Start Of Something Good. escrita por story4you
-oi Laura, posso falar com a sua mãe? – meu pai falou quando eu abri a porta de casa.
-ela não está.
-onde ela foi?
-na casa do namorado dela.
-NAMORADO? - ele gritou como se a culpada fosse eu.
-pai, você não tem moral.
-olha como você fala comigo, menina.
-sabe de uma coisa? Eu não ligo mais para o que você fala, nem pro que você pensa e nem como você me trata. Minha mãe não está e é isso. Passar bem.
Fechei a porta na cara do meu pai e comecei a chorar. Um sentimento de culpa veio a tona e eu não sabia como lidar.
Liguei pra Babi e a convidei pra andar por ai, sem rumo. Ela aceitou e nos encontramos na praia. Ficamos andando, caladas por um longo tempo, pois eu não estava afim de conversa. Mas...
- o Ro ta na cidade?
-claro, né!
-nossa, mas eu não o vejo por mil décadas.
-é época de provas da faculdade e ele nem ta saindo muito.
-falei com o Rafa esses dias e ele estava muito magoado com o Roberto.
-o que o Roberto fez?
-diz ele que o Roberto está estranho, diferente... Laura, acho que ele ainda gosta de você. Da pra sentir...
- e porque ele ta falando que o Roberto ta diferente? Nada a ver, nada a ver.
-Laura, eu sei La. Mas só do povo perguntar ele fica com um olhar distante, sabe?
-ai, Babi... não quero saber. Me arrependo de ter ficado com ele... ele é meu cunhado, cara!
-e é isso que está matando ele. Parece que ele quer ir pra São Paulo, morar com um tio e nunca mais ver você.
-credo! Como se eu fosse culpada de algo. Quer saber? Vou pra casa. Isso só esta piorando a minha situação.
Sai andando e deixei a Barbara pra trás. Cheguei em casa e pedi desculpas a ela, e logo mandei uma mensagem pro Roberto que não me atendia. Fiquei preocupada, mas não fiz nada. Deitei e acabei dormindo.
Acordei com a minha mãe, gritando no telefone. Pelo jeito era com o meu pai... deixei ela falar a sós, pois não queria me intrometer nos assuntos dela.
Fiquei tentando ligar pro Roberto, mandei mensagem, fiz sinal de fumaça, códigos, mandei pombo-correio, fiz tudo! Mas ele não me respondeu. Decidi então ir até a casa dele e enfrentar a família que tanto me ama.
Toquei a campainha e a empregada atendeu. Ela foi simpática e me deixou entrar, pediu para eu esperar na sala e ela foi chamar o Roberto. Sentei no sofá e aguardei por um longo tempo.
- o que você está fazendo aqui? – ele surgiu do longo corredor que dava ao quarto dele, com o cabelo bagunçado e a cara de sono de sempre.
-você não atendeu, não respondeu nem nada. Fiquei preocupada e vim te ver. Alem de que essa hora sua mãe nunca está em casa.
-eu estava dormindo... semana de provas, restaurante lotado, sabe?
-entendi. Mas a saudade era maior e eu não queria esperar ate amanha pra te ver. – o abracei e ele não correspondeu como eu queria. – ta tudo bem, Roberto?
-ta.
Monossilábico?
-Roberto, o que esta acontecendo? ME FALA. – quase gritei.
-eu só estou preocupado com a faculdade, Laura, só isso? Agora eu não posso ficar mais quieto e na minha? Você quer ficar grudada, e isso ta me irritando.
Fiquei chocada e desesperada, não sabia como lidar com isso. Fiquei olhando ele boquiaberta e ele ficou envergonhado pelo o que ele tinha acabado de dizer.
-tudo bem, vou te deixar sozinho, do jeito que você tanto quer, ta bom assim pra você, Roberto?
Sai e fui a pé pra casa, pensando e repassando as falas dele, e jeito dele. Não é o mesmo Roberto que eu conheci. Está diferente, áspero, rude, seco. Quase chorei, mas lembrei que não vale a pena chorar por um menino. Nunca.
Decidi ligar pra Julia, pois sabia que de alguma maneira ela poderia me ajudar. Ela atendeu de primeira e eu fiquei um pouco aliviada por isso.
-você sabe o que está acontecendo com o Roberto? – perguntei depois de uns 10 minutos de conversa.
-ele não te falou?
-ã, não.
-o tio dele, que é dono de uma companhia super pampa lá em são Paulo, o convidou para trabalhar lá. Mas ai há o problema Laura e ele não sabe o que fazer.
-eu sou o problema?
-claro, ele não quer te deixar.
-mas... ai deixa pra lá. OBRIGADA JUUUUUUUUUUUUUU. – gritei e desliguei o telefone.
Liguei pro Roberto mil vezes e ele me atendeu na mil e uma.
-você disse que iria me deixar sozinho. – ele falou rudemente.
-eu sei. Mas quero te fazer uma pergunta.
-faz logo, Laura.
-por que você não me contou sobre você ir morar com seu tio.
-porque eu não vou.
-não? Pelo que eu sei é uma ótima oportunidade.
-você já fez sua pergunta, Laura agora vou desligar.
-por que isso agora? Por que você não me trata bem? Só porque você desistiu de ir por minha causa?
-como você sabe de tudo isso?
-ah meu filho, quando a gente está desesperada a gente faz de tudo pra descobrir o que queremos.
-eu não quero me afastar de você, não consigo viver sem você. mas meus pais estão chateados com isso, era uma grande oportunidade. Eu não sei mais o que eu faço da vida.
-amor, vai pra são Paulo. Garanto que eu vou ficar bem.
-mas eu não vou ficar bem.
-mas pensa nos seus pais, no seu futuro. – argumentei.
-nosso futuro, Laura. – ele falou.
-então, no nosso futuro. Se você for vai ser ótimo pra sua carreira. Vai, amor.
-eu te amo, e não vou te deixar. – ele se declarou e eu achei a coisa mais fofa no momento, depois de tudo...
-Roberto, você tem que pensar em você primeiro, amor...
-Laura, não. Eu não vou suportar ficar um dia sem ver você.
-você já ficou.
-você quer que eu vá é isso?
-eu quero o seu bem. O que você quer?
-quero você pra sempre comigo, do meu lado. Mas isso é segredo, ta?
-não, vou falar pra todo mundo. Porque eu te amo, tanto mais tanto que eu quero te morder. E eu sou a menina mais feliz ao seu lado.
-eu vou pra são Paulo, pro nosso bem. vai ser o melhor pra gente.
-Jura? Vai quando?
-semana que vem. Temos muito pra viver juntos ainda.
-vem dormir aqui hoje?
-to indo já.
Fiquei esperando ele por meia hora e ele chegou com muito chocolate. Ficamos abraçados, assistindo filme e comendo. Estávamos sozinhos em casa, então fomos pro quarto, nos amamos e acabamos dormindo.
Como uma divida a pagar, almocei na casa dele, pois era aniversario do meu sogro. A família da parte do pai dele, praticamente toda, estava lá.
O churrasco estava rolando a mil, quando de repente olho para a porta, minha sogra a abria e La vinha a Pâmela, com um vestido rosa choque que dava pra enxergar o útero quando ela andava e um salto enorme de grande. Não sei pra que tudo isso, mas...
-eu peço a atenção de todos por favor, pois a noticia que eu recebi hoje pela manha me agradou muito. – minha sogra começou a falar. – hoje de manhã essa garota, Pâmela, minha querida, me ligou chorando e disse que havia algo que ela gostaria de desabafar. Fale, minha querida.
-bem, eu vou ser mãe e o pai do bebê é o Roberto.
O QUE? De tão assustada, deixei a taça de cristal, querida da família, cair no chão, cortou meu pé, mas nenhuma dor superava a do meu coração.
-Laura! – o Ro falou assustada, mas minha cara com de ódio ele ficou quieto.
Todos me observavam. Todos boquiabertos. Eu lambuzada pela coca e o meu pé cortado. O Ro desesperado. A minha sogra junto com sua ‘querida’ rindo.
-desculpa, pela taça. – foi a única coisa que eu consegui falar e logo em seguida fui embora.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!