POV Mary:

- As regras são simples, você dorme no sofá, não sai da minha vista, me obedece, e se estiver com fome me avisa que eu irei comprar comida para você – falei me jogando a cama

- S-Sim, menos a parte de obedecer, você acha que eu sou seu cachorrinho de estimação? – ele falou se sentando no sofá

- Tipo isso, se não obedecer, terá que enfrentar as conseqüências, entendeu? – eu disse levantando e tirando um suco de laranja

- Prefiro as conseqüências... Você gosta de suco de laranjas né? – ele falou abrindo um pequeno sorriso... Fofo? Porque eu acho fofo?

- S-Sim, sempre gostei desde pequena, talvez... Talvez por causa do meu pai – falei meio sem jeito

- Ah... Hey, estou com fome – ele falou

- Heh? Ah, vamos comer algo na lanchonete daqui de baixo - eu disse

- Ah, vem comigo – ele disse alegre, porque ele é tão animadinho

- Para onde você está querendo me levar? Idiota – falei

- Só venha – ele disse de pé na porta

- Calma aí seu idiota, eu estou me calçando e... Waah! O que está fazendo seu idiota pervertido? – falei quando ele me carregou nos braços

- Te carregando bobona, você não disse que detesta andar com esses sapatos? – ele sorriu gentilmente para mim

- S-Sim, mas isso não te dá o direito de me carregar assim – eu reclamei

- Shiii, assim você não vai reclamar no caminho... Se segura firme ou vai cair – ele começou a andar e eu abracei o pescoço dele para não cair

Ele me carregou o caminho todo, até mesmo dentro do elevador, sem reclamar sobre isso, nem ligou para as pessoas o olhando, já eu fiquei sem graça... Porque ele é tão diferente? Tão... Tão idiota! Ele age como quer, é gentil comigo mesmo eu sendo arrogante com ele... Por quê? Passamos pela lanchonete do prédio.

- Oe... A lanchonete é ali – apontei

- E quem disse que vamos para lá? Vamos à lanchonete que eu adoro, e você também vai adorar – falou

Eu fiquei calada, não sabia como reagir a isso, nunca passei por isso, nunca conheci um idiota como ele, um idiota alegre, gentil, que ignora totalmente a minha arrogância. Chegamos à lanchonete que ficava na esquina, ele me colocou sentada na cadeira da mesa que ficava perto da janela.

- Eu já volto – ele falou piscando para mim, eu corei, que atrevido! Idiota atrevido

Quando voltou, trazia nossos lanches, se sentou na cadeira.

- Não se preocupe, já paguei, aqui um Milk Shake de laranja, e batata frita para você – ele disse sorrindo

- Ah... Eu devo agradecer? – falei pegando o Milk Shake e a batata

- Era o correto a fazer, mas sendo você, acho que nem precisa – ele falou bebendo sua coca-cola

Lanchamos, e finalmente saímos da lanchonete, assim que saí, ele me carregou novamente, abracei novamente o pescoço dele, mas dessa vez eu estava com a cabeça baixa, pois meu rosto estava vermelho, subimos pelo prédio, e finalmente ele me deixou sentada na cama.

- Idiota... Ér... O-Obrigada – beijei a bochecha dele e ele corou

- D-De nada – falou como se não esperasse isso de mim

- M-Mas não faça mais isso! Não me carregue mais – falei com minha típica arrogância

- Não prometo, quando eu quiser e achar necessário, eu irei carregá-la – ele falou se deitando no sofá

- Idiota... Chizuru idiota – resmunguei, me deitando na cama

- Hey, você me chamou pelo nome! – ele me olhou surpreso

- Chamei, por quê? – falei confusa

- Nada... É que você só tem me chamado de idiota desde que cheguei, e essa é a primeira vez que me chama pelo nome... Achei bem legal da sua parte – ele sorriu para mim, me fazendo corar novamente

- Se eu quiser chamar, eu chamo, isso não é importante, agora durma – falei e me virei para a parede na cama

- Boa noite Mary – ele falou adormecendo logo em seguida

- B-Boa noite Chizuru – falei baixo para ele não ouvir, mas ele ainda ouviu

- Obri... gado... –falou caindo totalmente no sono e me assustando, pois eu não queria que ele ouvisse

No meio da noite eu acordei sem sono, e quando me sentei na cama, Chizuru havia caído do sofá, pois ele era muito grande para o sofá, suspirei.

- Você é um idiota até dormindo – falei baixo em meio ao suspirou

Me levantei e fui até ele, comecei a cutucá-lo para ele acordar.

- Oe... Chizuru, você está no chão, acorda – falei, mas não tive resposta

Suspirei novamente, o carreguei no ombro, e caminhei até a minha cama... Que foi? Sou pequena, mas tenho muita força... O coloquei na cama, e o cobri. Fiquei olhando para ele, e do nada ele sorriu. Me assustou, mas logo notei que ainda dormia. Então me aproximei do rosto dele, e aproximei mais, e mais, até que cheguei bem próximo quase o beijando, então parei, mas o que raios eu ia fazer? Me afastei espantada comigo mesma... N-Não pode ser, eu jamais faria isso. Me deitei no sofá, meu coração batia rápido, meu rosto totalmente vermelho vivo, olhava para o teto, enquanto buscava respostas em meus pensamentos para a minha atitude anterior, sem sucesso, desisti, não sabia o que estava havendo, não sabia que era esse sentimento, não sei como lidar com isso. Me virei no sofá, olhando para Chizuru dormindo, ele parecia tranquilo, isso de alguma forma me deixava aliviada e feliz, me encolhi mais um pouco no sofá e adormeci. Espero que logo descubra que sentimento é esse... Pois minha vida já tem muitos mistérios, e eu quero descobrir o que é isso que eu sinto quando olho para ele, quero saber por que este loiro mexe tanto com meu coração, e mais importante, porque eu fico feliz em vê-lo bem como agora...