O Outro Lado Da Lua escrita por Marie Caroline
Depois da explicação das regras, que foi um tédio total, almoçamos e ocorreu outra reunião onde apresentaram os professores.
Não sei dizer se gostei deles ou não. Eram apenas professores normais, nada demais.
Ane estava simplesmente encantada com a escola e desconfio que também esteja encantada com Kevin, porém não disse nada. Kevin parece ser legal, ou talvez esteja sendo legal comigo por causa de Ane.
Durante o dia, tive que voltar ao quarto para trocar de roupa, e foi aí que conheci Carolina.
–Oi – ela dissera assim que entrei.
–Olá, você é a Carolina não é? – estendi a mão para ela.
Era uma garota bonita, com grandes olhos azuis e cabelos pretos.
–Sim e você é a Agatha. – ela sorriu apertando minha mão. – Thallita já desceu para almoçar. – ela comentou. – E nem me esperou!
–Bom eu vou descer agora, se quiser que eu vá junto... – ofereci-me.
–Ah claro. – ela pareceu satisfeita. – Vamos juntas.
–Eu vou apenas trocar de roupa, tá?
–Claro, claro.
Congelei ao ouvir o que ela disse. Isso me lembrou de Jacob, o que eu tentava não fazer.
Desde meu sonho eu me sentia esquisita. Como se eu estivesse fazendo a coisa errada, no lugar errado.
A sensação perseguira-me por toda a tarde, até a hora de dormir.
Meu mau humor da manhã passara e até que minhas colegas de quarto eram legais, mas toda vez que estava quase me divertindo, a sensação voltava mais forte do que nunca.
A noite chegou e eu estava realmente cansada, deitei-me para dormir, e peguei meu ursinho.
Depois de vinte minutos tentando dormir, desisti e peguei meu celular e meus fones de ouvido. Escolhi ouvir Astronaut – Simple Plan.
Enquanto ouvia, percebi que me identificava com a letra. Eu estava sozinha apesar de estar rodeada de pessoas e tomar consciência disso me fez tremer mesmo estando enrolada no cobertor grosso.
Depois de vários minutos o sono veio e com eles imagens estranhas.
Eu estava caminhando – de novo – e dessa vez estava com pressa.
Eu passava pelas árvores cada vez mais depressa, os galhos arranhando-me. Não importava. O destino era mais importante.
Estava escuro o tempo inteiro, mas depois de um tempo, começou a clarear à medida que as árvores rareavam.
E então eu encontrei-o. Seus olhos negros perfuraram-me, mas dessa vez ele não estava com raiva. Seu rosto demonstrava preocupação.
–Por que está demorando tanto? – ele disse, e eu ouvi sua voz rouca pela primeira vez.
Eu não sabia o que dizer. Franzi a testa.
–Eu não sei do que está falando.
–Não, não sabe. – ele concordou. – Mas precisa entender... E rápido.
–Entender o quê?
Ele começou a tremer, e de início pensei que ele iria transformar-se novamente. Mas ele começou a desaparecer e em seu lugar surgiu outra pessoa.
Não consegui ver quem era. Uma névoa estranha encobria o recém-chegado.
À medida que a névoa dissipava-se, pude ver quem era e não acreditei.
–Vó?
–Agatha! – ela deu um meio sorriso.
–O que... – ela não me deixou terminar.
–Você precisa descobrir suas raízes. – ela disse novamente séria.
–Minhas raízes?
–O lugar ao qual você pertence, Agatha. O destino está lhe reclamando.
–Vó, do que você está falando? Como assim destino?
–Você está perdida. – ela continuou. – Precisa encontrar seu caminho.
A névoa encobriu-a novamente e ela disse uma última coisa:
–Volte ao lugar onde tudo começou, e a história continuará para você...
Acordei bruscamente. Passei a mão na testa, estava suada.
Isso definitivamente estava fora de controle. Esse sonho havia me perturbado mais do que o anterior.
Apesar de sentir falta de minha avó, eu nunca sonhara com ela.
Ela morrera quando eu tinha nove anos. Tudo o que eu lembro dela, é que ela gostava de contar histórias. Lendas e crenças míticas que estavam na família há gerações.
Minha avó era descendente de índios, e eu sou parecida com ela, a pele morena, os olhos castanhos e o longo cabelo preto.
Eu tinha uma vaga lembrança dela levando-me para passear em uma floresta que tinha perto de sua casa. Era a mesma floresta do sonho e só agora eu encaixava as peças...
‘Volte ao lugar onde tudo começou, e a história continuará para você... ’
O que isso queria dizer? Onde o quê começou? E o que isso tinha a ver com meu personagem favorito de Stephenie Meyer?
Eu estava intrigada demais para dormir. Continuei a pensar sobre o sonho até minhas últimas reservas de energia esvair e cair num sono sem sonhos.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Obrigada pelos comentários gentee :)
Espero que todos vcs continuem acompanhando a história !
Beijos