Start Of Something Good. escrita por story4you
-você vai viajar e vai me deixar sozinha? – quase chorei.
-não, amor. Mas você não quer ir comigo, lembre-se. – ele falou segurando meu braço, muito forte, tentando demonstrar todo o amor do mundo.
-é, vou ter que convencer minha mãe a deixar, principalmente porque é com a sua mãe e... bem... já sabe né?
-ta, sei. Mas tem outra coisa que eu preciso te contar.
-manda a bomba.
-a Pâmela também vai.
-o Que? – quase surtei.
-minha mãe a convidou e... meu, eu não queria que ela fosse, mas o que eu posso fazer?
-ta bom, Roberto. Eu vou, agora eu vou de qualquer jeito. Vou desligar aqui. Te amo.
-desliguei o telefone e sai correndo a procura da minha mãe, que estava estendendo as roupas no varal.
-preciso viajar com o Roberto. – falei bufando.
-to sem dinheiro, filha.
-se eu pedir pro meu pai a senhora deixa?
-claro... Confio no Ro.
-obrigada mãe, te amo.
Sai correndo novamente, mas dessa vez pra ligar para o meu pai que não atendia. Liguei umas 20 vezes e depois liguei na empresa e deixei um recado. Marquei para nos encontrarmos na sorveteria depois do expediente.
Fiquei brincando com a Luiza, ajudando minha mãe limpar casa e depois paparicando meu sobrinho.
Coloquei qualquer roupa e fui ao encontro do meu pai, que estava com a roupa social.
-que saudade, pai. – o abracei, mas ele não retornou. – o que está havendo?
-nada. O que você quer?
-não é assim que você deveria me tratar.
-te trato como eu quiser, Laura. Me fale logo o que você quer.
-quero dinheiro. – falei do mesmo jeito que ele estava falando. Rude. Áspera.
-quanto?
-mil.
-quanto?
-pai, já que você não quer me dar carinho, me da dinheiro.
-melhor mesmo.
Ele tirou do bolso o dinheiro, colocou na minha mão e saiu. Sem dizer um tchau. Comecei a chorar e fui pra casa do Ro, pois não queria contar aquilo pra minha mãe.
Desabafei, coloquei tudo pra fora e chorei mais do que devia. Ele tentou me acalmar, mas não adiantou muito. A dor de perder meu pai como havia acontecido me desmoronou.
Voltei pra casa, um pouco melhor. Avisei pra minha mãe que partiria no dia seguinte e ela pediu juízo. Dei um abraço na Luiza e fui arrumar minha mala.
Iríamos para um sitio, então peguei todas aquelas roupas adequadas e fui dormir.
Acordei cedo e fiquei esperando o Roberto. No carro dele estava eu e a Pâmela, que não quis sair do banco da frente. Fingi que não liguei, mas queria socar a cara dela.
O Ro colocou o cd do Jorge e Mateus, e cantamos muito, enquanto a Pâmela ficava com cara de bunda, por causa da inveja dela. Chegamos em cerca de 2 horas e a outra deu pulos de alegria.
O lugar era lindo, cheio de arvores e pedras. O paisagista que fez o fez muito bem. A casa era bem rústica e o estilo campestre deixava super fashion.
O Ro, querendo fugir de uma briga entre eu e a ‘Pam’, então fomos andar e conhecer um pouco da cidade. Fomos a uma praça, um laguinho, um restaurante na hora do almoço... é uma vida totalmente diferente da nossa, que vive na praia.
Voltamos pra casa e todos estavam assistindo filme. Sentamos no chão e nos juntamos a eles, que ficaram nos olhando feio. Depois, claro, ficaram soltando piadinhas sobre nós dois e sempre agradando a Pâmela, o que me deixava nervosa só que novamente não demonstrava.
-vou fazer um lanchinho pra gente. Alguma sugestão galera? – a minha sogra perguntou.
-podemos fazer uma torta. – eu sugeri.
-nossa, ninguém vai dar nenhuma sugestão? – ela disse me ignorando.
Olhei profundamente nos olhos dela, que riu de uma maneira maléfica. Decidi ir para o quarto, pois minha paciência zerou no mesmo momento.
-obrigada mãe! – ouvi o Roberto falar e logo em seguida ele bateu na porta, chamando por mim.
-oi. – abri com os olhos vermelhos.
Ele entrou e pediu desculpas, e foi quando desabei a chorar.
-não quero ficar nesse papo de sogra me humilhando, amor.
-eu não sei como agir, minha mãe nunca foi assim.
Eu o abracei e cada vez que eu chorava apertava mais. Ele começou a me beijar e isso me deixou fraca, mas foi o que me abasteceu. Ficou mais forte, cada vez mais forte, e quando vi já estávamos sem roupa, fazendo amor.
Foi maravilhoso, me acalmou, mas mesmo assim, o sentimento de ser rejeitada pelo pai e agora pela família do namorado ainda me consumia. Tentei disfarçar isso do Ro, e pelo o que acho deu certo.
Acabei dormindo e acordei sem ele ao meu lado. Coloquei uma roupa e fui atrás dele.
-está procurando o meu Roberto? – a voz da minha querida sogra soou.
-quem mais eu procuraria? – olhei com ar de superior.
-ele foi caminhar com a Pam.
Pensei que poderia ser verdade, mas como ela quer fazer de tudo para nos destruir não acreditei.
-tudo bem. Eu vou andar um pouco também.
-não vai a lugar nenhum, menina.
-quem você pensa que é pra falar comigo desse jeito? – alterei o tom de voz e acabei acordando o Rafael e o Renato.
-filhos, já acordaram? – ela falou como se nada estivesse acontecendo.
-vocês estão gritando, não sei se vocês sabem.
Fiquei sem graça.
-desculpa, isso não irá se repetir. – falei.
-que se dane. – o Renato falou. – Laura, você ta afim de jogar bola comigo? Sei que você é a única que vai me dizer sim. – ele prosseguiu, o que deixou ela nervosa.
-vou sim, Re.
Fomos para fora da casa e ele me deu uma lavada no jogo, obviamente. Parecíamos duas crianças, mas foi a única coisa que me fez rir o dia todo, pois o resto do dia foi pesado, sem graça. Ou melhor, a única diversão era quando eu e os meninos jogávamos algo ou quando eu ficava a sós com o Rô... O fim de semana todo foi assim, com uma nuvem preta sobre a casa.
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