O Outro Lado Da Lua escrita por Marie Caroline


Capítulo 83
3x12 - Finais felizes não são para todos


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários do cap anterior, fiquei mega feliz *__*
Gente, eu quero saber a opinião de vocês: se fossem a Agatha, contaria ou não sobre a gravidez? E porque.
Haha, se fosse eu não contaria nada até ser inevitável kkkk
Bem, espero que gostem deste capítulo. Se quiserem ver o visual de todos no casamento é só acessar o tumblr da fic:
http://sagaooutroladodalua.tumblr.com/



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Nós passamos o restante do dia procurando por ela. Edward disse que nós não precisávamos nos incomodar com isso, mas eu insisti em ir junto. Parte por que eu queria me manter ocupada assim não precisaria me decidir se contaria ou não a verdade a Jacob. E também por que aquela rainha do drama havia deixado um bilhete que dizia:

“Sinto muito, mas não consegui viver aqui com quase todo mundo me odiando, principalmente a Agatha. Digam a ela por mim que aproveite a vida que tem, pois ela tem muita sorte”.

Há! Como se eu fosse a culpada das coisas que acontecem com ela!

–Agatha, deixa isso pra lá. – pedira Jacob. – A gente tem outras coisas mais importantes para resolver, não temos?

E era isso mesmo que eu queria evitar.

–Não, agora eu vou achar Ayane e acabar com essa briguinha de uma vez por todas!

Assim sendo, nós rodamos a cidade no Rabbit de Jacob por toda a tarde. Por fim, Jasper a encontrou em um bar em Lakewood. Ele nos ligou avisando, e eu quis imediatamente ir ao tal bar.

–Agatha, por que você quer fazer isso? – disse Jacob pela décima vez enquanto corria pela estrada escura. – Não dá pra resolver isso amanhã?

Funguei. Eu sabia que Jacob queria conversar comigo, mas eu não podia... Nem hoje, nem amanhã, que era o casamento de Sue...

–Amanhã vamos estar muito ocupados. – disse sem olhar para ele. Pude vê-lo trincando o maxilar. Eu estava começando a me arrepender de ser a causa de tanta tensão para ele. Mas no fim isso aqui era ainda melhor do que despejar a verdade. Pigarreei. – Olha Jacob, me desculpe. Sei que não deveria ter saído hoje sem avisar, mas eu precisava de um tempo longe.

Ele me encarou, subitamente magoado.

–Longe de mim?

Arfei.

–Não, claro que não! – eu não pretendi que ele chegasse a essa conclusão. – É só... Eu só queira...

–Eu vou tentar uma última vez entender o que se passa nessa sua cabeça. – sua voz era cansada. – É sério, o que foi aquilo tudo ontem? Parecia que você estava presenciando o fim do mundo ou coisa parecida...

Respirei fundo, mexendo obsessivamente em meu pingente de coração, que agora também continha um anel de noivado. A percepção deste objeto não me fez ficar muito mais calma.

–Eu só perdi o controle por um segundo. Não vai mais acontecer. – murmurei.

–Eu só quero entender. – ele suplicou.

–Ali! – apontei, aliviada por termos chegado. – É o carro do Jasper.

Jacob bufou e estacionou o carro num giro rápido. Ele não teve a intenção, mas eu fiquei enjoada por causa disso. Saímos do carro, eu cambaleando um pouco. Jacob não percebeu; entrou no bar a passos pesados comigo atrás.

O lugar fedia a álcool e a tabaco, e isso revirou meu estômago. Havia alguns poucos homens sentados no balcão, com a aparência deplorável. No canto mais distante do balcão estava Jasper parecendo extremamente impaciente. Ayane estava ao seu lado, com uma mochila pequena. Seus olhos estavam vermelhos e pensei ter a visto secar algumas lágrimas quando nos viu. Ela sorriu quando viu Jacob, mas depois expressou esgar quando saí detrás dele.

–O que é isso?

–Lugarzinho legal – comentou Jacob.

–Eu estou tentando fazê-la voltar para casa há horas. – bufou Jasper. – Isso aqui só pode ser o maior monumento em homenagem à sujeira.

Eu ri, mas estava segurando para não vomitar. Comecei a me arrepender de ter vindo; isso não é lugar para uma grávida....

–Anda, vamos embora. – disse bruscamente a Ayane.

–Você não tem nada a ver com isso. Vá você embora.

–Ah, que pena que ache isso. Deveria ter pensado duas vezes antes de escrever um bilhete me culpando por sua fuga. Agora levanta daí e pare de bancar a vítima.

Ela se levantou.

–É claro que não quer mais ninguém sendo a vítima, por que esse posto é seu, não é?

Eu revirei os olhos.

–Por que não consegue aceitar o fato de que outras pessoas também têm problemas? – ela perguntou.

–Ayane, chega. – avisou Jacob. – Ela tem razão. Se quisesse apenas fugir, não teria deixado porcaria nenhuma de bilhete. Então vê se se manca e volta para casa.

Ayane analisou Jacob por um momento, então deu um sorriso terrivelmente igual ao de Emily.

–O que você viu nessa garota?

Jacob estremeceu violentamente. Eu arfei e segurei o braço dele. Jasper se levantou, e eu imediatamente senti a onda de calma. Jacob parou.

–Ei! – gritou um homem que deveria ser o dono daqui. – Aqui não é lugar para brigas. Se quiserem confusão, vão embora.

Ayane riu, pegou sua mochila e saiu do bar. Eu não gostei da sua atitude, parecia a de alguém que já não ligava para nada. E pessoas assim eram perigosas. Acho que Jasper também percebeu isso. Era engraçado, mas frequentemente eu e ele pensávamos igual.

–Ei, você está bem? – perguntei a Jacob quando voltamos ao carro. Jasper iria levar Ayane de volta para casa.

Ele assentiu, parecendo perturbado por ter quase perdido o controle. Se transformar em um bar com humanos presenciando não era exatamente a primeira dica do livro “Como ser um lobo com discrição”.

–É só que... – ele sussurrou. – Eu estou começando a ficar como antes.

Franzi a testa.

–Como assim?

–Bem, é que antes eu ficava irado com mais frequência... Perdia o controle.

Mordi o lábio. Jacob estava sob muita pressão.

–Vai ficar tudo bem. – acariciei seu rosto com a ponta dos dedos. – É só respirar fundo toda a vez que achar que vai perder o controle. Eu vou te ajudar nisso.

Ele virou o rosto para mim, o olhar distante.

–Então me conta o que está te incomodando tanto nesses últimos dias.

Então eu não sei o que deu em mim. As palavras pareceram querer pular da minha boca.

–Eu... eu estou...

Mas meu celular tocou bem na hora, distraindo a nós dois. Atendi-o e ouvi uma preocupada Sue querendo saber onde nós estávamos e o que estávamos fazendo.

E era isso mesmo que eu estava me perguntando: o que eu estava fazendo?

***

Por causa da pequena distração que tivemos graças à rainha do drama, os preparativos para o casamento estavam atrasados. Era sete da manhã quando Alice bateu à nossa porta para buscar Sue. Ela iria fazê-la de boneca o dia todo... Jacob não dormiu aqui. Não sei se foi correr ou simplesmente não quis ficar perto de mim. Não o culparia se fosse isso.

Eu tentei seguir a dieta que Carlisle me recomendou, mas sinceramente hoje não queria comer nada. Eu tive enjoo matinal, graças aos céus Sue já não estava mais aqui para ver isso. Seth roncava no quarto ao lado, e eu me senti mais sozinha do que nunca. Havia uma nuvem negra em minha cabeça que insistia em jogar raios para cima de mim. Fiquei pensando no porque Ayane fizera aquela cena ontem... E também no que dissera sobre eu querer sempre ser a vítima. Eu não era assim, era?

Bella me ligou mais tarde, queria saber se eu estava bem. Eu disse que sim, apenas para não preocupá-la, entretanto, Bella percebeu mesmo assim.

–Se quiser alguém para conversar, eu estarei aqui.

–Eu sei. Obrigada, Bella.

Era meio dia quando Seth e eu fomos convocados para ajudar. Ele me levou até a mansão e ficamos o dia inteiro as voltas de luzes que piscavam, arranjos para mesa, toalhas e outras coisas que não conseguiram tirar completamente Jacob da minha cabeça. Ele não dera notícia nenhuma o dia inteiro...

Era cinco e meia da tarde quando terminamos nosso trabalho, e Alice nos mandou todos se arrumarem. Depois do banho, voltei para o quarto que eu sempre ficava quando vinha para a mansão. Olhei meu celular e vi que não tinha nenhuma chamada ou mensagem. Impaciente, liguei para Jacob. Chamou algumas vezes antes dele atender.

–Oi, sou eu. Você já está vindo?

–É, eu vou daqui a pouco. – sua voz era distante.

–Você foi correr ontem à noite? – perguntei.

–Fui sim... – ele hesitou um pouco. – Está tudo bem?

–Tá sim... Eu preciso falar uma coisa com você hoje. Depois do casamento.

Sua voz estava um pouco tensa.

–Tudo bem. Eu encontro você daqui a pouco, então.

–Ok.

Eu havia me decidido. Não havia porque continuar com isso. Uma hora ou outra eu teria que contar. Então que fosse hoje.

Alice havia colocado meu vestido em um cabide dependurado na porta do guarda roupa. Era um longo vestido cor de creme. Tinha uma calda lateral, que juntamente com a sandália de salto alto, iria deixar minha silhueta mais longa. Eu havia gostado dele desde que vi apenas seu molde em desenhos rabiscados. Vesti-o cuidadosamente. Depois Rose arrumou meu cabelo e eu fiz a maquiagem. Terminei olhando-me no espelho, ajeitando o vestido (havia ficado um pouco apertado na cintura).

–Ei, linda.

Virei-me e encontrei Jacob, já completamente arrumado, com um sorriso que eu teria amado se não fossem seus olhos que não conseguiam esconder a preocupação. Apesar disso, eu também sorri, por que Jacob estava simplesmente maravilhoso. Casamentos era uma rara exceção onde ele usava algo a mais do que bermudas jeans. Não que ele não ficasse lindo assim também, mas tinha algo no paletó preto que se ajustava perfeitamente a sua pele morena.

–Ei, lindo. – eu respondi indo até ele e beijando-o por um longo tempo. Quando me afastei para fitar seus olhos, vi que a preocupação tinha deixado um pouco deles. Fiquei feliz por isso. Jacob tocou meu rosto delicadamente com a ponta dos dedos, depois desceu até meu pescoço, onde eu mantinha meu colar.

–Acha que um dia vai ser a gente?

Engoli em seco. Eu não sabia a resposta. Mas se tinha uma coisa que eu tinha certeza era do que eu queria, de modo que respondi:

–Não tem mais nada que eu queira no mundo.

***

Eu só consegui falar com Sue por uns cinco minutos antes de Alice nos expulsar do quarto, afirmando que a produção final da noiva deveria ser surpresa. Então fomos para o jardim. Estava congelando aqui fora, graças aos céus a cerimônia seria lá dentro da mansão. Começara a nevar ontem à noite, e hoje já havia uma grossa camada branca sobre o chão. Criava um visual muito bonito em contraste às luzes que piscavam dependuradas acima das nossas cabeças.

Os convidados já haviam chegado. Não eram muitos; em maioria Quileutes, já que Charlie não poderia convidar ninguém da cidade – os Cullen nunca envelheciam, e isso poderia assustar algumas pessoas. Charlie já estava na sala de estar, andando de um lado para o outro nervosamente. Eu fui lá cumprimentá-lo.

–Preparado para a grande noite? – eu perguntei sorrindo.

Ele deu um meio sorriso ansioso.

–É, finalmente chegou... – ele mexeu no nó da gravata. – Acha que isso ficou bem? Alice insiste em dizer que está bom, mas eu me sinto um bobo.

Eu ri.

–Você está muito charmoso, Charlie. Está tudo perfeito.

Ele não acreditou muito.

–Falou com Sue?

–É, falei há uns dez minutos. Ela vai ficar absolutamente linda.

Eu não sei se o acalmei ou só o apavorei mais.

Quando a cerimônia estava prestes a começar Ayane apareceu. Eu fiquei surpresa. Pensei que não fosse dar as caras depois do escândalo de ontem. Mas ela não usava o vestido longo e vermelho com babados que Alice desenhara. Ayane estava vestida toda de preto, com uma daquelas coisas que as mulheres usam no rosto em funerais.

Como se estivesse de luto.

–Ela ficou louca ou o quê? – murmurei.

Jacob, que estava ao meu lado, apertou meus dedos nos dele como se temesse que eu escapasse. Será que ele realmente achava que eu arranjaria confusão no casamento de Sue?

–Isso é ridículo. – criticou Renesmee. Ela estava logo atrás de mim, com Seth, se preparando para entrar. Éramos nós quatro os padrinhos.

Balancei a cabeça para espantar aquela visão funérea e disse:

–Deixa pra lá. Já vai começar.

Então a orquestra começou a tocar, e Jacob e eu começamos a andar em passos lentos pela nave, em direção ao altar. Quando nos posicionamos, a música começou a mudar; então Sue desceu as escadas cintilando em seu vestido. Ela sorria com o brilho do sol. Olhei para Charlie e vi o assombro em seu rosto. Era uma visão linda. O amor deles preenchendo todo o local. Por alguma razão, a união deles sempre me pareceu um símbolo de esperança. Que as coisas no final davam certo. Não prestei muita atenção ao que o ministro falava; fiquei o tempo todo fitando o rosto de Jacob e me perguntando a mesma coisa que ele me perguntara antes: “Acha que um dia vai ser a gente?”

A hora de contar estava chegando. Coloquei a mão sobre o ventre. Esse era um gesto que começava a se tornar hábito, por alguma razão. A cerimônia acabou, e nós fomos os primeiros a congratulá-los. Logo depois vieram as fotos no jardim. Todos estavam congelando, mas lá era onde estava a melhor parte da decoração, então fomos mesmo assim.

Eu perdi Jacob de vista quando Renesmee e Seth começaram a fazer caretas para as câmeras, e me arrastaram junto para fazer aquelas poses cômicas. Eu estava distraída, rindo por algumas bobagens quando virei para trás e avistei Jacob perto das árvores. Dei alguns passos para frente para chamá-lo, mas parei de chofre quando vi que Ayane estava ao seu lado. Não sei se fora a sua roupa de funeral ou sua expressão letal, que me fez prever que ela faria algo ruim. Mas nem em minhas piores suspeitas eu teria adivinhado o que ela fez em seguida.

Ayane olhou para mim e sorriu – exatamente como em meus pesadelos. – depois se inclinou para frente e puxou Jacob pela nuca. Ele lutou, mas era tarde.

Lá estava ela, beijando Jacob bem na minha frente.


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Notas finais do capítulo

Comeeeeentem !Bjos