POV Mary:

– Mas é seu trabalho, querendo ou não, você vai ter que me ajudar – ele falou me olhando sério, nunca antes alguém havia me enfrentado, qual é a desse garoto?

- Droga... – disse me levantando da cama e indo para a porta

- Oe... Para onde você vai? – ele perguntou

- Vai ficar ai parado ou vamos começar a investigar? – perguntei olhando para ele ainda irritada

- Estou indo – ele disse abrindo um sorriso e eu corei de novo

- Ande na frente e nem pense em olhar para trás ou eu soco você até a morte – disse tentando esconder meu rosto corado

- T-Tudo bem – disse assustado, indo na frente sem virar para trás

- Muito bem – eu disse suspirando, tentando fazer meu rosto voltar a cor normal

- Oe... Para onde estamos indo? – disse ele

- Falar com um amigo meu, Miki saberá tirar informações das suas memórias – eu falei

- Miki? Entendo... E onde ele está? – colocou as mãos na nuca ainda sem olhar para mim

- Ah, sem perguntas, e anda depressa, quero sair daqui do prédio para poder tirar esse sapato idiota – eu disse resmungando

- Mas porque calça ele se você não gosta? – ele olhou para mim e eu o soquei

- Eu disse para não olhar para trás! Eu só uso porque é obrigatório – disse eu irritada

- Ai ai ai, você é tão estressada em? Só te torna mais misteriosa do que já é – ele disse sorrindo e eu corei novamente

- Cala a boca, agora eu vou na frente – eu disse andando o mais rápido que pude, e ele tentando me acompanhar

- Não precisa ficar irritada, era só elogio, não sabe a diferença? – ele disse correndo para me alcançar

- Não sei, eu nunca fui elogiada antes, só quando resolvia um caso – eu disse parando e olhando para ele

- Mas e seus pais? Eles nunca te elogiaram? – ele perguntou, eu abaixei a cabeça

- Eu nunca conheci meus pais de verdade – falei

- Mas então quem te criou? – Chizuru perguntou e eu me controlei para não socá-lo, ou chorar

- Isso... Isso não é da sua conta, agora vamos, eu já cansei de você, quero terminar logo esse caso, para nunca mais olhar na sua cara – falei, novamente saindo na frente

Ele não disse mais nenhuma palavra, talvez eu tivesse magoado ele, me sinto mal por isso, mas assim é melhor, não quero me envolver com ele, só o necessário. Saímos do prédio, atravessamos a rua e entramos no segundo prédio da policia, onde Miki ficava.

- Miki! – eu disse com um sorriso alegre, me jogando no sofá da sala dele e tirando os meus sapatos

- Mary! Que bom vê-la, faz tanto tempo desde a última vez que a vi, quem é o rapaz? – Miki era um cara de 18 anos, era bem gentil, a única pessoa que eu confiava, ele era o meu único amigo...

- Idiota esse é Miki, Miki esse é o Idiota que trouxe um caso para resolvermos – eu falei jogando minha câmera para o Miki

- Prazer sou CHIZURU Sugahara – ele falou olhando para mim e eu dei de ombros

- HAHA a Mary não mudou nada! Enfim, prazer em conhecê-lo, sou Takami Kimigaya, mas pode me chamar de Miki – Miki disse sorrindo

- Miki, cadê o meu tênis? – eu resmunguei olhando para a cesta com os meus sapatos que eu sempre deixava na sala de Miki

- Sinto muito Mary, mas todos eles estão com sensores que o pessoal da policia colocou para você não usá-los, vou demorar um mês para remover todos – disse ele coçando a nuca

- Waah! Eu vou ter que usar esses sapatos durante um mês, waaaaaah! Eu não quero – eu disse choramingando

- Ah, ela vai começar de novo, haha ele adorável – Miki disse rindo

- Adorável? Ela socou a minha cara, me chama de idiota, e tem sido arrogante comigo desde que cheguei – Chizuru protestou

- Parece que ela gostou de você – Miki falou baixo para Chizuru

- O que? Como? Se ela só tem me tratado mal? – ele falou um pouco alto

- Shiii – Miki disse, eu fiquei fazendo minha birra até ficar cansada e adormecer no sofá

POV Takami:

- Não tem mais problema falar alto, ela dormiu – Chizuru apontou para Mary adormecida no sofá

- Bem, como eu disse, ela gostou de você – eu falei entrando na outra sala e esperando o rapaz entrar

- Não consigo acreditar, ela só me tratou mal desde que cheguei na sala dela – ele entrou na sala e eu fechei a porta

- Você tem que entender, ela é diferente, eu sei que ela gosta de você, ela fica te olhando de uma maneira diferente, apesar de te chamar de idiota, ela só não quer mostrar porque ela não conhece esse sentimento – falei sorrindo

- N-Não consigo acreditar nisso – ele falou com o rosto ficando vermelho

- Me parece que você também está interessando nela HAHA – falei rindo um pouco e ele corou mais ainda

- N-Não é verdade – falou desviando o olhar para a janela

- Pelo visto você não conhece também o sentimento que é o amor, aqui, pegue – coloquei uma latinha de refrigerante perto dele

- O-Obrigado – ele disse pegando a lata e abrindo a mesma

- Provavelmente você perguntou algo sobre ela para ela ter se irritado com você, não é? – falei me sentando na mesa e ele se sentou na cadeira

- Mais ou menos – ele disse bebendo um pouco

- Bem, ela odeia falar do passado, então evite perguntar, só pergunte se ela mesma falar algo do passado, bem, já que se interessou por ela, você tem dois minutos para me perguntar algo antes dela acordar – falei bebendo um gole do refrigerante

- Sabe alguma coisa dos pais dela? E porque ela mora na sala dela? – ele foi direto ao ponto, dei um pequeno sorriso

- Bem, não sei, porque ela também nunca os conheceu, Mary foi abandonada desde bebê. Ela foi encontrada por um policial chamado Yamamoto Suguiyama, ele a encontrou e a trouxe para a central para criá-la, porém algumas semanas depois de cuidar de Mary, ele morreu em uma missão da polícia, pela mesma sombra do seu caso, Mary ficou sabendo disso quando cresceu e sua ira por essa sombra é imensa, então ela pediu para ser treinada para trabalhar na policia, desde então se esforçou e mostrou uma habilidade incrível sobre os casos que lhe deram, se tornou a detetive secreta especial da policia. Bem, ela mora na sala dela porque ela não tem uma casa – falei num tom sério

O rapaz ficou em silencio, provavelmente agora entendia o motivo dela ser assim, ou pelo menos o motivo dela não gostar de falar do passado dela.

- Bem, é isso que todos sabemos, mas ainda há muito mistério em Mary – me levantei e joguei a lata no lixo, na mesma hora Mary abriu a porta

- Hm... Miki... Eu estou com sede – disse ela sonolenta, esfregando os olhos, com uma carinha inocente

- F-Fofa – o rapaz falou bem baixo

- Hmm? Alguém disse algo? – ela perguntou

- Ah, fui eu, Mary, o que quer beber? Água, suco de laranja, refrigerante... O que?  - perguntei rapidamente

- Tem suco de laranja? Me dá, me dá – falou como uma criança e eu ri um pouco

- Tem sim, aqui, pegue – estendi o copo com o suco para ela e ela pegou

- E então Miki, quanto tempo para analisar e extrair as informações da memória do idiota – ela falou

- Um mês – eu menti, demoraria, mas menos que um mês, eu queria que eles ficassem um tempo juntos, talvez assim se acostumassem um com o outro

- UM MÊS?! – os dois disseram juntos

- Sim, desculpe, mas não posso fazer isso mais rápido – falei

- Waah! Eu queria que isso acabasse logo, mas pelo visto vou ter que aturar ele mais tempo hunf’ – ela disse

- Waah! Eu não vou aguentar ela me chamando de idiota, eu vou para um hotel qualquer e só volto daqui a um mês – ele disse saindo

- Oe... mas como você é idiota mesmo, você não pode se afastar da máquina, ou perderemos todas as suas memórias, e Miki não conseguirá buscar informações, e mesmo, é a primeira vez que conseguimos ver a sombra, não vou deixar você estragar tudo, você vai morar comigo lá na sala por enquanto – ela disse

- Heeeeeh? – ele fez um som de protesto

- Ela tem razão, desculpe Chizuru, não há nada que eu possa fazer sobre isso – disse num tom de pena, mas por dentro estava feliz

- Não acredito – ele choramingou

- Vamos, vamos deixar o Miki em paz – ela se calçou e arrastou ele para fora

- Bye bye Mary, Chizuru, boa sorte, venham me visitar quando quiser – acenei gentilmente e fiquei observando os dois até sumirem da minha vista