O Outro Lado Da Lua escrita por Marie Caroline


Capítulo 87
3x16 - Eu já devia ter feito isso antes


Notas iniciais do capítulo

Deem uma olhada no tumblr da fic, está cheio de fotos promocionais novas http://sagaooutroladodalua.tumblr.com/
Olá, minhas linda *__* Agradeço do fundo do coração a todos os comentários no cap passado! Amo cada um deles e só não respondi por que estive sem tempo mesmo. Enfim, estou escrevendo como louca para concluir logo a fic. Não que eu queria que acabe, mas preciso urgentemente começar a estudar para o vestibular o.O Beijocas e boa leitura! :)



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Era como se o fim do ano passado estivesse se repetindo tudo de novo. A tensão. O medo. A guerra.

O ataque da noite passada funcionou como um choque, que nos forçou a acordar e encarar a realidade, por mais terrível que ela fosse. A matilha ficou até um pouco excitada às margens de uma nova luta, mas Jacob e Seth não compartilhavam do mesmo sentimento. Os Cullen também não eram os mais ansiosos pela batalha final que todos sentíamos que era eminente.

Por que era perceptível. Estava no ar. Nós estávamos prestes a enfrentar algo grande, por mais que não soubéssemos exatamente explicar como tínhamos essa certeza.

E isso me dava náuseas.

Passamos o dia inteiro debatendo. Por que aqueles vampiros nos atacaram? Seria a mando de Emily ou Joham? E onde estavam eles e o que tramavam?

Ainda não conseguimos encontrar as respostas, mas Jacob tinha algumas teorias interessantes.

–Foi um ataque estranho. – ele dissera a todos na mansão dos Cullen. – Muito desorganizado. Quer dizer, todos nós achávamos que se um dia Joham voltasse a atacar seria com um plano igualmente inteligente.

–Então, você acha que foi Emily? – perguntara Bella.

–Também não. – ele respondera. – Os sugadores alternavam os ataques, como se estivessem apenas nos distraindo. Se fosse Emily...

–Eles teriam ido direto a mim. – completei com a voz sem emoção.

Então, quando Jacob, Seth e eu voltamos para casa, eles continuaram a debater. Eu estava exausta e enjoada, portanto, deitei-me de bruços no sofá e ignorei a conversa dos dois. Jacob e Seth discutiam como alternariam os turnos e quem ficaria aonde. Eu não opinei, não queria saber. Estava cansada de tudo isso, era como se nossas vidas fossem ser sempre essas lutas constantes para sobreviver.

Eu queria poder acreditar que sairíamos bem dessa, que dessa vez nada ruim aconteceria, mas algo mudou dentro de mim. A confiança que eu tinha ao entrar em uma luta fora arrancada de mim há muito tempo. Não sei quando foi que meus pensamentos atordoados se transformaram em sonhos, mas depois do que me pareceu um bom tempo, acordei já em minha cama. Ouvi o barulho da chuva caindo no telhado, e senti o cheiro da terra molhada vindo da direção da janela.

Abri os olhos para uma manhã cinza e enevoada. Sentei-me encostada nos travesseiros e pensei no que teria de fazer hoje. Esse era um ritual há muito esquecido. Quando comecei a voltar lentamente à vida depois de Bernardo me deixar, eu tinha que passar mentalmente todas as minhas atividades; programar sorrisos e inventar tópicos interessantes de conversa. Tudo para que os pedaços remanescentes de mim continuassem no lugar.

Hoje eu teria de fazer a mesma coisa. Impedir que meus pedaços se soltassem do todo.

Surpreendo-me com a aparição de Jacob à porta do quarto. Ele estava quase sempre patrulhando...

–Bom dia, anjo. – ele disse antes de atravessar o quarto e me pegar em um abraço. – Eu ouvi você falar durante o sono, teve algum pesadelo?

Eu havia falado? Engraçado, eu não lembrava de ter sonhado algo. Esfreguei os olhos.

–Não sei, não lembro. Você veio aqui ontem?

Ele assentiu.

–Eu sempre venho.

Sorri. Ele nunca me deixava.

–O que eu falei exatamente? – perguntei.

Ele deu de ombros.

–Nada coerente, só resmungou.

–Ah...

Distraída, coloquei a mão no ventre, pensando que devia começar a me arrumar para irmos buscar Sue e Charlie no aeroporto. Voltei meu olhar para Jacob e o peguei me observando. Tirei a mão da barriga rapidamente.

–Hã, eu já volto. – disse e me encaminhei para o banheiro.

Era hoje. O dia em que eu finalmente colocaria tudo para fora. Eu contaria a Jacob sobre nossa criança logo que Sue e Charlie chegassem. Não sabia como estava conseguindo me manter de pé, mas de algum jeito estava.

Quando voltei para o quarto Jacob já foi logo dizendo:

–Eu acho melhor você não ir ao aeroporto.

–O quê? Não, eu já disse que iria buscá-los. Estou morrendo de saudades de Sue e Charlie.

Ele insistiu.

–Tá, mas precisa ir mesmo até lá?

Aproximei-me e sentei em seu colo, colocando as mãos em seu pescoço.

–Olha, Seth vai ir comigo. E Bella, Renesmee e Edward vão nos encontrar lá. Não haverá problema nenhum.

Ele apertou os olhos, ainda sem estar totalmente convencido, mas relaxou um pouco.

–Ok, tudo bem. Mas eu vou junto.

Beijei-o brevemente.

–Como quiser. – sorri. – Eu te amo.

Ele se fez de desentendido.

–Ama, é?

–Hum-hum. E não se faça de bobo. – ri.

–Ah, é? Vou te mostrar quem é o bobo...

Então, de repente senti meu corpo girar. Jacob colocou minhas pernas ao redor de sua cintura e me pegou em um beijo de tirar o fôlego. Suas mãos prenderam minha cintura seguramente, e eu me joguei para cima dele com entusiasmo. Como estivemos separados essa semana inteira, agora que minhas mãos percorriam sua nuca e agarravam seus cabelos, parecia que minha ânsia por Jacob era insuportável. Eu precisava tê-lo cada vez mais perto de mim.

Passei a língua na linha de seus lábios e ouvi um som abafado sair do fundo de sua garganta. Ele mordeu de leve os meus lábios e logo em seguida distribuiu beijos por meu queixo, pescoço e a linha da clavícula. Arfei e agarrei ainda mais o seu cabelo. Senti suas mãos apertarem minhas coxas e então subirem, introduzindo-se por baixo de minha blusa.

Foi exatamente nesse instante em que minhas mãos voaram para agarrar os punhos dele, com uma força que me surpreendeu, porém não mais do que a Jacob. Ele me olhou, alarmado e ainda um pouco ofegante.

–O que foi?

Eu ainda segurava seus pulsos. Não podia deixá-lo sentir o volume em meu ventre. Mas agora estava em pânico e acho que posso acabar vomitando.

–Nada. – disse com a voz quebrando. Saí de cima dele. – É que já está quase na hora do voo deles chegar.

Jacob levantou-se e me observou com a boca ligeiramente aberta. Á essa altura, ele bem que podia estar perto de chegar à verdade sozinho. E, ao fitar seu rosto contraído de concentração, constatei que era isso mesmo que ele estava fazendo. Seu rosto tomou uma tonalidade esverdeada e ele lutou para conseguir formar uma frase. Prendi a respiração, esperando.

–Não... não pode. – agora ele olhava fixamente para a minha barriga. – Esse tempo todo... Era isso?

Respirei fundo e senti um curioso alívio instantâneo por ele ter sacado sozinho, sem que eu precisasse ter “a conversa”. Era mil vezes melhor agora. Parecia que o peso do mundo havia saído das minhas costas. E até me atrevi a dar um meio sorriso ao confirmar.

–Sim. Eu estou grávida.

Jacob me dirigiu um olhar assustado, tão assustado quando no dia, há tanto tempo atrás nesse mesmo quarto, em que confessou que não conseguia ficar longe de mim.

Tudo bem, eu protelei isso até o ponto de ser inevitável por que pensei que não devia acarretar mais uma responsabilidade para Jacob. Mas não imaginei que ele ficaria tão aterrorizado quanto eu. Era uma reprise do meu próprio pânico de um mês atrás. Jacob parecia ter perdido a capacidade de falar, então começou a andar de um lado para o outro de maneira nervosa. Eu esperei o ataque dele passar, mas depois de cinco minutos disso, achei que devia falar algo.

–Olha, eu entendo. – falei com a voz mais tranquilizadora do mundo. – Também fiquei apavorada, e confesso que ainda estou, mas acho que se pararmos para analisar...

–Por que não me contou antes? – ele disse com a voz forte, e eu me surpreendi que depois de tanto tempo mudo ele pudesse falar tão firme.

Eu o olhei timidamente.

–Bem, mais ou menos por causa disso aí. – fiz referência ao seu contínuo e meio irritante caminhar de um lado para o outro.

Ele parou e me olhou com súplica no olhar.

–Me desculpe. – ele veio até mim e pegou minhas mãos. – Eu devia poder te apoiar, mas... eu não vi isso chegando.

Eu surpreendentemente estava super calma.

–Tudo bem. – sorri. – Eu fiquei pior do que você. Sabe, eu não vejo milhões de lágrimas saindo dos seus olhos, então acho que sua recepção a isso foi melhor do que a minha.

Ele fechou os olhos e tentou respirar direito. Soltei uma mão sua e coloquei-a em seu rosto.

–Ei. – disse baixinho. – Se quiser um tempinho para processar tudo isso, eu entendo. – ele abriu os olhos. – Até mesmo por que eu te devo isso. Sei que não foi certo esconder por tanto tempo. Mas acho que uma corrida na floresta vai clarear suas ideias.

Seus olhos brilharam, e percebi que ele tinha achado a ideia boa.

–Tudo bem. – ele disse, agora mais calmo. – Eu volto em alguns minutos. E... e vamos conversar direito.

–Ok. – beijei-o. – Mas acho melhor Seth e eu irmos indo para o aeroporto e encontramos você na estrada, pode ser?

–Pode ser. – respondeu ele, meio desatento. – Eu já volto.

Jacob saiu meio aturdido. Então, em meio a todas as minhas próprias dúvidas e medos, consegui achar algo que achei ter perdido há algum tempo.

Esperança.

Esperança por que agora o meu ponto de apoio na terra sabia da verdade. Jacob, meu parceiro nessa jornada insana desde o início, agora estava correndo ao meu lado novamente. E mesmo que ele estivesse neste exato momento completamente aturdido, sabia que haveria o tempo para podermos nos alegrar juntos com essa nova fase de nossas vidas.

Eu sorri e acariciei a barriga.

–Papai já volta.


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Notas finais do capítulo

Ah, eu confesso que ia fazer ele descobrir sobre o bebê só lá na batalha final, mas vocês insistiram taaaanto, que resolvi criar esse momento; e eu até gostei mais desse jeito, então vou agradecer a vocês, suas insistentes u.u haha Comeeeeentem!