O Outro Lado Da Lua escrita por Marie Caroline


Capítulo 88
3x17 - Game on


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente gostaria de dizer #O GIGANTE ACORDOU!
Haha, sou patriota mesmo u.u

Agora, quanto a fic... Mega feliz com os comentários do capítulo passado! E demorei para postar porque eu sempre planejo muito bem os capítulos finais para não dar erro. E sim a fic já está terminada (pelo menos na minha cabeça kk) E já aviso que vem uma bomba grande por aí! Vocês vão ficar de queixo caído... Enfim, esse capítulo vai deixar vocês querendo muito mais, então vou tentar escrever o mais rápido possível ok? Agora tenham uma boa leitura ^^



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–Anda, Seth! A gente vai se atrasar! – eu disse batendo à porta do quarto dele. Ouvi-o resmungar algo sobre bater o carro por que iria dormir ao volante.


Em alguns minutos nós dois já estávamos na camionete de Seth correndo na estrada.

–Por acaso você está ouvindo Jake na floresta? – perguntei a certa altura. – Eu combinei de encontrar ele por aqui.

Seth se concentrou por um minuto.

–Ele está correndo. Vamos encontrá-lo bem mais à frente.

Senti algo se agitando dentro de mim. Agora que ele sabia de nosso filho, eu me sentia ansiosa para compartilhar com ele todas as experiências que tivera até agora.

–Seth, acho que tem algo que você precisa saber. – falei, mal contendo o sorriso. – Eu queria esperar até Sue chegar, mas eu estou tão nervosa que poderia usar alguma ajuda sua.

Ele franziu a testa, parecendo meio divertido.

–O que você andou aprontando, hein? – ele disse lentamente, os olhos brilhando de curiosidade.

–Não aprontei nada. – respondi sorrindo.

Ele continuou no mesmo tom divertido.

–O que foi? Você resolveu tirar esse anel do colar e colocar logo no dedo?

Gargalhei.

–Não! Quer dizer... Acho que não. – essa era outra questão que ainda não havia considerado. – Pelo menos não agora.

–Ah, é? Então o que...?

Seth parou de falar de repente; seu olhar perdeu-se e ele estacionou na encosta da estrada. Seu rosto estava sério.

–O que será que aconteceu?

–O que houve? – perguntei já completamente apavorada, procurando por possíveis agressores na estrada.

–Ayane está aqui. – ele disse pensativo.

–O que...? – comecei, então a vi pelo retrovisor do carro; no meio da estrada, Ayane caminhou imponentemente em suas roupas de grife e ficou a alguns metros distantes de nosso carro.

–Vou falar com ela. – falou Seth. – Fica aqui.

Observei-o sair do carro e contorná-lo. Ayane estava apenas parada com a expressão vazia. Nunca tive medo dela, mas agora senti um estranho incômodo ao fitar seus olhos sem emoção.

Vi Seth trocar algumas palavras com ela, então comecei a procurar por Jacob na floresta. Eu só queria que ele chegasse logo... Quando voltei meu olhar para trás, não avistei nem Seth nem Ayane. Saí do carro rapidamente e, a princípio, não os encontrei. Já quase fora de mim mesma, contornei o carro e tive que prender a respiração quando a visão de Seth jogado no chão me assaltou.


Ponto de vista: Jacob.




As árvores passavam rapidamente por mim.




Eu ainda estava com a sensação de que tinha sido acabado de ser atropelado. Meus movimentos eram puramente instintos, pois minha mente estava totalmente longe. Poucas coisas haviam me tirado o chão desse jeito. E essas situações geralmente envolviam Agatha.


A cena ainda se repetia sem parar. Agatha me olhando nos olhos e confirmando o que com certeza era a maior notícia da minha vida. Ainda não conseguia assimilar as coisas direito... Uma criança... E com ela. Eu sabia que estava feliz, porém também havia espaço para preocupação, medo e até culpa. Culpa por que Agatha havia passado por tudo sozinha. Agora tudo se encaixava. Toda aquela insegurança com o futuro; seu pedido para que me afastasse... Eu deveria ter desconfiado! Como eu fui burro, droga! Ela nem é a melhor mentirosa do mundo e conseguiu me enganar...

Eu estava me sentindo um tanto covarde por ter saído daquele jeito, mas precisava clarear a mente. E Agatha entendia isso, tanto que foi ela que deu a ideia. No entanto, era melhor ir para a estrada esperar por eles. Quanto mais cedo a encontrasse, mais cedo poderia olhar em seus olhos e dizer o quanto estava feliz, e que estaremos juntos não importa o que aconteça.

Um filho.

Eu nunca imaginara algo assim. É claro, sonhava em casar com Agatha, ter uma vida só nossa. Mas nos últimos tempos isso me parecia tão distante que a visão se perdeu. Agora ela estava mais forte e nítida do que nunca. E não havia somente eu e ela. Era isso. Eu estava preparado para ter um filho. Esse é o meu futuro e ninguém vai tirá-lo de mim.

Estava preparado para assumir a forma humana quando ouvi os gritos. Os gritos de Agatha ecoando por toda a floresta. Havia dor em sua voz...

Não pensei nem mesmo por um segundo. Levantei minha cabeça para cima e uivei. Então impeli meu corpo para frente e comecei a correr com toda a velocidade que tinha.


Ponto de vista Agatha




–Seth! – gritei, me jogando no chão ao seu lado. Ele estava quase caindo na inconsciência. – Seth, o que está acontecendo? O que está sentindo?




Ele balbuciou, seus os olhos mal se mantendo abertos.


–Cuidado... Agatha.

Abri a boca para perguntar, mas calei-me ao ouvir passos atrás de mim. Virei-me. Ayane estava de pé, me encarando.

–O que está acontecendo com ele, Ayane?

Ela não respondeu.

–O que está acontecendo? – repeti mais firme. Seth grunhia ao meu lado. Eu esperava por uma resposta de Ayane, mas ao fitar seu rosto pálido, lembrei-me de Jacob caído e sem forças, no topo de um penhasco. Minha voz saiu em um sussurro estrangulado. – O que você fez?

–O que foi preciso. – ela respondeu calmamente.

Levantei-me, completamente aturdida, sem querer acreditar no que estava acontecendo. Ela não havia nos traído... Não podia ser verdade. Eu estava pronta para berrar o mais alto que podia, mas então, outra figura igualmente apavorante saiu nas sombras das árvores. Seu rosto maníaco e pálido foi a primeira coisa que ficou visível.

Emily sorriu para mim.

–Olá, Agatha. Estou vendo a surpresa estampada no seu rosto, mas infelizmente estamos com o prazo curto e, portanto, sem tempo para explicações. Logo, logo os outros vão acabar com os meus pequenos ajudantes, e não vamos querer que o seu namorado interrompa nossa reuniãozinha, não?

–Ayane, o que você está fazendo? – minha voz desafinou de pânico.

As irmãs se olharam; bastou um aceno de cabeça da Emily para Ayane estender a mão em minha direção. E eu sabia o que ela estava prestes a fazer. Pensei em correr, mas não poderia deixar Seth aqui, então só me restou gritar por ajuda. Só que no segundo seguinte todo e qualquer plano de escapar que pudesse ter me ocorrido foram varridos da minha mente. Parecia que a minha cabeça estava sendo horrivelmente espremida por forças invisíveis. Senti minhas pernas fraquejarem, todo o meu corpo perdeu as forças, se esgotando diante da figura magra e apática da meia vampira que há dois dias eu havia começado a confiar.

A dor atingiu o ponto em que não pude respirar. Um grito choroso escapou de minha garganta. Caí no chão, enrolada e pressionando as têmporas como se pudesse fazer a dor ir embora. Eu já não estava aguentando. Pensei que fosse desmaiar a qualquer momento. Continuava me contorcendo no chão; esperando a inconsciência vir, mas ao mesmo tempo temendo o que elas poderiam fazer comigo caso apagasse. Meus gritos ainda ecoavam na floresta quando ouvi um uivo vindo de algum ponto longínquo.

Quando achei que não iria mais suportar, a dor em meu cérebro cessou. Minhas têmporas ainda latejavam e meu corpo estava esgotado, mas mesmo assim consegui olhar para cima e encarar Ayane. As lágrimas escorreram por meu rosto e rolaram em direção aos cabelos.

–Por favor...

As linhas do seu rosto estavam duras. Então o rosto de Emily surgiu em meu campo de visão; ela tinha um sorriso maníaco nos lábios.

–Hora de dormir.

Não. Aquela era a hora de berrar.

–JACOB...!

Mas não pude terminar. Por que Emily pegou meu pescoço e arrebentou minha cabeça no asfalto. Ainda estava à beira da consciência quando ouvi:

–Leve a sua amiguinha para o carro.


Ponto de vista: Jacob.




Eu estava correndo com tanta velocidade que não entendi muito bem como foi que acabei batendo em uma massa escura e rolando pela floresta. Quando me levantei logo senti o cheiro ácido. Rosnei enquanto um vampiro troncudo e musculoso me encarava arreganhando as presas. Investi contra ele, mas além de forte, ele era rápido. Saltou sobre mim, só que levou a pior. Atrás dele já estavam Embry e Colin.




Te pegamos, otário! – pensou Embry.


Nós avançamos contra ele, que desviou. Pensamos que seria fácil, mas nossa vantagem não durou muito. Os pêlos do meu torço se arrepiaram ao sentir o fedor de mais dois deles vindo.

Merda! Eu preciso ir até a Agatha!

Vai lá, cara. – disse Colin. – A gente dá conta.

Assenti para eles e saí correndo ao mesmo tempo em que Colin e Embry atacavam os três. Não consegui percorrer nem trezentos metros quando senti algo forte batendo contra o lado esquerdo do meu corpo. Rolei para o lado, mas levantei quase no mesmo segundo. Meu rosnado de raiva ecoou pelas árvores. O sanguessuga se agachou de maneira defensiva e arreganhou as presas. Investi contra ele, apenas para tirá-lo do meu caminho; Agatha era a minha prioridade. Na mente dos garotos pude ver que os outros dois estavam tentando se desviar da luta. Mirei uma mordida no flanco do vampiro à minha frente, mas ele desviou.

Eles querem te distrair! – disse Embry. Um segundo depois ele teve sucesso contra seu oponente e arrancou sua cabeça. Ele gargalhou. – Menos um!

Inflamado com ódio pelo fato de que esses filhos da mãe estavam tentando me atrasar, corri na direção oposta de meu combatente. Ele me seguiu, caindo na armadilha, então cravei minhas patas na terra e girei o corpo. O sanguessuga não entendeu meu movimento e não parou a tempo de evitar cair em cima de mim. Dilacerei seu corpo com uma só dentada.

Boa, Jake! – gritou Embry.

Enquanto os garotos perseguiam o outro, que debandou, voltei-me em direção ao norte. Enquanto corria, todo o meu pensamento era direcionado a Agatha. Ela tinha de estar bem, tinha de estar... Então, de repente, os gritos ecoaram novamente. Quase perdi o equilíbrio. Era como se estacas de ferro estivessem sendo enterradas me meu corpo. A cada grito, mais um ferro.

Não! – rugi e voei pela floresta como um foguete. Raiva e medo dominavam minha mente. Eu acabaria com quem quer que fosse que estivesse machucando Agatha e... e o meu filho.

Assim que senti o cheiro de Seth e de Agatha, pulei para a estrada. Enxerguei o carro e Seth caído no chão. Sua pela estava suada e verde. Assumi a forma humana rapidamente e caí ao seu lado.

–Meu Deus, Seth você está bem? – sacudi seu ombro. – Seth, acorda!

Ele abriu os olhos lentamente. Então seu rosto assumiu uma expressão aterrorizada.

–Jake! Meu Deus, elas levaram a Agatha!

Senti o ácido subindo por minhas veias. Lutei para recompor minha voz.

–Quem?

Seth tentou se levantar, mas parecia terrivelmente fraco. O que acontecera com ele?

–Emily e Ayane. Ela me atacou, cara. Não sei o que deu nela... – ele tentou se levantar novamente, ainda sem sucesso. – Precisamos ir até elas...

Eu precisei de alguns segundos para processar aquilo. Eu não consegui falar, não consegui me mover. A única coisa que parecia ser líquida e certa era que eu tinha que trazer ela de volta. E então eu acabaria com as duas; Emily e a traidorazinha.

Mas primeiro precisava ajudar Seth.

–Seth, precisamos de ajuda. – ajudei-o a se levantar. – Ligue para os Cullen, você precisa de Carlisle. Eu já passei por isso e sei que leva tempo para se recuperar. Eu vou convocar os garotos, vamos precisar de todos eles. – coloquei-o no carro. – Você ouviu alguma coisa que pode ser útil?

–Não... Quer dizer, não sei direito, eu devia estar alucinando...

–O que foi? – pressionei-o.

Seu rosto ficou mais verde ainda.

–Falaram algo sobre ter um cara morto no porta-malas.

Um arrepio percorreu minha espinha. Eu não podia pensar em morte agora. Não. Eu tinha que manter a cabeça no lugar e pensar com clareza. Eu iria atrás de Agatha, mataria qualquer sanguessuga que se metesse em meu caminho, e sairíamos bem dessa.

E foi o que fiz.

Reuni o bando e começamos a seguir o rastro de Agatha. Até Sam, que já havia largado a matilha, se transformou assim que soube da notícia. Dividimos-nos em grupos de cinco. Comigo ficaram Embry, Colin, Jared e Quil. Estavam todos concentrados em seguir o cheiro que nos levava cada vez mais para o norte. Junto com o cheiro de Agatha estava também o de outro sanguessuga que não conhecíamos. Depois de explicar rapidamente para os outros, o que acontecera, foquei-me em achar Agatha e ignorei as especulações do grupo. Alguns questionavam a traição de Ayane, outros imaginavam se Seth iria ficar bem, e alguns – esses eu tentei ignorar mais ainda. – imaginavam se Agatha sairia viva dessa. Eu sabia que sim. Eu a salvaria. E quanto a Seth, Carlisle cuidara muito bem de mim depois que quase morri no topo daquele penhasco; sabia que ficaria ótimo.

Depois de algum tempo – e eu não queria saber exatamente quanto, por que a cada minuto que passava era mais um minuto de agonia e aflição – alguns Cullen vieram ajudar; Edward, Jasper e surpreendentemente Rosalie. Não sabia por que ela estava ajudando, mas tanto fazia. Edward mostrou compaixão pelo o que eu estava passando e disse que faria o que pudesse para acabar com isso. Agradeci por que sabia que ele era sincero. Era incrível o quanto nossa relação havia ficado amigável.

O céu começara a anoitecer gradativamente. Eu corria mais rápido, como se pudesse ultrapassar o próprio tempo. Mas quando o rastro chegou ao fim, eu tive que parar. Por que esse tempo todo eu achei que estávamos seguindo Agatha. Meus músculos trincaram, minhas patas ameaçaram ceder. O medo, a desesperança, ameaçou abrir caminho por entre minhas entranhas, ameaçou a corroer minha determinação e ruir a minha coragem.

O casaco dela estava jogado de qualquer maneira ao pé de uma grande árvore.

Senti o coro de consternação ecoar na mentes de toda a matilha. Mas eu não podia me permitir perder as esperanças.

Não. Não podemos desistir. Ela deve estar aqui em algum lugar.

Jake – começou Quil –, o rastro acaba aqui...

Não interessa! – rugi. – A gente continua a busca.

Edward chegou perto de mim. Não percebi que estava agachado no chão.

–Vamos, Jake. Nós podemos nos reunir e pensar em um plano...

Não. – respondi ainda sem conseguir levantar.

–Jacob, nós precisamos pensar em um contra-ataque.

Façam isso vocês. Eu continuo procurando.

Não iria desistir. Não iria parar. Iria até o fim do mundo se precisasse.

Mas Agatha voltaria para mim.


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Notas finais do capítulo

Comenteeeeeeem! ♥