Sozinho no escuro da caverna, de longe escuto o cantar dos pássaros e os sons que os pingos de água emitem quando atingem uma possa já formada.  Estou muito preocupado com Kaitlyn e Sílica, pois já faz um bom tempo desde que partiram.

Estou prestes a cair no sono e minhas pálpebras começam a pesar. Até que escuto os passos vindos da boca da caverna. Deixo escapar um sorriso.

- Quase me fizeram acreditar que não... – Quando me viro vejo a garota carreirista do distrito 1 vindo em minha direção com a espada na mão.

Estalo os olhos e no puro impulso, rolo pelo chão da caverna ao alcance de meu sinto que continha uma faca em cada lado, mas não estava mais onde larguei, Kaitlyn deve ter pegado, pois ela iria precisar muito mais do que eu. E agora estou aqui, lutando desarmado contra uma carreirista. Pura ironia do destino

A menina avança contra mim me fazendo bater a cabeça na parede da caverna. Seguro seus braços e ela tenta forçar a faca contra mim. Jogo a menina para o lado e tento correr, mas vejo ela tirar de seus bolsos duas facas de arremesso me obrigando a me esconder atrás de uma das paredes da caverna bem a tempo de ela me arremessar as facas.

Ela lentamente se aproxima, até que me atiro sobre ela derrubando-a no chão. Dou um murro na sua cara e pergunto.

- Onde elas estão?!

A menina deixa escapar um sorriso e eu dou mais um murro fazendo-a cuspir sangue.

- Eu não vou perguntar outra vez! – Digo erguendo a mão preparando-me para esbofetear a menina até a morte.

- Oraa! Suas amiguinhas foram para a cornucópia para te ajudar não é? – Ela diz em um tom de deboche – Mas não se preocupe. Sandler e Trynda cuidaram bem delas – Ela diz sorrindo.

- Sua... – Digo erguendo a mão, mas de seu bolso ela retira outra faca e tenta me empunhalar  no rosto, coloco meu braço na frente  que é perfurado pela faca.

Saio de cima da menina deixando escapar gritos de dor enquanto ela corre para pegar a outra faca que estava no chão. Tenho que ser o mais rápido possível. Pego um pedaço de rocha quebrado e antes mesmo da menina se virar para me arremessar a faca, quebro o fragmento de rocha em sua cabeça.

Ela cai no chão e vejo sangue escorrer pelo seu rosto. Mas ela ainda está consciente demonstrando apenas tontura.

Ela se arrasta em direção da faca e eu tento arrancar a que está no meu braço. Com muito esforço vou puxando gritando de dor enquanto vejo o sangue jorrando.

Arranco a faca de meu braço e me preparo para arremessar, quando vejo a menina em pé novamente também preparada.

Lá estamos nós, um de frente para o outro, prontos para acertar em cheio no coração. O silêncio predomina e começo a soar frio. Vejo medo no rosto ensangüentado dela. Talvez pensou que seria mais fácil.

Vejo os nervos de seu braço salientando, arremesso a faca e acerto em cheio no crânio da menina. Ela fez o mesmo, mas só senti um pequeno aranhão em meu rosto que escorre sangue. Olho para o lado e vejo a faca cravada na parede. Não posso acreditar. Ela errou!