Prostituta Do Governo escrita por Leticia, Lari Rezende


Capítulo 31
Curtindo uns dias em Florianópolis


Notas iniciais do capítulo

Com esse capítulo, eu postei 2 dias atrasados. Falta mais dois e os de hoje.
Eu só vou postar beeeeeeeem mais tarde porque quero deixar vocês curiosos. Se eu tirar todo o atraso agora perde a emoção e a agonia de esperar o próximo e eu não ganho reviews u.u
Boa leitura :3



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Quando abri os olhos me deparei com uma mulher sentada em um pequeno sofá próxima a minha cama lendo um jornal amassado.
Era Lia.
Minha cabeça doía um pouco e o sonho ainda estava presente em meus pensamentos.
–Lia? – perguntei – o que está fazendo aqui?
Ela largou o jornal com um sorriso nos lábios.
–Jessica – disse ela feliz – que bom que você acordou.
Sentei na cama para olhar melhor Lia.
–Falei com Pedro – disse ela – fiquei sabendo que você entrou em coma alcoólico.
Uma pequena pausa se formou em nosso dialogo.
Respirei fundo.
–Ele também me falou – continuou Lia – que você pretende voltar para casa.
Engoli a saliva que se formava em minha boca toda de uma só vez.
–É verdade – respondi – eu pretendo ligar para meu pai assim que eu sair daqui.
Lia me olhou seriamente.
–Quando nos encontramos pela primeira vez – disse ela – eu disse para você não fazer nada que lhe trouxesse arrependimentos. Eu avisei que seria uma vida um tanto difícil e você concordou em vir assim mesmo.
Eu escutava calada.
–Você se arrepende de algo Jessica? – perguntou ela.
Olhei para baixo.
–Não sei – respondi – eu aprendi muitas coisas aqui Lia, mas não pretendo viver nessa vida usando drogas e vivendo um amor num beco sem saída com Pedro para sempre.
Lia me olhou confusa.
–Como assim amor num beco sem saída?
–Eu gosto muito do Pedro – respondi – mas nos estamos num beco sem saída. Não vamos progredir e nem regredir. Vamos apenas ficar ali no beco fumando o nosso amor complicado.
Notei que Lia estava com roupas normais. Calças jeans, tênis e uma camiseta rosa comportada. Sem maquiagem exagerada e os cabelos preso num coque formal.

A enfermeira sorridente de voz doce entrou no quarto interrompendo nossa conversa.
–Trago boas noticias para você Jessica – disse ela vindo em minha direção com uma planilha na mão – você vai ganhar alta logo, logo.
Senti um estranho calafrio e tentei desviar os pensamentos assim que o sonho estranho tentou inundar minha cabeça.
Sorri desajeitada para a enfermeira.
–Sabe para onde vai? – perguntou Lia.
–Tenho que pegar minhas coisas na casa do Pedro – respondi – depois disso eu não tenho ideia do que fazer.
Lia esperou a enfermeira sair do quarto e falou.
–Eu tenho um pouco de dinheiro guardado – disse ela – eu to juntando para visitar meu filho em Porto Alegre, mas eu posso te emprestar um pouco até você se estabilizar em outro lugar. Eu conheço um lugar aqui perto onde alugam quitinetes por um preço bem baixo.
Sorri sem vontade.
–Não é justo Lia – disse eu – você não tem que gastar seu dinheiro comigo.
Ela balançou a cabeça, levantou e me fez um carinho em meus cabelos.
–Nós somos amigas Jessica – disse ela - você pode contar sempre com a minha ajuda.
Ela sorriu e me deu um beijinho na testa.
–Tenho que ir agora – disse Lia – só passei pra te dar uma olhada, assim que sair da casa do Pedro me avisa que nos encontramos um apartamento para você morar.
Sorri.
–Obrigada.
Lia tirou da bolsa um pedaço de papel e riscou algo nele com uma caneta esferográfica vermelha.
–Aqui esta meu numero de telefone – disse ela me entregando o papel – me liga assim que sair daqui ok?
–Ok.
Lia atravessou a porta e eu voltei a ficar sozinha.
Mergulhei em pensamentos.

Voltar para a casa de meu pai era uma coisa que me assustava muito. Eu não sabia como ele reagiria ao me ver, afinal eu não estava lá para ver a reação dele ao ler a carta que eu deixei em cima da mesa da cozinha. Eu havia largado tudo simplesmente por nada.
Olhei-me naquele estado em cima daquela cama e senti raiva de mim mesma. Eu não queria ter dito para Lia naquele momento, mas sim eu me arrependia muito de ter saído de casa, feito as malas, pego um ônibus e me jogado na vida de prostituta. Pedro me sustentou depois de eu ter sido expulsa da casa de prostituição, eu não estava fazendo programa, mas mesmo assim eu me sentia uma prostituta.
Fechei os olhos e chorei.
A porta se abriu e a enfermeira entrou no quarto novamente.
–Esta tudo bem? – perguntou ela ao me ver chorando – precisa de alguma coisa?
Olhei para ela com meus olhos encharcados.
–Preciso fazer uma ligação – respondi.
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***
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Eu estava numa cadeira de rodas, eu achava aquilo completamente desnecessário, mas a enfermeira sorridente achou que eu não estava forte o suficiente para sair andando pelos corredores do hospital. Fui empurrada por ela até um telefone embutido na parede da recepção do hospital. O telefone era parecido com aqueles de orelhão que encontramos pelas ruas.
A recepção era ampla e bem iluminada, poucas pessoas circulavam por ali o que me aliviou um pouco.

Quando chegamos até o telefone a enfermeira me deixou sozinha. Levantei de vagar para alcançar os dígitos e apertei os números correspondentes aos números do telefone fixo da casa de meu pai.
Eu estava nervosa.
Minhas mãos tremiam de uma maneira surreal e meu coração estava tão ligeiro quanto um motor de um carro de fórmula um.
Um toque de espera.
Dois toques de espera.
Três toques de espera.

Quando de repente uma voz falou ao meu ouvido.

Olá, você ligou para a família Batista. Estamos passando alguns dias nas praias de Florianópolis, deixe o seu recado após o sinal que retornaremos assim que possível.

Um sinal agudo parecido com um apito tomou o lugar da fala de Sabrina, minha madrasta. Coloquei o telefone no gancho e me sentei na cadeira de rodas.
Eles estavam bem – pensei – curtindo uns dias em Florianópolis.


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Notas finais do capítulo

E então? O que estão achando? Ta boa? Uma droga? Pode falar, é só ser educado(a) que eu não ligo u.u