Diário De Rachel escrita por jessysodre


Capítulo 20
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários anteriores.
Avisar a galera que tá com saudade da Quinn que a hora delas ficarem juntas tá chegando.
Enquanto isso...
Boa leitura.



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Quando abri os olhos foi como se eu tivesse vindo de um lugar, eu não senti como se eu estivesse dormido. Kurt estava encostado na porta. Olhei para janela e o sol já a havia mudado bastante de lugar.

_Vejo que conseguiu relaxar finalmente._ Diz Kurt com um sorriso estranho.

_Eu dormi? _ Perguntei ainda sem entender tudo que eu acabava de ver.

_ Talvez sim, talvez não! Os cristais e as ervas fazem coisas estranhas às vezes.

_Estranhas como? _ Pergunto pegando em um Quartzo transparente que estava na água.

_Guarde sua experiência para você senhorita Lea, um dia há de entender! Agora venha que seu noivo está lhe esperando!

Saí do banheiro e fui para o quarto, parei de frente para um espelho que Kurt provavelmente tinha trago, pois ele não estava ali mais cedo. Fiquei no centro do quarto, entre a janela e a cama, onde Kurt ajeitava meu o cabelo. Eu não parava de pensar naquela cena que acabava de ver, aquela mulher loira e todas as sensações que ela me causou, que mesmo no sonho eram tão reais.

Kurt colocava o vestido em mim, eu sentia vontade de chorar, de correr, de fugir. Tantas vezes sonhei com esse momento e agora ele era vazio e artificial, por mais que Jesse estivesse tentando fazer tudo ser do jeito que eu queria, não era. Eu não tinha uma mãe pra me vestir e nem um pai para me levar ao altar, eu não tinha nada, nem eu mesma pra ser sincera, nem eu mesma presenciaria meu casamento.

_Pronto senhorita! _ Diz Kurt saindo de trás de mim e me fazendo olhar para o espelho que eu me recursava a encarar.

Mudar não era o problema, nunca achei que fosse o problema é a falta de reconhecimento sobre quem eu era ou seria. O rosto no espelho me lembrava o reflexo de alguém que definitivamente não era eu.

Os cachos perfeitos, a pele branca com aquele tom rosado da maquiagem, lábios avermelhados e olhos sedutores. Eles me olhavam, me seduziam, mas não me convenciam de uma vida perfeita.

_Está linda Lea!_ Diz Kurt pegando nos meus cabelos. Então uma dúvida me surgiu. Kurt não era um vampiro, por quê? Como ele vivia no meio de um monte de vampiros e não se sentia ameaçado.

_Kurt! Porque não é vampiro? _Perguntei e Kurt soltou um leve sorriso tirando a mão dos meus cabelos.

_Sou amante da natureza, não posso traí-la vivendo para sempre.

_Então, você é um bruxo mesmo?

_Nome mal dado às pessoas que respeitam e cuidam da natureza, mas sou sim. _ Ele empurrou  meus sapatos em minha há direção com a expressão seria.

_Então você morrerá?

_ Um dia! Posso adiar, mas não evitar._ Seu sorriso era sincero.

_Se virar vampiro não vai precisar.

_Não pretendo fazer isso senhorita. Agora deixe de falar e calce os sapatos.

_Cadê sua família?

_Jesse é minha família, fico feliz com isso.

_Se você morrer o deixará sozinho, isso não lhe preocupa?

_Ele terá você! _ Seu sorriso dizia algo que seus lábios não pronunciavam, queria poder entender, mas o relógio tocava. Kurt me empurrou até a porta e eu andei até a escada e olhei para baixo. Vi dezenas de pessoas, vampiros é claro, e um padre que fazia meu estomago delirar de fome por causa de seu cheio humano gostoso. Tentei não pensar nisso e foquei em Jesse no pé da escada com seu sorriso doce e gentil.

Minha mãe disse uma vez que era normal sentir dúvida, mas o que nos tornava fortes era não correr quando sentíssemos a dúvida tomar contar de nós. Confesso que milhares de pensamentos passaram na minha cabeça junto com o rugido que a escada fazia a cada degrau que eu descia. Entre eles o porquê me casar? Eu não existia para a sociedade e nem muito menos tinha família. Não consegui entender o motivo que eu estava ali.

_Você está linda! _Jesse pegou minha mão e levou delicadamente até sua boca, andamos juntos até o padre, que me sufocava com seu cheiro de sangue. O som do seu coração me fazia salivar.

_Você está maravilhosa! _ Diz Jesse, tendo como resposta meu sorriso.

O cheiro e a fome eram tudo que eu conseguia pensar. Precisava matar minha fome, minha sede. Aquele líquido que Kurt me deu já devia ter perdido o efeito, pois eu sentia meu corpo doer de fome.

Olhei para todos em minha volta, não conhecia ninguém, na verdade nunca tinha visto nem metade deles, talvez alguns da janela do quarto ou quando Jesse me levou para caçar animais, mas isso não passava de cinco ou seis. A porta do salão da mansão estava aberta podia ver o sol se pondo no fundo da serra distante, queria sair correndo e encontrar o sol, mas algo me prendia, talvez a gratidão por Jesse estar cuidando de mim ou talvez aquele cheiro de sangue humano que o padre exalava.

_Senhorita Lea Sarfati!

 _Sim? _ Eu sorrio sem graça.

_Aceita Jesse St James como seu legitimo esposo? _Minha garganta colava de fome, queria muito poder beber aquele sangue sagrado.Ri de minha própria piada sem graça dizendo:

_Sim, claro!_ Jesse tinha um sorriso nos lábios, mas seus olhos me diziam que ele não parecia tão calmo quanto aparentava. Olhei para Kurt que também tinha seu sorriso delicado no rosto.

_Sim eu aceito! _ Diz Jesse me despertando dos meus pensamentos. Ele puxou minha mão e um anel de brilhante tomou conta de meu dedo.

_É lindo! _Eu digo surpresa com tanta beleza em um só anel.

_Você é muito mais! _ Jesse diz baixinho e nossos olhos se encontram por alguns segundos, o tempo suficiente para eu lembrar o quando eu quis encontrar alguém como ele.

_Pode beijar a noiva! _ Diz o padre.

_Ainda não! _ Fala Kurt _ Temos a bebida da união.

Ela tinha duas taças, uma em cada mão, a da direita ele deu a Jesse que balançou a cabeça em forma de gratidão e a da esquerda ele deu a mim. Aquele cheiro parecia o mesmo negócio que ele me deu para beber mais cedo. “Será que ele desconfiou que faltava pouco para eu enfiar meus dentes no padre?”

_O que é isso?_Perguntei baixinho para Jesse.

_Uma porção mágica, só deve beber se realmente quiser ficar comigo por toda eternidade.

_Que? _ Eu com certeza fiz cara de espanto, pois Jesse sorriu.

_Um brinde a eternidade de Lea e Jesse!_ Fala Kurt em alto e bom som. Todos da sala repetem e eu sinto um arrepio na espinha.

Algo estranho estava acontecendo, eu não conseguia explicar o que era. Jesse levou a taça até a boca e eu fiz o mesmo só que meu paladar percebeu um gosto familiar naquela porção. O sangue de Jesse. Parei de beber antes que mais uma gota descesse pela minha garganta e duas perguntas tomaram minha atenção.

Se eu bebia o sangue de Jesse, ele bebia o meu? Mas como se eu nunca tinha derramado meu sangue?

Olhei para Kurt e ele sorria para nós. Eu não dormia tinha dias e depois que entrei naquele banho cheio de ervas e cristais, eu simplesmente apaguei durante horas, tempo suficiente para ele tirar meu sangue. Mas por quê? Dei dois passos em direção a ele e Jesse segurou meu braço.

_O que foi?

_Eu quero uma explicação! _Não controlei meu tom.

_Sobre o que?

_Você esta bebendo meu sangue? _ Eu sussurro e o padre faz cara de que não entendia direito o que acontecia.

_Então, o noivo já pode beijar a noiva. _ Repetiu o padre.

_Lea ficou louca?

_Louca?

_Beije a noiva, pode beijar ­_ Diz o padre mais uma vez sendo ignorado.

_Me beije e eu te explico _ Diz Jesse me puxando.

_Não! _ Eu o empurro. Eu sentia raiva, eu me sentia enganada, mesmo não sabendo ao certo porque eu me sentia traída.

_Tome, beba! _ Jesse me dá sua taça.

_O que? Não!

_Beba! Veja como você está enganada!

Levei a taça dele até minha boca e para minha surpresa senti gosto de maçã, somente maçã, nada mais que maçã.

_Suco de maçã?_ falei curvando as sobrancelhas.

_É! Só você tem o privilégio de sangue aqui, afinal eu queria que o padre continuasse vivo até o fim da cerimônia._ Ele diz no meu ouvido antes de me puxar para um leve beijo.

_Enfim casados! _ diz o padre.

Jesse desencosta seus lábios dos meus e sai em direção oposta a minha, uma música começa a tocar e todos começam a dançar. O sol lá fora joga seu último raio.

Senti-me péssima pelo constrangimento que tinha causado, é claro que Jesse só tinha colocado seu sangue para poder saciar minha fome. Ele deveria saber que eu iria morder o padre a qualquer instante. Eu acho que aquele sonho na banheira me deixou meio desconfiada.

_Senhora? _ Uma voz me chama me tirando do meu êxtase de dor. ­_Quer uma bebida?

_Não obrigada!_ Digo olhando para os copos que pelo cheiro só podia ser sangue. Viro o rosto e faço o sinal com a mão dispensando a bebida. Respirei fundo e procurei Jesse e o vejo conversando com senhores bonitos e bem arrumados, vou até ele.

_Jesse?

_Oi amor! Eu já lhe apresentei? Esses são Lestat e Luiggi.

_Muito prazer senhores.

_Você escolheu muito bem St James, ela é linda!

_Obrigada!

_Me deem licença senhores! _ Fala Jesse pegando em minha mão e me levando para fora de onde estava acontecendo a festa.

_Desculpe!_ Eu digo quando vejo em seu rosto a expressão de decepção.

_Tudo bem Lea, eu entendo que estava com fome._ Ele falava diferente, era frio e não muito gentil.

_Eu estou achando tudo lindo, a música, as pessoas..._ Eu não sabia o que falar, me sentia tão sem graça por ter quase estragado nosso casamento que as palavras se desfaziam em meus lábios.

_Que bom! Agradeça a Kurt!Agora vamos entrar.

Sentei em uma cadeira perto dos músicos e deixei me envolver pela música durante muitos minutos. A música me acalmou e me fez até esquecer a fome, porém me fez pensar naquela visão que tive na banheira, nas roupas que eu vestia, na iluminação das coisas, na mulher com olhos verdes e na nossa troca de olhares tão intensa.

_ Com licença senhora! _ A voz de Kurt me despertou.

_Sim!

_Quer ajudar para se preparar?

_Preparar?

_É senhora, sua noite de núpcias _As palavras de Kurt me fizeram perder a voz, eu me sentia nervosa só de imaginar que eu e Jesse fossemos dormir hoje na mesma cama, ou melhor, iríamos ser um do outro.

_O Quarto está todo arrumado, talvez a senhora queira subir agora para poder descansar, pois dentro de uma hora os convidados já vão ter ido embora.

_Vamos! _ Eu disse sentindo meu corpo tremer. Olhei para Jesse que me encarou, me deixando na dúvida se seu olhar era bom ou ruim.

Entrei no quarto e meus olhos se encheram de beleza. O quarto estava lindo, com velas rosa, com o perfume de Jasmim e pétalas vermelhas pela cama.

_Nossa! Kurt está lindíssimo.

_Senhor Jesse que pediu que arrumassem assim.

_ Como ele pode ser tão perfeito? _Falei em voz alta admirando o quarto, Kurt solta um sorriso e me mostra uma roupa de baixo feita de seda.

_Gostou senhora? É linda não é?

_É lindíssima!

_Agora venha se lavar!

Tomei um banho, não fiquei muito tempo dentro do banho que Kurt preparou, pois não queria ter sonhos estranhos novamente.

Sentei na cama e fiquei olhando para a roupa intima tão perfeita e bonita. Ouvi passos na escada e pela força só poderiam ser de Jesse, corri para banheiro novamente e logo ouvi a porta se abrindo.

_Lea?!

_Oi! _ Eu disse atrás da porta do banheiro.

_Você está bem?

_Estou!

_Vou tomar banho no outro quarto, depois eu venho. Ou você prefere que eu não lhe perturbe?

_Não! Por favor, venha! _ Ele fez um barulho que parecia uma gargalhadinha.

Saí do banheiro e olhei para cama onde estava a roupa de seda, eu a experimentei, ela caia no corpo como água gelada, seu pano escorregava quase sem encostar-se à minha pele, era tão estranho usar algo tão delicado.Fiquei na frente do espelho me admirando, não puder olhar muito o vestido de casamento, mas não hesitei em ficar olhando aquele pano vermelho de seda sobre meu corpo.

Passos de Jesse me chamaram atenção novamente, me enfiei debaixo das cobertas.

_Posso entrar?

_Sim!

_Tudo bem?_ Ele entrou e eu pude vê-lo sem camisa pela primeira vez. E senti minha boca salivar.

_Sim! _ Me encolhi debaixo das cobertas. Ele sentou ao meu lado.

_Lea, não precisamos fazer nada hoje, tudo bem? _Balancei a cabeça, ele estava diferente.

_Você está chateado comigo? _ Ele balança a cabeça dizendo sim_ Desculpe!

_Queria que você confiasse de mim!

_Eu confio!

_ Aquilo foi uma demonstração de confiança?Porque você achou que eu iria querer seu sangue? Não entendo Lea.

_É que hoje Kurt me preparou um banho e eu dormi durante horas e...

_Isso não é bom?

_Eu não dormia há dias Jesse e...

_ Então deveria estar agradecida e não desconfiada, certo?

_Mas tive sonhos estranhos, era como se...

_Que tipo de sonhos?

_Não sei explicar, me desculpe eu achei que... Eu não sei o que eu achei.

_Tudo bem Lea, está desculpada._ Ele passa a mão em meu rosto e eu sorrio.

_Quem eram aquelas pessoas lá em baixo hoje?

_Amigos! Ninguém especial.

_Jesse, quem era antes de mim?

_Que? _ Ele joga uma mecha do meu cabelo para trás.

_Você sempre viveu sozinho?

_Não acredito que quer falar de mulheres na nossa primeira noite juntos. _ Seu tom era irônico e engraçado.

_Nós nunca falamos muito de você.

_É porque eu não vivia antes de te conhecer._ Eu sorri e seus lábios se aproximaram.

Meus lábios encontraram o dele me causando muitas sensações desconhecidas. Sua mão encostou em minha nuca e tudo ficou completamente quente. Passei a mão no peito nu de Jesse, eu nunca tinha encostado em um corpo masculino desse jeito, era forte, gostoso, o puxei mais para mim, afundamos em um beijo ainda mais intenso.Jesse debruçou em meu corpo, me deixando nervosa e completamente excitada, sentir seu corpo no meu me causou uma sensação inexplicável. Meu corpo, minhas emoções, tudo gritou quando Jesse disse:

_Posso te pedir uma coisa? _Faço que sim com a cabeça, pois não conseguia falar.

_Me morde!

_Que?

_Nunca tive o prazer de fazer isso, mas com você eu quero que seja assim, se alimente de mim Lea, em todos os sentidos.



As palavras de Jesse intensificaram todas as pulsações de meu corpo, o puxei para cima de mim mergulhando nos seus lábios macios e doces. Ele mexia o quadril levemente em cima de mim, eu o puxava com minhas unhas para mais, pude sentir minhas unhas perfurarem seu corpo e seu sangue escorrer rapidamente pelos meus dedos, ele sorria e gemia me causando uma excitação fora do comum. Joguei meu corpo para cima do dele, eu era mais forte que eu imaginava. Ele sorriu e eu rapidamente o deixei completamente nu.

Minhas emoções e vontades tomavam conta de mim, talvez a Lea de antes não fizesse isso, mas ela perderia toda essa diversão.

Mordi o pescoço de Jesse sentindo o gosto delicioso de seu sangue, eu o bebia ouvindo seus gemidos, que intensificavam o movimento de nossos corpos.

Senti todo seu corpo invadir o meu, era melhor que eu imaginava.

_Lea isso é a melhor coisa...

Jesse não conseguia falar, eu soltava pequenas gargalhadas, sentindo seus lábios sagrando nos meus.

_Deixe-me provar você? _ Ele diz me colocando debaixo de seu corpo, novamente eu sorrio louca para sentir como seria a sensação de escorrer em sua boca.

Senti sua boca, em seguida seus dentes perfurarem meu pescoço, lábios, seios, pernas... Ele entrava em mim me deixando completamente vulnerável. Todas as duvidas que eu tinha sobre estar ali com ele ou não, haviam morrido no calor daquele quarto.

Nosso sangue misturado entre um beijo e outro, nosso corpo entrelaçado e encaixado me fez ter certeza que ali era meu lugar.

Minha cabeça girava e um êxtase tomou conta de mim, era como morrer só que mais prazeroso, pude sentir meu corpo ainda se movimentando, mas minha mente havia parado nos olhos de Jesse, que viraram olhos verdes desconhecidos, um olhar que eu só tinha visto uma vez em um sonho.


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Notas finais do capítulo

Sim, ela viu os olhos da Quinn durante o orgasmo, eu prometo que tá acabando essa coisa da Lea com o Jesse, nós vamos ter overdose de Faberry e da Lea e a Quinn, peço mais um pouquinho de paciência.
Prazer e luz



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