Hana olhava para frente com nojo e ódio no olhar, o que aquele homem estava fazendo ali? Ele olhava para ela com uma felicidade sem tamanho, seus olhos brilhavam de felicidade, mas para Hana aquelas não eram lagrimas de verdade, eram lagrimas de crocodilo e ela sabia disso, aquele homem jamais ia chorar por ela, principalmente por estar revendo ela depois de tanto tempo.

Ela tinha nojo, pois ele nunca fora assim com ela, então por que agora? Ódio apenas por ver a cara do homem que estragou sua infância, olhou um pouco para o lado e viu um jovem que devia ser dois anos mais velho que ela, tinha uma aparência muito parecida, ela sentiu mais ódio ao ver aquele garoto, ele também parecia feliz.

Por ultimo apareceu uma senhora, com a imagem da mesma o coração de Hana se aqueceu, aquela velha senhora era tudo que a menina tinha atualmente, aquela senhora fora o único motivo para que a menina ainda estivesse viva.

–Eu perguntei o que vocês estão fazendo aqui? - perguntou a menina com o ódio nas palavras, seu pai e irmão deram um paço para trás ao ouvir a frieza na voz da menina.

– Eu quero pedir perdão filha - falou o homem - Eu sei... - antes que pudesse terminar foi interrompido.

– Perdão? Você não conhece essa palavra, você é um monstro que não liga e nunca ligou pra sua filha - falava a menina, sua voz foi aumentando com passar do tempo - Não vai me dizer de novo que se eu não tivesse nascido a minha mãe estaria viva? Lembra desce dia pai? Lembra do dia em que você ousou levantar a sua mão contra mim? Eu ainda me lembro da dor daquele tapa - falou a menina - E você? LEMBRA? Lembra do dia em que eu fugi de casa pra não apanhar mais? - sem importar com as pessoas que olhavam a cena abismada, sem acreditar que a menina doce que eles conheceram no inicio do dia estava daquela forma.

Depois de um longo tempo em que o homem apenas olhou para a menina derramando lagrimas ela olhou para ele derramando lagrimas de dor, uma dor que ela não sentia há sete anos.

– Você não lembra porque não te convém - ela falou - Se um dia você se importou comigo saia daqui e não volte nunca mais - ela falou virando as costas e saindo da guilda, o silencio foi imediato, ninguém ousou falar nada, apenas Zero que se virou e foi atrás da menina, o homem no meio da guilda caiu de joelhos no chão e chorou ao lado de sua sogra.

– Vai ficar tudo bem, nós sempre soubemos que seria difícil o reencontro - falou a mulher tentando consolar o homem.

Não muito longe dali

Hana corria desesperada, ela queria fugir dele, fugir da realidade assim como fizera seta anos atrás, ouviu alguém gritar seu nome, mas não ligou e continuou a correr, quando já estava no meio da floresta a pessoa que chamara por seu nome a parou.

– Espera Hana, temos que conversar - falou Zero enquanto puxava a garota.

– Não temos nada para conversar - falou ela ríspida, ele não se importou e puxou a garota para seus braços assim a abraçou afagando em seguida os seus cabelos, eles se sentaram na grama naquela posição, a menina passou a chorar nos braços do garoto desesperadamente, ela queria ser forte, mas não agüentou ela não queria que seus pesadelos fossem novamente assombrados pelas imagens do pai.

Depois da menina se acalmar um pouco o garoto tomou coragem para perguntar a ela o que tanto queria saber.

– Que cena foi aquela? - ele perguntou a menina se soltou de seu abraço e o olhou nos olhos, depois se virou para um lago que antes o casal não tinha percebido - Se você não quiser...

– Eu vou contar - ela falou olhando para a água do lago, foi até lá sendo seguida pelo garoto - Quando eu nasci a minha mãe morreu no parto - ela falou se sentando na beira do lago e colocando os pés dentro da água - Meu pai e meu irmão sempre me culparam, mas nunca disse em palavras, eu sempre tive dom para usar a água, meu pai sempre me irritava e falava coisas absurdas pra mim, um dia quando descobri sobre a minha magia eu fui ler um pouco mais pra aprender a usá-la e ele me viu lendo, acontece que meu pai odeia magos, quando me viu lendo ele meio que surtou e arrancou o livro da minha mão em seguida me deu um tapa e falou que se eu não tivesse nascido minha mãe estaria viva - ela falou, as lagrimas caíram na água do lago e assim fizeram pequenas ondas - Naquele dia eu fugi de casa e encontrei o meu dragão.

O garoto ficou um tempo apenas ouvindo, depois a indignação estava estampada em seu rosto, ele não sabia o que dizer, nunca tinha passado por algo assim, todos na guilda tinham uma família boa e feliz, nunca soubera de uma vida tão sofrida quanto à da Hana.

– Eu sinto muito - ele olhou para a menina e se lembrou que na guilda tinha uma pessoa em especial que já tinha sofrido muito por causa do pai - Eu não sei o que dizer sobre isso tudo porque nunca passei por isso, mas eu conheço uma pessoa que pode te ajudar - ele falou a menina o olhou curiosa - Vem comigo.

Assim ele a puxou de volta para a cidade caminhou por algum tempo até pararem em frente a uma enorme casa, na frente tinha um enorme jardim, ele tocou a campainha e esperou logo depois uma melhor de cabelos loiros e olhos castanhos apareceu.

– Yoo Zero - falou ela - O que te traz aqui? Quase nunca vem nos visitar - falou a mulher com a cara emburrada, o garoto apontou para a menina - Yoo, acho que não me apresentei direito na guilda, eu sou Lucy Dragneel muito prazer - falou ela apertando a mão da menina.

– Eu sou Hana Mizuki - falou a garota - Você é a mulher do Natsu Dragneel? - Lucy fez que sim com a cabeça.

– Tia Lucy, a Hana precisa falar com você - falou Zero já impaciente - Sobre o pai dela, acho que você entende desses negócios de família não é? - a loira olhou para a menina com um olhar materno que Hana não conhecia, afinal nunca chegou a conhecer a mãe.

– Eu estava lá na hora que você chegou - ela falou passando a mão nos cabelos da Hana - Foi uma cena e tanto não? - falou a loira já puxando a garota para dentro da casa - Sabe eu também tive problemas com meu pai - ela falou e assim foram entrando na casa deixando Zero plantado ali, sem outra opção ele entrou na casa para esperar a menina.

Pov Zero

Mesmo preocupado com a Hana eu a deixei falar sozinha com a tia Lucy, fui entrando na casa que estava estranhamente silenciosa, afinal de contas essa é a casa da família Dragneel, devia estar uma bagunça só, fui andando pela enorme casa, bem tinha que ser mesmo já que tinha tanta gente nela, alem do mais eles devem destruir essa casa todo dia.

Fui até a parte de trás da casa e me deparei com algo um, tanto quanto fora do comum, tio Natsu apenas de shorts na piscina, realmente não era uma cena comum, o pior era que não é apenas ele na piscina, tio Gray, tio Gajeel e o meu pai também estavam lá.

– Filho? O que você esta fazendo aqui? - perguntou o meu pai, eu o olhei de queixo caído, será que nenhum deles tem vergonha na cara? Tenho certeza que todos vieram aqui apenas pra arranjar confusão.

– Pergunto o mesmo - eu falei pra ele que deu um sorriso fraco, resumindo, eles vieram aqui pra brigar com o tio Natsu - Eu vim aqui pra Hana conversar com a tia Lucy - no momento que toquei no nome da Hana os homens que tinham expressões descontraídas ficaram sérios, todos deviam estar na guilda na hora em que nós chegamos.

– Ela está bem? - eles perguntaram ao mesmo tempo, eu confirmei e fui me sentar ao lado deles na borda da piscina - O pai dela contou o que fez - falou o tio Natsu.

– Acho que ele está arrependido, ela devia dar uma chance pra ele, todos um dia erram - falou meu pai olhando para algo muito distante, ele parecia pensativo e eu sabia o porquê, meu pai ainda se culpava pelo passado, mas tentava ao máximo esquecer.

– Eu também acho, mas é ela quem tem que tomar essa decisão - eu falei olhando pra eles - Nos amanha vamos pra praia, espero que esteja tudo bem pra você pai - eu falei, ele fez que sim, eu fiquei tão pensativo que antes de perceber eu já estava na água, olhei pra cima e os meus tios davam risada, meu deus eles são uns velhos de quarenta anos e ainda assim parecem mais crianças que os filhos.

Olhei para a janela da casa, estava preocupado com o que podia estar acontecendo com a Hana, ela vai ficar bem?  

Não muito longe dali

– Alex me devolve isso aqui - gritou a menina de cabelos róseos para o menino que corria em disparada na frente da mesma - Me devolva o meu sorvete seu idiota - falou a menina desesperada.

Atrás deles estavam os outros membros da equipe dando risada da cena, Akemi estava furiosa, não só pelo garoto ter roubado o seu precioso sorvete de baunilha, mas também por ele ter a acertado com um raio no meio da missão.

Agora depois de uma hora do fim da missão eles resolveram tomar um sorvete para acalmar os ânimos, mas o garoto insistiu em irritar a rosada, motivo? Queria ter a atenção dela voltada exclusivamente para ele.

– Isso mesmo Alex, é desse jeito que uma mulher tem que agir - falou Ally logo atrás do casal, eles olharam pra ela com uma gota na cabeça afinal de contas Alex era um homem, mas como se pode entender o que se passa na cabeça da filha de Elfman e Evergreen? Ela deu risada dos dois.

Sem que percebesse Akemi pegou o sorvete da mão de Alex e lhe deu um cascudo na cabeça, o mesmo foi de encontro ao chão com uma das mãos na cabeça onde um enorme galo aparecia.

– Isso foi malvado Akemi - ele falou com a voz manhosa que arrancou risos das garotas, percebendo a ausência de mais dois no grupo ele perguntou - Onde estão o Takao e a Anna? - as outras ao notar a ausência do “casal” foram procurar por eles.

– Deixa eles - falou Ally - Minha irmã deve estar morrendo de saudade daquele palerma - falou a Ally com os olhos brilhando em direção de algo que nenhum dos outros dois podia ver.

– Vocês já perceberam que todos da nossa equipe têm um irmão gêmeo? - perguntou Akemi, os outros olharam pra ela com expressões curiosas.

– Como assim Akemi? Você não tem irmão gêmeo - falou a albina, já a rosada ficou indignado com a resposta da amiga, o pior era que o moreno parecia concordar com a fala da outra.

– Isso é serio? Vocês não sabem que eu e o Haru somos irmãos gêmeos? - perguntou a rosada, os outros dois ficaram de queixo caído sem acreditar no que estavam ouvindo - Vocês me conhecem desde que eu nasci e não sabem que o Haru é meu irmão gêmeo? Santa mãe de deus, o que vocês pensaram que ele era meu?

– Apenas seu irmão mais novo - falou Alex - Você também não pode nos culpar, sempre no seu aniversario você falava pro Haru que ele que nasceu no mesmo dia que você, então pensamos que ele era um ano mais novo que você - a menina colocou a mão na testa em sinal de indignação - Alem do mais, vocês não são nenhum pouco parecidos.

– É verdade, todos que tem irmãos gêmeos na guilda são muito parecidos - falou Ally.

– E o Zero e a Kaori? - perguntou à rosada.

– O que? Eles também são irmãos gêmeos?  Falaram os dois em uníssono, Akemi já estava começando a ficar irritada, como duas pessoas que viveram suas vidas inteiras ao lado deles não sabiam que ela tinha um irmão gêmeo? - Eles não podem ser irmãos gêmeos, são tão diferentes.

Quando se deram conta já estavam parados na frente da porta da casa da rosada, eles entraram e foram direto pra cozinha, como o sorvete já tinha encontrado o seu fim e eles ainda estavam com fome foram pegar um sanduíche.

– Ei olha lá o Zero, eu vou tirar essa historia a limpo, tenho certeza que ele não é irmão gêmeo da Kaori - falou Alex indo para o lado de fora da casa - Ei Zero quero fala com você - o garoto gritou já o ruivo que olhava para um ponto qualquer da casa ainda não o tinha percebido - Zero seu Mané olha aqui - chamou Alex, o ruivo se tocou que estava sendo chamado e olhou em direção do moreno.

– É verdade que você e a Kaori são irmãos gêmeos? - perguntou Ally que se juntava ao garoto do lado da piscina, todos os homens que estavam ali começaram a prestar atenção na conversa que não tinha sentido.

– É claro eu sim, vocês não sabiam? - perguntou Zero enquanto saia da piscina, ele mostrava a cara de surpreso.

– Isso é serio? Eu não sabia - falou Natsu, Akemi olhou para o pai sem acreditar.

– Agora só falta ele dizer que não sabe que eu e o Haru somos irmãos gêmeos - falou a rosada, mas deixou a queixo cair ao ver a expressão de surpresa no rosto do pai - Pai isso é impossível, você não pode dizer que não sabia disso, como você não sabe se eu e ele nascemos no mesmo dia?

– Bem eu não estava no dia do nascimento, fiquei quatro meses fora naquela época, pensei que o Haru fosse adotado - ele falou com uma mão atrás da cabeça.

– Eu sou adotado? - perguntou Haru que acaba de sair da casa vindo em direção da área da piscina, atrás dele estava toda a sua equipe e Takao e Anna também estavam junto deles - Mas eu pensei que fosse filho biológico de vocês, eu sou irmão gêmeo da Akemi não sou? - antes que alguém explicasse ao jovem que tudo era um mal entendido ele já estava chorando em um canto qualquer.

– Pai olha o que você fez - exclamou a rosada correndo em direção do irmão, ele foi até ele passou a consolá-lo.

– Isso só pode ser brincadeira - falou Jellal - Natsu como você pode pensar que o garoto não é seu filho de verdade? - o rosado estava envergonhado por ter pensado por dezenove anos que seu filho não era seu filho de verdade.

– Isso é bem típico da cabeça de fósforo - ao ouvir o apelido tosco que Gray lhe dera Natsu pulou no rival e começaram a travar uma luta ali mesmo, enquanto Gajeel que apenas olhava a cena dando risada e Jellal com uma gota na cabeça, mas logo ambos foram puxados para a briga.

– Eu não sabia que o Haru era adotado - falou Yuno, que era a melhor amiga do Haru - Somos amigos desde que nascemos e você não me conta algo tão importante assim? Que tipo de amigo você é? - ela falava indignada.

– Você não percebeu que nem ele sabia desse pequeno fato? - falou Mai, olhando com dó para Haru que Akemi tentava consolar - Ela não sabe fazer isso direito, deixa isso comigo - ela falou expulsando a rosada de perto do outro.

– O Haru é adotado? - perguntou uma voz atrás deles, alguns se viraram e se depararam com Luka que vinha acompanhada de Safira - Eu pensei que ele fosse irmão gêmeo da Akemi.

– Que historia é essa do Haru ser adotado? - perguntou Kaori que entrava no recinto acompanhada de Mia e Kaze, que agora continham a marca da guilda na coxa e no peito.

Eles assim ficaram por um tempo até que uma voz se fez maior que as outras.

– Mas o que esta acontecendo aqui? - perguntou Lucy, ela entrava no lugar acompanhada de Hana que tinha um sorriso de canto, Erza, Levy e Juvia também estavam lá - por que todo esse tumulto?

– Mãe, por que você não me contou que eu sou adotado? - perguntou Haru com lagrimas nos olhos.

– Quem te disse essa barbaridade filho? É claro que você não é você é irmão gêmeo da Akemi, nasceram no mesmo dia - falou ela chocada com as palavras do filho.

– Mas o papai disse que eu era adotado - na hora que ouviu isso Lucy se virou para o rosado que ainda brigava com os outros homens, foi até lá e com uma aura maligna ela parou a briga.

– Como você ousa dizer ao seu filho que ele é adotado? - o rosado tremeu só de ouvir o tom de voz da mulher. Ela atacou o rosado longe e depois de muito tempo ela conseguiu explicar a todos que aquele fora um enorme engano por parte do rosado, agora todos os jovens estavam sentados nas mesas da parte de trás da casa.

– Faz tempo que não ficamos unidos assim não é? - perguntou Kaori.

– É verdade - falou Akemi.

– Por que eles não vão com a gente pra praia? - perguntou Hana, Kaori adorou a proposta e assim ofereceu para que todos fossem para a praia juntos, todos toparam e assim no dia seguinte eles se dirigiram para o lugar.