Cinzas do Crepúsculo escrita por Lady Slytherin


Capítulo 9
O Ninho das Cobras


Notas iniciais do capítulo

Voltei :) Conseguimos, se não me engano, 26 reviews. 8 reviews a menos do que o capítulo seis, mas bom, não se pode querer tudo. Mas eu posso! Por quê, Ana? Porque, sweeties *imita River Song* hoje é meu niver :D Por isso estou esperando muitos presentes (e vocês sabem o que eu quero) hoje.

Capítulo 21 em progresso (50% terminado) então vamos ao capítulo oito.

PS: Vocês pediram um encontro com o irmão, aqui está, bem no comecinho.



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CAPÍTULO 9

SNAKE’S DEN

Apesar dos esforços de Revan, ele viu o irmão antes de chegar em Hogwarts. Nicholas Potter estava cercado de pessoas, tanto jornalistas quanto fãs que pediam seu autógrafo, eufóricos.  O herdeiro Black observou a cena com um olhar entediado na cara; nem ele, Voldemort ou Regulus sabiam o que havia acontecido naquela noite do 31 de Outubro, mas Revan havia lido alguns dos inúmeros livros dedicados ao Menino que Sobreviveu e, mesmo com as poucas lembranças que tinha do Halloween, sabia que não havia acontecido daquele jeito.

“E então...” contava Nicholas, começando a caminhar para um meio gigante que acenava as mãos do tamanho de tampas de lata de lixo para chamar os estudantes do primeiro ano. Revan, Nott e Zabini seguiram a multidão, ouvindo a história e segurando as risadas. “Ele apareceu. Eu estava sozinho e Ele queria me pegar, mas quando Ele foi me matar...” pausa dramática. “Meus olhos brilharam, minha magia criou um escudo em volta de mim e a maldição voltou para Ele. E assim Ele foi destruído para sempre.”

A multidão fez um “oh” coletivo. Revan revirou os olhos, deixando seus pensamentos vagarem. Ele sabia o que tinha acontecido aquela noite tão bem quanto Nicholas e não iria desperdiçar seu tempo com histórias ridículas retiradas de livros que só haviam sido publicados para aumentar a fama de Nicholas Potter. Não, obrigado, ele preferia ficar com seus pensamentos.

Aparentemente Dumbledore havia contratado um meio gigante. Ele era estúpido? O Lorde das Trevas havia compartilhado com Revan algumas de suas experiências com gigantes de modo que Revan sabia que eles tinham capacidade limitada de raciocínio e eram facilmente persuadidos, o que os impediam de ser dignos de confiança. Quem confiaria em alguém que, por deslize, poderia revelar seus mais obscuros segredos para um completo estranho?

“Mais alguém?” gritou o gigante, olhando a multidão. Quando ninguém se pronunciou ou correu para o meio da multidão, ele levantou a pesada mão direita e voltou a gritar: “Vamos!”

Aos escorregões e tropeços, eles seguiram Hagrid por um caminho de aparência íngreme e estreita. Estava tão escuro em volta que Revan achou que devia haver grandes árvores ali. Rapidamente ele analisou o local, e constatou que de fato, estavam ao lado de uma floresta. A Floresta Proibida, se ele se recordava corretamente do mapa que havia visto em Hogwarts: Uma História.

Eles viraram para a direita e novamente, houve um “oh” coletivo. Daquela vez até a voz de Revan se uniu ao ter a primeira visão de Hogwarts. Nenhuma imagem, descrição ou lembrança poderia ser tão perfeita quanto o castelo em si. Ele continuou a caminhar, os olhos fixos no castelo, quando tropeçou em algo, ou melhor, alguém.

“Hey” sorriu Nicholas Potter. Revan congelou. Seu irmão, depois de tantos anos... Ele parecia um pouco irritado, na opinião de Revan. “Se quer um autógrafo, é só pedir.” Rapidamente ele pegou uma pena e assinou seu nome em um pequeno pergaminho. Ainda com um sorriso eu-tenho-trinta-e-dois-dentes na cara, Nicholas Potter estendeu o pedaço de pergaminho para Revan. Por um instante, o sorriso desapareceu e foi substituído por um olhar de desdém. “Só não me atropele da próxima vez.”

Revan estava praticamente enviando adagas com o olhar para Nicholas, mas conseguiu emitir um pedido de desculpas aceitável antes de correr para alcançar Nott e Zabini. Eles estavam logo à frente, entrando em um barco. Já havia uma menina no barco em que entraram, mas havia claramente quatro lugares e Revan se apressou para pegar o último. Hagrid, que tinha um barco só para si, deu um grito e os barcos começaram a deslizar suavemente sobre a água escura como se não passasse de vidro. A atenção de Revan logo saiu das águas; o castelo ficava cada vez maior conforme se aproximavam de Hogwarts, as torres erguendo-se imponentes e centenas de janelas iluminando as rochas escuras.

“Abaixem as cabeças!” berrou Hagrid, quase deitando em seu barco para não bater a cabeça no teto. Os barquinhos atravessaram uma cortina de hera que ocultava uma larga abertura na face do penhasco. Foram impelidos por um túnel escuro, que parecia levá-los para debaixo do castelo, até uma espécie de cais subterrâneo, onde desembarcaram subindo em pedras e seixos. 

“Ei, você ai! É o seu sapo?” perguntou Hagrid, que verificava os barcos à medida que as pessoas desembarcavam.

“Trevo!” gritou Neville feliz, estendendo as mãos.

Então eles subiram por uma passagem aberta na rocha, acompanhando a lanterna de Hagrid e desembocaram finalmente em um gramado fofinho e úmido à sombra do castelo. Galgaram uma escada de pedra e se aglomeraram em torno da enorme porta de carvalho.

“Estão todos aqui? Você aí, ainda está com o seu sapo?”

Hagrid ergueu um punho gigantesco e bateu três vezes na porta do castelo, que logo foi aberta por uma bruxa alta de cabelos negros e vestes verde-esmeralda. O rosto envelhecido mostrava severidade e a descrição de Voldemort fora suficiente para Revan reconhecer a mulher que havia frequentado Hogwarts junto com Voldemort. Minerva McGonagall não era uma pessoa para se ter no caminho, sendo uma bruxa altamente qualificada em feitiços e principalmente transfiguração.

“Alunos do primeiro ano, professora” informou Hagrid, apontando para as quarenta crianças que tentavam obter uma rápida visão do castelo do qual Minerva havia acabado de sair. Ela agradeceu e para a alegria de todos, abriu a porta.

Revan sentiu o queixo cair pela primeira vez em muitos anos. O hall de entrada era imenso, e os quarenta alunos couberam facilmente com uma boa distância uns dos outros. As paredes de pedra estavam iluminadas com tochas, o teto era alto demais para se ver, e um a um os alunos subiram a imponente escada de mármore que levava aos andares superiores.

Revan deu seu melhor para memorizar tudo conforme acompanhavam Minerva pelo piso de lajotas de pedra. De uma porta à direita o herdeiro Black podia ouvir o murmúrio de centenas de vozes; aquele deveria ser o Grande Salão que Regulus falava com tantas saudades. Contrariando as expectativas, Minerva levou os alunos para uma sala vazia. Eles se agruparam lá dentro, um pouco mais apertados do que o normal, olhando, nervosos, para os lados.

“Bem vindos a Hogwarts” começou Minerva, sua voz ecoando pelas paredes. “O banquete de abertura do ano letivo começará daqui a pouco, mas antes de se sentarem, vocês serão selecionados para casas. A seleção é uma cerimônia muito importante porque, enquanto estiverem aqui sua casa será sua família em Hogwarts. Vocês terão aulas com o restante dos alunos de sua casa, dormirão no dormitório da casa e passarão o tempo livre na sala comunal.”

Revan resistiu à vontade de dar um olhar desafiador para a professora. Ele teria coisas melhores para fazer do que passar o tempo livre na sala comunal, como roubar uma pedra ou dar algum jeito de fazer a vida do irmão um inferno.

“As quatro casas se chamam Gryffindor, Hufflepuff, Ravenclaw e Slytherin. Cada casa tem uma história nobre e cada uma produziu bruxas e bruxos extraordinários. Enquanto estiverem em Hogwarts seus acertos renderão pontos para sua casa, enquanto os erros farão com que pontos sejam descontados. No fim do ano, a casa com o maior número de pontos receberá a Taça das Casas, uma grande honra. Espero que cada um de vocês seja motivo de orgulho para a casa a qual vier a pertencer. A Cerimônia de Seleção vai se realizar dentro de alguns minutos na presença de toda a escola. Sugiro que vocês se arrumem o melhor que puderem enquanto esperam.”

O olhar dela se demorou por um instante na capa de Neville, que estava afivelada debaixo da orelha esquerda, e no nariz sujo de um menino ruivo que estava ao lado de Nicholas Potter. Atrás de Revan, Nott riu silenciosamente dos dois junto com Malfoy. Revan apenas sorriu ao notar que o ruivo não tinha ideia que seu nariz estava sujo.

Minerva se retirou da sala, e apesar de seu pedido para aguardarem em silêncio, a sala explodiu em sussurros assim que a porta se fechou. O menino ruivo insistia para Nicholas Potter que a Seleção causaria algum tipo de dor, de acordo com um de seus irmãos mais velhos. Hermione, a bruxa com dentes grandes do trem, sussurrava todos os feitiços que sabia sob a respiração. Até mesmo Zabini parecia preocupado com a Seleção.

De repente, cerca de vinte fantasmas passaram pela parede dos fundos. Brancos-pérola e ligeiramente transparentes, eles deslizaram pela sala conversando entre si, mal vendo os alunos do primeiro ano. Pareciam estar discutindo. O que lembrava um fradinho gordo ia dizendo:

“Perdoar e esquecer eu digo, vamos dar a ele uma segunda chance...”

“Meu caro Frei, já não demos a Pirraça todas as chances que ele merecia? Ele mancha a nossa reputação e, você sabe, ele nem ao menos é um fantasma. Nossa, o que vocês todos estão fazendo aqui?”

Um fantasma, que usava uma gola de rufos engomados e meiões, de repente reparou nos alunos do primeiro ano. Ninguém respondeu. O Frei Gorducho se introduziu para todos depois de perceber que eram alunos novos, a conversa sobre Pirraça totalmente esquecida. Quando McGonagall voltou, encontrou o Frei Gorducho tagarelando animadamente ao lado de uma Hermione pálida, sem se dar conta de que estava assustando a menina ao falar sobre a vida após a morte sendo o fantasma de Hufflepuff.

Os quarenta alunos seguiram McGonagall em uma fila, tornando a atravessar o saguão e as portas duplas que levavam ao Salão Principal. No instante em que as portas se abriram, as vozes de centenas de alunos vieram para os ouvidos dos estudantes. Revan olhou para Nott, que estava atrás dele. Ele encarava com uma careta os jornalistas que tiravam fotos de Nicholas Potter, quem liderava a fila de estudantes.

Nem mesmo a fama do irmão iria derrubar o humor de Revan. A iluminação feita com milhares de velas, os pratos e taças douradas nas longas mesas onde os estudantes se sentavam. No extremo do salão havia uma mesa onde estavam sentados os professores restantes. Não foi difícil localizar Quirrell com seu turbante que escondia as deformações causadas quando Voldemort possuiu o corpo. Revan olhou para ele, deu um sorriso torto e dirigiu sua atenção para o teto escuro e salpicado de estrelas. A menina Granger falou orgulhosamente que o teto era enfeitiçado, de acordo com Hogwarts, Uma História.

Minerva silenciosamente colocou um banquinho de quatro pernas diante dos alunos do primeiro ano. Em cima do banquinho ela pôs um chapéu pontudo de bruxo. O chapéu era remendado esfiapado e sujíssimo; Revan viu o olhar preocupado de Malfoy ao pensamento de colocar aquele chapéu imundo em seus cabelos platinados.

De repente, ele abriu a cabeça e começou a cantar:

Ah, vocês podem me achar pouco atraente,
mas não me julguem pela aparência
Engulo a mim mesmo se puderem encontrar
Um chapéu mais inteligente do que o papai aqui.
Podem guardar seus chapéus-coco bem pretos,
suas cartolas altas de cetim brilhoso
porque eu sou o Chapéu Seletor de Hogwarts
E dou de dez a zero em qualquer outro chapéu.
Não há nada escondido em sua cabeça
que o Chapéu Seletor não consiga ver,
por isso é só me porem na cabeça que vou dizer
em que casa de Hogwarts deverão ficar.
Quem sabe sua morada é Gryffindor,
casa onde habitam os corações indômitos.
Ousadia e sangue frio e nobreza
destacam os alunos de Gryffindor dos demais;
quem sabe é em Hufflepuff que você vai morar,
onde seus moradores são justos e leais
pacientes, sinceros, sem medo da dor;
ou será a velha e sábia Ravenclaw,
a casa dos que tem a mente sempre alerta,
onde os homens de grande espírito e saber
sempre encontrarão companheiros seus iguais;
ou quem sabe Slytherin será a sua casa
e ali fará seus verdadeiros amigos,
homens de astúcia que usam quaisquer meios
para atingir os fins que antes colimaram.
Vamos, me experimentem! Não deverão temer!
Nem se atrapalhar! Estarão em boas mãos!
(Mesmo que os chapéus não tenham pés nem mãos)
porque sou o único, sou um Chapéu Pensador!

O salão explodiu em aplausos, e Revan se viu obrigado a aplaudir também, se sentindo preocupado com a parte de “Não há nada em sua cabeça que o Chapéu Seletor não consiga ver”.

A seleção começou, e tendo um sobrenome que começava com B, logo foi sua vez. Quando seu nome foi chamado, os estudantes de Slytherin franziram o cenho; não havia um Black sorteado em Hogwarts desde... 1972? Atrás dele, Malfoy deixou escapar um “O QUE?” suficiente para que os mais próximos ouvissem. Era claro que o menino estava irritado com o novo herdeiro dos Black.

Revan caminhou elegantemente até o chapéu e, antes que Minerva pudesse pegar o chapéu, Revan já havia o colocado na cabeça.

Belas memórias falsas, garoto. Quem as fez para você?

Revan enrijeceu antes de suspirar com alívio ao se lembrar que fora ele quem havia feito as lembranças, e se perguntou o quanto o Chapéu Seletor podia ver.

Apenas os seus pensamentos e emoções. Sede de poder, desejo de vingança, oh, você me lembra de um aluno que sorteei muitas décadas atrás.

Sério? Quem?

Um jovem chamado Tom Riddle.

Um enorme sorriso se estendeu na face de Revan. Ele estudou aqui?

Oh, sim. E assim como ele, não há melhor casa para você do que... SLYTHERIN!

Revan queria correr para a casa de seu tão admirado Tom Riddle, mas as palavras de Voldemort rodopiavam em sua cabeça e ele, como se era esperado, retirou o chapéu, o entregou para Minerva com um sorriso no rosto e foi para a casa que aplaudia educadamente para ele. Revan se sentou do lado de Gemma Farley que se apresentou como a prefeita do quinto ano. Eles não conversaram muito; a atenção de todos estava voltada para os alunos que ainda não haviam sido sorteados.

Bulstrode foi a primeira menina a ser sorteada para Slytherin. A menina cambaleou para os bancos, retirando sapos de chocolate do bolso e os enfiando inteiros na boca. Logo Crabble, um dos guarda costas de Malfoy, se uniu a eles, seguido por Tracey Davis, que quase não recebeu aplausos por não vir de uma casa puro sangue famosa. Goyle veio logo atrás.

Hermione Granger, a menina mandona que haviam encontrado no trem, virou uma leoa, depois de muito tempo no chapéu seletor. Que pena, pensou Revan sarcasticamente, agora ele seria obrigado a atormentá-la para seguir a tradição das casas... Daphne Greengrass, uma bela menina loira de olhos azuis, virou a próxima cobra e se sentou sozinha na ponta da mesa. Depois que Longbottom foi sorteado para Gryffindor, Malfoy foi para a mesa verde antes mesmo do chapéu encostar nos cabelos louros.

Revan só foi recebido por uma cara amiga quando Nott se sentou ao seu lado, e ambos apostaram as casas dos próximos a serem sorteados.

Finalmente, a hora mais esperada pelos jornalistas chegou.

“Potter, Nicholas!”

Os sussurros começaram. As pessoas apontavam para Nicholas, que ao contrário de Revan que detestava atenção, caminhava orgulhosamente sob os holofotes e flashes de máquinas fotográficas. O chapéu foi colocado em sua cabeça ruiva, cobrindo os olhos castanhos, e vários minutos se passaram antes que o Chapéu desse o veredicto final, apesar de parecer indeciso:

“GRYFFINDOR”

Depois daquilo, as coisas voaram. Weasley se uniu a Potter na mesa de Gryffindor, e finalmente Zabini acabou com a seleção ao ser sorteado para Slytherin e se sentar ao lado de Revan e Nott.

Dumbledore se levantara, sorrindo radiante para os estudantes com os braços bem abertos como se nada pudesse agradá-lo mais do que ver todos ali.

“Sejam bem vindos” disse, “Sejam bem vindos para mais um novo ano em Hogwarts. Antes de começarmos o banquete, eu gostaria de dizer algumas palavrinhas. Pateta! Chorão! Desbocado! Beliscão! Obrigado.”

O salão explodiu em palmas e vivas. Alguns alunos novos riam das “palavrinhas” do diretor, mas Revan sabia que eram palavras mágicas que avisavam os elfos que era hora de servir a comida. Como esperado, os pratos dourados foram enchidos imediatamente, e Revan, já sentindo fome desde a última vez que comera antes de saírem do trem, pegou uma salada e começou a comer.

A sobremesa desapareceu de repente e Dumbledore voltou a se levantar: “Só mais algumas palavrinhas agora que estamos todos satisfeitos. Tenho algumas coisas para avisar: Primeiranistas devem saber que a Floresta Proibida é, como o nome diz, proibida. Alguns alunos mais velhos deveriam se lembrar disso também”.

Os olhos brilhantes de Dumbledore viraram na direção da mesa de Gryffindor, de onde vieram risadas abafadas de dois ruivos.

“Sr. Filch me pediu para lembrá-los que magia não deve ser usada entre as aulas e nos corredores. As seletivas de Quadribol acontecerão na segunda semana do ano letivo. Qualquer pessoa interessada a jogar no time da Casa deve contatar Madame Hooch. E finalmente, eu devo dizer que esse ano, o terceiro andar do lado direito está fora dos limites para todos que não desejam uma morte lenta e dolorosa.”

Algumas risadas soaram da mesa de Gryffindor, mas Revan estava ocupado reclamando mentalmente da estupidez de Dumbledore. Aquilo despertaria a curiosidade dos estudantes e não demoraria mais de uma semana para um tolo invadir a área proibida apenas para se provar valente para seus colegas. Porém o que causaria uma morte lenta e dolorosa? Algum tipo de guardião. O que significava que algo estava sendo guardado. Como a pedra filosofal. De repente, todos os sentidos de Revan foram direcionados para Quirrell. Seus olhares se encontraram e ambos deixaram um sorriso malicioso preencher seus rostos. Na primeira noite em Hogwarts, eles já sabiam onde se encontrava a pedra.

“Antes de irmos, vamos cantar o hino da escola!” Revan notou que o sorriso dos professores parecia ter sido congelado em seus rostos. “Escolham sua música favorita, e vamos começar!”

Hogwarts, Hogwarts, oh querida Hogwarts

Vem nos ensinar,

Quer sejamos velhos calvos

Quer moços de pernas raladas,

Temos as cabeças precisadas

De ideias interessantes

Pois estão ocas e cheias de ar

Moscas mortas e fios de cotão

Nos ensine o que vale a pena

Faça lembrar o que já esquecemos

Faça o melhor, faremos o resto

Estudaremos até o cérebro se desmanchar.


 

Todos pareceram aliviados quando a música acabou. Dumbledore enxugou os olhos, falando da maravilha da música, e dispensou todos. Os alunos de Slytherin seguiram Farley para fora do Salão Principal; caminharam em fila indiana até as masmorras, os alunos mais velhos tomando a liderança. Eles pararam na frente de um quadro de um homem com longos cabelos e barbas brancas. Ao ponto que Dumbledore esbanjava amor fraternal e poder, esse homem deixava claro apenas através dos olhos azuis ordem e justiça.

“Essa é a entrada para o Salão Comunal: Conheçam Merlin, o bruxo mais poderoso do mundo que estudou, adivinhem, em Slytherin. Ele só aparece quando quer, então na maioria dos dias vocês verão apenas uma parede de pedras” Falou Farley, dando um sorrisinho ao ver todos os alunos do primeiro ano se aproximarem para obter um olhar melhor do bruxo, que balançou a mão esquerda para todos. “A senha fica cada vez mais difícil conforme as quinzenas se passam. Por enquanto, a senha é Poção do Morto Vivo.”

Nada mudou, exceto pelo fato de Merlin bater o bastão que segurava duas vezes contra o chão, mas os alunos mais velhos correram tranquilamente contra a parede e, para a surpresa dos primeiranistas, desapareceram ao invés de se chocarem contra a parede. Aqueles que haviam vindo pela Plataforma 9 ¾ comentaram empolgados que era a mesma magia, e também foram contra a parede.

Do outro lado, a iluminação era verde. Revan olhou para a origem das luzes; aparentemente eles estavam debaixo do lago negro. As paredes de mármore eram ocupadas por crânios e quadros, quatro ou cinco lareiras estalavam com fogo, adivinhem, verde, fazendo alguns dos alunos mais velhos se dirigirem até lá e colocarem as faces no fogo, avisando os pais que já estavam indo se deitar. Tapetes contrastavam com as pedras negras e frias do chão, e sofás de couro negro os cercavam. Em um deles, se sentava Severus Snape, observando os alunos mais novos tremerem com o ar frio da sala.

“Sentem-se” falou, e todos se sentaram nas poltronas mais próximas não querendo desrespeitar o professor. Daphne Greengrass, se Revan se lembrava bem, sentou-se ao seu lado e deu um sorriso tímido para ele. “Vocês tiveram a honra de ser sorteados para a casa mais nobre de Hogwarts. Aqui seguimos algumas regras para nos mantermos vivos.”

“Nossa casa, por ter abrigado bruxos das trevas, sofre preconceito e alunos mais novos podem ser vítimas de pegadinhas de certas casas. Andem em grupos, e lembrem-se que sua casa é a sua família, e como uma família, ficamos juntos até nas piores situações. Um companheiro Slytherin não abandona um companheiro Slytherin, do mesmo jeito que não demonstra seu rancor contra ele. Se quiserem esganar, matar, você diz, um outro companheiro Slytherin, sinta-se livre para fazê-lo, mas por Merlin, faça-o dentro dessas paredes.”

“Amizades fora da Casa são recomendadas, mas tomem cuidado. Nunca tragam alguém de outra casa na Sala Comunal. É o único espaço nosso, onde estamos protegidos de qualquer barbaridade que aconteça com outros estudantes. A senha, caso seja anotada em algum lugar ou dita para um desconhecido, mudará na mesma noite, e o responsável será encontrado, voluntariamente ou não. Recomendo a quem esteja disposto a abrir as portas da Casa honestidade, ou sofrerá consequências.”

“Como diretor da casa de Slytherin, exijo nada menos do que Excelente em todas as redações e trabalhos de Poções e Aceitável em outras matérias. Em hipótese nenhuma alguém deverá tirar nota inferior a essa. Aviso para lerem seus livros de poção antes das aulas começarem, pois sempre inicio o ano perguntando para alunos coisas que só aprenderão durante o ano. Uma dica já foi dada, espero que você seja esperto o suficiente para encontrá-la. Seja bem vindo a Slytherin, e espero que honre sua casa na mesma medida que ela já honra quem você é.”

Ele se levantou e saiu, suas vestes negras balançando fantasmagoricamente atrás dele; ninguém fez um som até que a porta se fechou. Os estudantes mais novos foram apresentados a seus dormitórios, onde o malão já estava do lado de uma determinada cama. Revan se sentou na sua, e enquanto trocavam as roupas pelo pijama, foram se apresentando.

Malfoy se recusava a falar com ele. Mesmo depois que ele disse que era um prazer conhecê-lo, não houve réplica. Revan deu de ombros para isso; quando a hora chegasse, os Malfoy seriam obrigados a se unir a ele.

Ao se virar para dormir naquela noite, seus sonhos foram perturbados com brigas contra Nicholas Potter das quais ele nunca ganhava. Revan cerrou os dentes; aquilo não poderia acontecer.

_

Ao mesmo tempo, Nicholas Potter estava acordado sozinho na sala comunal. Tinha sido difícil se livrar de todos os seus fãs, que insistiam em tirar fotos ou conseguir autógrafos. Ron Weasley, um menino com quem Nicholas havia sido forçado a fazer amizade quando era menor, já roncava em alto som no dormitório. Neville tinha sido mais fácil; apesar de ser amigável com Nicholas, não colava nele como Ron, Seamus e Dino faziam. Ele movimentou a varinha, murmurou Tempus e viu que seu pai estava atrasado para a conferência de flu.

Frustrado, ele se sentou na frente da lareira e esperou, brincando com a varinha de vez em quando. Não bastava ter conhecimento de alunos mais velhos, ele precisava ser o melhor em tudo que fazia. Ele havia tido tutores particulares desde os cinco anos de idade, e desde então não parava para descansar. Como se não fosse suficiente, além de manter uma amizade com Ron Weasley, tinha que aturar sua irmã que conseguia ser mais irritante do que ele, dando gritinhos toda vez que lhe era dirigida a palavra e pedindo para se casar com ele pelo menos uma vez por dia. Nicholas não entendia por que tinha que fazer amizade com alguém como Ron; desde os três anos de idade o menino o visitava quase que diariamente.

A lareira estalou, atraindo a atenção se Nicholas. Ele olhou para o fogo, que se transformou até exibir o rosto de James Potter. Não era fácil ver expressões pelo flu, mas James parecia irritado. Ainda assim ele sorriu para o filho.

“Pai” sussurrou Nicholas, se aproximando mais até que seus cabelos vermelhos quase encostavam no fogo. “O que é tão importante?”

“O moleque Black” retrucou James. “Sirius checou com as amantes dele, nenhuma delas tem herdeiros. Ele não tem filho nenhum, Nick. Revan Black não existe.”

Agora era Nicholas quem parecia irritado. “E daí? O que isso tem a ver comigo?”

“Ele está em Hogwarts. Você está em Hogwarts. Descubra mais sobre o moleque.”

“MAS ELE É UM SLYTHERIN!” berrou Nicholas se levantando e batendo o pé. Ele respirou fundo, se recompondo, e voltou a sussurrar: “Eu não vou fazer amizade com alguém daquela casa.”

James não parecia disposto a desistir de Black tão facilmente. Até mesmo pelo fogo foi possível ver sua face se contorcer de raiva. Quando falou, sua voz mal saía, mas congelou os ossos de Nicholas. “Isso não é uma sugestão. É melhor ser gentil com ele. Fará bem para a sua imagem, então vá dormir e não me decepcione!”

Ele já não estava mais lá quando Nicholas foi reclamar. Dando um longo suspiro, ele apagou o fogo e caminhou até o dormitório. Os roncos de Ron o impediram de dormir, e muitas horas depois, ele ainda pensava em como fazer a abordagem com Black. Havia alguma coisa errada com ele, e Nicholas iria descobrir o quê.


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Notas finais do capítulo

Amei o final :D Obrigada pelas novas recomendações! Em sete capítulos já conseguimos dez! Eu fico imaginando quantas teremos quando eu terminar a fic (não se preocupem, ainda temos um longo caminho pela frente).

E antes que eu me esqueça, o nome Revan foi encontrado na internet, e tem como significado força renovada... e vingança. Cai bem, né?

Ok, sweeties... Acho que por hoje é só. Estou esperando meus reviews de aniversário ansiosamente! Beijos, até semana que vem.

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