27 Edição Dos Jogos Vorazes - Kramer. escrita por Marcos Rafael


Capítulo 24
Você nunca mais vai voltar. Não é?


Notas iniciais do capítulo

Obrigado minha querida MaryMalfoyWeasley que continua comentando a história. Isso me deixa muito feliz =D



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Não consigo mais dormir. O jogo já está em um ponto crítico. E durante a noite, os rostos dos mortos não saem de minha cabeça.

Acordamos cedo e seguimos caminho. Estou me sentindo meio zonzo e cambaleio pela floresta.

- Você está bem Kramer? – Pergunta Sílica também chamando a atenção de Kait.

Apenas balanço a cabeça positivamente e caio de joelhos. Sílica e Kait correm para me socorrer enquanto sangue sai pelo canto esquerdo de minha boca.

- Temos que ir para um lugar mais seguro! – Kait diz me erguendo pelo braço e apoiando em seu pescoço. Sílica faz o mesmo.

Sinto um calor terrível e falta de ar. Os mesmos sintomas que Seimor apresentou ao ser contaminado pela névoa.

- É... efeito da névoa... Kait – Digo me esforçando o máximo para falar.

Ela apenas me olha preocupada.

- Não consigo mais – Caio de joelhos com uma sensação terrível de calor e dor.

Kaitlyn tira minha camisa e achamos a mesma fonte que achei antes de ser atacado pelo garoto do 11. Retiro o resto de minhas roupas e tento baixar minha temperatura. Aquilo era bom e refrescante, mas aquela sensação horrível não passava.

Levo um susto quando vejo as veias de meu braço ficando escuras, aquilo me deixa ainda mais nervoso e grito por Kait que vem correndo bem a tempo de me segurar em seus braços.

Sílica se aproxima para analisar a situação.

- Ele que fez os cortes em Seimor. Por descuido deve ter inalado a fumaça.

- Tira isso de mim! – Digo serrando os dentes de dor.

Kaitlyn me segura enquanto Sílica pega faca e se prepara para fazer os cortes até que  eu à interrompo.

- Espera. Não respira essa droga – Alerto Sílica que pega minha camisa e pressiona contra seu nariz e sua boca.

Ela começa a fazer os cortes enquanto me contorço de dor dando trabalho para Kaitlyn me segurar. Noto que seus olhos estão cheios d’água.

Pouco à pouco vou me sentindo melhor até Sílica dizer que não resta nenhuma partícula daquela fumaça em minhas veias. Elas enfaixam meus braços e peço  para que me coloquem de pé. Consigo caminhar agora, lento, mas consigo.

- Não é melhor abrirmos acampamento aqui? – Pergunta Sílica me dirigindo o olhar.

- Não. Aqui estamos muito vulneráveis. Precisamos de um lugar mais seguro.

- Eu e Seimor ficamos em uma caverna não muito longe daqui – Ela diz cabisbaixa.

-Você consegue chegar até lá? – Pergunta Kait.

Sílica balança a cabeça positivamente e continuamos a caminhada.

Sinto-me fraco e minhas pernas tremem. Até que vejo a boca de uma caverna não muito grande, mas que dará para passar a noite.

Kaitlyn me leva para dentro e me deita no chão da caverna.

-Parece que os jogos estão querendo acabar – Ela diz acariciando meus cabelos.

Balanço a cabeça em concordância.

- O que vai acontecer agora? – Ela diz deixando escorrer uma lágrima.

- Eu não sei Kait – Digo torcendo os lábios demonstrando preocupação.

Ela deita do meu lado se aconchegando em meus braços enquanto Sílica abre as latas de comida. O clima está tenso, sinto a tristeza me envolvendo por todas as mortes que vi acontecer. O menino que usei como escudo, a garota do distrito 9, o garoto do distrito 8, Michaella, os dois carreiristas e Seimor. Foram mortes as quais ficarão em minha cabeça pelo resto de minha vida, me torturando como se a culpa fosse toda minha.

Depois de comermos, Sílica se voluntariou para ficar de vigia. Eu me ofereci, mas devido ao meu estado elas negaram na hora.

Kaitlyn ainda ao meu lado, acaricia meus cabelos até minhas pálpebras começarem a pesar e adormeço.

Acordo com uma voz masculina falando. Talvez um idealizador dos jogos.

- Daqui a trinta minutos, na cornucópia, terá algo que cada tributo está necessitando de extrema urgência. E não se esqueçam, que a sorte esteja sempre ao seu favor -

Já vi fazerem isso nas outras edições dos jogos. É quando os tributos estão muito distanciados e eles têm que dar um jeito de junta-los novamente.

Sílica e Kaitlyn se entreolham.

- Não! É uma armadilha! – Digo berrando com as duas.

- Pode ser um antídoto para o veneno Kramer – Diz Kait.

- Mas Sílica tirou o veneno, estou bem!

- Tem certeza? – Kaitlyn diz se aproximando e com o dedo passa em meu peito.

Quando olho, me estremeço de pavor ao ver vários traços negros em minha pele. O veneno ainda está em mim. Olho para Sílica com um ar de dúvida.

- Eu tentei Kramer, mas não foi possível tirar o veneno todo – Ela diz quase chorando.

- Está tudo bem Sílica. Não é sua culpa – Digo na tentativa de confortá-la.

- Então agente vai e você fica aqui Kramer – Diz Kait.

- Não! Vai ser três contra as duas. Vão ser massacradas! – Berro.

Elas ficam em silêncio até que  Kait vem a mim e me da um beijo. Um longo beijo e depois acaricia meu rosto, e olhando nos meus olhos ela diz:

- Agente já se decidiu. Você fica aqui, e agente vai.

Apenas a encaro olhando fundo nos seus olhos. Vejo-as indo em direção à saída da caverna e Kaitlyn me olha mais uma vez

- Prometo que vou voltar – E sai da caverna me deixando ciente de que nunca mais voltaria.


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