- O que estamos esperando? – Digo pegando  ela pela mão.

- Espera. – Diz ela puxando a mão de volta. – Não sabemos nada. Talvez alguém já tenho visto antes de nós.

Ela tem razão, mas não podemos perder a oportunidade.

- Então, sejamos cautelosos – Digo olhando-a fixamente nos olho.

Subimos a montanha com muito esforço tento que  parar no meio do caminho para recuperar o fôlego. Quando chegamos ao topo, silêncio total. Chegamos mais perto do chalé que parece vazio.

- Acho que está... – Não tenho tempo de terminar a sentença quando vejo a ponta de uma flecha por uma das janelas do chalé  sendo lançada na direção de kait. Sem pensar me jogo sobre ela de modo que nós dois caímos no chão. Uma segunda flecha é lançada e atinge o chão próximo aos meus pés. Sem mais demoras pego a mão de Kait e corro para trás das rochas. Mais uma flecha é disparada seguida de mais três, até que a bagunça cessa de vez.

Nada além do silêncio nos cerca nesse momento, meu coração está a mil, sinto como se fosse saltar pela boca. Até que vejo sair do chalé um garoto, não me lembro de ter o visto nos treinos, alto e forte de mais ou menos 17 anos, e atrás dele, usando seu corpo como proteção, vejo uma menina pequena morena de olhos verdes que aparenta ter uns 15 anos.

Ainda com o arco apontado para nós, o garoto diz:

- Saiam daí! Devagar e com as mãos onde eu possa ver.

Primeiro atiro minhas armas para o lado e então calmamente estico a mão para o garoto ver que estou completamente desarmado.

Olho para Kait que parece estar tão assustada quanto eu, pego na sua mão e lentamente saímos de trás da rocha.

A menina que antes estava atrás do garoto, agora segura sua mão e o força a baixar o arco. Mas o garoto resiste empurrando a mão da menina.

-Calma! Não pretendemos machucar nunguém! – Começa Kait.

-Aqui só há uma pessoa que posso confiar –  O garoto grita.

- Ainda não nos conhecemos para sermos julgados dessa maneira. Não podemos nem chegar a um acordo?

O garoto parece se acalmar e Kait se aproxima. Ela sussurra algo no ouvido do garoto e olha para mim.

-Eles querem tentar chegar a um acordo – Dis kait entrando no chalé com os dois.

- Kait!! – Grito.

- Está tudo bem Kramer. – Diz ela tentando me acalmar.

Mas mesmo assim acho uma péssima idéia deixar ela sozinha com os dois e tento segui-los, mas Kait me empurra pra fora e diz para eu esperar.

Cada minuto parece ser uma hora de espera, até que ouço os paços na madeira e a porta abrindo. O garoto se dirige diretamente para mim e estende a mão.

- Seimor, do distrito 8. – Ele diz.

Olho para a menina.

- Eu sou Silica, também do distrito 8. – Diz a menina com uma voz doce e meiga.

Fiquei pasmo com a facilidade em que Kait consegue convencer alguém.

Entramos no chalé e me surpreendi ao ver os armários cheios de comida, como se alguém morasse lá a algum tempo.