo nessa bobeira… Eu me arrependia de quase todos os meus temores burros, claro, tínhamos perdido tanto tempo que eu quase me batia ao perceber que ele poderia ter corrido para outra garota e me deixado de primeira quando percebeu que eu era problemática. Mas Riley sempre estava além das expectativas normais que se deve ter sobre um cara — fora isso que me fizera ceder tão facilmente.

Suspirei quando eu dei um jeito no meu cabelo e percebi Riley me olhando.

— O que eu não faço pra você conversar com alguém, não é?

— Eu poderia muito bem conversar com Alice sem ser no apartamento dela, você sabe. — Minha voz era cansada assim como eu me sentia. — Eu detesto o Edward, não suporto ver a cara dele na minha frente, mas ainda assim você age como se não percebesse.

— Não é que eu não perceba. No restaurante eu só… sabia que você conhecia a Alice. Vi uma foto de vocês duas dentro de uma caixa que você nunca mexe… Pensei que talvez você fosse se alegrar em falar com alguém sem ser eu.

Virei-me para ele com as sobrancelhas erguidas e sorri, revirando meus olhos.

— Eu sou alegre o suficiente falando somente com você. — Seu rosto era macio sob o meu toque e foi impossível não sorrir largamente quando ele inclinou o rosto na direção de minha mão. — De qualquer jeito, obrigada por se preocupar com a minha saúde mental. Ela só está intacta por causa de você.

Riley balançou o rosto em desaprovação por minha impertinência e sorriu, jogando um braço ao redor de meu ombro e enterrando seu nariz em meus cabelos.

— Você está pronta? — Perguntou-me.

— Sim. — Suspirei.

Ele deu um beijo estalado em minha bochecha e se inclinou para sussurrar em meu ouvido:

— Não se preocupe, Bella, terminaremos o que você começou quando chegarmos.

Alice sorriu largamente assim que abriu a porta e viu que éramos nós. Eu fui educada e sorri de volta para ela, entregando-lhe a travessa de vidro que abrigava uma salada. Eu tinha pedido a ela para contribuir de alguma forma para essa — na minha mente eu tenho direito de xingar o quanto eu quiser — merda de jantar e após muita resistência, ela finalmente assentiu, sorrindo. De Alice, pelo menos, eu não tinha raiva. Ela não tinha culpa por ser irmã de Edward, por isso era irracional que eu nutrisse algum tipo de ódio doentio por ela.

— Vocês estão atrasados! — Ela disse, mas o sorriso imprudente ainda não saíra de seu rosto.

Reprimi minha vontade de rir e dizer que a culpa fora minha por ter tentado seduzir Riley e fazê-lo não vir e olhei para o chão, mordendo meus lábios.

— A culpa foi minha, Alice — Riley se pronunciou antes que a minha vontade de rir passasse. — Eu atrasei a Bella porque não estava conseguindo terminar o relatório que é para amanhã.

Eu assenti em concordância.

— Ele sempre deixa as coisas para última hora. É um problema. — Minha voz era solene e sem nenhum resquício de brincadeira. Eu sempre fui uma ótima mentirosa, mas tinha pegado o hábito durante a faculdade, principalmente quando esquecia algum trabalho em casa.

— Ah… — Ela pareceu pensar por um momento, o sorriso hesitando em seus lábios. — Não há problema, eu também me atraso muito. Quase sempre.

— Boa noite. — A partir desse momento eu soube que Edward não tinha morrido afogado na banheira ou qualquer outra de minhas esperanças.

Terrível noite — eu pensei para mim mesma.

Alice me puxou para seu quarto e eu muito hesitantemente deixei que ela o fizesse. Parte de mim ficava com medo das baboseiras que Edward poderia falar para Riley e outra parte — a mais egoísta — ficava feliz em estar me distanciando dele. Mesmo que só por alguns minutos. Decidi não me preocupar em que besteira o Edward diria para Riley, só concentrei-me em Alice narrando seu namoro de colegial com o Jasper e dizendo o quanto ficou arrasada com o rapto e a morte de seus pais.

Eu só tinha visto Senhor e Sra. Cullen duas vezes e nas duas vezes eles haviam sido mais que legais comigo. Eu até cheguei a pensar que seria mais que ótimo que eles fossem meus pais, mas eu logo tirei aquela ideia da cabeça quando Edward pediu para namorar comigo. Incesto não era uma coisa legal, principalmente quando seu irmão era Edward Cullen.

— Ele me contou sobre o que aconteceu entre vocês — Alice sussurrou com os olhos baixos. — Ele disse que se arrepende muito por ter feito o que… fez.

— O arrependimento dele significaria muito mais para mim naquela época do que agora. — Eu não queria ser agressiva com ela, mas, mesmo que meu tom fosse leve, a frase era tão agressiva quanto os pensamentos que eu tinha sobre seu irmão. — Edward não fez diferença nenhuma na minha vida ao me dizer que estava arrependido e todas essas coisas.

— Eu entendo você, Bella.

— Foi por causa dele que eu fiquei com medo de me envolver sentimentalmente com alguém. Eu sempre achei que aconteceria a mesma coisa que aconteceu com ele, que eu faria parte de uma aposta de novo… Eu demorei exatos oito meses para deixar Riley me conquistar de alguma forma. — Eu não sabia o porquê eu estrava falando isso para ela. Era como se eu precisasse desabafar o quanto era frustrante olhar para trás e perceber a merda que eu era.

Alice tocou em meu ombro, sorrindo tristemente.

— Nós sentimos muito. — Ela disse.

Eu queria lhe dizer que Edward sentindo muito ou não, não significava nada para mim. Oitenta vezes zero = zero. Nada. Todas as desculpas que ele me dissesse um dia seria multiplicada por zero porque o estrago já estava feito. Eu tinha passado as minhas férias inteira sem falar com alguém por puro medo que aquela pessoa pudesse me fazer mal de alguma forma.

— Então… quando você vai se casar com o Riley? — A voz dela era animada.

— Ano que vem! — Sorri largamente, contendo-me para não fazer a Purple Rain de tão feliz que eu estava ao me lembrar disso. — Poderia ainda ser esse ano, mas Riley quer arrumar tudo direito e fazer uma festa enorme. Eu não quero nada muito extravagante ou sei lá o quê, mas… — Levantei os ombros e sorri de novo, mostrando-lhe que eu estava sem escolhas.

— Você já escolheu o vestido?

— Não… estou sem tempo esses dias.

Ela sorriu, batendo palminhas.

— Eu te ajudo! — Ela ofereceu.

Jantamos e eu continuei ignorando Edward com todas as minhas forças possíveis. Não que fosse muito maturo de minha parte fazer isso, mas eu estava completamente cheia do rosto dele na minha frente. Hoje, pelo menos. Ele não tentou falar comigo e eu estava agradecida por isso. Poupava muito constrangimento, da minha parte e da dele. Alice não parava de lembrar os tempos de colegial em que ainda nos falávamos enquanto Edward e Riley conversavam sobre algo a ver com times de basquete e beisebol — coisas que não me interessavam.

Eu estava me preparando para fingir alguma dor de cabeça ou qualquer outra coisa que me tirasse de dentro daquele apartamento quando prestei atenção na música que tocava de fundo. Uma das várias da minha banda favorita desde sempre: Anberlin. Fiquei possuída de raiva que Edward ousasse uma coisa daquelas, afinal ele nem gostava!

Olhei para o aparelho de som e depois para Edward. Aposto que ele pensava que aquilo ia me amolecer e me fazer tratá-lo com menos desprezo, no entanto aquilo me deixara com tanta raiva que meu rosto ficou tão quente que eu poderia usá-lo para aquecer minhas mãos geladas. Respirei fundo, forçando-me a ser culta e educada pelo menos por agora que Alice estava no cômodo.

Toquei discretamente o joelho de Riley e ele nem precisou me olhar para saber o que eu queria.

— Bom… a conversa está muito boa — Como sempre tão desnecessariamente educado… —, mas eu e a Bella temos que acordar cedo amanhã.

— Mas ainda nem deram nem dez horas… — Alice tentou.

— É, mas antes de dormir eu tenho que revisar um relatório que eu fiz ontem à noite. — Dei a primeira desculpa que veio a minha mente.

— Será que poderíamos ir ao shopping qualquer dia desses? — Ela perguntou e a expressão dela era implorativa demais para que eu dissesse “não” sem hesitar. Aquela era Alice, não Edward. Ela não agiria como ele agiu alguns anos mais cedo, ela era confiável.

— Claro. — Eu lhe sorri.

Depois de abraçar levemente Alice, me despedi de Edward com um simples aceno de rosto. Se fosse por mim e minha antipatia evidente por ele, eu teria saído de lá sem sequer olhar pra cara dele, mas eu quase podia sentir Riley me compelindo a ser educada somente por aquele momento. Tudo bem, meu humor estava bom o bastante para que eu olhasse para ele.

Eu tinha que praticar a maturidade quando se tratasse de Edward. Não que eu quisesse ser educada ou outra coisa, era só que eu tinha 24 anos e tinha que mostrar que o passado não me afetava. Não tanto quanto fazia antigamente.

Assim que entrou no apartamento e fechou a porta atrás de si, os braços de Riley me assaltaram e seus lábios em milésimos de segundos estavam nos meus. Sorri entre o beijo ao perceber o quanto ele parecia desesperado e fiquei satisfeita que aquilo fosse por meu acendimento de mais cedo. Sem palavras — apenas olhares marotos — Riley tirou sua camisa e puxou meu rosto de novo para o dele.

— Calma, garoto. — Eu ri em seu ouvido quando ele me pegou nos braços. — Eu não vou fugir daqui, se é com isso que você está preocupado.

— Você que fez isso comigo. — Ele acusou em meu pescoço, beijando-o. — Eu poderia estar menos ansioso do que estou agora se você não tivesse me provocado.

Meus dedos tocaram levemente os gominhos de seu abdômen, lembrando-me automaticamente do terrível episódio que foi quando inventamos de ir à academia. Eu desisti na primeira semana, mas Riley continuou fazendo até quando não conseguiu conciliar com a faculdade, ou seja, no último período que tinha muitos estágios e provas.

O episódio da academia lhe concedeu um corpo levemente musculoso — exatamente o que fazia meu tipo. Com ou sem corpo musculoso, Riley era um dos raros homens que faziam o tipo de toda a garota — prova disso era que oito das dez garotas da única sala que compartilhávamos no terceiro período, eram loucas por ele. Não que eu estivesse fantasiando ou qualquer coisa do tipo, eu apenas peguei bilhetinhos delas quando era para bater nele.

Infantil, eu sei, mas eu ainda me surpreendi mais ainda com as pessoas da faculdade.

— Quantos filhos você quer ter? — Eu perguntei para Riley assim que ele se deitou ao meu lado, os cabelos encharcados devido ao banho recente. O travesseiro estaria um lixo pela manhã, graça a nós dois e os nossos cabelos ensopados. — Eu nunca perguntei isso, perguntei?

— Se perguntou, eu não me lembro. — A mão dele pousou em minhas costas e me trouxe para mais perto dele. — Eu quero ter três filhos. — Ele disse, modelando minha cintura nua com a palma da mão. — E você?

— Só um. — Admiti rindo.

— Nós ficaremos em um mei0-termo — Começou ele. — Vamos ter dois filhos para não ser injusto nem comigo nem com você. O nome da menina será… Annelise e o do menino será Peter.

Levantei meu rosto só para ver sua expressão falsamente séria.

— Com quem planejou isso tudo?

— Estou planejando agora com você.

— Bom… se isso é um planejamento, então para começar o nome da menina não será Annelise porque isso é nome de Barbie — Eu sorri para ele, desculpando-me. Pus um dedo em seus lábios quando ele se preparou para falar — Shhh, isso é um planejamento, todo mundo tem direito de expor suas ideias, não é, Little Birdie? O nome da menina vai ser Anna e o do menino pode ser Peter como você quer.

— Eu escolho o nome do menino e você, o da menina — Ele barganhou.

Eu assenti, acariciando o seu peito levemente.

— O nome do cachorro será Spike…

— Muito clichê, Birds. Invente algo melhor.

— Será uma cadela e se chamará Bellinha. — Ele disse e mesmo que eu quisesse ficar séria e me fingir de ofendida, ri e apoiei meu cotovelo no travesseiro para olhar o seu rosto sem me esforçar. — Estou brincando, Bellinha… ops, Bella.

Depois dessa grande afronta, fui para cima dele, encaixando minhas pernas dos dois lados de sua cintura e me inclinando para morder seu queixo. Riley debateu seus braços contra as minhas mãos que o prendiam, e parecendo não ter esforço nenhum se levantou comigo em seu colo e prendeu meus braços, mordendo meu ombro logo em seguida. Nada muito forte ou que me causasse dor.

Eu ri histericamente em seus braços, remexendo-me quando ele começou a espetar minha cintura com seus dedos.

— Me solta! — Gritei e ri mais ainda, em alto e bom som.

Se não estivéssemos no último quarto do corredor, eu arriscaria que os vizinhos conseguiam nos escutar, mas como Riley sempre pensa maliciosamente demais sobre as coisas, assim que eu me mudei para esse apartamento, ele sugeriu que eu ficasse no último quarto. Sabe como é, para eles não escutarem certas coisas… — ele falara. Lembro-me de que eu bati em seu ombro com os olhos arregalados e as bochechas corando.

— Riley! — Eu ri alto novamente e mordi meus lábios, tentando conter a gargalhada. Encostei meu rosto em seu ombro e arfei, tentando recuperar o ar. — Ai meu Deus, eu me rendo, eu me rendo!

— Eu não perguntei se você se rendia ou não. — Ele disse rindo.

— Filho de uma… — Não pude continuar quando mais uma gargalhada estourou em meus lábios.

Quando achou que meu rosto poderia explodir de tão vermelho que estava, ele finalmente parou de me cutucar, deixando-me descansar o rosto na curva de seu pescoço e recuperar o fôlego que ele tinha me roubado. Ele passou as duas mãos por minhas costas, acariciando-as como se aquilo fosse me ajudar a respirar regularmente de novo. Estava tudo bem, ele poderia passar a vida inteira acariciando minhas costas e eu não iria reclamar.

Beijei seu ombro carinhosamente, entrelaçando meus dedos em seu cabelo bagunçado e revolto.

— Eu acho que… nunca poderia encontrar alguém melhor que você. — Sussurrei a ele.

— Você acha? — Ele indagou franzindo o cenho. — Eu tenho certeza.

Eu ri largamente, empurrando seu ombro levemente.

— Você é tão convencido! — Exclamei revirando meus olhos.

— É, mas o convencido aqui também não poderia encontrar alguém melhor que você.

— Ah, fala sério. — Fiz uma careta.

— Estou falando sério. — Ele sorriu e beijou minha bochecha, deitando-me no meu lugar de sempre na cama e deitando-se ao meu lado. Claro que ele puxou minha cintura como de costume e beijou a minha testa com um falso cavalheirismo. — Temos exatamente quatro horas para dormimos.

— É, espero que tenha bastante café para amanhã.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Comentem pls! Beijos.