Meu coração dispara e começo a pensar que tudo não passa de um pesadelo, olho para Kândice e Satt que estão tão assustados quanto eu. O impacto da notícia parece ter afetado mais à Kândice, quando vejo-a amolecendo as pernas e começa a se desequilibrar para o lado. Seguro ela quando a mulher no palco me chama novamente.

– Satt, não deixa ela fazer nenhuma besteira! – Digo quase chorando.

Satt segura Kândice que por um momento parece estar inconsciente. M e dirijo em direção ao palco e quando subo nele, vejo Kândice correndo gritando o meu nome e Satt logo atrás tentando alcançá-la. Dois pacificadores seguram Kândice e a levam para fora Dalí.

– Então, bons jogos vorazes e que a sorte esteja sempre ao seu favor – Diz a mulher pegando em nossas mãos e nos levando para o edifício da justiça.

Dirigiram-me até uma sala luxuosa e lá fiquei mais ou menos cinco minutos sofrendo sozinho, com vontade de explodir em choro. Até que minha mãe entra na sala e vem correndo me dar um abraço.

– Mãe. Eu... – Não tenho tempo de falar e minha mãe fecha a minha boca com a mão. Ela olha para trás e vejo meu pai entrando na sala.

Fiquei indignado. Será que ele veio só comemorar o peso que está prestes a perder?

Ele vem em meu encontro e minha mãe sai da sala.

– Quando eu soube da colheita... Vim o mais rápido possível. – Ele diz com a voz tremula enquanto apenas o observo com uma cara de nojo.

– Você merece isso – Digo friamente - Agora a única coisa que você terá de mim vai ser desejo de passar um tempo com o filho que você sempre negligenciou.

E o que eu menos esperava de meu pai acontece. Ele se ajoelha em minha frente aos prantos.

– Me perdoa! – Ele diz me olhando com os olhos vermelhos e cheios d’água.

Nunca imaginei ver meu pai assim. Sempre me evitando como se ele fosse o durão e agora está aqui chorando aos meus pés.

Depois de muito refletir, puxo a respiração e digo.

– Eu perdôo você.

Ele me olha e levanta para me dar um abraço, apenas retribuo em silêncio.

Um pacificador aparece dizendo que nosso tempo acabou. Meu pai sai da sala e logo em seguida entram meu amigos. Satt , vem direto para me dar um abraço e entre as cinco pessoas ali, não vejo Kândice em lugar algum, olho para ele e ele diz como se estivesse lendo minha mente.

– Ela quer te ver a sós cara.

Fico pensando no porque de tudo isso, mas logo descobrirei e nesse exato momento quero curtir pela última vez junto dos meus amigos. Até que Satt diz.

– Kramer. Você é mais rápido e sabe escalar, talvez não seja o mais forte mas sei que não vão conseguir te pegar – Ele diz me segurando pelos ombros e olhando fundo nos meu olhos.

As palavras deles martelam meu ouvidos me enchendo de esperança. Realmente sou rápido para subir em um árvore ou quando for preciso correr de algum lugar, mas quando o caso for uma luta corpo a corpo, é morte na certa.

– Seu tempo acabou – Diz o pacificador na porta.

Satt vira-se para mim e diz.

– Pensa no que eu disse, tudo bem? – Faço que sim com a cabeça.

Ele sai e Kândice entra em seguida. Estou sentado no sofá, ela senta do meu lado e engancha no meu braço.

– Você realmente não poderia ter prometido nada – Ela diz sem mesmo olhar para mim – Mas agora não é uma questão de sorte Kramer. Você realmente pode sair de lá vivo.

–Por favor, não me bote essa responsabilidade. E se eu não conseguir? Como vou ficar em paz sendo que te decepcionei? – Digo olhando-a fixamente nos olhos.

– Não quero que me prometa que ira vencer, mas quero que me prometa que vai tentar.

Fico em silêncio por um estante, até que balanço a cabeça dizendo que sim.

– Prometa direito – Diz ela exigente.

Boto a mão no peito e digo com o nariz empinado.

– Eu Kramer Trybiani, juro de coração, por todos os quais amo, tentar vencer os Jogos Vorazes.