O silêncio predomina me deixando mais nervoso. Ela apenas fica ali me encarando enquanto me preparo para a possibilidade de ser o próximo tributo morto.

Ela dá alguns passos para a direita e dá o primeiro golpe. Bloqueio com minha espada, mas pude sentir a sua força cujo com o impacto, fez minha mão latejar.

Ela dá mais alguns passos para a direita e me ataca novamente, ergo a espada para bloquear o ataque, mas com aquela força toda ela joga minha espada para longe e me acerta um murro no rosto. Caio meio tonto e rastejo para longe dela. Levanto-me e corro para trás da cornucópia. Escuto a menina gargalhando.

- Covarde! – Ela grita.

Fico pensando em um jeito de derrotá-la, por que até agora as coisas não estão indo muito bem. Bato na minha perna para conferir se ainda estou com as facas de arremesso.

Apanho uma e me revelo por detrás da cornucópia lançando uma faca na direção da menina. No puro impulso ela bloqueia a faca com a espada e corre em minha direção. Espero ela chegar o mais perto possível e pulo escalando o grande chifre. A menina se choca contra a parede de ouro da cornucópia me olhando com um ódio claramente notável em seu rosto.

Ela tenta subir ao meu alcance inutilmente.

- Alguma hora você terá que descer – Ela diz chacoalhando a espada na mão.

- Poso agüentar o tempo que for preciso  – Respondo.

Ela dá um sorrisinho e vira as costas indo em direção de Kaitlyn.

- Então. Enquanto isso, eu vou me divertir um pouco com sua namoradinha – Ela diz debochadamente.

- Não! – Grito pulando da cornucópia  me arremessando contra a garota. Ela cai de bruços enquanto agarro seu pescoço dando-lhe uma gravata. Ela ergue a cabeça acertando em cheio meu nariz que começa a sangrar sem parar. Apanhando a espada, ela vem novamente ao meu encontro pulando em cima de mim, me acertando vários murros na cara. Estou quase inconsciente quando escuto bem de longe a voz de Kait me chamando em desespero.

Sabia que se eu morresse, Kaitlyn seria a próxima, mas a morte é algo inevitável nesse momento.

A menina me coloca de joelhos me segurando pelos cabelos. Parece que é minha vez de ser o alvo.

- Quer treinar a pontaria mais um pouco? – Ela diz para o garoto que aponta o arco para mim.

Por um instante o rosto de Kândice bate em meus pensamentos. Nunca mais verei aquele lindo rosto novamente.

 Minha mãe, meus amigos, até mesmo o meu pai, estão todos esperando na estação. Estão todos me olhando felizes por eu estar de volta. Olho para Kândice e ela me manda um sorriso com um “seja bem vindo” escrito em seus lábios. Mas sei que isso já não passa mais de um mero desejo por voltar. Afinal, estou morto. Nunca mais verei minha família novament e cheguei à conclusão de que pensamentos são apenas pensamentos.

O garoto lança a flecha em minha direção enquanto fecho os olhos apenas esperando a morte.