Misterious Lisboa 11.12.1997 escrita por Forbidden Gate


Capítulo 2
Misterious Lisboa 2




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 No dia seguinte, acordei já com as respostas na cabeça sobre o caso. Levantei-me e então tomei meu café, com calma enquanto pensava. A garotinha Karol, não me saia da cabeça. Coloquei meu uniforme e com o carro, fui em direção ao cemitério. Caminhando em meio ao pequeno pântano que separava o cemitério da Igreja, fiquei a observar os pedaços da igreja de longe, me distraindo. Caminhava olhando para o lado, só olhei para frente quando senti o pé bater contra uma cova, me fazendo tropeçar e rolar ladeira a baixo. Senti o corpo ser jogado contra a terra de tom avermelhado quando cheguei na parte de baixo. Estava com a pele toda arranhada, e com pequenos cortes. Apenas me levantei e respirei fundo, com novas esperanças e força de vontade .

 – Oh, céus... Como sou distraída... Ah, eu ia procurar por aqui mesmo...

Foi só uma maneira mais rápida de descer, eu acho... Sim, eu me lembrei! Karol tinha uma corrente igual a da mãe... e usava um bracelete de ouro na noite em que desapareceu. 

Parei em meio ao caminho e fiquei a pensar por onde começar. Senti um forte vento bater da manhã fria, tremendo com o choque. Arregalei os olhos ao ouvir um estralo vindo de trás de mim. Virei rapidamente, mas não encontrei nada, ao menos não notei nada. Apenas tornei a andar pelo local, observando cada detalhe. Notei algo estranho. Uma pétala de rosa negra no caminho. Quando me dei conta, estava por toda parte. Uma trilha de pétalas de rosa. A segui com certo receio. As folhas secas cobriam o chão por onde andava. Misturando-se com as pétalas. Ajoelhei-me ali e peguei várias delas com cuidado. Por sorte, conseguia decifrar por quanto tempo estavam ali. Consegui decifrar com a ponta dos dedos, ao tocar. Se a pétala estivesse úmida, estaria ali no máximo a um dia. Se estivesse seca, estava prestes a murchar no máximo quatro dias teria de estar ali. Continuei a andar com os olhos fixos no chão. Retirei a lupa do bolso do casaco, sempre atenta a qualquer detalhe. Caminhava empurrando com os pés as folhas secas. Novamente, notei algo em meio, brilhar. Assim como o colar. Guardei minha lupa e calcei as luvas, afastando as folhas e segurando o objeto com cuidado. Era o bracelete de Karol, tinha de ser. Esse era o bracelete que me fora descrito pelos jovens. Guardei novamente o objeto em um plástico especial e guardei no bolso. Ajoelhei-me e após me deitei sobre o chão coberto pelas folhas, arrastando o próprio corpo, deslizava as mãos pelo chão. Após horas naquele mesmo local, estava quase a desistir. Sentei-me sobre pedras e fiquei a observar o bracelete. Levantei-me e continuei a andar, eu não sabia o que fazer. Mesmo após outros testes, após procuras em outros locais.Comecei a correr e me deparei com outra parte do cemitério, parecia uma parte secreta, ou particular, após alguns minutos andando, Bati os pés, irritada com a situação.Ouvi um barulho estranho vindo de baixo e congelei. Fiquei minutos sem me mexer e então olhei para baixo. Atrás das pedras, havia um tipo de passagem, no chão, escondido com folhas, muito bem trancado e protegido por senha.

- Mas o que... ? sistema com...  senhas? Estou lidando com profissionais, por algum acaso? É quase impossível... Malditos.

No mesmo segundo, liguei para Laurence, e após, para a polícia. Enquanto isso, tentei códigos da cidade, e tudo o que me surgia na cabeça.fiquei pisando sobre o pequeno bloqueio de metal.

- É oco, tem algo lá em baixo... talvez Karol esteja lá dentro. Logo irá anoitecer, e não consegui quase nada. Espero que ajude.

Após minutos tentando desbloquear o sistema, ouvi  passos. Parecia ser uma pessoa correndo. Olhei para trás e era Laurence, suspirei aliviada. Laurence se aproximava acompanhado por quatro especialistas e dois policiais. Laurence ficou a me observar e a observar os cortes nas partes visíveis de meu corpo. Como um ‘’ Eu avisei’’ , se afastou e foi checar a passagem secreta.

- Eu estou bem, obrigada por perguntar. Vamos ao trabalho... Laurence.

Passei um tempo a explicar a situação e como tinha tentado abrir a passagem. Eles foram verificar e também, trouxeram com eles, bombas para tentar explodir a porta.

Nada funcionava, nem mesmo com a ajuda de todos. Por último, testariam a bomba.

Todos se afastaram e se esconderam atrás de arvores e pedras. A porta de metal explodiu bruscamente. Levantei-me e corri para a passagem, Laurence, preocupado correu atrás de mim, me puxando pelo braço e sussurrando.

-  Não sabemos se tem alguém ai, se é perigoso, o que tem. Não deve entrar aí, eles estão armados, deixe com eles... 

- Laurence, o caso é meu, eu vou resolver. Se o caso é meu, eu vou atrás, eu vou entrar lá e vou fazer o que tenho que fazer. Me solta.

Soltei-me e com a teimosia, me aproximei da passagem com cuidado. Laurence e um policial ficariam atrás de mim, me protegendo. Adentrei o local com o máximo de calma, um pé após o outro. Não parecia ter ninguém lá dentro com o silêncio. Desci uma pequena escada e descobri um mini quarto. Tinha apenas uma cama, roupas no chão e uma mala no canto. As roupas me pareciam ser familiares, um vestidinho rosa e somente um sapato preto, roupas infantis. Ajoelhei-me ao lado da cama e peguei o vestido. Estava jorrado com sangue. O sangue ainda estava quente, podia sentir isso mesmo com as luvas especiais. Entreguei a roupa a um dos policiais e engatinhei até a mala. Senti meu coração acelerado pois sabia que teria algo grande ali dentro.

- Notaram o cheiro horrível daqui?

Todos confirmavam e Laurence se ajoelhava ao meu lado, ajudando-me a abrir a mala aos poucos, com cuidado. Havia um corpo dentro da mala, de uma criança. De exatamente dez anos, Era o corpo de Karol. Todo ensangüentado, cortado, aberto e irreconhecível. Sua barriga estava com um grande corte e suas tripas nojentas escorregavam para fora. Senti um grande embrulho no estômago e fechei os olhos. Os olhos azuis da garota estavam arregalados, sua pele pálida. Estava quase sendo comida pelos insetos. Laurence fechou a mala, me beijou a testa e segurou a mala, deixando o quarto secreto. No subsolo.  Todos estavam fora do local e eu ainda estava lá dentro, chocada. Deitei-me sobre o chão e peguei a lanterna no casaco, procurando pistas ou algo a mais de baixo da cama. Estranhamente, achei uma gargantilha vermelha, com rendas, pedras de brilhante, e um delicado tecido negro. As letras K e H estavam unidas, como um pingente.

- Oh... K e H ? Que diabos significa isso?

Guardei a gargantilha preciosa em um plástico especial e me retirei do local, quando notei, estava sozinha novamente. Correndo em direção ao cemitério, escalei um pequeno morrinho de terra e me juntei aos outros, já a caminho do ‘’Medical Detetives ‘’ era como um hospital somente para análise de corpos. Eu fiquei no carro, só queria ir para casa  após aquela cena. Não pegava casos tão pesados a anos. Recebi uma chamada no celular de uma velha amiga, Amanda. Atendi rapidamente, pois não tinha contato com essa amiga a muito tempo.

- Amanda? Como vai? Há quanto tempo, não? ~

- Oi Karen! Estou ótima, e você? Oh Sim , tem razão... vamos, me conte sobre sua vida, e o seu trabalho, fiquei sabendo que é detetive agora,certo?

- Estou bem, e sim... bem, estou neste exato momento em um caso muito importante, bem... por isso não posso ficar de conversa. Mas, aproveitando, Amanda, conhece alguém ou algum lugar com... as iniciais.. K e H ? Só pergunto porque sabe muito sobre Lisboa.

Não sei do porque mas, Amanda ficou alguns minutos em silêncio, até pensei que a linha tinha caído com o silêncio alheio.

- K e H... é para o caso que está resolvendo? É tão importante?

- Sim, a minha vida depende disso, Amanda. É realmente importante.

- K e H, pelo que conheço... no geral Karen, significa Kaya e Hizaki.

- Kaya e Hizaki? Quem são esses?

- Oras, São donos do novo bordel que abriu na cidade á uma semana. É estranho, porque desde que abriram, Lisboa parece em guerra, em chamas . Eles vieram do Japão com seus negócios e são bem... Arranjados. E já estão com grande reputação. Ainda acho que isso devia ser proibido.

Minha vez de ficar em silêncio. Eu precisava investigar isso com toda a certeza do mundo. Eu tinha que juntar informações antes de encher a cabeça da polícia com as poucas provas que tinha.

 - Amanda , você tem certeza?

- Tenho! Minha irmã conseguiu um trabalho lá, estava desesperada, não é a melhor coisa do mundo, mas ela é secretária deles e ganha muito por isso.

- Entendo. Pode me dizer onde é? Tem o telefone? algo que me leve á eles.

- Claro mais... se o bordel fechar minha irmã não vai ter mais nenhum trabalho.

- Não se preocupe com isso, o quanto ela ganha, eu conheço muitas pessoas com empregos disponíveis, acredite em mim.

- Se for assim, eu sei que sempre dá um jeito em tudo. Anote as informações.

Rapidamente saquei um bloco de anotações no casaco, levemente tremula.

- Amanda... se for o que estou pensando... Você me ajudou demais, como sempre. Obrigada! Obrigada mesmo.

- Não se preocupe. Oh, sim! Dizem que lá tem um espaço japonês, uma rua toda decorada e da cultura. É por isso que foram para lá. Suna no Oshiro é o nome da rua, numero 242. O telefone é 3222-4596. Boa sorte.

- Muito obrigada, anotei tudo. Um dia vamos marcar para nos encontrar...

- Certo... pode deixar, será divertido.

- Agora irei desligar e ir atrás desse caso. Me liga um dia desses.

- Certo, até logo! Com certeza vou te ligar para saber como tudo ficou. Mande um beijo para Laurence.

-  Com certeza, até logo.

E encerramos a chamada. Meu coração acelerado lutava contra meus pensamentos, decidi então que seria melhor contar tudo para Laurence em primeiro lugar e guardar segredo dos jovens. Decidi  que merecia um banho, e uma noite de sono. Fomos para casa e pouco antes de dormir, contei a Laurence. Discutimos por muito tempo porque ele insistia em me acompanhar até o bordel. Eu não concordava. Ele ficaria bravo, mas o caso era meu como disse antes e ninguém seria capaz de me impedir. E fomos dormir, mesmo com a cabeça cheia de pensamentos. 


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