Dusk (Sombrio) escrita por MayaAbud


Capítulo 21
Dores


Notas iniciais do capítulo

Desculpas: o atraso foi porque eu havia viajado, achei que conseguiria digitar e postar, mas não deu;
Quando cheguei fiquei doente, intoxicação alimentar, acho que de comer bobagem durante a viajem. Na mesma semana meu avô morreu =/ A família já esperava, ele tava bem doente há algum tempo, nem eramos muito próximos, mas foi a pessoa mais pró xima de mim que já faleceu, então eu fiquei meio desnorteada, perdi o foco do capítulo, não conseguia escrever...
Então leiam, agora.
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Link da minha outra fic Jake&Nessie, é pós amanhecer:
http://fanfiction.com.br/historia/337667/Reveille/



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Renesmee


Carlisle chegou ao local do acidente antes dos paramédicos, ele veio na Ferrari de Bella, provavelmente o mais rápido dos carros. Edward e Bella estavam com ele, Edward me examinou enquanto vovô cuidava de Hannah, eles não me deixaram chegar perto, Edward manteve Bella e eu longe de todo o sangue. Depois chegou a policia e depois a ambulância, Carlisle foi com Hannah para o hospital, e sem conseguir fôlego para falar qualquer coisa implorei a Edward que me deixasse ir para o hospital.

Chorar era ruim, doía e sufocava, havia uma pressão enorme em meu peito. Uma parte pequena de meu cérebro imaginava se era a falta de emoções em minha vida que me fazia sentir tudo tão atordoantemente intenso ou se meus genes vampiros faziam com que eu sentisse tudo por completo; talvez fosse ambos. Eu soluçava presa entre o abraço de Bella e Edward, esperando noticias depois que Edward convenceu o policial que eu não tinha condições de dar depoimento ainda.

Quarenta minutos depois da entrada de Hannah Carlisle veio avisar que ela precisaria passar por uma cirurgia para conter uma hemorragia interna. Sentia-me uma inútil por estar bem e intacta, exceto talvez por algum hematoma pela pancada, enquanto Hannah estava tão machucada. E, além disso, eu me sentia culpada...

_ Investigador está vindo tentar falar com Renesmee_ disse meu pai sentando ao lado de Bella, os dois abraçados, nas cadeias de plástico do corredor.

Eu não chorava mais, embora andasse angustiada, de um lado para o outro no corredor do hospital. Parei de braços cruzados fitando meus pais.

_Seja cautelosa, não dê muitos detalhes, humanos ficam confusos em situações como essas_ Bella concordou.

Se estava confuso para mim, eu nem queria imaginar como seria para um humano... Embora humanos tenham a conveniência de não registrarem completamente sequer a própria dor. Então vi com a visão periférica o homem de sobre-tudo vindo em nossa direção, era o mesmo que tentara convencer Edward de que precisava de meu depoimento enquanto eu me escondia, aos prantos, no peito de minha mãe.

Esperei que nos alcançasse decidindo o que diria, não haveria muito que ocultar, se eu tivesse visto muito não teria permitido que Hannah se ferisse. O homem assentiu uma vez para Edward e Bella.

_Preciso de sua versão_ disse ele devagar e mais docemente do que acho que falava normalmente_ Tudo bem se for agora?_ ele olhava em cheio em meu rosto, eu concordei enquanto ele indicava o lado oposto ao que meus pais estavam, iniciamos um caminhar lento, um enfermeiro passando por mim e me lançando um olhar embasbacado que ignorei enquanto o investigador ligava o gravador em seu celular.

_Sabe quem estava ao volante?_ perguntou-me.

_Não sei seu nome, é um veterano da escola.

_Este?_ ele retirou do bolso interno do casaco uma foto. Olhei e assenti:

_Sim, ele.

_E depois, do que lembra?_ minha garganta se apertou com a lembrança vívida.

_Foi muito rápido, nos pegou de surpresa, estávamos no gramado, perto da calçada, quando dei por mim já estava no chão. Não sei, acho que desmaiei_ menti, achando que isso soava humano o bastante.

_Tudo bem, por enquanto, talvez precisemos entrar em contato novamente_ falou desligando o gravador_ Você teve sorte garota. Até.


Três horas passaram e de alguma forma o tempo parecia espesso, sequer eram quatro da manhã. Eu estava no colo de Bella, ignorando os olhares de alguém que passava; eu não ligava que parecíamos duas adolescentes agarradas, ela era minha mãe, e acho que nunca tive noção de que seu colo e abraços eram tão reconfortantes.


_A cirurgia acabou, correu tudo bem_ murmurou Edward, afagando minhas costas, Ergui-me do pescoço de Bella para olhá-lo.

_Ela está fora de perigo?_ a esperança me sufocava, era difícil administrar as emoções, uma pequena parte de minha mente, perguntando-se porque era assim? Eu nunca fora insensível, mas era como se de repente eu despertasse para uma parte desconhecida em mim. Os olhos escurecidos de meu pai, por conta dos cheiros do hospital que às vezes despertavam a sede, vacilaram para minha mãe, minando minha esperança.

_Renesmee_ meu avô chamou vindo pelo corredor, ainda em sua roupa de cirurgião. Mais rápido do que deveria num meio humano, eu me levantei. _Venha comigo, querida.

Carlisle tomou minha mão, e com o outro braço envolveu meus ombros, enquanto me levava numa caminhada.

_Querida, quero que saiba que eu entendo seu afeto por Hannah, e respeito isso. Mas preciso deixar claro que não posso fazer mais que qualquer médico_ seus olhos de jóia me fitavam tensos e doces, enquanto eu tentava ter certeza de que ele falava do que eu acho que falava_ Meu anjo, eu não posso, por muitas razões, salvá-la, ao nosso modo. Somo um clã bem grande, e uma adição agora seria muito complicada, estamos a pouco na cidade e..._ Balancei a cabeça.

_Não, vovô, eu não pediria isso. Imagino que Hannah me odiaria depois e a si mesma também_ limpei uma lágrima em meu rosto, o rosto de pedra polida de meu avô se vincou em preocupação.

_Ela corre risco? Seja honesto, por favor..._ minha voz falhou.

_A cirurgia foi um sucesso, meu bem, mas o estado dela é delicado, sim, e tudo depende basicamente das próximas 24 horas_ disse-me de forma profissional e eu assenti vagamente.


Eu não pude mais ir contra Edward e Bella que insistiam em me levar para casa. Descobri que eu partilhava de minhas angustias, Alice estava inconformada de ter nos deixado sozinhas e não ter visto um vislumbre sequer do que poderia acontecer; mas até nisso a culpa era minha, eu cegava suas visões. Após um banho, eu dormi sem perceber, cansada de mais pela adrenalina, mas não me senti nada descansada quando acordei cedo de mais no dia seguinte.


Sem a menor vontade, tomei um banho rápido, vesti a primeira coisa não muito desastrosa que encontrei e amarrando os cabelos em um rabo de cavalo desci as escadas com pressa, percebendo que a casa estava muito silenciosa, e eu só sentia duas mentes presentes, bem... A não ser pelo cantarolar melancólico de Esme em algum ponto fora da casa. Segui para a cozinha ignorando o olhar de Alice para meu jeans e camiseta de flanela.

Eu sei, eu normalmente não sairia assim, mas não tinha humor nem paciência para decidir o que usar, e afinal estava indo a um hospital.

_Eu sei_ murmurou Alice atrás de mim, encostando-se no batente da porta da cozinha.

_O quê?_ a olhei por um instante enquanto alcançava um pote de biscoitos na prateleira.

_Eu também não estou de bom humor_ murmurou fazendo biquinho e avançando, me tomando num abraço delicado. Apertei seu corpo de pedra junto de mim, partilhando de meu ressentimento, mas ainda sem entender...

_Do que está falando?_ perguntei duvidosa.

_Renesmee?_ Seus olhos dourados também eram confusos.

_Bom dia, meu bem, acordou cedo_ disse Esme entrando, ela tirava as luvas de jardinagem sujas de terra. Girei nos braços de Alice, para fitar minha avó.

_ Bom dia_ sorri fracamente_ Onde estão meus pais?

_Caçando, meu bem_ ela sorriu olhando o pote de biscoitos em minhas mãos. _ Quer que prepare algo?

_Não, obrigada, na verdade estou com pressa. Vou pegar o carro da mamãe.

Acenei e fui para uma porta discreta que havia na cozinha e levava a garagem cavernosa dos Cullen. Era mesmo útil que Jasper tivesse falsificado uma carteira de motorista para mim quando completei seis anos, não que Edward ou Bella tenham levado menos de três meses para me deixar dirigir sem um deles do lado.

Uma vez dentro do hospital me dirigi em direção à sala do meu avô, achando que não seria educado simplesmente passar direto, parei na recepção.

_Carlisle, está atendendo? Sou filha dele._ sorri, enquanto ela me olhava um segundo a mais, todos sabiam que o jovem e lindo doutor Cullen adotava jovens problemáticos.

_Ah, não, ele acabou de ser chamado na UTI._ respondeu com simpatia.

_Acho que vou esperar em sua sala_ apontei em direção a área.

_Tudo bem_ disse ela quando o telefone tocou.

Sentei-me em sua mesa e resolvi mexer no computador. Quando toquei o mouse o descanso de tela desapareceu, mostrando-me a página aberta que meu avô deixara: era o site noticiário, falava sobre o acidente, não era notícia de primeira página, mas tinha certo destaque por se tratar de um acidente entre colegiais, ainda que nem todos fossem menores de idade. O nome e o rosto de Hannah não foram divulgados, mesmo que ela fosse legalmente maior e responsável por si, sendo emancipada... Apostaria dinheiro que isso tinha dedo de Alice e Jasper. Minha família era expert em manipular e burlar a burocracia humana.

Nesse momento meu avô entrou na sala, sua expressão tranqüila de mais para me convencer do que quer que fosse que ele tentava; Eu tinha crescido em volta de vampiros, eles tinham de se esforçar um pouco mais para me enganar...

_Como está Hannah?_ falei levantando-me de sua cadeira e dando a volta na mesa.

_Estamos removendo os sedativos aos poucos, mas ela parece estável, mesmo que o estado seja grave. De qualquer forma ainda é cedo.

_Ela corre perigo, ainda?_ falei me escorando na mesa. Carlisle hesitou.

_O inchaço cerebral não cedeu o bastante para termos certeza, querida, mas eu já posso presumir que o quadro evolua para um coma.

_Coma?_ brami chocada_ Mas do tipo irreversível, quero dizer...

_Renesmee, Meu bem_ ele afagou meus braços_ Se isso se confirmar, temos de avaliar que tipo de alteração de consciência ocorreu: estado confusional agudo, morte encefálica, estado vegetativo persistente, estado minimamente responsivo (com pouca resposta).

_Morte encefálica?_ Minha garganta se apertou.

_Não acho, ela não corre risco de vida, uma complicação sempre pode ocorrer, mas eu ficarei tanto tempo quanto possível para ajudar como puder. Prometo. _ disse meu avô me abraçando.

Sim, eu confiaria nele, não haveria médico melhor para tratá-la. Com olfato e audição sobre-humanos, ele poderia fazer mais que qualquer um...

Mas era muito em que pensar... Hannah era sozinha. Cuidava ela mesma dos negócios que seu pai deixou... E agora? E se ela não acordasse? Ficaria num leito de hospital até que acordasse, ou não acordasse...?


_Nahuel!_ ele veio me receber na porta quando cheguei em casa. Abracei-o apertado.


_Está chorando, criança?_ perguntou contra meu ouvido. Eu solucei tentando responder. Dei de ombros entre seus braços. Ele me soltou, as mãos vindo para meu rosto.

_Não, não chore._ seus olhos de teca eram ressentidos_ Nada vale suas lágrimas_ o encarei confusa, será que ninguém o contara sobre o acidente? Eu podia ouvir vagamente movimentos em partes diferentes da casa e podia ouvir suas mentes também_ Infelizmente humanos são frágeis demais, querida.

_Ela é minha amiga, Nahuel_ minha voz soando fraca de choque.

_Eu sei querida, mas em nossa condição perdemos amigos, é inevitável_ disse ele me abraçando. Fiquei vagamente horrorizada com a fúria ardente que me tomou, parece que as emoções da noite anterior haviam aberto uma fissura frágil e incontinente em mim. Mas parte alguma de minha mente me contestou sobre o foco de minha raiva: Nahuel.

_Renesmee!_ disse ele afastando-se de mim, uma mão em sua cabeça a outra estendida em minha direção, num pedido gestual para que parasse. Parasse de sentir raiva? Acho que não, talvez de sentir sua mente dentro da minha, não como quando eu os localizo como em um mapa mental, talvez eu é que estivesse dentro da mente dele, e talvez isso não fosse confortável como era pra mim, talvez doesse.

Foi tudo rápido, Edward surgiu me chamando e no momento em que o olhei Nahuel se dobrou sobre os joelhos, a expressão aliviada, Bella ao seu lado, ajoelhada no chão.

_Renesmee?_ meu pai me encarava dubiamente, espantando e alguma outra coisa...

_Sim?_ sussurrei, sentindo a mente de Nahuel longe, a de Edward estava mais perto, como ele, tocando meus ombros, mas não estava dentro da minha... Ou sei lá o que foi aquilo.

Não importava, eu estava irritada com Nahuel, muito irritada. Retribuí o abraço de Edward e quando o soltei ignorei Nahuel e subi as escadas em direção ao meu quarto. Eu queria ficar sozinha, tinha muito em que pensar, não que eu quisesse pensar em algo...


Jacob


_Você cortou o cabelo_ observou Charlie quando chegou para o almoço de domingo, uma olhadela para Anne, abraçada a minha cintura. _ De novo.

_É, _falei mordendo uma maçã_ é mais prático, sabe como é._ dei de ombros.

_Eu prefiro longo_ Anne afagou minha nuca numa piada secreta e maliciosa, nós trocamos um sorriso e Charlie seguiu para dentro depois de pigarrear desconcertado; Ela gostava de puxar meus cabelos, não que eu não gostasse, mas era estranho às vezes, eu também gostava de bem... Ficávamos como iguais na cama, de um jeito que eu não gostava; os dois de cabelos compridos... Claro que para mim era mesmo mais prático, como lobo, principalmente. O fato é que Anne teria de encontrar outra forma de se divertir.

Nós entramos em casa. Embry não estava, era o único, havia ido até uma província no Alaska para “visitar” uma Hannah que possivelmente seria a sua. A tarde seguiu e como não chovia apesar do tempo escuro, os garotos e eu colocamos a mesa da cozinha fora, com cadeiras de praia e banquinhos... Tudo seguiu muito bem, como sempre, todos se fartaram de comer, riram, fofocaram, tiraram sarro, e eu não podia reclamar muito do meu presente... Até que:

_Porque Quil faz tudo o que a sobrinha de Emily quer?_ Anne perguntou de repente enquanto secávamos a enorme pilha de louça que Rachel e Sue lavaram. Minha boca abriu algumas vezes, sem som algum. Eu não tinha dito nada sobre imprinting ou algo assim a ela. Julguei desnecessário.

Eu não costumava pensar nisso, na verdade evitava... Mas não achava possível que em algum lugar perdido no tempo havia alguém por quem eu seria tudo e qualquer coisa, não mais. Porque eu já havia amado demais, impossivelmente, e não acho que haja algo assim para a mesma pessoa mais de uma vez na vida... Nem mesmo por Anne, embora eu certamente pudesse fazê-la feliz; Embry, por exemplo, nunca foi apaixonado de verdade antes, mesmo contando sua projeção de amor por Leah... Embora, houvesse Sam, que verdadeiramente a amou antes de Emily... Não sei. Talvez eu fosse, ou (agora olhando para Anne) eu tivesse esperanças, de ser um beco genético, como Leah achava que era... Era tudo tão estranho e inexplicável, quero dizer... Olhe só para Quil sendo o pai de Claire; era natural para nós, que não éramos naturais; o tempo não nos diz nada e... Eu não tinha, mesmo por Anne, ou ainda, perspectiva de parar de me transformar, eu tinha seis anos de saldo com minha família e povo, não ia parar tão cedo, então digamos que aos sessenta ou oitenta anos eu sofresse um imprinting por uma criança como Quil... Não havia uma lógica cronológica nisso, mas talvez fosse demais sendo quem eu era exigir alguma lógica... Ah, que loucura, um nó cego do destino...

_Jake?_ Anne se virou para mim após fechar o armário.

_Eles se dão bem_ respondi lhe entregando um prato seco _Quil gosta de crianças.

_Porque eu acho que há algo mais nisso...?_ seus olhos de canela se estreitaram, as sardas douradas no nariz ganhando dobras mínimas.

Eu hesitei. Ela revirou os olhos. Talvez ela devesse mesmo saber, era melhor do que descobrir e se acovardar sobre a gente daqui mais alguns meses ou anos, quando por outra razão viesse a descobrir... Imprinting não era muito pior do que descobrir que o cara com que está saindo é um lobisomem.

_O que mais eu preciso saber? Tem mesmo a ver com o que eu acho que tem a ver?

_Se você não saiu correndo antes, a hora é agora_ ela parou tensa, enrolando o pano de prato na mão. A peguei pelo braço levando-a ao meu quarto, sorrindo para Emily que saía do banheiro quando passamos.

Ela respirou fundo e soltou o ar devagar, enquanto eu trancava a porta.

_Lendas_ falei inflexivelmente. Ela franziu o rosto e gemeu temerosa, a mão na cintura com aquela postura durona que ela tinha.

Eu parei, pensando em como começar, Anne se jogou em minha cama fazendo minha mente dispersar do assunto foco.

_As lendas dizem que um fenômeno raro entre os lobos nos faz encontrar nossas parceiras. Devia ser raro_ Anne sentou apoiando-se em um braço, uma sobrancelha dourado escura arqueada. _Chama-se imprinting.

_Imprimindo?_ disse ela com estranheza. Meneei a cabeça.

_É uma alusão a como o lobo se sente quando acontece, tudo que ele é, é... Apagado, é um termo que você pode entender melhor, embora não seja exatamente isso e então tudo nela toma lugar... Como uma impressão ou cicatriz.

Houve um longo momento de silêncio onde Anne respirou nervosamente, seu coração aos solavancos. Sentei ao seu lado, na cama.

_Que horror!_ sua voz era enojada_ Claire só tem dez anos, como pode ser parceira de Quil?!

_Não assim que funciona!_ apressei-me em dizer, sabendo que metade do pessoal lá fora podia facilmente ouvir nossa conversa. _Ele não a vê assim. Anne você precisa abrir a cabeça se quiser mesmo saber.

Ela suspirou e voltou a deitar, colocando os braços sobre o rosto, cobrindo os olhos, e gemeu:

_Eu não sei mais se quero saber. _ Eu fiquei em silêncio até que ela suspirou profundamente e, ainda cobrindo o rosto, murmurou de mau humor: _Prossiga.

_Quando o lobo sofre um imprinting, quando ele a vê_ em minha mente as sensações de todos eles: Sam, Paul, Jared, Embry. _ É como se tudo em você se desfizesse, como se seu eu mais profundo, tudo o que você é, se rompesse rápido demais; Mas então você ainda é algo, não está perdido em nada, ela segura você como o peso da gravidade. E você sabe que vai ser qualquer coisa que ela precise, qualquer coisa.

Anne me fitava assustada e admirada.

_Claire tinha dois anos quando aconteceu com Quil, e ele era, e ainda é como um pai ou irmão mais velho dos mais corujas. A protege mais que qualquer pessoa, possivelmente, mais até que seus pais, porque qualquer necessidade que ela tenha ou venha a ter ele saberá suprir, porque é como se ele fosse projetado especialmente para ela. Ela a ama e daria a vida por ela em qualquer circunstância necessária sem pensar duas vezes, mas ela precisa nessa idade de alguém que a ensine, dê limites, a divirta, ele é um amigo e tanto. E mais tarde, se ela o quiser, e eu não vejo como não, pois ele será perfeito para ela, ele será o melhor namorado e marido que alguém poderia ter.

_E se não quiser?_ a voz de Anne era baixa, mas soou um tanto acusatória, petulante até.

_Isso pode ser bem triste, mas se ela amar outras pessoa e essa pessoa a fizer feliz, ainda que nunca feliz como Quil a faria, ele ficaria bem, e provavelmente seria babá dos filhos dela, ou algo assim._ falei me dando conta dessa verdade pouco cogitada, e, no entanto completamente possível.

Deitei-me ao seu lado e o silêncio prolongou-se...

_Presumo que você saiba tanto por ver na mente de Quil.

_Sim. E nas de Sam, Embry, Jared e Paul_ Anne arfou em surpresa. Mais silêncio.

_Por isso você disse que devia ser raro? Porque a maioria de vocês teve isso... Imprinting...?_ Assenti.

_E o resto de vocês? Leah pode ter isso? Espera, e onde está a garota do Embry?

_Embry a perdeu de vista, aquela história sobre ter se apaixonado a primeira vista... Foi naquele dia_ ela assentiu, entendendo. _Leah acha que não pode ter, e alguns de nós achamos o mesmo, porque isso era um fenômeno raro e já aconteceu bastante.

_Então não vai mais acontecer?_ perguntou cautelosa.

_Não se pode dizer com certeza... Veja, o conselho acha que os genes lupinos nos fazem sentir atraídos por quem é capaz de transmitir os genes a diante, há outra teoria de que a atração é por quem tem mais chances de gerar lobos mais fortes. Então... Não sabemos!

_Porque Leah acha que não pode encontrar um parceiro dessa forma?

_Como ela está parada no tempo não... Tem ciclos, então ambas as teorias não se aplicam a ela. Ela acha que é um beco sem saída genético.

_Ah._ silêncio_ E você? Acha que pode acontecer com você?_ dizendo isso, ela se debruçou em meu peito, a expressão tristonha.

Vi minha expressão se fechar no reflexo de seus olhos com a enxurrada de emoções e dores recordadas no momento... Amar, ser magoado, perder...

_Não_ sussurrei, evitando que minha voz falhasse_ Acho que não. Também acho que sou um beco. _ Ela sorriu um pouco com a comparação.

_Seus ciclos estão atrasados, Jacob?_ ela conteve um sorriso. Em um movimento rápido demais para que ela fugisse, a prendi sob mim contra o colchão. Ela riu, mas subitamente ficou séria.

_Você gostaria de ter um?_ perguntou.

_Não_ falei decididamente.

_Não quer ser qualquer coisa por alguém_ ela não estava perguntando, eu hesitei, esperando entender o que ela estava pensando. _Gostaria que você me falasse sobre essa mágoa que tem de alguém... Percebi como te afetou quando o xerife falou que ia visitar a filha e cancelou a pescaria da semana que vem_ admitiu languidamente.

Beijei se queixo sem prestar a atenção a isso e falei a primeira coisa que me veio em mente:

_Você podia dormir aqui hoje_ houve dois segundos sem resposta; acho que ela estava decidindo insistir no assunto ou ceder, ou quem sabe só desfrutando dos beijos em seu pescoço...

_Minha mãe está na cidade esse fim de semana, quem sabe em sua próxima viajem..._ ela cedeu.

_Gosto de você em minha cama.

_Isso é um fetiche, Jacob?_ sua voz maliciosa.

_Talvez, Anne_ admiti fazendo o caminho de volta até sua boca.



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Notas finais do capítulo

O ponto de vista da Renesmee pode ter ficado meio confusão, ele não me satisfez, se eu fosse trabalhar mais nele, demoraria muito mais. GFostei mais do Jake... Então se precisarem de explicações é só pedir...
Espero que tenham gostado.
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