Cops escrita por sobrehumana


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Eai galera,como vão vocês? Esse capitulo foi particularmente difícil de escrever,então apreciem hahahah!É mais ou menos focada numa parte Snape e ele fala sobre seus sentimentos para com Lily (tirem suas conclusões heheh).Sem mais delongas,apreciem sem moderação!



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Ser um agente secreto requer muitas habilidades especiais.

É preciso estomago forte, perspicácia e inteligência. É preciso experiência em campo e saber manusear uma arma, e acima de tudo, em circunstância alguma, envolver sua vida pessoal na profissional. Mas se tinha algo que Severus Snape não tinha era paciência.

Ele sempre soubera manusear bem uma arma, tinha uma inteligência considerada superior à de muitos e suas habilidades em campo eram excepcionais. Ao menos para ele.

Aparentemente o diretor do Departamendo de Crimes Violentos do FBI nova-iorquino, Albus Dumbledore, não partilhava a mesma ideia. Snape era considerado um dos melhores agente do Departamento, mas nunca recebera sequer um elogio de Dumbledore. Mas Severus não se importava com a opinião alheias, sabia que fazia um bom trabalho, apenas queria ser reconhecido. Mas que todos tinham olhares apenas para Evans, isso tinham.

Lily Evans sempre fora a agente estrela do Departamento, não importava aonde ia. Recebia olhares de admiração por onde passava e todos sabiam que era ela a queridinha de Dumbledore, e isso chateada Snape profundamente.

O chateava porque de todas as pessoas que mereciam tal privilégio e admiração, Evans nunca fora – ao menos para ele – uma delas. Ela era arrogante, pretensiosa, fechada no próprio mundo e não ligava para nada e ninguém. Nunca vira nada de especial na ruiva alem de sua beleza exuberante e seus olhos extremamente verdes que agora demonstravam emoção alguma. Lily costumava ser uma garota divertida e despreocupada, sempre se importando mais com o bem estar do próximo do que com o próprio e sempre via o lado bom das pessoas. Talvez essa parte – ver somente o lado bom das pessoas – não tenha sumido, mas depois do que ocorrera no passado, a Lily Evans que Snape conhecia nunca mais fora a mesma.

Agora para ele, Evans não passava de uma colega de trabalho que apenas mantinha contato quando necessário.

Muitos diziam que o fato de eles terem se afastado era devido á inveja de Snape,mas na verdade tudo o que ele sentira – sentia – era pena. Pena do passado dela, pena de que ela era tão envolvida na vida profissional que vivia em função do trabalho e nada mais. E isso fazia com que Severus perdesse ainda mais a paciência. Tudo pode não parecer estar interligado, Lily ou sua falta de calma, mas ele estava cansado. Tão cansado de sua vida, suas companhias, que arranjava qualquer desculpa para se incomodar e colocar isso para fora. No momento, o alvo principal era aquela festa.

E lá estava ele, pensando em tudo e nada, ouvindo baboseiras e respirando fundo para não perder as estribeiras e jogar a missão para o alto. Não tinha resignação para esse tipo de trabalho que requeria disfarces, pois se tinha algo que Severus mais detestava era fingir ser alguém que não era.

Ele passou a observar as pessoas ao seu redor. Eram todas ricas e conhecidas por ali e falavam com orgulho sobre suas corrupções e trapaças. Ele se perguntou o porquê de não terem feito isso antes.

Mas era uma questão de tempo até eles serem desmascarados. Conseguiria prender todos ali, se tivesse sorte.

Porém toda historia de corrupção e casos de FBI sumiram de sua cabeça quando Lily Evans entrou na piscina. Seu estômago remexeu-se desconfortavelmente quando fitou seu corpo bem feito e uma pontada de desejo o atingiu quando bateu os olhos na tatuagem ao longo se duas longas costas. O agente Potter logo foi atrás, não perdendo tempo e sussurrando algo no ouvido da ruiva. Qualquer desejo dera lugar á irritação. Ela virou-se e olhou com cobiça para Potter e Snape se sentiu enjoado.

"Isso é besteira, Severus.'' Pensou "O que teve com Evans no passado está ê a odeia agora."

Deu mais uma olhada em Lily que agora tinha sua cintura cercada pelos braços do parceiro. Parecia irritada e tensa. Então ela não o contara?

Snape não ficaria surpreso se ela não o fizesse. Lily tinha problemas de confiança,mas aquilo não deixava de ser antiprofissional. Mas ele sabia o que Evans estava tentando fazer, e a entendia. A entendia porque faria qualquer coisa por sua amada. E Snape admirou a coragem da ruiva, mesmo que contra sua própria vontade.

"Não." falou consigo "Você nunca a odiaria.".

-X-

Pouca luz e uma porta fechada fizeram os músculos de Lily se tencionarem.

A arma pressionada contra sua nuca lhe mandava cargas de adrenalina por sua pele. Todo seu corpo de contraiu em conflito e antecipação com o que poderia acontecer. Seu coração batia forte contra sua caixa torácica e ela sentiu seu peito prestes a explodir. Podia ouvir a respiração de sua agressora calma.

– O que?! – exclamou ela com uma voz convincente – Do que está falando? Quem é você?

– Ah, menina tola... A quem pensa que esta enganando? – sussurrou a mulher perigosamente.

Lily sentiu a arma mover-se para sua têmpora e finalmente viu quem era a tal mulher. Bellatrix Lestrange.

O lugar estava um pouco escuro, mas mesmo assim a agente conseguiu enxergar seu semblante. Ela devia ter por volta de trinta e cinco anos e um corpo esbelto. Seu cabelo era de um cacheado bagunçado e tinha no rosto uma expressão maníaca, beirando a loucura. Seus lábios de contraíram no que parecia ser um sorriso.

– Não passa de uma ingênua, garota. Acha que pode se infiltrar na casa dos Lestrange sem ser notada?

Lily a olhou como se fosse louca.

– Do que está falando? Infiltrar? Eu fui convidada, vim com meu marido...

– Exatamente. Você e seu marido... Ou devo dizer colega de trabalho? Não passaram despercebidos. Reconheceria James Potter em qualquer lugar.

– Quem diabos é James Potter?!

A morena revirou os olhos.

– Esse teatrinho não vai me enganar, embora tenha vocação para ser atriz. Seu revólver a denunciou. Deveria mantê-lo a salvo,ruivinha. – ela se afastou um passo a procura de algo.

Lily se moveu rapidamente para a escada, mas Bellatrix a impediu puxando seu cabelo.

– Nem pense em fugir. – murmurou perigosamente. – Estará morta bem antes disso.

Ela se afastou - sua mira sempre em Lily- e acendeu as luzes.

O local era espaçoso, e só o que havia nele era uma porta fechada, a escada e uma cadeira no centro do recinto. Tudo se encaixava em um filme de ação,onde a mocinha é escondida num porão com nada além de uma cadeira de madeira desconfortável e o vilão para lhe fazer perguntas clichês como "Onde está o pendrive?" ou "Não pode esconder isso para sempre."

Bellatrix tirou uma adaga do seu bolso detrás de sua calça.

A mente de dela mais uma vez se redirecionou para James e imaginou as possibilidades de ele estar bem. "Talvez ele tenha conseguido fugir" pensou esperançosa "Apenas torça para que ele não venha á sua procura, Lily, senão ferrou tudo." Esse ultimo pensamento acabou com todas as esperanças de sair dessa sem James. Se ele conseguisse escapar de qualquer apuro iria á procura da parceira sem pensar duas vezes. E o medo de Lily de ele descobrir tudo apenas cresceu.

– Agora querida... – falou Bellatrix, apontando a adaga para Lily. – Precisamos conversar.

-X-

James Potter sempre fora um cara calmo e despreocupado. Era sempre o primeiro a pedir desculpas e odiava brigas, mas se tinha algo que ele simplesmente odiava era quando as pessoas o julgavam.

Quando alguém fica te sondando, examinando cada expressão e movimento,como se tentasse ler sua mente e sua vida através de qualquer palavra que dissesse, consequentemente trazia ás pessoas o poder de descobrir suas fraquezas. E se tinha algo que repugnava James mais do que o julgar, era tentar descobrir suas covardias.

– Então, conte-me mais sobre Lilian. Ela é gostosa naturalmente ou aquilo tudo é plástica?

E Rabastan Lestrange simplesmente descobriu uma de suas maiores vulnerabilidades.

Rabastan o trancou no escritório junto dele, sua querida arma e Sr Sobretudo – o cara estava realmente usando um sobretudo preto,parecia algo da máfia – após um enorme discurso sobre estupidez e James não cogitar a ideia de negar ser agente – o que ele não fez – lhe apontando o revolver enquanto sorria presunçoso.

A arma de James havia sido confiscada por motivos óbvios e ela o encarava do outro lado da sala, em cima de um criado-mudo. Ele não achou lá muito inteligente colocar a arma de seu inimigo á vista dele, ainda por cima em uma mesinha ao seu quase alcance, mas para beneficio próprio resolveu não comentar sobre.

– Deveria demonstrar respeito á mulher dos outros. – respondeu ele simplesmente. Não havia traços ou nenhum tipo de expressão em seu rosto,e sua voz era tranquila.

– Aquela vadia não merece respeito algum. Não se lembra de quando ela praticamente se esfregou em mim na festa?

O sangue subiu á cabeça do agente e James se segurou para não acabar com Lestrange,pois quem acabaria morto com um tiro na cabeça seria ele provavelmente.

Ele lembrou-se de Lily,rezando para que a parceira estivesse a salvo. Se acontecesse algo a ela, James nunca se perdoaria. Ele se importava com ela mais do que deveria.

– Fiquei surpreso com sua saída súbita ontem á noite, Montenegro. – disse Rabastan ironicamente. – Não parece um cara ciumento.

James sorriu amargamente.

– Acredite, posso ser muito ciumento quando quero. Mas não foi por ciúmes, por mim ela pode se esfregar com quem quiser sendo que mantenha as aparências.

– Oh, a ruiva é sua parceira, certo? Não deveria se importar mais com ela?

James riu em divertimento.

– Lilian não é minha parceira. Para ela sou um homem rico, não sabe sobre o FBI.

Rabastan o olhou desconfiado e balançou a arma em sua direção.

– E quanto á ausência, James? Sua adorável esposa não nota sua ausência quando está brincando de CSI?

– CSI? Sério? Pensei que tinha bom gosto, Tan. Posso te chamar de Tan, certo? - Rabastan bufou – Não poderia ser Criminal Minds? As mulheres são mais gostosas.

James sorriu, mas seu interior estava em pânico. E se tivesse acontecido algo á Lily? E se ela estivesse morta?

"Acalme-se James, seu grande retardado.", pensou "Precisa sair dessa e encontrá-la".

Rabastan sorriu sem humor e acertou seu punho na mandíbula de James.

– Não estou brincando, Potter. Responda a droga da pergunta.

James o olhou feio e massageou o queixo.

– Pensei que fosse mais esperto Tan. – o outro levantou o punho novamente – Ok, ok relaxe. Ela só acha que sou um homem "de negócios", muito a tratar, sabe? Nunca desconfiou de nada, ao menos que eu saiba. Você deve estar se perguntando como nunca desconfiaram por fingir se um dos maiores traficantes da América, mas me deixe contar-lhe um segredo: Eles não desconfiam. A verdade é que a única estúpida da historia é Lilian. Ela, além de vocês claro, é ou foi a única enganada. Mais alguma pergunta?

Rabastan suspirou e sentou-se.

– Porque está aqui? O que o FBI quer? Isso é maior que vocês, não é algo que possam resolver, é coisa do Estado.

– Scotland Yard.

– Como é que é?

– Eu sou da Scotland Yard,não do FBI. – falou James descaradamente. – Como você disse isso é coisa do Estado. Não estou aqui pra investigar desvio de verba ou o cacete. Vim resolver um assassinato. Um de seus convidados é suspeito, tivemos que vir investigar.

O outro o olhava avaliativamente. O cara era realmente estúpido. Entregar a missão assim, de mão beijada. Rabastan sorriu. Seria mais fácil do que pensava.

James achou melhor contar a verdade – ao menos parcialmente – do que fingir sobre tudo. Claro que não falaria seu real propósito, estragaria tudo. Tinha que manter Lily fora da conversa, fingir que não se importava com a parceira que acabara se tornando uma grande amiga e parte importante de sua vida.

James suspirou. Seria mais difícil do que pensava.

–x-

Snape olhou á sua volta e não viu sinal da agente Evans ou seu parceiro. A imagem dos dois se agarrando na piscina ainda queimava em seu subconsciente e ele jurou odiar Potter pelo resto de sua vida. O motivo do ódio ele não sabia ao certo, mas tinha algo naquele cara que o fazia querer socá-lo.

Sem sinal dos agentes, ele se preparou para a ação. Ninguém ali o conhecia, juntando ao fato de estarem ocupados o suficiente com Evans e Potter,seria fácil concluir sua tarefa. Era hora de mostrar a todos que Severus Snape era capaz.

A dor lacerante a preencheu e Lily sufocou um grito. Sua pele soava e todo seu corpo doía de rigidez. Sua voz ecoou sobre o cômodo parcialmente vazio, e ela se perguntou mais uma vez se alguém poderia a ouvir.

Ela olhou para baixo e viu ao enorme fenda criada pela faca de Bellatrix. Sangue escorria por toda a extensão de seu braço, manando por sua mão e criando uma pequena poça no chão. Seus braços estavam presos aos da cadeira desconfortável e lágrimas de agonia escorriam por sua face.

– Lily,Lily,Lily... – falou Bellatrix, deleite notável em sua voz – Você não está facilitando.

Com medo de abrir a boca e no lugar de palavras saírem gritos de frustração, a ruiva se limitou a lhe lançar um olhar de raiva.

– Sabe, normalmente quando estão sendo torturadas, as pessoas costumam falar a verdade.

– Sabe, normalmente pessoas inocentes são torturadas por psicopatas, e costumam não saber de porra nenhuma do que eles falam. – respondeu a agente com uma voz contida.

A Lestrange que parecia ter uma paciência de monge andou de um lado para o outro ameaçadoramente. Ela parou de frente a Lily e apontou a adaga para seu rosto.

– Você tem um belo rosto, Lilian. Mas ele me causou problemas com meu marido... – a ponta do objeto traçou a pele de Lily da sobrancelha ao queixo suavemente e o contato frio com sua pele quente a fez recuar. – Quem sabe não podemos ajeitar isso, hã?

Ela segurou o rosto de Lily firmemente e com a parte afiada da adaga causou um pequeno corte em sua bochecha, produzindo um pequeno filete de sangue, que escorreu por toda a extensão do rosto da ruiva e parando no queixo, pingando finalmente em sua blusa branca de seda.

– Acalme-se Bella,ela não vai á lugar algum. – uma voz feminina falou ao entrar na sala agora iluminada. Colista estava parada ao pé da escada com um cara mal-encarado em seu encalço. – Rabastan quer falar com você. Agora.

Bellatriz deu um sorriso desgostoso.

– Eu a tenho em controle, Colista.

– Não sou eu que decido isso, Bella. Rabastan está lhe chamando, parece que o outro cara fugiu.

O coração de Lily se encheu de alivio. Então James havia conseguido escapar. Mas isso queria dizer que ele fora pego em primeiro lugar... Será que estava machucado? E se fosse uma armadilha para a ruiva ficar preocupada e dar com a língua nos dentes?

Lançando um ultimo olhar de desprezo á Lily, Bellatrix desapareceu de cena.

Lily ouviu passos na direção da escada e presumiu que o Senhor Mal-Encarado seria seu responsável do momento em diante. "Ao menos é melhor que a louca.", pensou.

– Então... – disse se dirigindo ao homem enorme parado á sua frente. Sua feição demonstrava indiferença. – Você vem sempre aqui?

-X-

Rabastan caminhava de um lado para ou outro, sem parar. Nunca tirando os olhos do cara de óculos, pôs-se a pensar sobre o que iria fazer. Matá-lo? Extrair informações? Tudo parecia muito confuso desde quando descobriram sobre o agente do FBI infiltrado, e ele não sabia exatamente o que fazer a respeito dos dois.

James parecia calmo e indiferente, mas por dentro estava em pânico. O que faria se pegassem Lily? Estaria ela machucada? Precisava dar um jeito de sair dali, precisava achar Evans e ir embora o mais rápido possível.

– Então, sua "esposa"...

– Tan,meu amigo,não vamos falar sobre isso novamente,vamos? – perguntou James com impaciência. – Apenas diga o que vai fazer comigo.

Rabastan o olhou avaliativo.

– Darius – ele disse dirigindo ao Senhor Sobretudo – Ligue para Walburga e diga que preciso falar com ela pessoalmente urgente, depois desça e fique de olho na ruiva.

O brutamonte acenou positivamente e saiu porta afora.

– Sério cara, o que quer de mim? - indagou James pela segunda vez.

– Ainda não sei o que fazer com você... – Lestrange caminhou lentamente até a estante que continha suas bebidas, consequentemente virando as costas para James. – Talvez tenha o mesmo destino que o seu amigo, talvez me sirva com informações...

Seu amigo? Ele se referia á Snape? Então ele também o havia pego, e agora o pobre coitado estava morto... Ótimo, realmente perfeito.

Tirando vantagem da distração de Rabastan – que no momento abria uma garrafa de uísque – James se levantou lentamente e atravessou a sala, conseguindo alcançar seu revolver e o apontar para o moreno alto.

Rabastan se virou a tempo de receber um tiro na perna esquerda, e James não perdeu tempo em sair correndo.

Sabendo que não teria lugar para ir até que Rabastan o encontrasse, entrou na primeira porta que viu pela frente, se deparando com alguém que julgava estar morto.

– Snape?

-X-

– Como assim "o outro cara fugiu"? Está brincando? – disse Bellatrix possessa.

– Rabastan se distraiu e ele acabou conseguindo pegar seu revolver.

– Vocês são estúpidos? Como deixam Rabastan sozinho com aquele cara? Eu o conheço, Colista, sei do que ele é capaz.

E então virando no corredor onde se encontrava seu marido, a morena entrou como uma tempestade e deu de cara com o mesmo e sua perna enfaixada.

– Você tem algum problema?! Hein Rabastan? Como pode deixar isso acontecer, sabe que não podemos falhar!

Rabastan suspirou tentando conter a irritação.

– Eu me distraí, ele pegou o revolver...

– Merda, Rabastan, sabe que não podemos vacilar,precisamos dessas informações. Eles são agentes do FBI.

– Eu sei! – gritou ele já sem paciência - Eu sei Bella, mas o que está feito está feito.

– Se vocês não tivessem confiado naquele cara, se Colista não tivesse feito essa besteira...

– Eu estava tentando te proteger! – exclamou Colista do outro lado do quarto. – Proteger a todos nós!

– Cale a boca, Colista, sabe muito bem que só pensava em si... E se não estivéssemos enfiado aquele cara no meio de nós, nunca teríamos que passar por isso. Onde estão os arquivos?

– A salvo.

– Sei que está aqui. Dê-me. – disse Bellatrix.

– O que vai fazer?

– Desaparecer com essa droga.

– E quanto à ruiva?

Rabastan suspirou e massageou as têmporas. Isso iria lhe render muitos problemas.

– Faça o que quiser com ela, só tenha a certeza de que ela esteja viva para mandar o recado. Quanto ao outro, pode matar.

E de resposta recebeu um sorriso de Bellatrix de pura satisfação.

-X-

– Sabe, durante todo esse tempo de experiência nunca fui trancada num porão e torturada. – disse Lily com ironia em sua voz fraca.

Dez minutos desde que Bellatrix fora falar com Rabastan e ela estava trancafiada com o Senhor Sobretudo – nome que aderiu por causa do enorme sobretudo de detetive que ele usava. Por conta da perda de sangue causada pelos cortes, ela sentia-se fraca e tonta e sua visão começara a se tornar turva.

O grande homem de cara fechada se limitava apenas a encará-la, nunca respondendo ou até mesmo se mexendo. E Lily estava cansada e não se aguentaria por muito tempo,tinha que manter alguma distração. O único problema era que a distração em si não estava colaborando.

– Sabe você poderia sei lá... Falar alguma coisa. Estou morrendo de tédio aqui, cara.

Mais uma vez, o homem apenas a encarou.

– Sabe, quando eu era pequena sempre sonhei em ser uma arqueóloga. Você também tinha um sonho quando criança, certo? Quer dizer, você nunca teve um sonho de ser capanga de caras corruptos. Eu acho. O caso é que eu nunca tive a ideia de querer seguir a carreira de agente federal, quem diria ser torturada. Mas eu acho que é pro bem maior, certo? Salvar pessoas de assassinatos, resolver crimes, fazer justiça.

Lily não sabia ao certo o porquê desse repentino monólogo sobre sua vida profissional, mas qualquer coisa que a faria manter acordada seria lucro.

– Mas nem tudo é flores e justiça, quero dizer... Ás vezes as pessoas morrem. Eu tenho esse amigo, James. Você deve o conhecer, é o cara que fugiu. Ele é meu parceiro e eu fiz algo injusto com ele. Eu menti, eu fiz uma escolha que somente ele poderia ter feito. Mas eu fiz isso para salvá-lo, entende? Fiz tudo para o seu bem, não consigo imaginar ele se machucando. Mas ele vai me perdoar, não vai? Ele entenderia, não entenderia?

E mais uma vez Lily se viu falando sozinha sobre sua vida pessoal. Num instante tudo ia bem e no outro estava sendo torturada e falando sobre suas besteiras com um cara que devia a vigiar.

– Talvez – falou o cara finalmente com a expressão indiferente – você deveria tê-lo contado. Talvez não. Se você se importa e queria salvá-lo,então fez a decisão mais sensata. Ás vezes o amor nos deixa assim, meio louco.

Lily tinha certeza de que seus sentimentos por James não passavam de amizade. Talvez um pouco de atração física. Talvez fosse cativada pelo seu sorriso e pelo modo que elogiava seus olhos toda manhã que se encontravam no departamento. Talvez ela adorasse a maneira em que ele a chamava sem querer de Lily e se desculpava pelo deslize da maneira mais adorável possível. Talvez ela houvesse se apaixonado pela cor castanha esverdeada de seus olhos. Talvez ela quisesse mergulhar em seus braços e nunca mais sair.

E talvez, só talvez, ela devesse rever essa certeza.

-X-

– Potter?

Severus ficara deveras surpreso com a aparição repentina do colega de trabalho e achou extremamente irritante a maneira que ele o olhava desconfiado.

– Onde está sua parceira?

A expressão de James não demonstrava nada além de preocupação.

– Não sei... Nós nos separamos e eu fui pego, ela provavelmente também foi.

– Como tem tanta certeza?

– Até parece que não trabalha com ela há anos. Ela nunca fugiria sem saber se estávamos bem.

Snape não se deu o trabalho de responder, apenas lhe mandou um olhar seco.

– O que está fazendo aqui afinal? – perguntou James.

– Oh,então Lily não te falou? – sorriu o outro ironicamente – Ela lhe explica mais tarde.

– Nada de mais tarde, o que está acontecendo? E por que Lil...

– Shhhh,tem alguém vindo. – sussurrou Snape alarmado. Se esgueirou por debaixo da mesa,ficando assim invisível para qualquer um que entrasse na sala no momento. Era um esconderijo estúpido, mas o daria tempo para pensar em agir.

James achou uma brecha atrás de uma enorme estante ao lado da porta e conseguiu se espremer entre o móvel e a parede.

A porta se abriu devagar e os dois prenderam a respiração. Rabastan entrou cauteloso, atento a cada detalhe. Tudo parecia quieto, mas ele ouvira vozes vindas de dentro daquela sala.

Snape reprimiu a vontade de espirrar, mas estava ficando cada vez mais difícil. A pessoa agora se dirigia á ele, pelo que ouvia dos passos.

O nariz de Snape coçou.

Ele o tapou com a mão a fim de abafar o espirro, mas foi completamente inútil.

– ACHOO!

Dois segundos se passaram com agonia e Rabastan no momento sorria em vitória. Sua perna doía ao extremo por conta do tiro, mas não importava, pois logo mataria James Potter.

James se aproximava cada vez mais da porta e com sorte sairia do lugar sem ser notado. Com sorte.

– Merda. – sussurrou Snape,pegando sua arma.

James sorriu ao conseguir passar pela fresta que estava aberta e pôs-se a correr. Se ao menos conseguisse se encontrar com Lily... Seus pensamentos foram interrompidos ao colidir com algo sólido e cair estabanado no chão.

Tentando se recuperar da queda,ele segurou firme sua Rossi calibre 38 e apontou para o que ele julgara ser um pessoa.

– Ora, vejam se não é o melhor amigo do meu primo favorito... – disse Bellatrix, também lhe apontando um revolver. – Há quanto tempo, Pontas.

– Bella. – ele sorriu irônico – Quanto mais velha, mais louca, é isso mesmo?

Mas ela o ignorou.

– Achou que eu não iria lhe reconhecer? Achou que eu não viria? Ou é mesmo burro o suficiente para passar na minha frente achando que não seria notado?

– Estava na esperança de que você se afogasse na piscina.

A Lestrange riu com gosto.

– Isso não será possível, meu querido... Veja bem, tenho negócios a tratar.

– Onde está Lily? – perguntou ele entre dentes – O que fizeram com ela?

– Ah, nós cuidamos muito bem dela... Está num local á salvo.

– Onde. Está. Lily? – ele caminhou ameaçadoramente até parar dois passos de Bellatrix.

A morena riu descaradamente.

– Então o príncipe quer salvar a princesa? Ele só se esqueceu do cavalo branco. – e com um golpe rápido,desarmou James e lhe apontou a arma. O outro logo revidou,segurando-lhe o revólver de sua oponente e o desviando de si,mas Bellatrix era forte e não se deu por vencida.

A disputa entre os dois pela arma virou feroz, e James não sabia extamente o que estava acontecendo. Num momento lutava pela posse da pistola e em outro Bellatrix estava gritando a todos pulmões.

– Rabastan! Darius! Alguém! – berrava ela, enquanto puxava a arma que estava entre ela e James.

Bellatrix esqueceu que ainda tinha o dedo no gatilho, e James tentou tomar-lhe o objeto mais uma vez.

Houve um disparo.

James esperou pela dor, mas ela não veio. O que viu foi Bellatrix,olhos arregalados e cheios de dor afastar o revólver de seu peito e cair no chão.

Ela já não respirava.



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Notas finais do capítulo

Meio repentino esse final não? James matando alguém? Lily pensando sobre seus sentimentos para com James? Snape pensando em seus sentimentos para com Lily? James pensando sobre seus sentimentos para com Lily e Snape? Que confusão... Espero que realmente tenham gostado,e obrigada a todos que leem,é muitíssimo importante para mimEntão é isso moçada,espero do fundo do meu coração que tenham apreciado,e se não (por favor,tenham gostado) deixem suas opiniões,criticas,elogios etc,ajuda muito na construção da historia!
Deixem reviews! Por favor!
Beijos,Carol.
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