Privileged escrita por Ludymila Leal


Capítulo 10
10. Dor


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas! Hoje postarei uma parte EXTREMAMENTE IMPORTANTE da fic, espero que gostem ;)



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Rose e Emmett entravam no hotel que haviam reservado para a noite de núpcias. Assim que entraram no mesmo –Emmett com Rose nos braços- sentaram-se juntos na cama e ficaram deitados olhando para o teto.

–UAU!- Rose disse, ofegante.

–É... Que festa!- Emmett sorriu, também ofegando.

–Nunca me imaginei que casar cansasse tanto!- ela suspirou.

–É! Esse lance de cortar a gravata então, é o mais cansativo sem dúvidas!

–Mas quer saber de uma coisa?1- de repente, Rosalie virou-se, ficando deitada de lado, apoiando a cabeça nas mãos.

–O que?- Emmett copiou a pose da noiva.

–Eu faria tudo de novo... Só pra poder estar aqui com você agora.- ela disse, aproximando-se dele. Os dois começaram a beijar-se e quando perceberam, estavam deitados um sobre o outro.

–É melhor eu... Ir tocar de roupa... Me preparar...-Rose ofegou, ficando ligeiramente ruborizada.

–É... Eu também vou fazer isso.-ele disse, colocando-se de pé junto com ela. Cada um foi para um dos banheiros que haviam na suíte. Rosalie preparou-se, tomando um banho, passando um óleo hidratante no corpo e vestindo sua camisola branca. Totalmente nervosa, Rosalie apelou e sentou-se no chão do banheiro. Não fazia idéia do que fazer, enquanto Emmett estava ancioso do lado de fora, esperando-a na cama. Quando Rose tomou coragem e saiu do banheiro, ele ficou boquiaberto.


–UAU!- foi tudo que conseguiu dizer. Rose abaixou a cabeça e corou.-Oh Rose, não precisa ficar assim.-ele aproximou-se dela, afagando-lhe o rosto.

–Mas... Emmett, eu... Não sei o que fazer...- ela admitiu.

–Não precisa fazer nada... Apenas uma coisa.-ele sussurrou no ouvido dela.

–O que devo fazer então?-ela perguntou mais tranqüila.

–Me deixar fazer isso... - respondeu ele, enquanto trouxe o corpo dela para mais perto do dele e beijou-a lentamente. Após alguns segundos, o beijo evoluiu. As mãos de Emmett que acariciavam os ombros dela causavam um ardor na pele alva. O corpo de ambos estava quente e a cada contato mais profundo, um arrepio corria por entre eles. Ele tomou-a delicadamente nos braços e levou-a para a cama, deitando-a lentamente, sem desviar os olhos do rosto dela. Assim que deitou, Rosalie fechou os olhos e deixou-se sentir as mãos dele passearem por todo seu corpo. Suspirando, ela começou a ofegar.

Emmett sentou-se ao lado dela na cama e levantou-a um pouco, para que pudesse desabotoar a camisola. Após enrolar-se um pouco com alguns botões, ele livrou-se da fina peça, podendo admirar a esposa vestindo apenas o conjunto branco de lingerie. Ele permaneceu olhando-a por um longo período, e então sorrindo, ela inclinou-se e o beijou.

–Tão perfeita...

Lentamente, ele desceu as mãos para o sutiã dela, desabotoando o mesmo e lançando-o para algum lugar do quarto. Após fazer isso, trouxe a para perto dele, unindo os corpos novamente, porém dessa vez não haviam tantos empecilhos como antes. Tornou a deitá-la, porém dessa vez acompanhou-a. Acariciando o corpo dela, ele começou a distribuir beijos por todo o pescoço dela, contornando a linha do pescoço até os fartos seios. Quando Rose soltou um rápido gemido de satisfação ele soube que era a hora. Lentamente ele tirou-lhe a calcinha e então com todo o cuidado do mundo, eles se uniram em um só. Naquele momento único, Rose pode ver que a dor que temia não era nada comparada a emoção de estar ali com a pessoa que mais amava no mundo, sentindo tudo aquilo. Permaneceram unidos por mais algum tempo até que chegaram juntos ao ápice e então, deitaram-se lado a lado.

–Eu te amo. Muito, senhora McCarty!-ele sussurrou, beijando-a na testa.

–E eu também te amo demais.-ela disse, ainda ofegante.

–Quero estar com você pelo resto de minha vida, apenas para te fazer feliz. - ele disse, olhando-a encantado, como alguém olha para a criança mais linda do mundo. Rose beijou-o e sorriu, deitando sobre o corpo dele. Não haviam dúvidas de que ambos se amavam mais que a si mesmos.



[...]




–Surpresa!-Heidi disse do outro lado da linha. Edward congelou. Não sabia o que dizer, não diante de Bella.

–Só um momento... - ele pediu para Heidi.- Amor, é complicado, sabe... Um amigo de Berlim com problemas às 2 da manhã. Entre que eu já vou...

–Vou esperar...- fazendo -ou tentando fazer- uma cara sexy, Bella entrou, tropeçando nos próprios pés.

–O que você quer?- ele perguntou para Heidi.

–Quero que você venha me buscar OU que PELO MENOS mande um táxi. – ela disse.

–Te buscar?-ele confundiu-se.

–É, no aeroporto... Ou você não leu meu e-mail?- ela perguntou.

–Que e-mail? Você sabe que não checo quase nunca minha caixa de e-mails!

–Ah, que seja... Bem, estou te esperando no aeroporto principal de N.Y! Corra!- ela disse desligando.

E agora? Foi à única coisa que Edward conseguiu pensar. Estava ferrado. Bella descobriria e nunca o perdoaria, assim como seus pais, seus amigos...

Suspirando fundo, ele bateu a cabeça três vezes na parede e empurrou a porta do apartamento, entrando no mesmo.

–Bella, eu tenho que te contar algo complica...-Edward começou, porém não terminou a frase. Por um momento esqueceu Heidi e as filhas. Bella estava dormindo, encolhida no sofá com a expressão mais terna que ele já vira.


[...]

–Mas em que merda de lugar ele está?-Heidi bufou. Não agüentava mais esperar pelo esposo.

–Papai!- Jane gritou e correu na direção de Edward, que acabara de chegar. Edward nada conseguiu falar, além de envolver a filha com os braços. Annie, que estava sentada ao lado de Heidi olhou alegre para ela, como se pedisse permissão de ir atrás do pai.

–Que é?!-Heidi disse, rude. A menina tentou falar, porém apenas emitiu alguns sons.- Ahh, que se dane! Vai logo, eu sei que é isso que você quer!-Heidi disse. Annie não pensou duas vezes e juntou-se a irmã. Após perceber que os três não cansariam de se abraçar, Heidi interrompeu.

–E a esposa, não ganha nada?-sorriu maliciosa. Edward ficou de pé, e com um sorriso falso, de um rápido selinho nela. Com raiva, ela sorriu amarga e o encarou- São em momentos como esses que percebo como você me ama, amor!

–Podemos ir?-ele bufou.

–Mas é claro... Vamos meninas!-ela chamou e as filhas obedeceram. Edward bufou. Seia uma longa ida até o apartamento.


[...]

(Ouça)

O tempo passa...


Alice e Jasper estavam cada vez mais unidos, porém havia algo de diferente com ele, que andava cada vez mais pensativo em relação à Alice e Susan. Ela também pensava nisso, mas estava esperando o momento certo para abordar os pais a respeito da suposta “gêmea” perdida. Investigou na internet, procurou fotos e telefones, foi até a polícia, ao cartório, mas parecia que essa tal de Susan nunca havia existido. Alice tinha vontade de perguntar para Jasper se sabia onde ela estava hoje em dia, porém temia a reação do namorado. Após muito procurar e colocar algumas pessoas para ajudá-la, Jessica, a secretária, consegui lembrar-se de uma mulher havia uma vez ido procurar a própria Alice na empresa, alegando ter algo de suma importância para falar com ela, dizendo que era questão de saúde e que havia levado uma foto da filha extremamente parecida com ela para que Alice a ajudasse. Na época, Jesica não deu muita atenção à mulher e quando passou a mensagem à patroa, Alice disse que deveria ser algum paparazzi louco, atrás de novas fotos dela. Como uma boa secretária, Jessica guardou a foto da tal mulher e de sua filha, junto com telefones para contato em uma pasta e arquivou em uma das milhares de pastas de “assuntos inacabados de Alice Cullen”. “Preciso que encontre isso urgentemente, Jess! É para ontem!” Alice advertiu a secretária, deixando-a mais louca que o de costume.

Rachel havia largado do restaurante, enfim, tendo mais tempo para ficar com a pequena filha, que agora estava chamando Alice de mamãe.

Edward não via Bella desde o casamento de Rose e Emmett. A estava evitando, pois não sabia o que dizer. Odiava-se por ser tão covarde, mas talvez ela o esquecesse e sofresse menos dessa maneira. Bella o procurava diariamente, preocupada com ele. Mandava mensagens, ligava pelo menos 10 vezes ao dia e os recados dela lotavam a caixa postal dele.

“Oi, sou eu, a Bella... De novo. Eu adoraria que você me ligasse, apenas pra dizer se está vivo ou não. Alice me disse que você não fala com ela também e que ainda não apareceu na casa de seus pais essa semana. Algo aconteceu com você? Está bem? Eu fiz alguma coisa que você não gostou? Eu só queria um sinal. Beijos... Eu te adoro... Me retorne, por favor.”

A cada vez que ouvia um recado novo, ele quase sucumbia de ódio de si mesmo, mas não tinha coragem de fazer nada. Tudo o que ele mais queria era amarrar uma pedra nos pés e jogar-se da Golden Gate.

Heidi estava triunfante, pois o apartamento era maravilhoso e já havia conseguido contratar uma babá maravilhosa, livrando-se da responsabilidade de cuidar delas. Para sua alegria, Edward trabalhava o dia todo e Felix já havia chego a N.Y. Em menos de uma semana no novo país, eles já haviam se visto pelo menos quatro vezes.

Já Emmett e Rose, ao contrário dos amigos, estavam em sintonia perfeita em sua lua-de-mel no Hawaii.


[...]


Eram praticamente 10 horas da manhã. O sol quente de segunda estava fazendo com que todos usassem roupas leves e confortáveis. Com Alice não fora diferente. Optara por um macacão vermelho tomara que caia de malha fria. De cabelos presos no topo da cabeça óculos escuros, sandálias de salto e uma bolsa vermelha, Alice adentrou o prédio onde Edward residia. “Se Maomé não vai até a montanha... A montanha vai até Maomé!” ela pensou logo que acordou, afinal fazias semanas que Edward parecia ter sumido do mapa. Não atendia telefones ou os retornava. Não falava com ninguém, nem se mostrava em púbico. Se iam até a casa dele, ninguém nunca atendia a porta, porém hoje seria diferente: Alice a arrombaria se preciso! Foi depois de ter que agüentar Bella se resmungando por dois dias inteiros que Alice prometeu “fritar os ovos” do irmão.


Chegou até a porta do apartamento e tocou a campainha por cinco vazes seguidas. Ninguém atendeu. Mais três vezes. Nada. Foi então que ela apelou, colocando o dedo na campainha e o deixando lá. “Se ninguém atender, eu fico aqui o dia todo” pensou.

–MAS QUE INFERNO!- uma mulher loira, alta e até então, desconhecida por Alice abriu a porta. A mulher vestia apenas um roupão de ceda preto e estava com uma toalha enrolada na cabeça.

–Desculpe!-Alice corou brutalmente. Obviamente havia tocado a campainha do apartamento errado- Eu pensei que fosse o apartamento de meu irmão! Mil desculpas! Devo ter errado de número ou de porta, ou os dois... Sei lá!

–Ahh sim... E eu nem posso te dar informações se seu irmão, que deve ser o vizinho, está em casa ou não... Sou nova aqui. - a mulher disse tentando ser simpática com aquela louca.

–Ah, entendo. Mas você o viu ultimamente? Ele é alto, bonito, branco azedo e tem um topete cor de bronze.-Alice descreveu o irmão- Ah, e se chama Edward.

–Ah meu Deus, estou te reconhecendo!- Heidi teve um estalo. Já havia visto aquela mulher antes, nas fotos que a família de Edward mandava para ele.- Você é Alice! Alice Cullen!

–Sim, sou a dona da grife Privileged, eu e minha amig...-Alice começou a dar o discurso ensaiado, sempre que alguém a reconhecia na rua.

–Não,não! Quer dizer, eu sei que você é a dona da grife, mas também é irmã de Edward! Oh meu Deus! Alice, sou eu, Heidi!

–Heidi? Eu te conheço?- Alice tentou ser educada.

–Ahh, aposto que Edward não falou muito de mim, ou você se esqueceu do nome... Sou eu, Heidi, a esposa do seu irmão!- Heidi aproximou-se animada de Alice, que ficou em silêncio por um minuto.

–O QUE? OO’

–É, aposto que ele falou de mim e das meninas...

–Meninas? ‘OO

–Venha, entre por favor! Elas vão adorar te conhecer... Edward contou tantas histórias de vocês quando pequenos que elas estão ansiosíssimas!- se Heidi não tivesse arrastado Alice para dentro do apartamento, ela permaneceria toda a manhã ali pensando no que acabara de escutar: Edward casado e pai de duas meninas?

–Annie, Jane, venham na sala!-Heidi chamou-as. Alice entrou e começou a olhar para o apartamento. Era de fato,o de seu irmão. Porém agora estava diferente. Haviam mais fotos, mais porta-retratos. Dentre ele, quatro que chamaram brutalmente a atenção de Alice: Um continha uma foto de Edward e Heidi juntos. Ele de terno e gravata e ela vestida de noiva. O segundo era um porta-retrato que continha uma foto de Edward abraçando Heidi, com as duas mãos na enorme barriga de grávida dela. Ambos pareciam muito felizes em todas as fotos. A terceira era uma foto de Edward segurando uma pequena menina loira no colo, e Heidi ao lado dos dois com uma enorme barriga de grávida, novamente e a última, o irmão e a “cunhada” estavam sentados em um banco de praça e entre eles haviam duas meninas lindas.

–Chamou mamãe?- Alice ouviu uma voz infantil e virou-se para ver de onde ela vinha. Quando olhou, chocou-se: as duas meninas da foto estavam na sala, de mãos dadas. Cada uma segurava uma boneca.

–Meninas, quero que conheçam a tia Alice! Ela finalmente veio nos visitar!- muito amável e educada, Heidi tentava posar de boa mãe para Alice.

–Tia Alice!- Jane gritou e as duas correram para os braços da tia, que sem palavras, só conseguiu abraça-las também.

–Já chega de abraços meninas, deixem a titia respirar um pouco!-Heidi disse sorrindo e as meninas obedeceram imediatamente

–Você demorou pra vir nos visitar, tia! Já chegamos faz um tempão. - Jane comentou.

–Estão aqui desde quando?- Alice perguntou para Heidi, ainda chocada.

–Desde o dia 20 de Fevereiro. Antes estávamos passando uma temporada em Volterra, com minha família. Passamos o Natal lá.-Heidi mentiu. As crianças haviam ido para a Itália. Ela permanecera em Berlim com Felix. Assim que ouviu a data, Alice raciocinou: no dia 20 de fevereiro havia sido o casamento de Emmett e Rose. Lembrou-se também que depois dessa data, ninguém havia voltado a ver Edward.-Cavalo!- ela xingou o irmão em voz alta, inconscientemente.

–O que?- Heidi perguntou.

–Ah?! Ah é, cavalo! Eu vim ver as meninas e saber se elas gostam de cavalos, sabe!? Tem um Jóquei Club aqui perto e eu adoraria leva-las sábado, para nos conhecermos melhor.-Alice improvisou.

–Ah, que ótima idéia!-Heidi disse.-Assim, passamos um sábado em família e eu conheço seus pais também!

–Ah, é claro!-Alice concordou. -Bem, eu tenho que ir... Preciso urgentemente falar com Edward!- Alice tentou omitir a raiva em sua voz.


[...]


–Então, na questão das colunas verticais na fachada, Emmett disse que ficaria a par dos números e medidas corretas, por isso não me intrometo. - Edward estava em uma reunião de trabalho com os diretores da Barkles, quando foi interrompido por Alice, empurrando a porta com toda força do mundo.

–IDIOTA!- ela gritou. Conhecendo a irmã, Edward bufou e fechou o notebook.-Senhores, poderiam me dar licença por alguns minutos?- todos saíram da sala, deixando os irmãos Cullen sozinhos.

–Como você pôde?- Alice atirou a bolsa contra Edward, que se desviou agilmente. Ele suspirou e levantou-se da mesa, indo em direção a irmã.

–O que aconteceu em seu mundo de porcelana dessa vez, Alice? Um de seus desenhos rasgou?- ele debochou, não levando fé na irmã. Apostava que era alguma futilidade.

–Você é casado!-ela disparou, deixando-o imóvel. Aproveitando-se disso, ela lançou-lhe um porta-retrato, onde continha uma foto de Edward e Bella, abraçados. Ele não desviou, sendo acertado pelo mesmo na cabeça. Certamente, havia doido bastante mas a dor não importava. Alice descobrira.

–Quer saber como eu descobri? Eu fui a sua casa, seu animal! Eu e Bella e toda a família ficamos mortos de preocupação com você, seu babaca! E para que, se você no fim das contas não passa de um moleque!- Alice disse, como se tivesse lido os pensamentos dele.

–Alice, eu...

–Infantil! Egoísta! Idiota! Para mim você não é homem, é criança! Um moleque inconseqüente que não pensa nos outros, só em si mesmo e no seu bem estar! Imagino você pensando: enquanto a minha esposa está longe, vou curtir com a cara de alguma otária americana! IDIOTA!- Alice atirou outra porta-retrato no irmão, que desviou dessa vez.

–Alice, me escute, não é nada disso...- ele tentou.

–Miserável! Cretino! E ainda tem coragem de negar? Inescrupuloso! Cafajeste! Frio! Neandertal!-Alice explodiu, partindo para cima do irmão. A raiva a estava comandando de um modo que jamais havia feito na vida. Ela estava pronta para dar uma bofetada em Edward, porém ele a segurou.- Você é um cretino, sabia!? Filhas, Edward! Você tem filhas! E Heidi... Bem, ela não me parece a melhor pessoa do mundo, mas... Não importa! Você a está enganando! Enganando suas filhas! Annie e Jane... Você engana suas filhas, Edward! Você deve ser um péssimo pai!

–Isso é mentira.- ele bradou.

–Ah é?! Há quanto tempo não falava com elas? Não dava sinais de vida? Hein? Enganou a todos... Sua esposa, suas filhas, suas irmãs, amigos, seus pais,... Bella!- então, Edward perdeu as forças e soltou Alice.-É, parece que chegamos ao ponto!- Alice o empurrou.- Você faz idéia do lixo que representa para mim agora? Bem, imagine isso e multiplique por 2.000 e vai entender como Bella vai se sentir quando descobrir tudo.- Alice disse sincera, pegando a bolsa jogada no chão.

–Vai contar a ela?-ele perguntou.

–Não, você vai! Hoje, até às 20h da noite, se não eu mesma conto! Aproveite que estou lhe dando uma chance, babaca!

–Alice... Eu... Tentei contar... Inúmeras vezes, mas quando vi... Eu estava... Apaixonado!

–Apaixonado? Não o bastante para pensar no bem estar dela.- cruel, Alice dirigiu-se até a porta.-Uma família Edward! Mulher,,. Filhas... Todo esse tempo e você omitiu tudo!-ela suspirou.-Ah, não se esqueça dos meus pais. Eles vão sofrer, mas merecem conhecer o verdadeiro Edward.

–Alice, espere...- ele avançou na direção dela, mas ela o paralisou com uma frase.

–Você não é meu irmão. Não passa de um lixo humano. Uma pessoa que não merece ninguém... Não sabe o quanto dói dizer isso Edward, mas eu tenho repulsa a você.- e dizendo isso, ela saiu da sala. Alice passou pelo hall da ante-sala da presidência e entrou no elevador, sem mesmo notar que havia mais uma pessoa na sala, além dela e da secretária.

–Carrie, por favor, não deixe mais ninguém entrar!-explodindo, Edward gritou ao bater a porta da sala da presidência. Carrie olhou assustada para porta e depois voltou o olhar para Bella, parada ao lado da porta da sala de Edward, atrás de um vaso de plantas enorme.

–Senhorita Swan...-Carrie colocou-se de pé e foi até Bella que parecia estar prestes a desmaiar. A secretária amparou-a até o sofá, chamando-a pelo nome, porém ela não respondia, estava fora de si. As lágrimas rolavam por seu rosto enquanto as palavras de Alice se repetiam em sua cabeça: “Uma família Edward! Mulher,,. filhas... Todo esse tempo e você omitiu tudo!”. Edward era casado. Tinha filhos. Era inacreditável. Lembrou-se do natal, quando atendeu o celular de Edward e uma menina, Jane, havia pedido para falar com o pai... Lembrou-se de Alice dizendo os nomes das filhas de Edward... Annie e Jane. Agora tudo fazia sentido.

–A senhorita quer alguma coisa? Um copo d’água? Algum remédio? Quer que eu ligue para alguém ou prefere que eu chame o senhor Cullen?

–Não!- Bella despertou do transe.- Não o incomode... Agora, ouça-me Carrie... Quero que me faça um favor: ninguém , entendeu? Ninguém pode saber que estive aqui e que ouvi essa conversa...

–Mas senhori...- ela começou, mas Bella fechou a boca dela com o dedo indicador.

–Não diga nada a ninguém.- e se colocou de pé. Tentando não cair, Bella suspirou e entrou no elevador. Ao sair do mesmo, entrou no carro, ainda chorando. Precisava averiguar uma coisa.


[...]

–Então... Você trabalha para meu marido desde quando?- assustando a babá, Heidi, que ainda vestia uma camisola preta e um roupão preto de seda, sentou-se no balcão da cozinha.

–Pela milionésima vez, não trabalho para seu marido... Sou apenas a irmã da secretária de Edward. Ele disse a ela para conseguir alguém te ajudar nos primeiros dias aqui em N.Y e eu estou aqui, te ajudando, SÓ POR CAUSA da minha irmã, entendeu?

–Mas mesmo assim, trabalha para ele, de um jeito ou de outro... Você deve conversar com ele, saber o que ele faz de bom por aqui...- Heidi insistiu. Queria saber mais do que tudo o que o marido havia feito em sua ausência.

–Eu não sei, não o conheço muito bem. Já o vi várias vezes em festas, eventos, etc... Mas ele não é tão famoso! A irmã dele sim aparece sempre no noticiário!

–Hmm... Irmã famosa, é?- Heidi sorriu maliciosa, pensando que tinha que ficar amiga de Alice. Lhe ajudaria muito a ficar famosa na alta-sociedade americana.

–Mamãe... A Annie caiu!-Jane gritou, assustada, tirando Heidi de seus pensamentos.

–Droga!- mal humorada, Heidi saiu da cozinha e foi até a sala de estar.-O que houve?- ela perguntou, vendo a filha caçula chorando, no meio da sala, deitada no tapete.

–Ela escorregou no brinquedo e caiu.-Jane explicou.

–Ah, esse escândalo todo só por isso, Annie?!- Heidi abaixou-se sem paciência e pegou a menina no colo.- Que falta aquela babá de meia tigela faz.- e bufou, começando a ninar Annie, tentando acalma-la. Estava quase conseguindo, quando a campainha tocou, fazendo Annie tampar os ouvidos e voltar a chorar.

–MERDA! Jane, atende a porta, rápido!-Heidi disse, desesperada. Nunca sabia o que fazer quando Annie entrava em suas crises. Jane correu até a porta e a abriu.-Quem é você- ela perguntou, sorrindo. Ela nunca vira aquela mulher que estava na porta de sua casa. Ela era alta, bonita, mas parecia muito triste.

–Quem é você?- Jane perguntou para Bella, porém ela não ouviu. Apenas encarou a menina que tinha a voz da menina do telefonema de natal. Jane. Bella suspirou e olhou para o interior do apartamento, vendo uma mulher muito bonita com outra criança nos braços. Sem dúvidas, uma família perfeita. Uma lágrima rolou pelo rosto abatido. Ela era a intrusa ali.

–Alôou?! Quem é você?-Jane perguntou novamente.

–Ah...er, desculpe! Endereço errado...- e sem ter mais como falar, ela virou-se e correu para o elevador. Apertou o botão do mesmo para descer, mas nada aconteceu. Acabou socando a porta inconscientemente e depois decidiu ir pelas escadas. No meio da mesma, ela parou e sentou-se nos degraus, repousando o rosto nas mãos. Estava tão aturdida que não sabia o que fazer, para onde ir... Sentia-se exatamente como Alice havia previsto, um lixo humano.

–Com licença querida, precisa de ajuda? Sente-se mal?- uma doce voz perguntou. Bella ergueu a cabeça e pode ver uma senhora colocando-lhe a mão nos ombros.

–Ah não, eu só... Estou esperando uma amiga aqui.- Bella mentiu, para não ter que pensar muito.

–Ah sim...- sorrindo, a velhinha continuou a descer as escadas deixando Bella e seus sentimentos a sós nas escadas. Após 10 minutos sentados, apenas pensando na cena que presenciara, Bella levantou-se e desceu. Entrou em seu carro e a quase 120/h direcionou-se ao lugar que mais gostava de ir para pensar. O mar.

(ouça)

Estacionou o carro e desceu do mesmo. Arrancou os sapatos e jogou-o dentro do carro, batendo a porta, esquecendo-se de trancar o mesmo, Bella foi andando em direção as pedras.


“.- Você é um cretino, sabia!? Filhas, Edward! Você tem filhas! E Heidi... Bem, ela não me parece a melhor pessoa do mundo, mas... não importa! Você a está enganando! Enganando suas filhas! Annie e Jane... você engana suas filhas, Edward! Você deve ser um péssimo pai!

–Isso é mentira!

–Ah é?! Há quanto tempo não falava com elas? Não dá sinais de vida? Hein? Enganou a todos... Sua esposa, suas filhas, suas irmãs, amigos, seus pais,... Bella!

–É, parece que chegamos ao ponto! Você faz idéia do lixo que representa para mim agora? Bem, imagine isso e multiplique por 2.000 e vai entender como Bella vai se sentir quando descobrir tudo!”


A conversa de Alice com Edward não parava de se repetir na cabeça de Bella. Por que com ela?


Ela suspirou e começou a lembrar dos variados momentos bons que aconteceram entre eles nos “quase” cinco meses juntos. Continuou a se lembrar, desligando-se totalmente do mundo e sem nem perceber onde se localizava agora. No final da praia, Bella estava subindo e caminhando nas pedras maiores, onde o mar batia com violência, revelando altas ondas sem pudor. Nem mesmo os respingos da água a assustavam ou lhe davam uma alerta: ela estava caminhando para a parte mais perigosa e escorregadia das pedras.


“-Eu acho meu pé muito estranho! - Bella estava quase dormindo, abraçada com Edward no conforto de sua cama, os dois estavam imóveis, até o comentário dele, que a fez gargalhar. - Que foi?

–Como assim “o que foi”? Estamos aqui nesse momento “casal feliz dormindo abraçado” e do nada você desabafa que odeia seu pé!- ela continuou rindo.

–Ah, eu não disse que odeio, sua mala! Eu apenas comentei que não gosto dele ué!- ele disse natural.

–Você é ridículo!- ela empurrou-o, brincando.

–Eu sou o que, senhorita?

–Um besta! Um belo de um besta, daqueles bem bestas!- ela “insultou-o”, ficando de pé na cama e tacando um travesseiro na cara dele. De imediato ele ficou parado. O travesseiro havia “explodido” em penas na cara dele, enchendo a boca do mesmo de penas. Bella que já gargalhava não se agüentou em pé e caiu de joelhos na cama.Cuspindo as penas, ele olhou-a sério.

–Não vai se vingar?- ela disse em meio às risadas.

–Vou, mas minha vingança será maléfica!-ele sorriu malicioso.

–Ah não!- ela disse, ficando séria. Previu o que estava para acontecer.

–AKIRA!- ele gritou e em questão de segundos a enorme e babona labrador chocolate de Bella estava com eles, em cima da cama, fazendo festa com as penas. Os dois começaram a tentar segurar a cadela que abanava o rabo freneticamente e se jogava em cima deles. Por fim ela desceu da cama, levando com ela para o chão um travesseiro. Edward aproximou-s de Bella, sorrindo.

–Eu não sou mal?- ele questionou.

–Muito mal... –ela sorriu, aproximando-se dele para beijá-lo, porém na mesma hora, Akira subiu na cama e começou a lamber a face dos dois, interrompendo o momento romântico e fazendo os dois parecerem crianças pelo resto da noite, correndo no apartamento e brincando com a cadela.”

Bella continuava chorando e andando, mas parecia cega, pois não via para onde ia, nem onde pisava. Foi fazendo isso que pisou com força em uma ostra e cortou o calcanhar. A dor a despertou do transe, fazendo-a olhar para o pé e vez o sangue brotar. Imediatamente seu estomago embrulhou e ela encostou-se em uma pedra. Sacudindo a cabeça, ela olhou em volta e pode ver onde estava. Havia andado quase 100 metros e estava bem distante da praia. Suspirando fundo ela tentou ficar com um pé só no chão para poder olhar o corto no pé, que quando pode vê-lo, constatou que era mais fundo do que pensava, xingando a si mesma, ela resolveu voltar para a praia, porém quando foi pular de uma pedra para a outra, a onda veio, encharcando o local onde ela pisou, tornando-o escorregadio. O que aconteceu depois disso passou-se como um flash para Bella. Em um momento ela estava de pé e no outro, ela sentiu uma dor muito forte na cabeça e depois, tudo escureceu: Bella havia escorregado e batido com a testa em uma ponta da pedra e desmaiado na hora, caindo desfalecida nas pedras e rolando por elas, sendo arrastada pelo mar, inconsciente.



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Notas finais do capítulo

Eai meninas, o que acharam?
Se quiserem mais, já sabem o que fazer... Reviews!
Beijos s2