03 de Novembro – Sábado.

O dia estava maravilhoso, o sol brilhava forte, não havia uma nuvem se quer no céu. Renata acorda se arruma e junto com Lia, Tatá, Lorenzo, Marcela e Gil vão para um campo, com arvores e flores espalhadas. Todos estão felizes aproveitando e celebrando.

Lorenzo: Aqui é um lugar perfeito para nosso piquenique. O que acham?

Marcela: Pra mim está ótimo.

Lia: Pra mim também.

Marcela: Droga esqueci os refrigerantes no carro.

Gil: Tudo bem mãe, eu vou lá e pego.

Marcela: Anw, mas esse meu filho é o melhor filho do mundo.

Tatá: Meninas vamos jogar peteca?

Lia: Claro, vamos lá pirralha.

Marcela: Posso jogar com vocês?

Tatá: Uhum!

Lia: Renata você não vem?

Re: Não tudo bem, vão vocês.

Tatá: Ah Re vem, eu esperei tanto tempo por isso.

Re: Faz assim, vão jogando e daqui a pouco eu vou. Pode ser?

Tatá aceita. Marcela e Lia correm atrás da garota, se divertindo ate pararem e começarem a jogar.  De longe Renata sorri ao ver a felicidade das três, Lorenzo percebe.

Lorenzo: Eu esperei tanto por isso.

Renata continua calada.

Lorenzo: Você não vai dizer nada? Está tudo bem?

Re: Desculpa, eu só quero aproveitar cada momento.

Lorenzo: Pra que? Este é o primeiro de muitos.

Re: Espero que tenha razão, mas diz esperou tanto o quê?

Lorenzo: Isso de ver minhas três filhas reunidas, de tê-las por perto.

Re: Eu também.

Lorenzo abraça a menina.

Re: O Gil está demorando.

Lorenzo: Sim está, você gosta dele?

Re: Por que não gostaria? Ele é meu amigo, meu único se quer saber.

Lorenzo: Não mais, agora você tem suas irmãs, seus avós e você sempre teve a Marcela, mas deixemos isso de lado e enquanto ele não aparece por que você não vai se divertir?

Renata olha bem nos olhos do pai.

Re: Só se vier comigo. Topa?

Lorenzo: Ah mas é claro que topo. É bom se preparar para correr, porque eu já fui campeão na corrida com obstáculos.

Re: Quero até ver.

Renata sai correndo e Lorenzo atrás, Tatá e Marcela vendo os dois, começam a correr junto, Lia se diverte. Gil vem andando lentamente e mais afastado de todos senta-se debaixo de uma árvore, observando-os. Aquele era o primeiro momento em família de Renata, ela nunca tinha vivido algo tão parecido. Via se brilho nos olhos das garotas e tristeza nos de Gil que estava apaixonado por Renata, mas ela só o via como amigo.

 Marcela e Lorenzo caem no chão, cansados, porém felizes, Lia vê Gil e vai sentar-se ao lado do garoto para conversar, Tatá continua brincando com Renata.  As duas sem perceber se afastam cada vez mais, até que Renata pisa em falso, torcendo o pé e ficando pendurada nas rochas de um precipício.

Tatá olha para trás e só então percebe o quão longe está, a garota fica desesperada, a aflição piora ao ver a testa da irmã sangrar.

Re: Olha Tatá, fica calma e vai pedir ajuda.

Tatá: Eu não posso deixar você aqui sozinha.

Re: Você pode, você tem que fazer isso.

Tatá: Mas ...

Re: Prometo que não vou mover um pé daqui – faz uma piada, rindo sem graça tentando acalmar a irmã. – Vai por favor.

Renata está cansada, já esta quase sem forças para continuar segurando naquelas rochas ásperas e pontiagudas. Tatá percebendo finalmente sai correndo chorando, gritando por ajuda. Assim que ela conta o que aconteceu, todos saem em disparada rumo ao precipício.

Lorenzo: Minha filha, não pode ser. De novo não, eu ... eu não suportaria.

Marcela: Nós vamos te tirar daí, fica calma.

Gil: Vou procurar algo para que ela se agarre.

Lia: Eu vou com você.

Lorenzo: Não Lia, fica com sua irmã. Deixa o Gil ir sozinho, tudo bem pra você?

Gil: Claro.

Gil sai correndo e Lia se afasta com a irmã que chora descontroladamente.

Re: Ei gente calma, está tudo bem.

Lorenzo: Como está tudo bem? Você está ai pendurada ...

Re: É sério. Olha eu nunca tive...

Marcela: O que você está dizendo?

Re: Deixa eu terminar, por favor. Eu nunca tive um dia tão especial como esse, sempre vivi com minha vó, mas ela não tinha ... bom ela não podia ficar correndo por ai. Marcela você foi como uma mãe pra mim, - uma das mãos de Renata se solta,  os dedos estão ficando feridos. A pedra quente impede com que ela tente tirar forças para continuar se agarrando nas rochas. – Falem para Lia e para Tatá que elas são as melhores irmãs do mundo, enquanto ao Gil peça ele desculpa, mas eu tentei gostar dele, tentei mesmo.

Lorenzo: O que você está dizendo?

Re: Gente este foi o melhor dia da minha vida.

Lorenzo: Para com isso, eu vou te tirar daí – chorando como nunca – Eu prometo.

Re: Não prometa por favor.

Lorenzo olha dentro dos olhos da filha, que tenta disfarçar a dor e sofrimento.

Re: Eu te amo. Obrigada PAI. – Renata se solta.

Lorenzo:  RENAATA, NÃÃÃÃÃO!!