Bring Me To Life escrita por Lunna Rosier


Capítulo 4
Cap. 04 - Patch




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Nora abriu os olhos sentindo a claridade que entrava pela janela causar uma ardência nos olhos. Ela sentia uma mão quente sobre a sua, e o lençol fino de sua cama enrolado entre suas pernas.
- Patch. - Ela murmurou sem olhá-lo, apertando sua mão.
- Errado. - A voz de Scott a acordou completamente, fazendo-a se virar para ele.
- O que está fazendo aqui? - Ela se sentou na cama, arrumando os cachos rebeldes. - O que eu estou fazendo aqui? - Nora perguntou confusa, sem se lembrar como chegara ao seu quarto.
- Patch te trouxe. E me ligou.
- Te ligou? Para quê? - Nora se abraçou ao travesseiro. - Eu estava na casa dele. - Ela se lembrou. - Está tudo confuso.
- Ele me disse que você desmaiou e que tinha umas coisas pra fazer. - Scott deu de ombros. - Devia ser sério, pra ele te deixar comigo.
- Ele foi atrás de Dabria. - Nora murmurou.
- Difícil é não ir. - Scott riu, e recebeu um olhar de reprovação e nojo de Nora. - Qual é, ela é bonita.
- De onde a conhece?
- Bolsa do Diabo. Ela se apresentou. - Um sorriso cafageste apareceu no rosto de Scott.
- Por favor. - Nora fez a melhor cara de nojo que podia. - Há quanto tempo estou aqui?
- Não muito. Estamos no fim da tarde, ainda. Por que não me conta o que aconteceu?
- Acredita em fantasmas? - Nora fechou os olhos, lembrando-se das visões que tivera de Katarina e a sensação de estar sendo observada.
- Se acredito em nefilins e anjos caídos... Fantasmas não são um problema.
- Patch caiu por causa de uma garota. Há muito tempo. - Ela encarou Scott, esperando por alguma reação dele. - E essa garota acabou morrendo, claro. Louca.
- O quê? - Scott riu. - Não venha me dizer que a morta está te assombrando. - Ele esperou que ela risse, mas ao ver a seriedade no rosto de Nora, parou de rir. - É brincadeira, não é?
- Fui atrás de Dabria, ela me mostrou os diários da garota. Dabria a assombrou até que ela enlouqueceu. Havia um desenho, e era a mesma garota que eu tenho visto. Patch acha que é coisa da minha cabeça.
- Nora...
- Também acha que é loucura? Me diz, como isso é possível? Eu a vi, tenho certeza que é ela. E ela me disse traga-me de volta a vida.
- Há algo errado nessa história.
- Eu sei. - Nora deitou-se outra vez, encolhendo-se na cama.
Scott colocou a mão sobre o braço nu de Nora em um gesto de consolo.

Já havia escurecido quando Patch entrou no quarto pela janela. Scott já havia ido embora e Nora já havia tomado um longo banho quente e vestido um pijama qualquer. Desde então, ela se mantivera deitada e coberta.
- Como você está? - Patch deitou-se ao lado dela na cama. Nora continuou virada de costas para ele. - Nora. - Ele murmurou, com a boca pressionada contra o ombro dela.
- Não quero conversar. - Ela avisou sem virar-se.
- Tudo bem. - Ele concordou, mas não se afastou.
Longos minutos se passaram e mais nenhuma palavra foi dita. Patch permaneceu imóvel na cama, enquanto Nora mexia-se inquieta.
- Por que não acredita em mim? - Ela perguntou baixinho, quebrando o silêncio.
- Eu acredito. - Ele colocou a mão sobre a da garota.
- Estou com medo. - Ela começou a chorar.
- Estou com você, Nora. Vai ficar tudo bem. - Patch a puxou para mais perto, fazendo-a se sentir quente e segura.
- Aonde estava?
- Não fui atrás de Dabria. - Não era a resposta certa, mas tranquilizou Nora. - Me fale sobre a garota que tem visto.
- Sei que está apenas tentando fazer com que eu me sinta melhor.
- Isso é errado? - Ele sorriu. - Me conte.
- Tem uma garota ruiva. E ela está chorando. Estamos em um quarto branco, como quarto de hospital. Ela fica repetindo que alguém irá buscá-la. Esse é o sonho. Mas eu a vejo. Antes de desmaiar eu a vi ao seu lado, Patch. Ela chega até mesmo a te tocar. Sei que é Katarina, eu vi um desenho dela dentro de um dos diários.
- Tenho muitos inimigos que conhecem meu passado. Algum deles pode estar...
- Não é uma ilusão, eu saberia se fosse. Ela está aqui por você, Patch.
Ele não tinha mais argumentos, então apenas se calou. Nora aninhou-se mais entre os braços de Patch, e poucos minutos depois acabou dormindo.

Nooooooooooora! Um grito distante ecoava na cabeça de Nora.
- Patch? - Ela chamou baixinho com os olhos fechados.
- Patch não está aqui, Nora. - Uma voz triste tomou conta de seus ouvidos. - Estamos sozinhas. - Nora não abriu os olhos, apenas ouviu.
- Quem é você? - Ela perguntou abrindo os olhos lentamente.
- Katarina. Não tenha medo, olhe para mim. - Nora levantou a cabeça, os olhos completamente abertos. Seu coração pulou ao ver a mesma garota do outro sonho, mas agora bem vestida com um lindo vestido azul de época e os cabelos sedosos e penteados, caindo sobre os ombros e quase alcançando sua cintura. A franja, antes grande demais, agora estava no tamanho certo.
- Você é linda. - Nora sussurrou, encarando-a admirada.
- Patch me dizia isso. - Katarina sorriu timidamente. - Sinto tanta falta dele. Como ele está?
- O que quer aqui? - Um ciúme irracional subiu à cabeça de Nora. - Você está morta.
- Estou na memória de Patch, e isso tem me mantido viva. Me ajude a voltar, Nora.
- Do que está falando?
- Converse com os arcanjos, me ajude a sair desse lugar. Estou sozinha e com medo.
- Não posso ajudá-la. Me deixe em paz.
- Patch sente minha falta tanto quanto eu sinto falta dele. Ele me ama, Nora. Sempre amou. Ele caiu por mim. Eu posso fazê-lo feliz.
- Patch é meu namorado. - Nora gritou.
- Deixe-me viver, por favor. - Katarina manteve a voz calma e suplicante. - Patch é meu, Nora.
Descontrolada, Nora gritou com toda força que tinha um irritado "Vá para o inferno". As lágrimas vieram aos olhos embaçando sua vista. Quando sua visão tornou-se mais focada tudo que ela viu foi olhos negros e aflitos a observando. Patch.


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