Hana estava tomando seu sorvete com seus amigos, mas tinha um leve pressentimento que as coisas estavam prestes a mudar, estaria à voz certa? Não, aquilo era impossível, afinal de contas eu nem sei de quem era aquela voz, mas ela me parecia familiar e tão calorosa.

Puxei Zero para um canto mais afastado dos outros, tentando ignorar o olhar da irmã do mesmo que estava sobre nós, ele me olhava com interesse e curiosidade, eu me virei para ele, eu estava aflita, algo não esta certo, alguma coisa vai acontecer eu tenho que descobrir o que é o ruivo ainda me olhava com um olhar agora preocupado, devia ver a minha própria preocupação nos olhos.

– Aconteceu alguma coisa Hana-chan? - perguntou o ruivo.

– Eu estou com um mau pressentimento - eu falei baixo para que apenas ele ouvisse - Vamos voltar para a guilda? - eu pedi a ele que me olhava confuso.

– Mas nós acabamos de combinar de sair para a praia amanha - falou ele.

– Eu sei, o problema é que isso está me incomodando - eu falei cabisbaixa - Nós podemos ir a guilda hoje e amanha irmos para a praia e encontramos com o pessoal lá? - o ruivo olhou para ela em duvida, a mesma percebeu o desconforto do mesmo então falou - Se você não quiser ir eu entendo, vou sozinha não tem... - antes de terminar de falar o ruivo a interrompeu aflito.

– Claro que não Hana-chan - falou ele - Nós somos uma equipe, não podemos deixar nossos Nakamas na mão - falou ele - Eu vou te acompanhar, vamos ali avisar ao pessoal depois podemos ir.

– Claro - eu falei animada, mesmo estando morrendo de vergonha por ter que passar algumas horas sozinha com o Zero.

Quando voltamos até a mesa todos já tinham terminado de comer, Mia e Kaze estavam envolvidos em uma conversa super animada com a Kaori que não parava de dar risada dos dois quando falavam alguma coisa constrangedora sobre o outro, aqueles dois se conheciam como a palma da mão deles, era bonitinho de ver, eles formariam um casal muito fofo, meus olhos brilharam só de imaginar, acho que vai começar mais uma operação cupido da Hana, mas tenho que encontrar alguém para me ajudar.

Kaori estava olhando para os dois com um sorriso malicioso, acho que posso esperar um pouco para partir, quem sabe eu não tenha acabado de encontrar uma boa aliada no quesito de formar casais?

– Zero - eu chamei o ruivo que me olhou sem entender a minha repentina parada - Eu vou falar com a Kaori e depois nós vamos - eu falei, ele me olhou sem entender, era mais do que obvio que ela não gostara de mim.

– Kaori-san, podemos conversar? - eu perguntei para a azulada, ela me olhou com seu habitual olhar examinador, depois de um tempo ela concordou e saímos da sorveteria, ela parou e ficou me observando esperando eu falar, quando tomei a coragem suficiente falei - Eu percebi que o Kaze e a Mia são bem próximos, você poderia me ajudar a juntá-los? - eu perguntei já esperando uma resposta negativa, mas os olhos da azulada brilharam em expectativa.

– É claro, aqueles dois formam um casal muito fofo - falou ela - Mas como vamos fazer isso? - ela me perguntou curiosa, eu dei um leve sorriso, ainda não tinha pensado nessa parte do plano, a outra me olhou com reprovação, mas depois de pensar um pouco ela exclamou - A tia Mira vai saber o que fazer - eu olhei para ela com um ponto de interrogação na cabeça, eu conheci a Mira e não entendi o porquê di ela poder nos ajudar, a azulada ao perceber que eu não compreendera explicou - Todos os casais da guilda tinham problemas que os impedia de revelar os seus sentimentos, a tia Mira fez com que todos os casais se formassem.

– Tudo bem - eu falei sorrindo - Eu vou voltar a guilda hoje e posso pedir uns conselhos a Mira - a azulada me olhou sem entender - Eu estou com um pressentimento ruim e por isso eu e Zero vamos a guilda ver se isso passa - eu falei e logo me arrependi, Kaori me lançou um olhar mortal.

– Eu também vou - ela falou de imediato - Vamos levar a Mia e o Kaze para que já entrem na guilda - falou ela já decidida, foi para dentro do recinto e falou para todos o nosso plano de voltar hoje e amanha ir para a praia, mas também falou para que Sakura, Kaito e Julli irem antes para a praia.

Assim, nos separamos e alguns seguiram para a guilda e os outros para a praia, mas ambos os caminhos trariam surpresas.

Um pouco longe dali na frente da Fairy Tail

– Gatinho - chamava a velha senhora pelo gatinho que estava em seu colo dormindo, ela ouvia seu neto reclamar atrás de si por ela estar dando tanta atenção ao gato - Vamos fofinho, eu comprei seus bolinhos - o resultado foi imediato, a gatinho se levantou em um pulo procurando pelos bolinhos, quando os avistou na mão do jovem voou até ele e se atacou a comer - Aqui é a Fairy Tail? - perguntou à velha senhora apontando para a construção a sua frente, o gato desviou sua atenção rapidamente para o prédio confirmou com a cabeça e voltou sua atenção para os bolinhos.

A velha entrou no local acompanhado dos dois homens e do gatinho, foi direto ao bar onde uma linda mulher de cabelos brancos trabalhava a mulher ao ver as três figuras abriu um leve sorriso em direção deles e logo veio os atender.

– Desejam algo? - perguntou à albina, quando ela avistou o pequeno gato que estava com a mulher comendo bolinhos - Vocês encontraram o Riki, eu fiquei tão preocupada - falou ela saindo do balcão e indo em direção do gato, ela o pegou e deu um abraço que quase matou o gatinho - Muito obrigado.

– Nós podemos falar com o mestre da guilda? - perguntou à senhora, a albina confirmou com a cabeça e logo chamou pelo homem, pouco tempo depois ele apareceu e depois de examinar os três arqueou uma sobrancelha.

– Vocês são muito semelhantes a uma dos nossos membros - falou ele, na hora a senhora percebeu que ele falava de sua neta.

– Se você estiver falando da Hana tem motivos - o homem os olhou ainda mais desconfiados - Eu sou a avó dela e eles são o pai e o irmão - o homem abriu em breve sorriso e nos chamou para sua sala.

– Eu não sabia que ela tinha familiares - falou ele - Mas é muito bom conhecê-los, em que eu posso ajudar vocês? - ele perguntou se sentando em sua cadeira.

– Meu neto quer entrar para a Fairy Tail - falou a velha, o garoto olhou para o homem loiro a sua frente e abriu um leve sorriso, o homem loiro pareceu se iluminar com a resposta da senhora.

– Se você for tão forte como a sua irmã eu não vou me importar, contanto é claro que você não destrua muitas coisas - falou ele, as três pessoas se entreolharam sem acreditar que Hana era considerada forte em uma guilda tão forte devia mesmo ser de uma força enorme, ficaram felizes em saber que a menina tinha uma boa vida - É só você descer até o bar e pedir a Mira para que ela coloque a sua marca.

– Obrigado senhor - falou o menino.

– Espere - falou Laxus se lembrando de algo - Qual a sua magia?

– Sou um mago de água e tenho habilidades de cura - falou ele sorrindo para o mestre e logo depois se retirando da sala.

– Se o senhor não se importar eu tenho mais um pedido a fazer - falou a senhora, o loiro apenas fez sinal com a cabeça para que a mesma continuasse - Eu sou uma maga, mas sou muito velha e não trabalho mais e quero muito fazer parte da guilda e ajudar aqui na cede se o senhor não se importar.

– É claro que não me importo - ele falou sorridente, sempre era boa uma ajuda a mais, olhou para o outro homem no recinto - Acho que você deseja a mesma coisa - o homem confirmou - Entao assim como o garoto podem descer e colocar a sua marca, mas antes qual a sua magia senhora?

– Eu uso a mesma magia que meu neto - falou ela dando um leve sorriso, a senhora e o homem se retiraram e foram até o balcão onde o garoto apreciava a sua nova marca.

Algumas horas depois

Hana estava finalmente chegando a Fairy Tail, seu medo parecia ficar cada vez maior, era um pressentimento de que tudo ia mudar, Zero olhava para ela a cada dez segundos preocupado, mas a mesma quase nunca percebia, quando estavam passando por uma rua qualquer eles ouviram uma voz ecoar atrás deles.

– Faz tempo que eu não te vejo Kaori - falou a voz, nós nos viramos e demos de cara com um garoto de cabelos negros bagunçados, com duas mechas brancas seus olhos eram cor de mel e de alguma forma sedutores, eles pareciam me atrair para ele de uma forma estranha ele tinha uma tatuagem no rosto ao lado esquerdo negra.

Dele emanava uma aura maligna que me dava arrepios, senti que Zero ficara tenso e preocupado, Kaze e Mia parecia não ligar para a aura do garoto, já Kaori que provavelmente era conhecida pelo garoto o olhava confuso.

– Eu te conheço por acaso? - ela perguntou para o garoto, foi impressão minha ou eu vi um pouco de desapontamento e tristeza nos olhos dele?

– Eu já devia imaginar que isso aconteceria - falou ele - Afinal de contas você é tão linda deve ter muitos caras em sua vida - falou ele cabisbaixo - Mas vou dizer que você está mais bonita que antes, esses seus peitos são de verdade? - ele perguntou enquanto do nada aparecia em frente à Kaori e colocava as mãos nos peitos da mesma e em seguida os apertava, Kaori estava mais vermelha que os cabelos do Zero e isso davam uma boa cena de comedia.

– Pervertido - gritou ela enquanto desferia um golpe no mesmo, ele foi parar do outro lado da rua.

– Você não mudou nada mesmo - falou ele com um sorriso sacana - Mas você está pedindo para um homem te abusar com essas roupas chamativas e tão curtas - falou ele com um tom safado, se fosse eu ele já estava morto, e pelo visto esse era um destino que não estava muito longe do garoto, Zero estava com uma aura que fez até eu tremer, pelo visto não é só a irmã dele que é protetora.

– Se você tocar mais uma vez na minha irmã eu vou te matar - falou ele - Quem é esse idiota Kaori?

– Eu não tenho a mínima idéia - falou ela tentando se lembrar do garoto, mas em vão.

– Não se preocupe - falou ele - Logo você vai se lembrar de mim - falou o garoto - Ate mais - e assim ele desapareceu, ninguém soube para onde, mas logo fomos embora por insistência minha.

Quando cheguei a guilda eu fui logo abrindo a porta e entrado, estava como sempre uma loucura ali dentro, mas meu coração deu uma falhada ao ver um senhor de cabelos curtos da mesma cor que os meus servindo os magos, quando ele se virou eu tive certeza de quem ele era e logo falei.

– O que você faz aqui, pai? - ele se virou pra mim e a bandeja que estava em suas mãos caiu, toda a guilda estava em silencio olhando a cena, o homem não pode conter as lagrimas de alegria e a menina não segurou as lagrimas de ódio e dor.