Alexithymia escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 10
Capítulo 09 — Covardia.


Notas iniciais do capítulo

Hey babes ♥ ♥ ok... eu queria começar falando que eu estou desapontada (e não, eu não preciso de uma lapiseira pra me apontar ok) porque o capítulo anterior só teve 3 comentários, pfvr pfvr né, gente sos. E como porcentagem não sai da minha cabeça, eu decidi fazer uma conta e saber quando seria 3 comentários. Somente 15, 7% dos leitores comentam e... pfvr, não é nem cinquenta por cento, gente! Isso desanima, sabe? Então... eu só queria pedir para que vocês mandassem mais reviews, eu não mordo... srsly. Assim como vocês gostam (ou não...) de ler a história, eu gosto de ler os reviews de vocês! Então, please people, comentem ♥ Espero que gostem desse capítulo! Volto a postar na sexta-feira e normalizo os posts para toda sexta e se tiver muito comentários, posto duas vezes na semana ok?



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Riley me olhou ansioso enquanto eu tentava encontrar palavras para expressar minha real vontade. Mas qual era? Eu queria dizê-lo mil vezes que sim, mas eu tinha medo do que eu encontraria ao chegar lá. Queria dizer que não, mas não seria 100% verdade. Eu não sabia o que eu queria — isso era a única coisa que eu sabia no momento.

Eu sabia também, claro, que Riley não perdia tempo. Como que ele fazia isso? E ainda mais de surpresa! Eu poderia até imaginar que ele me pediria para fugir para Las Vegas com ele, menos que me proporia ir para Forks. Com ele. Para casa dos meus pais depois desse tempo todo. Quase seis anos sem dar noticias. Eu não culpava minha mãe por não querer falar comigo quando eu liguei — não inteiramente.

— Se você não quiser — Ele começou, acariciando minha mão com o dedão. Um modo de me tranquilizar. Talvez ele achasse que eu estava com raiva por essa proposta, mas na verdade eu só queria me pendurar em seu pescoço e o abraçar. —, eu entendo, Bella. Podemos mudar o destino, pedir reembolso se você não quiser viajar. Qualquer coisa. Eu não estou te pressionando a ir para Forks…

— Riley — Eu ri de nervoso. —, eu só não sei o que quero… Se eu quero ir, se não quero… não sei como eu vou ser recebida.

— Eu falei com o seu pai. — Ele disse e eu franzi meu cenho, rindo de novo. Eu sempre ria quando estava nervosa e Riley sabia disso. Ele começou a acariciar minha mão novamente, calmo, e com o toque tão leve quanto o bater de asas de uma borboleta.

Como assim? — Indaguei, pasma.

— Eu já estava planejando isso tudo desde quando você ligou para ele e o resultado foi positivo. — Ele sorriu. — E depois eu tive certeza quando foi ele quem ligou para você… Eu queria que fosse surpresa, sabe? Pedi umas semanas de folga para nós dois para o Sr. Wilder e por mais divino que possa parecer… eu consegui! Ele falou que não havia problema algum em colocar somente por algumas semanas algum dos sócios e que “A Bella parece realmente estressada. Talvez isso a faça bem” Ele gosta de você, sabia? Outra pessoa não faria isso…

— Sim, sim. — Ansiosa, o interrompi. Um sorriso involuntário nasceu em meu rosto enquanto eu abaixava meu queixo e me perguntava qual a vida que eu tinha salvado para merecer um noivo como Riley. Eu definitivamente não o merecia. — E o que meu pai falou?

— Eu liguei do seu celular. Ele pensou que fosse você. — Riu por alguns segundos. — Charlie falou “Bella, sua mãe quer falar com você…”

O quê? — Indaguei, os olhos esbugalhados.

— Calma, Bella — Ele sorriu. — Isso foi ontem, comprei as passagens hoje, então… não brigue comigo por eu ter impedido você de falar com a sua mãe. Ela disse para você ligar para ela assim que chegasse hoje em casa. Então… nenhum dos dois se mostrou incomodado com ver você por alguns dias, sabe? Eu não quis abusar da boa vontade e como Forks parece não ter nenhum hotel digno…

— Não fala assim! — Se a vela não estivesse entre nós, teria dado uma tapa em seu ombro.

— Tudo bem — Mas ao contrário de sua voz, ele riu —, como você deve saber, Forks não tem nenhum hotel, então vamos ficar em uma pousada perto de sua casa.

Baixei meus olhos e tentei me concentrar no que eu realmente queria. Não adiantava dizer mil vezes que sim, se quando chegasse lá, eu entrasse em pânico ou qualquer outra asneira que todo ser humano estava submetido. Afinal, foram 6 anos! Não seis dias. Riley ainda me olhava com os olhos acesos e ansiosos quando eu levantei os meus e em segundos, o baixei de novo para o prato branco de porcelana que ainda estava vazio. Acariciei a sua mão quando tive certeza que minha resposta era sim e sorri para ele assim que levantei meu rosto.

— Então — Comecei, o tom de voz casual — Quantas semanas nós vamos ficar lá?

— Bom… — Ele começou e seus olhos foram para nossas mãos que estavam coradas a luz de velas — como eu não sou completamente egoísta, vamos ficar duas semanas em Forks, e na terceira semana vamos passar somente você e eu na casa de praia que o Sr. Wilder, gentilmente, nos ofereceu. Você sabe, não é, que não podíamos negar isso a ele? — Ele sorriu, torto.

— Você é impossível!

Ele deu de ombros.

— Podemos pedir agora? Estou morrendo de fome.

Eu bebi vinho e Riley bebeu, forçado por mim, Coca-Cola. Se fosse por ele e sua supercapacidade de se manter sóbrio depois de ter bebido duas garrafas de vinho tinto — segundo seu confiável relato exagerado —, nós iriamos para casa de carro. Depois de ele ter bebido vinho. Eu me recusava a isso, por isso o forcei a beber Coca-Cola sob a promessa que quando chegássemos a seu apartamento, ele bebia seu querido vinho.

— Você não confia em mim? — Ele indagou, com uma falsa incredulidade.

— Não confio na sua capacidade de ser manter sóbrio. É diferente. — Com o máximo de cautela que eu pude, estendi minha mão, amando que a mesa fosse estreita o suficiente para que eu pudesse tocar o cabelo de Riley sem precisar me esforçar tanto. — E também… não podemos morrer ou ficar no hospital. Ainda quero aquela terceira semana de folga.

Ele sorriu maliciosamente e roubou a minha taça de vinho, tomando um generoso gole antes que eu pudesse raciocinar o que ele estava fazendo. Ele sorriu torto e colocou com cuidado a taça — agora na metade — no lugar que deveria estar. O olhei de cara feia assim como uma mãe faz para seu filho quando ele está muito travesso, mas isso se tornou um sorriso quando ele pegou minha mão e levou-a pros seus lábios.

— Eu talvez estivesse sendo um pouco exagerado sobre duas garrafas de vinho, mas tenho certeza que posso lidar com um humilde gole. Você não concorda? — Ele beijou meus dedos, e depois beijou o meu dedo anelar, onde estava à aliança que ele tinha me dado. — Ah! Eu quase ia me esquecendo! Eu comprei algo para você…

— Sério? — Ele soltou minha mão cuidadosamente em cima da mesa e procurou algo dentro de seu bolso. — O que é? — Indaguei, animada.

— Você vai ver — Ele disse com um falso tom sério. Como um pai quando está repreendendo indiretamente um filho — assim que eu achar.

Riley colocou uma caixinha de veludo, espaçosa demais para ser um anel, em minha mão quando eu a estendi. Eu sorri, empolgada antes de abrir e ficar por alguns segundos sem saber o que falar de apropriado, na verdade. Era tão linda que eu não associava Riley a escolha da pulseira. Ele era bruto e impaciente demais para ter a paciência de observar os detalhes.

— Eu estava indo almoçar com o Sr. Wilder hoje. Nós passamos por uma loja e eu só vi de relance e achei que você gostaria. — Ele deu de ombros. — O Sr. Wilder perguntou se a besteira que eu tinha feito era grande demais para eu estar bajulando tanto você.

Nós rimos ao mesmo tempo.

— Você gostou? — Ele perguntou. — Podemos ir trocar se…

— Não, eu gostei.

O interessante era que Riley me conhecia melhor que ninguém e mesmo assim era tão adoravelmente inseguro quando se tratava de coisas concretas. Ele sabia o que eu odiava, o que eu amava, sabia quando eu estava com raiva — mesmo que eu não deixasse isso transparecer —, sabia melhor do que ninguém se introduzir em minha mente. E mesmo assim, continuava tendo duvidas sobre coisas tão…

Fomos embora assim que deram dez horas da noite. E com uma mão desnecessariamente pousada no fim de minhas costas, Riley me guiou para fora do restaurante. Talvez ele quisesse me livrar dos olhares inconvenientes de alguns homens de lá ou talvez ele só quisesse mesmo tirar uma casquinha antes de chegarmos ao apartamento — esse era o mais aceitável porque era exatamente a cara de Riley fazer isso em um lugar inapropriado.

Por um lado, a mão dele me ajudava a fixar os pés com mais facilidade no chão. Se eu caísse, Riley me levantaria… claro, depois de rir um pouco — um pouco? Digo… ter uma crise de risos. Parecia-me uma coisa que ele faria sem hesitar. E claro, eu teria que engolir minha vontade de lhe dar socos porque eu já estava acostumada com isso.

— Seu noivo, Bella — A voz de minha mãe finalmente assumiu uma vivacidade e um conforto que não assumira no início. —, é um bom rapaz.

Eu sorri, erguendo minhas sobrancelhas.

— É, tenho sorte — Concordei e olhei na direção em que Riley saia do banheiro somente com uma boxer branca. Desviei meus olhos dele e olhei para a janela que estava aberta, deixando um ar gelado entrar no quarto.

Escutei minha mãe bocejar no outro lado da linha e suspirei quando Riley se sentou ao meu lado. Eu me virei de costas para ele, e entendendo o que eu queria dizer, deslizou o zíper de meu vestido para baixo.

— Bella, eu… vou dormir, tudo bem? Você me liga amanhã?

— Claro — Eu disse prontamente, sorrindo. Riley tirou o meu vestido pela cabeça e ajeitou meus cabelos com um carinho quase sarcástico quando eles ficaram bagunçados. — Tchau, mãe. Prometo que amanhã eu vou ligar e não vou acordar vocês, tudo bem?

Ela riu — Não se preocupe com isso, Bella. — A voz dela era tão carinhosa quanto eu nunca presenciei em toda a minha vida.

Depois que eu desliguei, terminei de tirar meus sapatos e fui ao banheiro somente para escovar meus dentes porque eu realmente não conseguiria dormir com o gosto de vinho ainda na minha boca. A pulseira que Riley me deu fez um barulho parecido com sinos quando eu estiquei meu braço para colocar a escova no lugar dentro do armário e eu sorri, olhando para ela.

Claro que, Riley como era oportunista, a pulseira tinha um R como pingente, em meio a tantos outros. E somente naquele momento eu notara aquilo.

Eu estava remotamente cansada quando me joguei ao lado de Riley na cama, mas esse “cansaço” passou a ser animação quando Riley, sorrindo com uma expressão mal-intencionada, colocou as duas mãos em minha cintura e se pôs sobre mim, beijando meus lábios. Claro que não era um beijo de boa-noite. Não costumávamos nos beijar pra desejar um bom sono — e era culpa de Riley que ele fosse animadinho demais para não conseguir se controlar. Aquele beijo era um beijo que me fazia agradecer por amanhã não termos que chegar de madrugada ao trabalho.

— Eu quero um filho seu. — Ele sussurrou em meus lábios, as mãos deslizando por minhas costas e me levantando somente para desabotoar meu sutiã.

— Você sabe o porquê da minha resposta continuar sendo a mesma…

— Bella — Ele se deitou ao meu lado, puxou uma coxa minha para sua cintura e sorriu torto. Tentando me convencer. — podemos ir agora mesmo para Las Vegas e nos casarmos, você sabe. Não faço questão da festa não ser grande ou qualquer outra coisa, eu… quero um filho. Seu.

Eu sorri.

— Não vamos discutir sobre isso agora, Birds — Suspirei. — Eu quero um filho também, só que… — Ele tirou uma mecha de meu cabelo que escorregou por meu rosto e encaixou uma mão em minha nuca, deslizando por minhas costas. — Sabe, a gente tem que planejar isso antes.

— É, acho que sim.

Ele aproximou seu rosto do meu e voltou a me beijar. Eu não queria que ele soubesse — porque só faria esperanças traiçoeiras crescerem em sua mente —, mas eu também queria um bebê. Demais. Até mais do que ele queria. Eu estava constantemente tentando arranjar um espaço enorme em que eu visse que daria para ter um bebê sem acabar com tudo.

Eu queria dar ao meu bebê tudo que eu não recebi.

— Amo você. — Sussurrei no ouvido de Riley quando me inclinei sobre ele.

Ele sorriu ao mesmo tempo em que estremecia.

— É, estou sabendo.

Eu ri do seu convencimento e fechei meus olhos quando seu hálito quente entrou em contato com o meu pescoço. Seus lábios úmidos e quentes eram mais confortáveis que a cama em que eu estava deitada e não era novidade nenhuma isso, eu apenas não tinha me acostumado com o quanto eu gostava disso. Seis anos e eu ainda não tinha tomado vergonha na cara.

Não que eu quisesse. Era bom sentir como se sempre fosse à primeira vez.

Riley voltou os lábios para os meus enquanto, com uma força incrível, levantou-se e ficava sentado na cama, segurando-me perto de seu corpo. Na primeira vez em que dormi com ele, eu pensei que seu abraço não era como eu sempre tinha imaginado… amedrontador. E sim protetor. Ainda penso isso. Na verdade, minhas primeiras impressões sobre tudo com Riley irão continuar por um tempo indeterminado.

Ele que fez isso, eu ainda não sabia como. Queria saber se ele se sentia da mesma forma comigo; saber se eu não o entediava. Depois eu sanava minha dúvida, de qualquer jeito, seus lábios nos meus estavam tirando qualquer concentração que eu pudesse ter em minha mente. Apertei meus dedos dentro de seu cabelo e suspirei.

— Ah que droga! — Sussurrou Riley baixinho quando tateou minhas costas atrás do fecho de meu sutiã e não o encontrou.

— Pensei que você já tivesse se acostumado com estes — Peguei suas mãos que estavam em minhas costas e trouxe para frente, onde estava o fecho.

Ele sorriu malicioso para mim, tratando logo de se livrar do sutiã.

***

— Tudo bem, Bella — Riley acariciou meu ombro que estava coberto por um casaco vermelho. — Você pode começar a respirar, sabe? Nós só estamos indo para Forks…

— Você fala como se já não soubesse. — Lancei um olhar cético para ele que sorriu, inclinando-se um pouco para frente e beijando meu rosto com suavidade.

— Tente dormir um pouco, Bella… aposto que as 912 músicas que a Alice colocou no seu ipod servem para isso, não?

Eu sorri, dessa vez mais a vontade.

— Não são entediantes. Afinal, o que eu deveria escutar? As suas músicas que só tem gritos e eu me assustaria se acordasse escutando? — Eu ri e balancei meu rosto, olhando pela janela do avião. Antes eu tinha medo de voar, mas agora era tão normal quanto respirar. Talvez pelas várias viagens que eu fizera pelo trabalho.

O medo que eu tinha, porém, não tinha nada a ver com altura. Tinha a ver com meus pais… e minha ideia sobre “tudo por telefone é melhor do que parece ser”. Riley me disse que era besteira, mas eu não acreditava muito nisso. Tudo podia mudar, eles podiam olhar para minha cara e relembrar a raiva inconsistente que eles tinham de mim… qualquer coisa poderia acontecer.

— As chances são poucas — Ele concluiu por fim. — Não tem como se assustar quando a voz…

E depois disso embarcamos em uma conversa sobre banda. Não era nada difícil ser distraída por Riley quando ele era… tão paciente ao me explicar o porquê de tal banda era boa ou não. E depois eu acabei escutando sua banda favorita de Screamo, e como ele me disse eu dormi. Não que tenha sido por causa da música, foi mais porque ele começou a acariciar meus cabelos compridos que escorriam por minhas costas. Não pude evitar meus bocejos a partir daquele momento.

Riley me acordou ao sacudir levemente meus ombros e tirar um dos fones que estava em meu ouvido esquerdo. Ele sorriu para a minha expressão confusa quando eu olhei ao meu redor e só vi pessoas se levantando. Com a mão leve ele ajeitou cuidadosamente meu cabelo que estava bagunçado e suspirou profundamente.

— Está na hora de acordar, Bela Adormecida. — Ele sorriu em meio a um bocejo.

Fiz uma careta para ele pelo apelido que eu recebera alguns anos atrás, nas férias quando eu me acordava somente de tarde. Riley costumava me chamar disso. Eu não o disse, mas… — e eu ainda me envergonhava de pensar isso — eu ficava com tanto sono por causa dele e seu apetite sexual que naquela época ainda era uma coisa nova para mim.

— Está na hora de se levantar. — Ele me informou quando eu olhei fixamente para o meu colo, com sono o bastante para fazer alguma coisa sem ser bocejar e sentir meus olhos tremulando. — Você dormiu uma viagem de sete horas toda, Bella.

— Eu sei. — Sussurrei, a voz rouca por falta de água. — Só deixe… eu me recuperar.

— Certo. — Ele deu de ombros. — Fique aí quanto tempo que você quiser.

O olhei com mais uma careta e se ele não estivesse tão longe de mim, eu teria estapeado sua mão.

— Por que você é tão irritante? — O indaguei e ele só fez rir.

Riley tinha 24 anos, mas sua mente continuava na adolescência para certas coisas. Ele adorava me provocar, principalmente quando eu me acordava e mesmo eu ficando irritada, ele sempre dava um jeito de me fazer sorrir de novo. Ele sabia, de qualquer jeito, que eu nunca ficaria irritada de verdade com ele… porque, bom, ele era ele.

Ele segurou minha cintura quando eu me levantei como se eu fosse cair a qualquer momento e tudo que eu menos queria fazer era reclamar. Era sempre bom ter alguém em que se apoiar enquanto andava e meus olhos estavam tão pesados que eu talvez pudesse tropeçar nos meus próprios pés. Não era nada tão mágico tropeçar no vento, eu mesmo já fiz isso. Várias vezes.

Pegamos um táxi no aeroporto e fomos para a pousada. Eu não dormi nada na viagem de Seattle para Port Angeles e depois para Forks, eu estava completamente acordada, assimilando as coisas que eu deixara para trás. Fez falta — eu só percebi naquele momento. E quando Riley viu que eu estava atenta a tudo que tinha fora da janela, acariciou minha mão e sorriu quando eu o olhei.

Eu não poderia dizer que aquele era o momento mais feliz da minha vida, mas era um dos. O momento mais feliz da minha vida foi quando Riley pediu para se casar comigo e eu fui patética a ponto de chorar. O fato era que, no momento mais feliz de minha vida, eu percebi que eu teria com quem passar a minha vida. Eu não ficaria sozinha.

— Você sentiu falta daqui, não foi? — Riley perguntou, apesar de já saber a resposta.

Eu me encostei ao seu corpo e suspirei quando ele beijou meus cabelos, inspirando brevemente o cheiro de meu xampu. Quando chegamos à pousada, eu fui direto para o banheiro tomar banho enquanto Riley tirava as coisas da mala. Quando ele deixou a toalha perto do boxe e entrou no pequeno cubículo que estava abafado pelo ar da água quente, o sono voltou por suas mãos em minhas costas enquanto me abraçava com cuidado, como se eu fosse de porcelana.

Seus lábios, claro, eram carinhosos contra a minha bochecha molhada e meus olhos pesaram quando ele começou a enxugar com a toalha felpuda, macia e branca.

— Está me tratando novamente como um bebê. — Murmurei.

— Eu posso parar se…

— Não! — Exclamei rapidamente, escutando o seu riso presunçoso soar pelo banheiro. — Eu gosto de ser mimada, você sabe.

Ele me enrolou em um roupão e foi buscar alguma roupa para que eu vestisse. Riley tinha pavor a pés molhados no chão do quarto e isso reforçava a minha teoria que ele tinha mania de organização — uma coisa que eu raramente pensava sobre. Só me lembro de ter vestido um casaco e uma calça grossa por causa do frio e os braços de Riley me levando para cama, deitando-me como uma boneca ao seu lado.

Lembro-me de ter observado os botões abertos da roupa de dormir dele, os poucos cabelos que se revelavam por seu peitoral. Lembro também dele me abraçando depois de ter puxado o cobertor grosso e branco para cima de nós. Eu estava desacostumada com o frio rigoroso de Forks. Já ele, nem tivera oportunidade de se acostumar um dia. Bom, eu posso dizer que eu o avisei sobre isso previamente.

Eu acordei depois que Riley naquele dia, por isso eu passei minha mão onde ele deveria estar e franzi meu cenho ao não esbarrar com nada. Com preguiça, abri meus olhos com um bocejo longo que os fez marejar e suspirei, notando muito lentamente onde eu estava. Uma pousada em Forks.

Eu podia sentir o pânico se arrastando devagar para dentro de mim. Onde eu estava com a cabeça pra ter aceitado uma ideia dessas de Riley? Agora, apenas há alguns quilômetros de distância da casa de meus pais, eu não conhecia sequer respirar direito ao pensar em estar frente a frente com eles depois de tantos anos, e tantas coisas…

Virei-me somente para enterrar meu rosto no travesseiro que só tinha o cheiro do meu cabelo e suspirei. Mandando a minha mente que ela fosse um pouco mais corajosa do que estava sendo naquele exato momento. Eu só queria… voltar para Sydney e viver a vida perfeita que eu estava presa antes de ter a excelente ideia de ligar para meu pai.

Queria tudo normal. Queria tudo melhor. E para ser melhor eu tinha que ver meus pais novamente.

— Bom dia, Bella. — Riley sussurrou, a voz baixa em meu ouvido.

Eu sorri, virando-me na direção de sua voz preguiçosamente. Tinha certeza que meu cabelo estava um caos e que meu hálito não era o melhor de todos, por isso me sentei um pouco longe dele. Passando os dedos por meu cabelo bagunçado e principalmente embaraçado, o olhei por sobre os cílios esperando que ele falasse alguma coisa.

— Seu cabelo está um horror — Ele observou e para que ele se calasse, joguei um travesseiro em seu rosto, sorrindo travessa assim como ele.

Ele jogou o travesseiro na minha direção e com um olhar de advertência, o coloquei de lado.

— Criança. — Murmurei. — Criança — Repeti com a voz mais alta. — Foi você quem me fez dormir com o cabelo molhado! É totalmente sua culpa que ele esteja isso, essa palha suja de lama que está agora! — O acusei.

— Tudo bem, tudo bem. Eu posso dar um jeito nele.

— Não! — Eu joguei minhas pernas para fora da cama e corri até estar longe dele, rindo como uma criança. — Da última vez que você mexeu no meu cabelo, eu fui forçada a cortar no ombro porque estava cheio de nó. Não se aproxime de mim! — Exclamei, mas ele sorria e por aquele sorriso eu sabia que ele não escutaria em nada do que eu estava falando.

Ele me jogou sobre o ombro e eu balancei meus pés de um lado para o outro. Bufei e ri por alguns segundos antes de começar a abaixar a calça de Riley mesmo sabendo que não teria nenhum êxito por minha cabeça estar começando a doer pelo sangue estar se dispersando. Eu conseguia escutar o riso infantil de Riley com mais clareza quando ele entrou no banheiro e me deixou cuidadosamente no chão.

Ele me olhou por alguns segundos, apertando os olhos na minha direção.

— O que é isso vermelho no seu cabelo? — Ele perguntou erguendo uma mão e pegando uma mecha para ilustrar o que ele queria dizer.

Revirei meus olhos e bufei.

— Alice me forçou a fazer mechas avermelhadas quando fomos para o shopping. Pensei que você já tivesse percebido.

— Seu rosto me rouba toda atenção. — Ele disse falsamente romântico, as sobrancelhas franzidas como se estivesse se esforçando para se concentrar em algo. — Detalhes como esses são…

— Ok! Eu já entendi. — Eu ri e com uma mão em meu rosto, ele o trouxe para cima e beijou-me com doçura nos lábios.

— Nós dois fazemos uma dupla e tanto, hein, Bella? — Ele correu os dedos por meu casaco e o tirou de meus ombros, puxando-o por meus braços sem muita força. — Falando sério mesmo… eu… nunca encontrei alguém que fosse tão diferente de mim e pudesse me dar tão bem…

— Não 100% bem — O lembrei, presunçosa.

— Mas bem.

Eu sorri para ele, mas seus lábios logo tomaram conta dos meus, fazendo-me murchar o sorriso somente para retribuir ao beijo. Era tão doce e tão inocente que a conhecido e querido desejo cresceu dentro de mim como fosse fogo incentivado por algo inflamável. Meu rosto esquentou quando Riley chegou ao cós de minha calça com suas mãos e lhe abaixou com urgência, suas mãos acariciando minha cintura logo em seguida.

Ofegante, Riley desceu seus lábios para meu pescoço logo após retirar a minha blusa larga e que naquele momento era incomoda até demais. Talvez se estivesse fazendo frio e os lábios de Riley não estivessem em minha pele, somente talvez, ela fosse tolerável.

Quando ele estava apenas com uma cueca boxer, ele trouxe minhas pernas até a sua cintura firmemente. Tive que sorrir na direção dele quando abri meus olhos e seu cabelo estava apontando para todos os lados por minha culpa. Mesmo sem saber o motivo de meu sorriso, ele sorriu de volta para mim e de um modo infantil, beijou a ponta de meu nariz.

— Riley — Eu sussurrei baixinho quando ele passou o sutiã por meus braços e o jogou no chão, pressionando-me com mais força contra a parede.

De qualquer jeito, aquela tortura não continuou por muito tempo.

Eu fiquei encolhida debaixo do cobertor enquanto Riley pedia nosso café-da-manhã, mesmo que estivéssemos atrasados algumas horas para isso. Tudo que eu não queria comer era presente do almoço, então Riley fez — segundo ele — esse pequeno sacrifício por mim. Mas eu não achava comer pão com geleia um sacrifício, achava que era uma dádiva.

Depois de comer, Riley disse para eu parar de ser covarde e ir me vestir porque eu não conseguiria escapar uma vez que eu já tinha dado o maior passo que era aceitar vir para Forks. Eu tinha que admitir, pelo menos pra minha mente, que eu só tinha dito “sim” por causa de Riley e seu ótimo poder de persuasão. Isso era… deprimente.

Eu queria que ele visse o quanto era difícil da minha parte ir simplesmente à casa de meus pais quando eu tinha fugido de casa e me acostumado com a ideia que eu nunca mais os veria em toda a minha vida. E como se tivesse lendo a minha lente, Riley pegou uma mecha de meu cabelo e inclinou o rosto para o lado, procurando meus olhos.

— Eu sei, Bella. — Ele murmurou, traçando o contorno de meu rosto. — Mas você já pensou que talvez essa seja a coisa certa a se fazer? Com você novamente na vida deles, isso não os faça mais feliz? Faça você mais feliz?

— É — Balancei meu rosto e olhei timidamente para o rosto de Riley. Por que ele sempre tinha de estar certo? — Você tem razão. Sempre tem.

Ele beijou a minha testa e sorriu para mim antes de se levantar da cama em que eu estava amuada. Respirei fundo, buscando coragem de onde não tinha e indo me vestir porque eu realmente não queria me decepcionar se eu não conseguisse ir. Porque eu conseguia ir. Se eu tinha conseguido fugir para outro país, por que não conseguiria voltar depois de tantos anos?

Coloquei uma calça jeans de lavagem escura e uma blusa branca por debaixo do casaco escuro. Quando eu olhei para Riley ele parecia tão calmo que aquilo me contagiou mesmo sem eu querer e ter consciência disso. Ele vestia uma calça jeans com uma camisa escura juntamente com um casaco marrom. Ele parecia um adolescente de faculdade, principalmente quando ele sorriu para mim, expondo os dentes brancos e retos.

— Você poderia tentar diminuir sua pulsação. — Ele disse quando pegou em meu pulso sem querer.

— Não prometo nada. — Falei dando de ombros.

Riley sorriu e balançou o rosto, colocando dentro de seu bolso traseiro a carteira. Terminei de checar meu cabelo no espelho e, bem, sobre o meu rosto eu não podia fazer nada. Retoquei a maquiagem no meu pescoço ao mesmo tempo em que Riley sorria maliciosamente na minha direção. Bufei, porém um sorriso torto permaneceu em meu rosto quando eu me virei na sua direção.

— Você tem que parar de fazer isso. Sério.

— Mas você gosta. — Ele franziu o cenho, fingidamente confuso. — Por que eu deveria parar então? — Perguntou.

— Não se faça de desentendido! — Exclamei, exasperada e ele sorriu.

Riley se aproximou de mim, encaixou as mãos em minha cintura, inclinando seu rosto para baixo a fim que seu rosto estivesse perto de meus lábios. Ele me beijou com carinho e sorriu entre o beijo, acariciando a minha cintura com as palmas das mãos. Meu rosto estava praticamente enterrado em seu peito, então era meio impossível que eu não sentisse o conhecido cheiro de seu perfume junto com o creme de barbear. Quando eu suspirei por ele ter pousado os lábios em meu pescoço ele sorriu.

— Vamos para casa de seus pais antes que eu te puxe para a cama de novo. — Ele disse e eu o olhei de um modo falsamente desaprovador.

— Sua falta de controle — Eu ri, balançando meu rosto —, mesmo depois de tantos anos, me surpreende.

Ele gargalhou, subindo uma mão para minhas costas, acariciando-a com a ponta dos dedos.

— É culpa sua. — Riley disse, mordiscando meu lábio inferior.

— Talvez — Dei de ombros convencida e ri.

Nós andamos de mãos dadas até a casa de meus pais porque não havia necessidade alguma de pegar um táxi ou qualquer outra casa. Era assustadoramente perto. Talvez eu estivesse exagerando — talvez —, mas eu comecei a sentir o desconforto se arrastando para perto de mim. Era besteira, besteira! — Eu repeti incessantemente para minha mente, somente para ver se ela parava de fantasiar coisas infantis.

Eu tinha 23 anos, era adulta. Eu podia lidar com isso. E também… mamãe falou que sentia minha falta, meu pai também, então para quê se preocupar? Ficaria tudo bem, eu ganharia um abraço ou dois. Nós conversaríamos, colocaríamos o assunto em dia e eles pediriam para que eu voltasse no outro dia porque sentiram muito a minha falta.

Minha mão estava suando, porém em nenhum momento Riley soltou-a para enxugá-la na calça. Eu fiz isso, na verdade. Eu queria me bater por estar voltando a ter distonia por causa disso quando, na verdade, eu não deveria me preocupar com nada. Eu estava fazendo crescer cabelos brancos em mim mais rápido do que deveria.

Eu fiquei meio que estatelada quando cheguei à porta da frente da casa onde eu passei boa parte de minha vida. Riley sorriu torto para a minha expressão em pânico e se inclinou para alcançar a campainha com os dedos. Em menos de um minuto a porta foi aberta e eu meio que perdi uma batida de meu coração de tão acelerado que ele estava.

— Oi, pai. — Eu o cumprimentei.



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Notas finais do capítulo

Ok... o próximo capítulo é tão... awn ♥ espero que tenham gostado! Quem não gosta do Riley, a partir do capítulo 11 vai começar a dar sorte hahah ♥ Comentem, gente, srsly e... eu sempre disse pra Bibs (Anne ciumenta haha) que eu escrevia só para mim, maseu to postando e espero comentários, não é? Então sejam bonzinhos, pfvr, e comentem. Sexta-feira posto mais! ♥ Boa noite, beijoss, se cuidem!