Devotion escrita por AnaTheresaC


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Feliz Ano Novo!
Reviravolta interessante para o último capítulo do ano...



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Capítulo 6

Parte 1 – Elena Gilbert

Era um novo dia em Mystic Falls, o sol resplandecente anunciava isso.

Levantei-me e espreitei para o quarto de Jeremy. Ele ainda dormia. Sorri. Há apenas um ano ele era um drogado depressivo por causa da morte dos nossos pais, e naquele dia ele dormia tranquilamente. Ao lado dele estava… Bonnie?

Fechei a porta devagar e fiz a minha higiene matinal. Desci para preparar o pequeno-almoço. Depois de fazer café e torradas, subi as escadas e bati á porta do quarto dele.

-Sim?

-Pequeno-almoço está pronto – avisei. – E para ti também, Bonnie.

Gargalhei e fui outra vez para a cozinha. Sentei-me numa cadeira e comecei a beber o café sem açúcar. Jeremy e Bonnie desceram e a minha amiga parecia extremamente embaraçada.

-Elena, desculpa…

-Por favor, sou tua amiga, não tua mãe. Não precisas de me pedir desculpas – tranquilizei-a e ela sorriu nervosa.

-O que vais fazer hoje, Elena? – indagou Jeremy, dando de seguida uma dentada na torrada já fria, mas saborosamente boa.

-Escola – respondi e os dois arregalaram os olhos. – Não olhem assim para mim. Já passei por muita coisa, vampirismo é só uma delas.

-Elena, vampirismo é a coisa mais perigosa – falou Bonnie. – Não podes ir à escola.

-Não me vou descontrolar, Bonnie – garanti. – Vou só às aulas, nem vou ao treino das chearleaders.

-Achas que consegues controlar-te? – perguntou o meu irmão, e aquilo foi a gota de água para mim. Levantei-me e subi as escadas.

-Elena! – os dois chamaram-me, mas eu não lhes respondi. A falta de fé que tinham em mim era desconcertante.

Peguei no telemóvel e telefonei à única pessoa que talvez me compreendesse: Caroline.

Parte 2 – Kol Mikaelson

-Kol, serias capaz de fazer um favor ao teu irmão mais velho? – perguntou Klaus, entrando no meu quarto sem pedir permissão. O seu rosto estava com um sorriso de orelha a orelha e eu percebi que coisa boa daí não vinha.

-O que é?

-Sabes que a mais recente doppelganger é uma vampira, não sabes?

Revirei os olhos e cruzei os braços.

-Claro que sei. Rebekah fez questão de anunciar isso aos sete ventos.

-Bem, acontece que Elena é nova nisto, e tenho a certeza que ela irá às aulas hoje, por isso, não te importavas de a ajudar um pouco?

-Até podia, mas eu não estou inscrito na escola.

O sorriso dele alargou-se e colocou em cima da minha cama uma pasta que tinha mantido escondida atrás das suas costas.

-Estás sim.

-Niklaus…

-Fico a dever-te uma, Kol – disse ele, e saiu do quarto, sem eu poder ripostar.

Abri a pasta, duvidoso, e vi uma foto minha, com o horário das minhas aulas e com uma anotação de que estava inscrito na equipa de futebol americano da escola.

Ótimo, ao menos tenho algo para me entreter ao longo do dia.

Parte 3 – Tatia Petrova

-Onde vais, Kol? – perguntei, assim que o vi a abrir a porta de casa. Desci as escadas até ao seu encontro. Ele estava com uma mochila ao ombro e um saco de desporto na mão.

-Para a escola.

Arregalei os olhos.

-Porquê?

-Niklaus está muito preocupado com a nova doppelganger.

Acenei com a cabeça.

-Porta-te bem, sim?

Dei-lhe um beijo no rosto e ele sorriu travesso para mim.

-Sabes que sim, Tatia.

Ele saiu de casa e eu ri.

-O que é tão engraçado? – Niklaus apareceu mesmo atrás de mim e eu virei-me. O seu rosto tinha um sarcasmo notável e as mãos estavam atrás das costas.

-Mandares o teu irmão mais novo para a escola. Achas ao menos que isso é aconselhável? Ele vai morder cada rabo de saia que aparecer à sua frente.

-É sempre bom ter um vigilante no lugar onde quase todos os seres sobrenaturais vão. Kol é meu irmão e precisa de algo para o entreter; nada melhor do que acrescentar um pouco de cultura àquela mente.

-Bom ponto de vista – sorri para ele.

Os segundos passaram-se e nenhum de nós disse nada.

-O que estás aqui a fazer, Tatia? – perguntou ele, quebrando o nosso silêncio constrangedor.

-Vim contar-vos a verdade.

-Para mim, tu morreste naquele momento.

Olhei para o chão, sentindo as suas palavras perfurarem-me a pele como adagas.

-Eu sei. E não espero que entendas o que aconteceu…

-Agora entendo. A minha mãe transformou-te. E depois tu fugiste.

Acenei com a cabeça.

-Foi o acordo que fiz com ela.

-Que acordo? – ele estava a perder as estribeiras. Nik nunca foi pessoa de ouvir as coisas por rodeios, ou dizíamos aquilo que queríamos num segundo, ou ele perdia a paciência, e com isso, a capacidade de nos ouvir.

-Eu ia-me embora, mas para isso tinha que me mostrar morta. O problema é que tu chegaste um pouco mais tarde, e viste os resultados.

-Problema? – gritou ele, indignado. – O que eu vi foi um problema?

Ele pegou com força nos meus ombros, abandando-me.

-No início foi! Nik… eu queria morrer! Tu e Elijah estavam a causar mais estragos em mim do que eu naquela altura podia suportar! Quando fui ter com a tua mãe, eu pedi-lhe para morrer! E assim ela fez, mas jamais de me deixou realmente morrer, ela transformou-me num monstro, em algo que eu tinha nojo e assim sabia que eu jamais me iria aproximar de vocês!

Ele estava despontado e magoado com tudo aquilo. Virou-me as costas e eu coloquei uma mão no seu ombro.

-Nik… perdoa-me.

-Elijah já fez isso?

-Sim, já. Ele entendeu – acenei com a cabeça, tentando afastar as lágrimas que aquelas recordações ainda me traziam. – Será que algum dia serás capaz de fazer isso?

-Tu para mim morreste naquele dia, Tatia. E é assim que deve ser.

Virou-se subitamente para mim, cravando-me uma adaga no coração.

-Ah! – gritei, sentindo-me sufocada.

Ele olhou-me triste, e uma lágrima escorreu dos seus olhos. Foi tudo o que a minha visão captou nos últimos segundos.

©AnaTheresaC


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Quanto tempo ficará Tatia empalada? Só se poderá descobrir no próximo ano!
Feliz Ano Novo!
XOXO