Diário De Rachel escrita por jessysodre


Capítulo 19
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Vou tentar manter as atualizações diárias, ou quase, é claro. Se tiver a participação de vocês pra saber o que estão achando.
Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/294735/chapter/19

Rachel molha o diário com suas lágrimas. O medo invadia ainda mais seu peito. Ela queria parar de ler, mas algo dentro dela queria saber o que aconteceu com Lea.

09 de julho de 1712

Fomos embora da cidade, não consegui falar nada, era como se alguém morasse dentro do meu corpo, eu não controlava mais minhas atitudes. Jesse disse que é normal, que quando viramos vampiros nossas emoções entram e total conflito, mas nada do que ele falava eu conseguia acreditar, pois achava que ele só estava tentando ser gentil.

10 de julho de 1712

A viagem foi longa e cansativa, mas finalmente chegamos a casa de Jesse, sair da minha cidade me causou certo alivio, acho que não era capaz de encarar a verdade sobre mim. Eu poderia dizer que odiava tudo isso e que preferia estar morta, mas na verdade não sabia o que eu sentia.

Chegamos a casa de Jesse. Era uma fazenda enorme, nunca vi nada parecido.

_Nossa! Isso tudo é seu?

_É nosso, amor.

_Não sei se mereço casar com você Jesse.

_ O que está falando Lea? Já pedi para Kurt organizar tudo, vamos ter o casamento que você merece, na igreja.

_Podemos entrar na igreja?

_Claro Lea! Porque não poderíamos?

_Sei lá, somos tão diferentes do restante do mundo que... _ Eu não sabia o que pensar, na verdade eu me sentia suja e impura para entrar em uma igreja e isso não tinha a ver com o que nós éramos e sim com o que eu me tornava. Meus olhos se enchiam de lágrimas.

_Somos melhores que o restante do mundo, você é melhor! Agora venha conhecer sua casa.

A casa era tão grande que parecia uma cidade, era cheia de portas e corredores, era bonita porém sombria e sem vida, talvez fosse velha.

Acho essa casa velha e sombria._ Falei em um sussurro e levei um baita susto quando Jesse respondeu.

_ Amor, mas ela é velha e abriga alguns vampiros o que a torna sombria. _ Jesse sorri, mas eu estava tão sem graça que acho que fiz careta. Demorei uns segundos até assumir que queria outra cor naquela casa sombria.

_ Vamos pintar! Quero tons alegres, se vou morar aqui por toda eternidade quero que seja tudo bem alegre, não quero passar a eternidade sombria._ Eu realmente não controlava o que falava, parecia uma criança cheia de impulsos e vontades.

_ Então aceitou passar a eternidade comigo?

_ Acho que não tive escolha.

_ Lea! Você sempre tem escolha._ Jesse diz com seu tom doce, ele se aproximou e passou a mão em meu rosto me causando arrepios._Agora vem! Vamos conhecer a casa.

Ele pega em minha mão e me faz subir uma escada que fazia um ruído que para meus ouvidos era tão forte. Chegamos ao segundo andar, tinha um corredor grande cheio de portas, era tudo muito sem vida.

_Entre Lea. _ Diz Jesse abrindo a porta de frente para o corredor.

Passei por Jesse e tive a visão mais perfeita. Um quarto tão grande que nem minha casa seria capaz de suprir tal tamanho.

_Nossa isso é enorme! _ Caminhei até a cama onde tinha um véu que a tampava por inteira, era um véu branco transparente que deixava a cor vermelha da colcha sobressair. _ Isso é lindo! _ Digo abrindo o véu e sentando na cama, sentindo seu colchão fofo afundar debaixo de mim.

_Que bom que gostou, pois esse será nosso quarto.

_Nosso? _ Pensar em dormir no mesmo quarto que Jesse me fazia me sentir sensações estranhas, algo entre medo e paixão.

_Se a ideia não te agradar, posso pedir para arrumarem outro quarto para você.

_Não! Tudo bem, só é estranho... _ Olho pra a janela grande de frente para cama, porém longe por causa do tamanho do quarto.

_Estranho? _ Jesse se aproxima pegando em minha mão. _Se preferir eu posso ficar em outro cômodo pelo menos até você se acostumar.

_Não, tudo bem! Vai ser ótimo estar com você. _Trocamos olhares e meu corpo arrepiou.

Explorei mais um pouco aquele quarto. Corri pelo espaço entre a cama a janela, os lençóis, cortinas e travesseiros eram perfeitos, sentir o cheiro do tecido me fazia sorrir. Jesse me observava brincar na cama macia. Sentei olhando para Jesse na beira da cama.

_Você sempre morou sozinho?

_Não! Tinha minha mãe e irmãos.

_ Cadê eles?

_Quer mesmo falar de família?_Não consegui saber se pergunta foi pra mim ou pra ele, mas me calei.

Jesse se aproximou de mim e acariciou meus cabelos, descendo a mão até meus lábios, lembrei-me do nosso beijo e pude sentir meu corpo tremer de desejo.

Ele aproximou seus lábios e eu afastei os meus.

_Não quero morde-lo novamente.

_Por quê? Foi tão excitante, não achou?

Na verdade eu tinha sentido tanta coisa junto que não poderia responder aquela pergunta de forma sincera, preferi ficar calada e sentir sua mão delicada levando meu rosto de encontro ao dele.

_Sentir meu sangue ser sugado foi muito estranho, mas confesso que também excitante e prazeroso._ Eu sorri mordendo os lábios e Jesse colou seus lábios nos meus me fazendo sentir pulsações por todas as partes, era estranho sentir meu corpo tão vivo, mesmo sabendo que estava meio morto.

Aos poucos nossas línguas foram se entrelaçando e sua mão pegou minha nuca me deitando na cama incrivelmente macia e cheirosa, seu corpo caiu sobre o meu me fazendo sentir contrações no quadril, nosso beijo ficava mais intenso na medida em que meu quadril se encontrava com o dele dançando em uma música bem ritmada. Nunca senti tantas sensações ao mesmo tempo. Jesse desceu seus lábios para meu pescoço me fazendo soltar gemidos, sua boca beijou com tanta intensidade que cheguei por um momento a pensar que ele me mordia. Então na mesma hora senti a vontade imensa de mordê-lo, de sentir o gosto do seu sangue novamente. Coloquei meus lábios em seu pescoço, ele aumentou o ritmo de seu quadril, pude senti-lo levantando uma parte do meu vestido, os movimento ficavam fortes à medida que eu sentia seu sangue percorrer meu paladar.

_Lea é melhor paramos por aqui! _ Disse Jesse baixinho parando de se movimentar em cima de mim._ Amor, é melhor paramos.

Eu não queria parar. O gosto do sangue dele era viciante, ele puxou seu pescoço de meus dentes pude senti o gosto de sua carne, ele me empurrou dizendo:

_Chega amor! _Ele colocou a mão no pescoço segurando o sangue que escorria, eu limpei minha boca sem saber o que fazer. Ajeitei meu vestido.

_Desculpe, acho que exagerei. _ Senti vergonha e medo, mas Jesse sorriu tirando a mão de seu pescoço já sarado e me beijou limpando o sangue de meus lábios.

_Não sei o quanto sou capaz de aguentar sem arrancar sua roupa e te fazer minha mulher.

Suas palavras me assustaram, mas também me excitaram, eu não tinha ainda me imaginado deitando com ele da forma de marido e mulher, não que ele não fosse tentador, mas sim porque eu morria de medo de sentir dor.

_ Venha, vamos descer. Ainda têm muito que quero te mostrar.

Jesse me mostrou toda a terra em volta da casa. Ainda bem que corremos na velocidade do vento, se não demoraria um mês para eu conhecer tudo. Graças a nossa rapidez ele me mostrou bastante da sua terra. Eu fiquei fascinada por cada canto daqui, estar aqui é como um sonho.

11 de julho de 1712

O casamento foi marcado para daqui a três dias. Estou nervosa, não durmo,nem se quer me deito, ando pela casa feito uma assombração. Acho que eu me assustaria comigo se eu fosse humana. Jesse disse que essas sensações são normais, espero que sim, pois a cada dia que passa me sinto mais estranha.

12 de julho de 1712

Saímos para caçar animais e vomitei de tão nojento que foi.

_Você precisa se alimentar._ Disse Jesse pra mim com aquele bicho morto nas mãos.

_Isso é nojento, o gosto é horrível, eu não vou mais meter minha boca nisso._ Falei limpando a boca suja do sangue que acabei de vomitar.

_Então vamos saborear o sangue humano?

_Não! _ Falei imediatamente. Para ele podia ser fácil e natural morder pessoas, mas eu não conseguia parar de pensar que as únicas duas pessoa que eu mordi estavam mortas.

_Mas Lea...

_ Não quero! _Eu sabia que aquele sangue tinha me mudado, eu sabia que saborear o sangue da própria família havia me transformando em algo que eu não conseguia direito saber o que era. Mas sabia que eu precisava controlar, antes que nada da antiga Lea restasse em mim.

_ Mas Lea você precisa comer.

_ Esqueça Jesse, prefiro morrer de fome. _ Isso era mentira, eu estava louca para beber a primeira pessoa que tivesse ali, mas para minha sorte ali só tinha vampiros e Kurt que eu não via desde quando chegamos.

13 de julho de 1712

Amanhã é meu casamento, estou vendo vampiros pela casa inteira, eles trazem coisas e levam coisas o tempo todo. Kurt trouxe meu vestido, ainda não experimentei. Amanhã seria o melhor dia da minha vida, se eu ainda tivesse uma. Sou alguém sem família, sem nome, não sei por que Jesse quer casar comigo. Às vezes acho que ele tem pena de mim, outras que ele se sente culpado, porém tem vezes que acredito que ele realmente me ama, como hoje de manhã.

_ Posso entra Lea?

_Claro! Esse quarto é seu Jesse.

_ Nosso meu amor, nosso.

_Mas então porque desde quando cheguei aqui você não dorme nele?

_Achei melhor manter sua privacidade, isso te incomoda? _Ele tinha nos olhos um brilho tão hipnotizante.

_Não!Só que pensei que...

_Que?

_ Nada! Você é incrivelmente gentil. _ Digo sacudindo a cabeça para me livrar de seus olhos.

_Tenho que cuidar de minha futura esposa, certo? _Senti um arrepio percorrer meu corpo, eu não conseguia pensar em mim concluindo o casamento me sentindo assim tão estranha.

_É... Sim! _ Tentei sorrir.

_O que está errado Lea?Não tenha medo de me falar. Você quer desistir do casamento?

_Não! Você é maravilhoso!

_Então?_ Eu precisava falar, precisava dizer aquilo que eu estava sentindo.

_Meu corpo! _ Jesse sorri me olhando.

_O que tem seu corpo Lea?

_Ele não é o mesmo, eu o desconheço, tenho sensações e não as tenho ao mesmo tempo. O que eu faço?

Jesse pegou a minha mão e a levou até sua boca, ele sorriu e com sua voz doce me disse:

_Você ainda é muito humana, tem um corpo ainda muito humano.

_ Como assim?

_ Demora um tempo pra você se acostumar com seu corpo novo, com as coisas maravilhosas que ele pode fazer, ainda mais quando não se bebe sangue.

A palavra sangue fez minha boca salivar. Acho que Jesse percebeu.

_Achei melhor não saímos das nossas terras, vou trazer o padre até aqui, tudo bem?

_Tudo!_ Disse tentando parecer sincera.

_Descanse amor! Tente dormir. Vai ficar tudo bem, eu vou te ajudar em qualquer coisa._ Seus lábios tocaram os meus e em seguida ele sussurra:

_Vou te fazer a mulher mais feliz do mundo, pode acreditar.

Ele é tão gentil, tão perfeito, fazia tudo ficar tão maravilhoso, mas algo em mim não conseguia ficar feliz.

14 de julho de 1712

Não consegui dormir, como sempre, fiquei vendo o sol nascer da janela do quarto, as cores que o sol fazia no céu eram tão magníficas que prendeu minha atenção durante horas.

Kurt não deixou Jesse me ver, disse que daria azar, mas consigo ouvir a conversa deles na cozinha, inclusive a parte que ele diz:

_Ela é tão perfeita que nem acredito que vai casar comigo.

Como ele pode me achar perfeita? Olhei para a cama e lá estava o vestido, Kurt já tinha tirado da caixa e o esticado na cama, ele era lindo, tinha detalhes de Ametista um cristal caro e raro, nunca tinha visto um de perto. Eu olhava fixamente para o brilho lilás daquela pedra quando Kurt entrou.

_Vamos para o banho especial de casamento?

_Que?

_Estou preparando seu banho senhorita, com ervas e cristais, vai relaxar e aquecer o corpo.

_Não precisa disso Kurt.

_Precisa senhorita, Jesse quer que eu cuide bem de você.

Kurt não entrava no meu quarto sem Jesse lá, eu achava que ele tinha medo de eu perder o controle e mordê-la, mesmo Jesse dizendo que ele se defendia muito bem, eu não conseguia acreditar.

_Cadê o Jesse?

_Saiu para se alimentar._Salivei.

Kurt se aproximava de mim tirando minha roupa.

_Vamos senhorita!

Eu sentia seu coração pulsar, sua pele quente encostando-se ao me corpo. Pensei em mordê-lo na mesma hora em que ele diz:

_ Talvez seja melhor você se alimentar.

Ele pega um copo que tinha posto na mesinha perto da porta quando entrou.

_Pegue, beba.

_ O que é isso?

_ É uma mistura que fiz para você matar a sua fome.

_ É sangue?

_ Não! Mas vai enganar você, beba!

O líquido esquentou minha garganta e como Kurt havia dito melhorou minha fome. Fui para banheira.

A água era quente e gostosa, os cristais acalmavam meu corpo e mente, fechei os olhos..



Eu pegava um ar na sombra de um árvore, no fim da tarde o sol estava quase se pondo, eu olhava pra ele admirando sua beleza, até que uma voz me chamou atenção, fiquei surpresa por não ter percebido sua presença antes.

_ Posso saber como se chama? _ Sua voz era aveludada, sorri.

_Claro! Lea.

_Lindo nome. Quinn muito prazer._ Ela pega minha mão e leva até as boca, me fazendo sentir o calor de sua saliva.

_Obrigada!_ Digo puxando minha mão, achando estranho uma mulher me cumprimentar daquele jeito, mas ainda retribuindo o olhar.

_A senhorita está sozinha?

_Não, estou acompanhada do meu... Esposo._ Olho para os lados procurando alguém que acho que era Jesse.

_Casada? Tão nova. _Não olho para seus olhos novamente.

_As aparências enganam. _Falo reparando nela por um todo e percebendo como era atraente aquela mulher.

_ Então eu devo ter me enganado também, quando vi a senhora retribuindo meus olhares lá dentro. _Soltei um breve sorriso de canto dos lábios.

_Com certeza se enganou senhorita Quinn! _Ela se aproximou e eu abri os olhos.




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

To muito a fim de mostrar tudo o que vai acontecer nessa fic, aqui em casa minha vida conjugal se transformou em escrever essa fic, rs.
Comentários são sempre bem vindos.
Prazer e luz.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Diário De Rachel" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.