Cinzas do Crepúsculo escrita por Lady Slytherin


Capítulo 8
Aliados


Notas iniciais do capítulo

Gente, mea culpa. Eu queria ter postado ontem, mas quando vi, já era mais de dez horas, hora de ir para a cama (e ler A Game of Thrones :P) E eu já ia esquecendo outra vez!
- Por algum motivo, eu perdi quase 50 reviews. Não sei como, mas, oh well, aquilo não ajudou meu humor.
- Ontem foi um dia... Péssimo.
- Acabei de terminar o capítulo 18.
- Arrumei uma nova beta (a maravilhosa Marwana, chequem o trabalho dela)
Sem mais, boa leitura!



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CAPÍTULO 8

ALLIES

Eyphah começou a piar imediatamente quando o sol nasceu no dia 1 de Setembro. Revan se revirou na cama, colocando o travesseiro para cobrir a súbita claridade que invadiu seu quarto. Ele resistiu a vontade de jogar algo no corvo; desde março, ele era acordado todos os dias por volta das seis da manhã. Sem exceção. Para piorar a situação, passos pesados foram ouvidos e Revan não deixou escapar nenhum som quando um jato de água atingiu sua cabeça.

Ele abriu um olho e enviou adagas com o olhar para Regulus, que sorria inocentemente apesar de estar com a varinha na mão. “Já está na hora de acordar!” gritou, aumentando ainda mais seu sorriso. 

“Por que está tão animado?” perguntou Revan esfregando os olhos e se espreguiçando. “Sou eu quem vai para Hogwarts.”

“Exatamente!” replicou Regulus, checando o malão preto e prata do aprendiz. Tudo estava perfeitamente organizado nos cinco compartimentos do malão: Livros, roupas, poções, artigos pessoais e dinheiro. Umph... Ele não entendia como alguém que morara com ele por quatro anos ainda podia ter aquele nível de organização, em comparação com o seu quarto que precisava ser limpo duas vezes ao dia. “Vou ficar livre de você por três meses!”

O tom dele era sério, mas Revan sabia que Regulus estava brincando.

“Vou compensar minha ausência no natal.”

“Eu não esperaria nada menos vindo de você.”

O olhar dos dois se encontraram e eles fizeram uma pequena batalha de olhares antes de Regulus explodir em uma gargalhada. Ele gesticulou o guarda roupa e levitou o malão para baixo de modo que, se atrasassem (o que não era provável, com a pontualidade de Revan), o malão não fosse um problema. Revan se vestiu rapidamente antes de colocar a pequena caixa de Tom Riddle, já empoeirada por causa da ausência de uso, em cima de tudo.

Os conselhos de Tom Riddle haviam se tornado cada vez menos frequentes com o decorrer dos anos, ao ponto de Revan quase esquecer da existência das notas. Elas costumavam funcionar como um manual de sobrevivência no orfanato Wool’s, mas quando se vivia em uma casa mágica que tecnicamente não existia, conselhos de uma criança do começo do século não eram tão necessários.

Revan não estava com fome quando desceram, mas a súbita expressão séria de Regulus, cujos olhos encaravam Revan e o prato de comida quase intocado. Quando os olhos dos dois se encontraram, o herdeiro Black abaixou a cabeça em derrota e comeu o máximo que pode. Por que estava tão nervoso? Ele deveria ser apenas mais uma criança normal indo para Hogwarts. Ele repetiu toda a história de como ele era um Black em sua cabeça até que ele podia ver o que precisava falar em linhas invisíveis no nível dos seus olhos. Revan engoliu mais uma garfada e executou o feitiço Tempus. Eram sete da manhã.

Regulus já balançava a cabeça em negação. “Faltam quatro horas, Revan” seu nome saía sem problemas da boca de Regulus, já acostumado a chamar o menino pelo nome falso. “O que vai fazer por quatro horas sozinho em um trem?”

Revan deu de ombros, não se preocupando com o assunto. Ele poderia um livro, ou escrever em seu recém comprado diário onde ele anotava seus progressos com feitiços e política. Ele também precisava pensar em como agiria em Hogwarts. Não deveria se destacar, disse Voldemort para o desgosto do menino, mas conseguir notas inferiores a E’s seria vergonhoso.

“Oito horas.”

“Dez.”

“Nove e não se fala mais nisso.” Os bruxos apertaram as mãos.

Revan foi para o flu, mergulhando nas chamas sem medo. Ele caiu sem jeito na sala onde havia acabado de chegar, e uma mão foi estendida. Ele a pegou, se levantou e foi para o sofá, tentando decidir se quem havia o ajudado era seu lorde ou Quirrell. Olhos castanhos o encaravam; por alguns momentos, eles ficavam vermelho carmesim, mas voltavam ao normal antes que alguma pessoa despercebida notasse.

Voldemort fez menção de se sentar na poltrona mais próxima da lareira, balançando a varinha entre os seus dedos, pensativo. Ele tinha alguns conselhos para dar para o garoto em pouco tempo. Ele se sentou ao lado de Revan, que enrijeceu imediatamente, fazendo Voldemort sorrir. O menino sempre parecia deixa-lo feliz, provavelmente, pensou Voldemort, porque não era como as crianças com as quais havia crescido. Ele não chorava por nada, e sabia quando falar. Ele ficava em silêncio quando Voldemort precisava de silêncio. Cuidado, velho amigo, ele disse para si mesmo. Você pode estar realmente gostando de ter um aprendiz.

O tic tac do relógio o despertou de seus devaneios. Voldemort balançou a cabeça para limpar seus pensamentos e levantou o queixo de Revan devagar até que seus olhos se encontraram, como haviam se encontrado muitos anos atrás. Ele tomou cuidado ao invadir a mente do garoto, tentando pensar como o velho tolo Dumbledore, e levou alguns segundos para facilmente encontrar uma memória. Era Revan chorando sobre o corpo de uma mulher morena que encarava o teto com olhos que não viam mais nada.

Voldemort piscou. Revan nunca tinha tido uma mãe, muito menos uma que havia morrido na frente dele. Não levou muito raciocínio para descobrir o que era aquilo. Uma memória falsa! Voldemort acariciou a cabeça do garoto com orgulho. Revan Black se tornava cada vez mais real com os esforços do menino. “Belo truque” comentou, voltando a brincar com a varinha. “Mas você ainda não consegue lutar contra invasores. Continue a praticar.”

Ele parecia especialmente irritado desde o fim de Julho, quando suas tentativas para roubar a Pedra Filosofal do banco Gringotts falharam. Voldemort havia torturado cada criatura viva em um raio de dez metros dele – o que incluía Revan, que mesmo dizendo que invadir o lugar mais seguro do mundo era um mérito e tanto, não escapou da maldição.

Revan suspirou resignado. Não importava o quanto ele tentasse, ou quantos livros ele lia sobre o assunto, mas faltava nele o talento natural da oclumência. Os anos passaram e tudo o que Revan conseguia fazer era criar falsas memórias e um escudo cujas defesas não passavam de fumaça. Em um ataque de raiva de Regulus, ele havia dito que seu progresso em quatro anos poderia ser feito em meses caso as defesas de Revan não fossem tão fracas.

“Achei que uma última visita antes do ano letivo...” começou Revan, sem saber exatamente com quais palavras colocar que ele estava com medo de ir para Hogwarts depois de tanto tempo vivendo no anonimato. Voldemort levantou a mão, e Revan manteve a face neutra apesar de querer morder os lábios em nervosismo. Ele sabia que estava com medo. E emoções, nas palavras de seu mestre, eram para os fracos.

“É claro. Seja lá onde o velho tolo escondeu a pedra, ele não me informou. Nem mesmo me informou que a pedra estava lá” o olhar de indignação de Voldemort não tinha preço. “E também temos Severus.”

Revan revirou os olhos. A posição de Severus ainda era incerta para todos. Voldemort havia poupado a vida de Lily, o que deveria fazer com que ele voltasse engatinhando para as trevas, mas na vida real nada acontecia como o planejado. Ele tinha ganhado o cargo de poções de Hogwarts, e passava seu tempo livre tentando reconquistar o amor perdido, Lily, que não trocava uma palavra com ele desde que Severus havia ouvido a profecia. Ela convenientemente ignorava o fato de que Pettigrew era o real traidor, não Snape. Pettigrew, porém, estava cumprindo por sua traição, sentenciado a quinze anos em Azkaban por apoio comprovado às Trevas.

“Tomarei cuidado” prometeu.

“Não tente roubar a pedra no começo do ano letivo, ou não terá onde escondê-la. Tente antes do natal, e se não conseguir” aqui, Voldemort lançou um olhar ameaçador para o menino. “Tente em Maio ou Junho.”

Revan assentiu. Aquilo fazia sentido, e era seu mestre falando, mesmo se o plano fosse o pior do mundo ele ainda faria isso.

Voldemort continuou: “Não olhe nenhum dos professores nos olhos. Não coma ou beba nada que possa estar com poções. Seja educado e evite ser o centro das atenções. Você sabe a sua história falsa.”

Assim, sem dizer mais nada, ele aparatou para longe. Cambaleou ao chegar em Hogsmeade, mas pegou uma carruagem individual para Hogwarts sem maiores problemas. Os trestálios o levaram para o castelo rapidamente, onde ele encontrou um homem que parecia a réplica de Revan Potter. O pai do menino que sobreviveu. Voldemort reprimiu uma careta ao vê-lo; ele teria que aturá-lo o ano inteiro.

James estava conversando animadamente com Minerva sobre animagos, abraçando a cintura de Lily, que só estava lá para se certificar que o menino que sobreviveu chegasse em Hogwarts sem problemas. Depois disso, voltariam para seus trabalhos como auror e medibruxa no St. Mungus. Logo Flitwick se uniu à conversa, adicionando comentários irrelevantes sobre feitiços que ajudavam a transformação. Não levou muito tempo para Voldemort descobrir que eles queriam dar treinamento animago para O Menino que Sobreviveu. Lily não parecia muito empolgada com a ideia, do jeito que revirava os olhos. Voldemort queria revirar os olhos com ela. Ele não sabia como treinamento animago poderia ajudar a derrotá-lo. 

“Ah, Quirinus!” chamou Dumbledore, abrindo os braços para ele e acenando animadamente. Voldemort resistiu a tentação de o matar na hora. Ele respirou fundo, e começou a atuar.

Revan se esforçou para não ficar vermelho quando Regulus o abraçou no meio de todos os bruxos que estavam indo para Hogwarts. Primeiro, ele enrijeceu. Estava acostumado com tapas amigáveis e leves maldições nas partes baixas, mas não abraços. Lentamente ele relaxou, até que o abraço estava sendo retribuído. Revan sentiu a garganta apertar; não importava quanto treinamento ele tinha feito, ele admitiu para si mesmo que não sabia o que faria sem seu guardião. Pelo menos, ele pensou, ele teria Voldemort.

“Não é como se eu não fosse te ver nunca mais” sussurrou, saindo do abraço e levitando o malão sem dificuldade. Regulus mordeu o lábio inferior, e não parecia estar disposto a deixar o menino ir. “Adeus, pai.” As palavras saíram naturalmente da boca de Revan, apesar de ele apenas tê-las dito por causa da multidão que os cercava. Talvez, com o passar dos anos, Regulus houvesse se tornado mais do que um guardião para Revan. O que ele fazia por Revan era muito mais do que James costumava fazer por Revan, mas aquela não era uma comparação justa.

Quando as palavras finalmente se afundaram na mente de Regulus, Revan já estava fora de vista.

Revan caminhou, o malão atrás dele, pelos corredores do trem. Ele começou a olhar dentro de todos os vagões, procurando por um vazio, até que desistiu e caminhou até os vagões do fundo. Não havia um som saindo dos vagões, talvez porque ainda faltavam duas horas para o trem partir, e Revan escolheu o último para se sentar. Ele pensou em colocar um lacre na porta, mas tirou o pensamento da cabeça no instante em que ele se formou. Ele deveria fazer amigos, não entrar em Hogwarts sendo chamado de antissocial da escola.

Modificando a capa do livro de Artes das Trevas que ele tinha na mão, Revan começou a ler o livro de poções daquele ano. Conforme ele passava as páginas e fazia anotações nas laterais, ele percebeu que já sabia a maioria das poções, pelo menos a parte teórica. Ele sorriu; teria uma vantagem sobre os alunos que estudariam com ele em Hogwarts.

Antes que ele percebesse, houve um apito e o trem começou a se mover. Não levou muito tempo para passos serem ouvidos do lado de fora do vagão onde Revan estava. A maioria passou reto depois de ver que o vagão já possuía alguém, mas a sorte de Revan não durou muito. Passos leves pararam na porta do vagão e Revan e preparou para encontrar um sangue ruim ou pior, Nicholas Potter...

Mas o que ele encontrou foi um menino com vestes bruxas elegantes que assim como Malfoy, levantava o queixo orgulhosamente quando andava. Seus olhos varreram o vagão até se encontrar com Revan. Ele o examinou, mas ao ver as vestes verdes e pretas e o modo como Revan o examinava, cedeu e entrou, dando um pequeno sorriso para Revan.

“Olá” cumprimentou Revan, controlando a gentileza em sua voz. Ele estendeu a mão para o garoto. “Sou Revan Black.”

O menino apertou a mão estendida com a testa franzida. “Theodore Nott” se apresentou, antes de também abrir um livro em um gesto claro de pedido de silêncio.

Nott era um menino alto com cabelos pretos e olhos castanho claros. Tinha estrutura magra, e aparentemente gostava de ficar sozinho. Revan reconheceu o sobrenome do menino; Nott era um dos únicos comensais que continuava leal ao lorde das trevas, mesmo tendo escapado da prisão por suas doações generosas ao Ministério. Revan olhou o que ele estava lendo: Tudo o que você precisa saber sobre política. Ele sorriu, se lembrando do livro empoeirado que havia lido na primeira noite que passara com Regulus.  

“Achei que seu pai tivesse te ensinado tudo sobre política” ele comentou, fechando seu livro e olhando a bela paisagem. Na verdade ele olhava Nott sem ele saber.

Os olhos castanhos de Nott se focaram em Revan e ele fechou o livro fazendo barulho. “Ele ensinou” retrucou, colocando o livro de volta no malão e pegando um exemplo d’O Profeta Diário. “Mas aparentemente seu pai não te ensinou a ser educado.”

Revan sentiu a magia emanar de seu corpo e ocupar o vagão . A tensão entre os dois meninos era quase palpável, mas Revan recuou quando percebeu que o menino não tinha ideia da vida de Revan Potter. Tentando usar uma voz calma, ele anunciou: “Meu pai morreu quando eu tinha alguns meses de idade.”

A face de Nott ficou mais suave imediatamente. Ele contou para Revan que sua mãe havia morrido na frente dele por extremistas da luz que tinham certeza que ela era uma comensal. Seu pai estava sempre envolvido com política então sim, ele sabia sobre política, mas estudava mais sobre isso para deixar seu pai orgulhoso. Ele não deixou claro que sua mãe era de fato uma comensal, e Revan sabia como os extremistas da luz podiam atacar qualquer pessoa por apenas usar preto. Educadamente ele se desculpou pela pergunta.

“Slytherin, certo?” perguntou Revan levantando uma sobrancelha. Estava claro com o livro de políticas, pai comensal e vestes negras. Nott assentiu repetidamente.

“Meu pai me mataria se eu fosse escolhido para qualquer outra casa.”

Pelo que Revan havia ouvido falar de Nott, ele não duvidava da possibilidade.

A porta do vagão foi aberta mais uma vez e a cabeça de um menino negro e alto foi vista por Revan e Nott. Revan sorriu amigavelmente, apesar de estar satisfeito com a companhia, e acenou para que o menino entrasse. Ele avançou, colocando o malão junto com os outros dois, e se sentou do lado de Nott sem dar um pio.

Se Nott era o exemplo de auto confiança e orgulho, o novo menino era aquele que se sentava nos fundos e observava calmamente, satisfeito em ser parte da multidão, o que contradizia as vestes de seda que ele usava. As tais vestes foram reconhecidas por Revan como as de um estilista famoso do mundo bruxo, e mesmo para um Black, o preço delas era um pouco salgado. Mesmo com tais vestes que levantariam o queixo de qualquer um, os longos, oblíquos olhos do menino estavam quase fechados, encarando o chão. 

“Estávamos falando sobre casas de Hogwarts” falou Revan sem dar importância. O silêncio naquela situação era ruim. O trem era o melhor lugar para formar aliados dentro de Hogwarts pois as casas ainda não haviam sido decididas e, independente de para onde se fosse, os aliados continuariam lá. Ou você teria o apoio de outra casa, ou sua posição dentro de sua própria casa seria reforçado pela presença de amigos que não te deixariam para trás. “A propósito, sou Revan Black, e aquele é Theodore Nott.”

“Blaise Zabini” sorriu o menino, se inclinando para apertar as mãos estendidas. “Estavam falando sobre o que das casas?”

Nott tomou a liberdade para responder: “Nossos palpites e famílias.”

“Vamos colocar assim” respondeu, a voz menos tensa do que antes. “Se eu não usar um uniforme verde a partir de amanhã, minha mãe vai me desertar.”

Os três compartilharam uma risada que serviu para quebrar o gelo da sala, porque aquilo era uma verdade para os três. Zabini parecia ficar mais confortável com os garotos conforme o tempo passava, e quando o carrinho de doces passou, ele já conversava animadamente com eles, falando sobre os hábitos estranhos de cada marido que sua mãe já teve, e Nott adicionou seus comentários sobre o destino de objetos negros que seu pai teve que se desfazer quando a caça por comensais da morte começou. Ele não parecia assustado pelo fato de que, se aquelas palavras saíssem do vagão, o pai poderia ser multado por simpatizar com as artes das trevas, talvez pelo fato de que os Zabini’s não queriam nada com a guerra e Revan representava uma casa que abertamente apoiava as trevas, mas que não podia ser presa por não ter comensais vivos na família. Pelo menos era o que eles pensavam...

Aquilo pareceu acordar algo na mente de Zabini, que encarou Revan com a testa franzida e, apesar de manter a face tranquila e relaxada, Revan se preparou para responder uma pergunta difícil. Slytherins não eram impressionados facilmente. “Falando em famílias, que tipo de Black você é?”

Revan piscou, não tão surpreso com a pergunta. Ele sabia que alguém perguntaria, depois de algum tempo. Sirius Black não tinha herdeiros (legítimos, pelo menos) e Regulus Black estava, bom, morto.

Nott, antes que a situação ficasse desconfortável para Revan, veio em seu socorro: “O pai de Revan está morto.”

“Isso abre o leque de possibilidades” apontou Zabini, e pulou para outro assunto, percebendo que não arrancaria uma resposta do colega tão facilmente. Eles ainda conversavam sobre a substituição de Millicent Bagnold como Ministra da Magia, criticando Fudge por seu tão óbvio apoio à luz, aumentando as sentenças de Azkaban e declarando cada vez mais comensais para o beijo, quando uma menina com cabelo castanho entrou sem bater.

Seus cabelos, os meninos decidiram depois, parecia ter sido eletrocutado. Ela já estava vestindo os robes de Hogwarts, mesmo faltando horas para chegarem. Quando ela abriu a boca para falar, a garota revelou dentes um tanto grandes. “Vocês viram um sapo? Neville perdeu um” seus olhos castanhos varreram o vagão a procura de um sapo, e mesmo quando não achou nenhum, esperou a resposta dos meninos.

“Não”

“Nope”

“Nenhum sapo aqui”

Ela cruzou os braços frustrada e varreu o vagão mais uma vez, dessa vez parando no livro esquecido no colo de Revan, O Mundo Obscuro das Runas; seus olhos se arregalaram, e ela começou a falar em uma velocidade impressionante que fez Revan questionar a capacidade da garota de respirar: “Eu deveria ter lido sobre runas? Em Hogwarts: Uma História diz que só estudamos runas no terceiro ano, e já que estamos no primeiro, achei melhor ler depois. Mas eu já li todos os livros do nosso ano, acho que isso vai ser o suficiente. Meu nome é Hermione Granger. Por que estão me olhando assim? Ah meu deus, vão me recusar em Hogwarts. Será que poderia me emprestar seu livro? Eu te devolvo antes de chegarmos, eu prometo. Por que você está lendo sobre runas?”

“Porque conhecimento é poder” respondeu friamente Revan, pousando os olhos no menino tímido que ficava atrás da menina mandona. Neville, ele supôs, e tentou se lembrar de onde aquele nome era familiar para ele. Talvez não para Revan, mas para Revan... O outro menino ficou vermelho ao se ver sendo o centro das atenções, e Revan acenou apenas para vê-lo ficar mais atrapalhado.

“O sapo não está aqui” interrompeu bruscamente Nott. “Se nos dá licença...”

Granger abriu a boca para argumentar, mas ao ver os rostos decididos dos três meninos, deu de ombros e saiu marchando. Com um olhar, Revan trancou a porta, sem que ninguém percebesse. Era melhor assim.

“Ufa” suspirou Nott. “Achei que ela nunca fosse sair.” Revan e Zabini concordaram com a cabeça, antes de retomarem a conversa que estavam anteriormente, xingando Fudge de todos os nomes que existiam, muitos deles que não deveriam sair da boca de meninos de onze anos.

Horas depois, Revan sentiu o trem parar. Já vestido com os robes de Hogwarts, os três saíram, no meio dos mil estudantes que chegavam com eles. Nervosismo, antecipação, satisfação, tudo o que Revan sentia e não demonstrava conforme ele se misturou na multidão, desejando não ser notado por um certo ruivo até depois da Seleção. Ele engoliu em seco; tudo o que ele havia combinado com ambos Voldemort e Regulus seria colocado em uso, agora ou depois, em Hogwarts.


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Notas finais do capítulo

Capítulo chato, mas se eu incluísse a seleção ficaria grande demais.
Quantos reviews nós temos? 183? Vamos alcançar os 115, pode ser? 120 eu sei que não dá :( Vamos recuperar os reviews perdidos!
Ok, janta. Aproveitem essa quarta feira. Deixem reviews. Vivam a vida :D
Cordialmente,
Ana Black.