A musica enchia o recinto de ponta a ponta, o som do saxofone acompanhado do piano deixavam alguns peritos de boca aberta, enquanto eram servidos com aquela divina especiaria francesa. Sai estava em um lugar mais a longe da multidão, sentado numas das mesas perto a janela, acompanhado de Sakura.

- Chega de prantos, está bem?

- Mas Sai... – ela voltara a chorar no peito do amigo.

Ele a rodeara gentilmente, afogando o rosto dela em seu peito, aconchegando-a para que ela se sentisse mais protegida em seu estado.

- Acalme-se, ok? Por favor, não chore por ele, isso piora tudo!

Ela fechou as mãos no traje negro que o moreno vestia, balançando a cabeça positivamente.

- Sakura-chan, eu não te trouxe para cá para que você fique chorando certo?

Ela levantou o rosto receosa, mostrando a maquiagem borrada.

- Vamos sair daqui, vamos para... não sei, algum lugar para sugerir!?

O rosto dela se preencheu num sorriso radiante, e rapidamente o casal se retirou do lugar.

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Já havia se passado da meia noite e meia e Sakura ainda não havia chegado em casa. O Uchiha andava de um lado a outro, as mãos no bolso da calça de pijama surrada, como um pai carrancudo esperando a filha retornar após uma saída com as amigas.

Ele sentou-se no sofá conferindo no relógio de pulso os segundos que havia passado. Deitou-se no sofá massageando as têmporas, fechando os olhos tentando espantar a preocupação.

O barulho da porta veio lento e silencioso. Ele pulou do sofá correndo para o hall perto da porta dando de encontro com Sakura.

- Uê, ainda acordado? – ela perguntou brincalhona retirando os sapatos.

- Como assim acordado!? Como você se atreve a chegar em casa essa hora da madrugada!? Você pensa que é uma adolescente na puberdade!?

Ela sorriu radiante a ele, dando um pequeno tapa no ombro dele.

- Sasuke, eu ainda tenho dezessete anos, ok? E quando você saía eu não reclamava nem um pouquinho, certo!?

Ele abriu a boca para reclamar, mas ela estava completamente certa.

- Você está grávida...

- Mas não estou morta, agora... irei subir e tomar um longo banho, cair na cama e... não me incomode pelo amor de Deus, ok?

Ela subira as escadas saltitante, rezando para que ele não fosse atrás dela, pois ela odiava encenar na frente dele.

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O dia amanheceu mais rápido do que ela esperava, e acompanhado deste um enorme enjôo matinal. Sakura percebeu que Sasuke não estava mais no quarto quando cambaleou para fora do banheiro completamente tonta.

Desceu as escadas depois de trocada e encontrou Mikoto retirando o um prato sujo de comida da mesa.

A mulher cantarolava sorridente, e esse sorriso se irradiou mais quando viu Sakura.

- Bom dia minha querida! – ela dizia ponto comida num prato para Sakura. – Coma direitinho, ok!?

Sakura sentou-se e aceitou o prato da sogra, enfurnando a comida na boca o, mas rápido possível. Mesmo faminta, ela teve de deixar a casa para não se atrasar.

O dia na escola correu cansativo, o sono perdido veio lhe atormentar durante a aula de matemática e biologia. O intervalo veio como salvação para si.

- Sakura-chan...

A voz de Sai ecoou em sua cabeça fazendo-a despertar de sua sonolência, e acompanhar o moreno até o terraço da escola.

- Então, quer sair novamente!? – ele perguntou entregando seu obento extra a ela.

- Não sei, Sasuke parece que está irritado comigo. Acredita que hoje ele saiu mais cedo!?

Sai deitou-se no terraço, esticando-se. Um sorriso vitorioso invadiu seus lábios.

- Isso é ótimo...

- Como assim ótimo? – perguntou Sakura terminando de engolir um gyoza completamente molhado de shoyu. – Isso é um desastre, isso sim! Como se pode construir uma relação onde o pai do meu filho tem raiva de mim!?

Ela fechou a cara sem entender os pensamentos de Sai, muito menos os de Sasuke. Afinal, quem entendia a cabeça dos homens?

- Isso é bom Sakura-chan, a irritação é o meio que ele tem de demonstrar, involuntariamente, que gosta de você!

Suas sobrancelhas se juntaram de tal maneira drástica, que a quem visse de longe, poderia jurar que era somente uma. Ela balançou o rosto negativamente, afastando pensamentos fúteis na tentativa de deduzir o que Sai queria dizer com aquilo. Voltou-se ao seu almoço, aquele era mais produtivo.

- Você não está entendendo nada, não é!?

Sakura meneou a cabeça com os rashis na boca.

- Certo, você entenderá mais para frente. Agora temos de ir para a próxima fase do plano!

- Qual próxima fase!?

Ela deitou a marmita em um canto, terminando o lanche. Se apoiando nos cotovelos para melhor poder ver Sai.

- Ele tem que nos ver... Mais íntimos!

As bochechas dela se tingiram de vermelho instantaneamente. Ele gargalhou alto e ela deu um tapa na cabeça dele para que ele parasse.

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- Como assim mais íntimos!?

A boca dela estava contorcida em um bico de insatisfação. Aquele plano estava indo longe demais.

- Somente o ponto de ele nos ver e sentir vontade de me socar... Ou vir me socar!

- Sai... – disse ela chorosa.

- Vamos, ele está vindo...

Ambos estavam na saída da escola, no após o termino do horário escolar, apenas esperando Sasuke sair. O Uchiha veio acompanhado da Yamanaka, que quase pulava em cima do garoto para que ele cedesse atenção a ela.

Ele parara estático quando identificara, Sakura ao longe, de mãos dadas com aquele maldito "amigo" aproveitador que ela havia encontrado.

Sasuke mordeu o lábio inferior, tentando controlar a raiva. Ele respirou profundamente tentando controlar o sangue que pulsava feito louco por suas veias. Afinal, ele estavam saindo, não? Ela não pertencia a ele, certo? Eles estavam apenas de mãos dadas, o que havia de mal nisso!?

Ele analisou minuciosamente o belo sorriso que ela abrira para o garoto. Seu coração deu um solavanco e ele fechou os olhos, pois a raiva parecia ter aumentado.

- Estranho, não!?

A voz de Ino cortou sua linha de raciocínio, ele deu atenção a loira que estava de braços cruzados, ao lado dele, observando a mesma cena que ele.

- Diz que mora com você e age desse modo, é mesmo uma vagabunda...

- Cala a boca, me deixa! – ele disse áspero. – Quem você pensa que é pra chamar ela de vagabunda, se olha no espelho garota!

Ele saíra do lugar a passos largos e pesados em direção ao casal.

Sakura deu uma pequena olhadela, receosa, ela continuou a encenação mal-feita junto com Sai.

- Se acalma, ele já está vindo. Provavelmente irei apanhar agora!

- É melhor você sair correndo, não!? – ela começou a gargalhar apoiando uma mão no ombro do amigo.

- Acho que não, por você vale a pena apanhar...

Ela parou, olhou para ele confusa. O que diabos ele estava dizendo.

- Sai, você não está levando nada a...

Sakura engolira em seco, sua vista começara a ficar turva e sua cabeça a rodar. Ela agarrara a barriga com uma das mãos, apoiando-se no garoto.

- Você está bem!? Quer vomitar, algo assim!?

- Não... – ela dissera fracamente.

Seus olhos se fecharam e o corpo dela começou a tombar, inertemente. Sai a agarrou antes que ela tombasse no chão, pegando-a em colos. Para seu desgosto, Sasuke havia chegado bem em hora.

- O que aconteceu!? O que você fez com ela...

A voz dele começara a se elevar e a se alterar. Sasuke veio com menção de pegar Sakura, mas Sai o afastou.

- Não venha discutir agora, vamos para o hospital.O mais rápido possível!

Sasuke rodou os olhos nas órbitas, irritado. Mas acabou por acompanhar Sai.

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Ela dormia calmamente, enquanto o médico entrava no quarto. Sai e Sasuke estavam postados cada qual a um lado da cama dela.

- Ela está bem... – disse o médico de cabeça baixa, observando os exames que tinha em mãos. – Ela só teve um pequeno desmaio, quando acordar já pode ir para casa...

Sasuke suspirou aliviado, ele não suportaria se algo acontecesse a ela, se algo acontecesse ao filho de ambos.

- E o bebê!?

Ela virou-se irritado, Sai estava totalmente focado ao médico, aparentemente aflito.

- O bebê está bem, não aconteceu nada com ele!

O medico sorriu para Sai e deixou os dois no quarto.

Sasuke ainda estava irritado. Quem aquele branquelo mal-arrumado pensava que era? Ficar perguntando sobre o filho dos outros? E quem mandara Sakura contar alguma coisa para ele? Quando ela acordasse, ele teria uma longa conversa com ela.

- Não brigue com ela! – ele disse sério. Sasuke abriu a boca para reclamar, mas ele continuou. – Ela só estava procurando alguém com quem desabafar, é muita pressão para ela. Você deveria estar ao lado dela!

Ele cerrou o cenho raivoso. Quem aquele "Zinho" pensava que era?

- Fica quieto, você não tem que falar nada! Isso é um problema meu e dela!

- Ótimo, então não faça esse problema ficar maior a ponto de eu ter de intervir!

Sasuke estreitou os punhos, ele estava absorvendo pouca coisa do que Sai estava falando, mas sabia que o que ele falava estava irritando.

Sakura soltou um gemido na cama, o que fez com que os garotos parassem rapidamente.

Ela abriu os olhos lentamente, ainda estava um pouco tonta e com muita fome. A primeira pessoa que ela reconheceu no quarto foi Sai.

- Sai... – ela o chamou.

Sua atenção voltou-se rapidamente para o Uchiha. Ela finalmente havia encontrado os donos das vozes estridentes.

- Sasuke... vocês estavam brigando?

A voz dela estava pesada de tanta sonolência.

- Não, Sakura-chan, estávamos apenas conversando!

Sai deu uma pequena olhadela em Sasuke, abaixou a cabeça lentamente para que o Uchiha prestasse atenção nele. Sai falaria alguma coisa ao Uchiha, mas a porta foi aberta de supetão.

- SAKURAAAA-CHAAAAAAAAAN!

Era Mikoto, a mulher estava totalmente descabelada com uma estátua de Buda debaixo do braço.

- Você não está morta, você está VIVAAAAAAAAAAA!!

A morena correu até Sakura e a abraçou, começando a chorar em seguida.

- Ne, estou bem Mikoto-san...

- E a minha netinha!? – a mulher erguera o rosto mostrando os enormes olhos negros completamente vermelhos.

- Está bem, Mikoto-san! Nosso bebê está bem...

- Argh! Mas esse filho que eu tenho não presta para nada mesmo! – ela se levantara, se recompondo. – Filho desnaturado!

Sasuke cruzou os braços inconformado com o sermão que teria de ouvir.

- Sai-san, você quer vir jantar no próximo sábado em casa!?

- NANII!? – Sasuke havia se alterado.

- Seria ótimo Mikoto-san, só que eu cozinho! – o moreno deu um enorme sorriso a Uchiha.

Sasuke ainda estava pasmado com a repentina decisão da Mãe.

- Está vendo, você deveria ser como Sai-san...

Ele não dera a mínima para o Mikoto falava, pois uma enorme sensação de aconchego invadiu seu corpo, quando Sakura sorriu pra ele.