Coração De Marfim. escrita por Amizitah


Capítulo 13
Capítulo 13 - A caminho das soluções.


Notas iniciais do capítulo

Boa Noite meu povinho!!
Para aqueles que visitaram meu perfil, viram que deixei um aviso dizendo que não iria postar por culpa de certas provas trimestrais ¬¬'. Então, para compensar, adiantei o cap deste sábado para vcs!!! Ah! E mais uma coisinha: Caso eu volte a não postar, respire fundo e vá no meu perfil que terá um aviso e um pedido de desculpas a sua espera!
Beeem, hoje temos música People!!! Dessa vez se chama "Allemande", de Bach. Prestem atenção que o link está logo abaixo!!
http://www.youtube.com/watch?v=6KaYzgofHjc
Beijos meus lindos! Lembrem-se que eu não vou abandonar essa fic tão fácil!!
Ami ~

P.S.: Ami está a procura de uma brecha para responder os Reviews, por isso, tenha paciência que não está fácil para ninguém ~.^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/296044/chapter/13

Mesmo que semanas tivessem se passado desde o primeiro dia que esteve ali, aquela escola ainda parecia tão gigantesca e cheia de gente quanto daquela vez, e isso a fazia se sentir cada vez menor entre as pessoas e os largos corredores daquele colégio. Até que esse detalhe passou pouco percebido por ela naquele dia, pois ela estava mais concentrada em achar um sinal se quer do Ryo que em comparar sua pequenez com a enormidade da construção que ficava cada vez mais próxima de si. Apesar da persistência, resolveu desistir daquilo quando estava aos pés da escadinha que dava à sua Ala correspondente.

Com um suspiro decepcionado, seguiu em frente, entrando no enorme e não menos elegante salão decorado com vermelho e lâmpadas a gás. Atravessou o salão tentando não chamar muita atenção, mas por algum motivo, todos os olhares pareciam penetrar nela a medida que atravessava mais o salão, sem falar nos pequenos grupos que cochichavam algo num canto distante. Nervosa e confusa com aquilo, apressou os passos até encontrar o corredor e correr em direção as escadas.

Depois de uma boa corrida nos degraus até o corredor da sala de Literatura, procurou a parede mais próxima para encostar as costas e recuperar o fôlego perdido, com dificuldade, graças a seu nervosismo. Em meio as suas tentativas de voltar a tranquilidade, passos apressados se fizeram ser ouvidos no corredor onde estava e pareciam seguir justamente em sua direção.

– Mitsue-san? - Tomo parou de frente a amiga, com os olhos escondidos atrás da grande armação redonda dos óculos demonstrando preocupação e certa urgência - Você está bem?

– Tomo... - Respirou mais uma vez e olhou para ela com um sorrisinho de desculpas - Não é nada, eu só corri de mais.

– Ah! Ainda bem. Eu tenho que falar com você!

– O que...?

Antes mesmo que pudesse entender algo, Tomo a pegou pelo pulso e a puxou com ela pelo corredor as pressas. Depois de correr mais uma vez, alcançaram uma porta distante das outras e Tomo se enfiou dentro dela ainda puxando a Mitsue pelo pulso. Tomo a soltou assim que entraram e Mitsue pode pensar um pouco melhor agora que não era mais arrastada para os lados. Olhou para a sala, novamente ofegante, e logo entendeu que era uma sala de aula, apesar de ser um pouco menor que as outras. Parou de analisar o lugar assim que ouviu o barulho da porta se fechar e logo Tomo surgiu na sua frente com os braços cruzados e um rastro de sorriso nos lábios.

– Muito bem, agora pode começar a contar o que aconteceu - Pediu, erguendo uma sobrancelha para ela, mas recebeu nada além de um rosto completamente perdido.

– Do que você está falando?

– Ora! Do que mais eu falaria?! - Novamente, Mitsue apenas a encarou confusa. Tomo soltou um suspiro teatral e colocou uma das mãos na cintura - Olha, é o seguinte: Se não percebeu, toda a escola tem agido estranho essa manha, principalmente as garotas do fã clube do Kakashi-sensei, e meu sexto sentido me diz que tudo isso é por sua culpa.

Ok, agora a Mitsue entendeu nada mesmo.

– Por minha causa? Mas eu mal cheguei na escola para ter feito algo para o Kaka... - Sua frase se perdeu no ar assim que certa lembrança comprometedora lhe surgiu na cabeça, então tudo pareceu se encaixar - Ah não...

Tomo abriu um sorriso de vitória assim que viu o rosto culpado dela.

– Eu sabia! Sabia que era você! - Falou alargando o sorriso - Então? O que vocês fizeram afinal de contas.

– Ah... Eu acho que... Elas estão irritadas por causa da nova aprendiz do Kakashi.

Tomo deu uma risadinha.

– Aprendiz? Ah, claro, em que universo alguém seria bom o bastante para ser aprendiz do... - A frase morreu no instante que Tomo pregou os olhos nos da Mitsue, então suas mãos foram parar no rosto - Meu Deus! É você!

Mitsue assentiu devagar, com medo do que ela poderia fazer com ela.

– MEU DEUS! EU SABIA QUE ISSO IA ACONTECER! - Tomo colocou as mãos na cabeça e deu uma risada que deu um pouco de medo a garota, então pulou em cima da Mitsue num abraço esmagador de urso - MEU DEUS! MEU DEEUS!

– T-Tomo! Calma! - Pediu, sentindo a falta de ôxigenio deixando-a tonta.

Tomo desgrudou dela, mas ainda segurando-a pelos ombros enquanto a olhava cheia de orgulho.

– Dá para acreditar?! Você está aqui a menos de uma semana e foi escolhida! E melhor: Pelo Kakashi! Nossa! Aquelas garotas vão arrancar sua cabeça!

A garota fez uma careta.

– Obrigada por aliviar as coisas.

– Mas é verdade! Você não faz ideia do quanto elas te odeiam agora.

Antes que ela soltasse mais uma multidão de palavras em cima da pobre garota, para a sua sorte, o sino de início as aulas soa antes que qualquer coisa fosse dita e a primeira coisa que Mitsue fez foi correr para a porta e fugir de sua amiga pelo corredor. Pena que a Tomo era uma das melhores corredoras da escola nas aulas de educação física.

–---

Para a tristeza da Mitsue (mas o principal motivo de diversão da Tomo) o sinal do intervalo soou e ela foi obrigada a sair da sua aula de Biologia para ser alvo de olhares cheios de ódio das garotas do lado de fora de sua sala de aula. Então, assim que pode sair dela, agarrou o pulso de Tomo e a puxou em direção as escadas. Elas pareciam ser agora sua única porta de saída. Depois de correr sem parar as escadas acima, finalmente ela alcançou a porta tão desejada, e assim que pode, a abriu, puxando sua amiga com ela.

– Ei! Tá legal que eu disse que as garotas te odiavam, mas elas não vão te matar ou coisa assim - Falou a Tomo, arrumando a saia rodada do uniforme com uma mão e segurando seu lanche na outra.

– Foi mal, mas eu quero evitar qualquer tipo de provocação até que elas possam esquecer ou se acostumar com isso - Mitsue abriu um sorriso e seguiu para longe da porta, se sentindo mais leve com o vento fresco somado ao sol quente que batia no seu rosto. Sempre gostou dos terraços das escolas que já esteve e estava grata pelo Ryo ter apresentado aquele a ela.

Tomo aproximou dela quando Mitsue observava a escola pela grade de proteção que impedia alguém experimentar uma longa queda. Tomo observou o rosto levemente sorridente dela para então olhar para frente, tendo uma boa visão do terraço da Ala Oeste logo a frente.

– Já esteve aqui? - Mitsue negou.

– No meu primeiro dia de aula na Ala Oeste, um amigo meu me trouxe ao terraço - Tomo sorriu de leve ao ouvir a palavra "amigo".

– Então você já tinha um amigo lá? Porque eu nunca o vi? - Virou o rosto para ela, analisando algum sinal de bochechas coradas ou nervosismo, mas para sua decepção, encontrou nada além de uma expressão um pouco distante.

– Eu até o apresentaria a você, mas não acho que ele queira mais me ver, ou ao menos pense em mim como uma amiga - Ela abaixou a cabeça, parecendo um pouco chateada com isso - Parece que a minha transferência não alegrou a todos.

– Ah! - Tomo exclamou, entendendo tudo antes dela explicar - Aqueles alunos nunca foram os mais gentis conosco. As vezes nos olham como se fossemos pessoas que estivessem invadindo a área deles ou coisa assim.

– É, Ryo não parece ser muito fã dessa Ala - Mitsue abriu um sorriso ao lembrar das caretas que ele fazia ao comentar sobre eles - Mas eu realmente tinha nada contra quando estava lá. Sempre pensei que vocês estivessem aqui para incentiva-los a descobrir seus talentos.

– Hm, acho que você quis dizer "nós", nessa frase. Agora você é uma Estudante da área dos "Talentosos" - Ela riu depois de colocar as aspas nessa ultima palavra, como se fosse algo realmente engraçado de se falar. Mitsue sorriu para sua amiga boba, e quando estava prestes a mudar de assunto, algo repentino a faz calar de imediato.

Tomo percebeu aquilo assim como a Mitsue, então virou o rosto para a grade, onde havia uma infinidade de janelas, algumas até abertas, mas nenhum sinal de onde aquilo vinha.

– O que é isso? - Murmurou Tomo, ainda procurando de onde aquilo estava vindo.

– Isso é... - Murmurou de volta, colocando seu lanche no chão ao seu lado para se aproximar da grade e agarra-la com as duas mãos, tão presa aquele som quanto a sua amiga, então, com um sorriso, virou o rosto para ela e completou - Isso é música.

A loira franziu o cenho.

– Música? Mas pensei que não fosse permitido aos alunos tocar os instrumentos durante as aulas matinais.

– Parece que este não se importa, ele sempre toca - Aproximou o rosto da grade e sorriu, fechando os olhos para ouvir o som maravilhoso do violino ecoar entre os prédios como naquela primeira vez, ao lado do Ryo.

Quando ambas pararam de falar, Mitsue esqueceu completamente da loira ao seu lado e, com seus olhos fechados, prestou atenção em cada minúcia da música a fim de identifica-la. Assim que o começo se repetiu mais adiante, com um sorriso intruso no rosto, identificou perfeita a musica, sendo que era de um compositor mais que famoso por suas musicas. Era nada mais que a musica "Allemande" de Bach. O mesmo compositor da musica Chaconne, a que tocou na ultima vez, no outro terraço.

Os dedos finos apertaram mais a grade a medida que a musica continuava, ansiosa pelo resto, mas temendo que se acabasse. Assim como antes, ou até mais que antes, aquela musica a atraia de um jeito especial, como se de algum modo pudesse ultrapassar a grade e alcançar de onde vinha o som, mesmo sem saber onde ele estava em meio a tantas janelas. Então, parecendo vir junto com a musica, em meio aos seus pensamentos surgiu o sorriso que o Ryo lhe dera no terraço.

É confortante estar no mesmo lugar onde a música está presente, não acha?

Seus olhos abrem de pronto, assustados com o quão real aquele sorriso lhe pareceu. Parecia que o próprio Ryo lhe sussurrava as mesmas palavras daquele dia, como se naquele momento estivesse ali, do seu lado. Então, como que para deixa-la mais confusa entre a realidade e as lembranças, eis que lá do outro lado, no outro terraço, olhando-a quase que com a mesma surpresa, um garoto vestido num blazer azul marinho estava parado segurando a grade de proteção com uma de suas mãos enquanto a música continuava em sua melodia.

– Mitsue? - Pergunta Tomo em voz baixa ao notar o olhar de repente assustado de sua amiga.

– É ele! O Ryo! - Mitsue responde com um sorriso a voltar ao rosto, mas ele logo se enfraquece quando o garoto do Blazer azul se afasta e vira as costas, andando até a porta de saida. Mitsue aperta mais os dedos na grade protetora e se inclina, disposta a não deixa-lo ir - Ryo! Ryo espere!

Foi então, quando este foi fechar a porta, virou o rosto para ela e ergueu o braço. Ela se sentiu confusa por aquele ato, mas depois de forçar mais a visão que ela notou que ele acenava para ela, para então abaixar o braço e sair.

Tomo curvou as sobrancelhas, confusa sobre oque aquilo fosse significar.

– Ele... Estava te chamando? - Perguntou, ainda encarando o lugar por onde ele saiu.

– Não sei... - Murmurou, tão confusa quanto ela, mas logo que a resposta parece vir com a suave vibração do celular que guardou no bolso do seu blazer. Ela imediatamente pega o celular de capa violeta e o abre, mordendo o lábio ao ler na tela "1 nova mensagem".

Tomo se estica para ver oque tem na tela, e ao ler, abre um sorrisinho logo depois de cutucar o ombro dela com o seu cotovelo.

– Por que eu tenho a impressão que o hoje é seu dia de sorte? - Perguntou, se controlando para não rir da amiga.

Mitsue engole em seco e seleciona "ver mensagem" para então dizer:

– Para de besteira Tomo, eu ainda nem... - Os olhos dela passam pelo texto na tela e seu queixo cai de leve -... Li.

– O que?! - Tomo se inclinou mais, curiosa pela reação dela - O que ele escreveu?! Fala!

Mitsue soltou um suspiro com a reação ansiosa dela e estendeu a tela do celular na altura do rosto dela, então os olhos da Tomo começam a ler quase que de pronto.



De: -Ryo-



Assunto: Ultima chance.


Se o que falou para mim era verdade, então prove

agora. Estarei esperando na porta da Ala Oeste.

Ryo.


Mitsue soube que já era hora de fechar o celular quando a boca dela ficou no formato de um grande "O".


– Esse garoto é louco?! - Falou em voz alta - Todo mundo sabe que não podemos sair da Ala antes do sinal de saída, muito menos você! Pode perder a bolsa se cometer uma infração dessas!

Mitsue soltou mais um suspiro, juntando toda sua calma para ver se isso também poderia acalmar a exaltação da Tomo.

– Tomo, eu sei disso, mas não tem outro jeito. Eu vou lá rapidinho e volto sem que nenhum monitor perceba - Mitsue pegou o lanche do chão e sorriu para a amiga - Não vou me meter em encrenca.

E com essa frase, sorriu em desculpas e correu até a porta deixando Tomo para trás.

– Espera! Mitsue não faça isso ou então...! - A frase foi cortada pelo baque da porta se fechando nas costas da garota que corria apressada nos degraus abaixo dela, tanto para ser rápida quanto para não ser alcançada pela amiga.

Então, sobre o olhar curioso (e até mesmo irritado) de alguns alunos, ela correu até o salão, pronta para dar um fim aquele mal entendido.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mereço Reviews apesar de achar que mereço mais é uns tapas pelo atraso?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Coração De Marfim." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.