Projeto Nêmesis escrita por Lori Holanda


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Resolvi postar o capítulo hoje, já que pretendo ficar um tempo sem entrar. Enfim, espero que gostem!



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Entraram todos juntos. Por dentro o lugar não parecia tão escuro. Onde deveria estar o teto, o céu nublado estava à mostra. Parecia que um avião havia decolado dali, mas isso não era possível. Embaixo, todas as prateleiras permaneciam intactas. Em alguns corredores rastros de sangue levavam ao fundo do lugar. Nas prateleiras era possível ver a falta de alimentos de fácil consumo. Será que mais alguém estava tentando sobreviver naquela cidade destruída? Todos se perguntavam. Poderia ser verdade, já que havia pessoas que simplesmente não se infectavam pelo vírus.

- Então, todos se lembram do plano, certo? – Perguntou Nancy, nervosa.

- Que plano? – Brincou Frank.

- Não tem graça! Vamos logo, este lugar me dá arrepios.

Rapidamente todos começaram a se separar, Bandit grudada nas pernas de Nancy. Cada um tinha um objetivo e era isso o que eles procuravam. Lucy e Loretta correram a procura de água e se esbarraram nas geladeiras desligadas.

- Será que os monstros precisam de água? – Disse Lucy, reparando que haviam sobrado poucas garrafas nos refrigeradores.

- Acho que não, quero dizer, tem água no sangue não é? Vai ver é por isso que eles precisam tanto de sangue. Se ficar muito tempo sem eles desidratam. Será que eles morrem se ficar sem sangue?

- Não sei e não quero descobrir.

No corredor ao lado, Frank e Pandora tentavam encontrar a comida que sobrou naquele mercado.

- Não é estranho? – Perguntou ele.

- O que é estranho?

- Nós somos tipo super heróis. Tá, nem tanto, mas nós temos poderes e isso simplesmente não faz a menor diferença.

- Eu sei o que você quer dizer. Eu preferiria que a gente não tivesse isso. Acredite em mim, isso só vai nos ajudar a criar mais confusão.

- Eu acredito.

E foi quando a confusão começou. O primeiro sanguessuga surgiu do nada e pousou entre Pandora e Frank. Estava armado apenas com uma faca enferrujada e uma expressão feroz no rosto. Era pálido, quase amarelo. Tinha a pupila dilatada de modo que o branco do seu olho estava preto. A boca estava completamente suja de sangue. Parecia mulher mas tinha mais músculos que um lutador de boxe. Parecia não dormir á semanas, talvez não precisasse disso. Mexia o nariz de um jeito estranho, como se estivesse farejando. Respirou fundo e sorriu. Seus dentes já não eram mais brancos, pedaços de sangue coagulado apodreciam em suas presas, mais afiadas que facas.

- Êba, almoço! – Disse, com a voz estridente.

Frank rapidamente atirou para cima, o “alerta de monstros” combinado anteriormente. A sanguessuga assustou-se e virou-se para Frank, que tentava mirar, mas estava com muito medo de acertar Pandora. O monstro abriu a boca pronto para morder e avançou. Pandora sacou a arma e uma bala atravessou a cabeça da criatura como se fosse de papel. Se Frank não tivesse abaixado provavelmente o acertaria. A criatura caiu no chão, morta.

- Você esta bem? Perguntou ela.

- Sim. Ahn, obrigado.

- Vamos sair daqui, os outros devem estar com problemas.

E estavam. Loretta e Lucy enfrentavam um brutamonte de dois metros de altura. Não estava armado, mas nem precisava, parecia ser feito de pedra. Lucy o havia atacado cortando seus braços e ele a jogou no chão, inconsciente. De seus cortes não saia sangue, eram apenas aberturas. Lá dentro o que deveria ser seu sangue parecia gelatina de morango. Com Lucy desmaiada no chão, Loretta arrancou o facão do cinto e avançou em direção ao gigante.

- Vem cá seu monte de bosta! Eu vou fazer picadinho de você!

- Ah que medo desse canivetezinho. Hahaha! – Riu o monstro.

Ele tentou atacá-la com um soco mas ela abaixou e cortou seu tornozelo. Ele cambaleou. Ao levantar tentou agarrar a cintura da menina mas ela foi mais rápida e desviou, indo para trás dele. Era incrível como ela se movia, rápida e suave, confundindo o monstro que já não era muito inteligente. Ele se virou, ainda confuso e ela deu o golpe final. Saltou e com um golpe forte cortou sua cabeça. O rosto, ainda com as presas a mostra, caiu no chão.

Três corredores à direita, Ariana, Billie e Max enfrentavam cinco.

- Então, parece que é cinco contra três. Tem certeza de que querem lutar? Se vocês desistirem agora prometemos mortes sem sofrimento, não vão sentir nada. – Dizia o maior deles, parecia ser o líder.

- Vocês têm certeza de que vão dividir o almoço? Vocês não são tipo, sozinhos e egoístas? – Disse Billie, distraindo-os até formar um plano em sua cabeça.

- Ah, mas com tão pouco alimento disponível, nós temos que nos contentar com pouco.

E todos avançaram. Ariana sacou um canivete suíço e um dos sanguessugas riu.

- Você tem certeza de que vai usar isso? Parece uma lixa de unha. Eu acho que...

Porem ele não terminou a frase, a expressão de suposta vitoria sumiu de seu rosto quando ele caiu no chão, com um um corte enorme no meio da testa.

- Nunca subestime o poder de uma garota com uma arma letal. – Disse ela, orgulhosa.

Ariana virou-se para ajudar aos outros mas apenas Max ainda estava com problemas. Billie já havia acabado com dois, mas estava com um olho roxo. Outros dois tentavam atacar Max, que já estava com um corte na perna e mancava empunhando uma faca. Ariana atacou uma menina. Parecia ter a mesma idade dela. Tinha um canivete em mãos e avançava cortando o ar. Estava a dez centímetros de morder Max quando levou um tiro no pé. Gritou de dor e virou-se para Ariana. A expressão em seu rosto passava dor e tristeza, por um segundo Ariana sentiu pena. E foi nesse segundo que a menina avançou para ela, arma em mão. Ariana pulou para o lado e atirou na cabeça da menina quando ela passou ao seu lado. A menina caiu morta no chão como quem tropeça em uma pedra. Max e Billie tinham conseguido acabar com o maior de todos porem saíram bem machucados, com socos e cortes por todos os lados, mas nenhuma mordida ou arranhão. Os três correram para entrada, de onde se ouviam mais tiros e gritos.

A cena na entrada não era muito animadora. Pandora tinha cortes nos braços e pernas e lutava contra um monstro do dobro de seu tamanho. Lucy, com a cabeça sangrando, tentava mirar em um sanguessuga que avançava em sua direção. Loretta dominava uma que tentara morder Lucy. Andrômeda acabava de matar um com um tiro na cabeça e atacava aqueles que avançavam contra quem estava ferido. Bandit estava à frente de duas mulheres que acharam que seria mais fácil atacar a mais nova.

- Você perdeu seus pais, queridinha? – Zombou uma delas.

- Ah, é mesmo, você não tem pais. - Riu a outra.

- Tenho sim! – Gritou a menina.

Avançou em uma delas em cortou seus tornozelos com um canivete suíço. Esta caiu no chão. A outra avançou em direção a menina, mas Jason surgiu do nada e puxou-a para trás, derrubou-a no chão e cravou uma faca em seu peito. Bandit dominou a outra caída no chão e cortou seu pescoço.

Daniel e Nancy enfrentavam três. Uma adolescente e dois fortões. Daniel mirou na cabeça de um deles e atirou. Nancy avançou em direção ao outro fortão e acertou três tiros no peito dele. Abriu os olhos para ver o que tinha feito, viu o monstro morto no chão, e Daniel quebrando o pescoço da menina que foi derrubada no chão depois de morta. Os dois correram para ajudar Drake que lutava com dois. Ele tentava mirar nos dois ao mesmo tempo, enquanto eles avançavam com as presas a mostra. Daniel atirou na cabeça de um e Drake finalmente conseguiu mirar no outro, que caiu com dois tiros na barriga.  Ao acabar olhou em volta e viu que todos faziam o mesmo.

- Acabou? – Perguntou ele.

Barulhos vieram dos fundos. Alguém tentava arrombar uma porta.

- Não! Ainda tem mais, temos que sair daqui agora! Venham! – Gritou Ariana correndo para a porta. Todos a seguiram.

- Como vamos sair daqui? A pé? – Perguntou Joshua.

- Não. Precisamos de um veiculo. Daniel, você dirige. – Disse Andrômeda.

- Mas...

- Mas nada. Não importa se você sabe ou não. Eu vi uma van a duas quadras daqui. Vamos.

Começaram a correr. Já estavam a uma quadra de distancia quando um barulho alto veio de trás.

- Vamos rápido! Está ali. – Disse ela, correndo mais rápido.

Finalmente avistaram a van. Estava em bom estado, por incrível que pareça. Era preta com as janelas escuras. Na pintura o mesmo slogan daquela empresa da qual eles tinha saído, porem completamente sujo de sangue. Daniel entrou primeiro no banco do motorista e todos começaram a entrar rapidamente. Porem, ao ver a pintura da van Ariana parou.

- Espere aí, esta van não é da...

- Da empresa em que nós estávamos. The Collective. - Disse Nancy.

Todos já haviam entrado, menos Ariana, que continuava parada olhando a van. Lá atrás, sanguessugas começaram a sair do Walmart.

- Mas... – Começou ela.

- É. Muita ironia! Agora entra logo, pelo amor de deus. – Disse Pandora, puxando ela pra dentro e fechando a porta da van.

- Ah, me desculpe, eu me distrai. – Disse ela sentando ao lado de Pandora enquanto Daniel acelerava.

Ele definitivamente sabia dirigir. Manobrou rapidamente e acelerou em direção contraria aquele lugar. Seguiram sem rumo por horas. Felizmente Nancy havia se lembrado de pegar kits de primeiros socorros então quem não estava machucado ajudava a cuidar dos ferimentos dos outros. Passaram um bom tempo assim, sem falar nada, apenas lavando cortes e fazendo curativos. Ninguém sabia o que dizer. Foi sorte todos saírem vivos e seria difícil cuidar de todo mundo, havia gente seriamente ferida, e os cortes com certeza atraiam sanguessugas. As imagens daquelas criaturas não saiam da cabeça de ninguém. Eles pareciam monstros, era horrível pensar que ainda havia milhares, talvez milhões daqueles espalhados pelo mundo.

            Todos estavam tão distantes que demorou um bom tempo para alguém perceber que a van havia parado.

            - Mas o que... Porque paramos? – Perguntou Max, ainda confuso.

            - Estamos sem gasolina. Não havia nenhum posto no caminho e o tanque está vazio. Vamos ter que seguir andando.

            - Andando para onde?

            - Não sei, mas precisamos encontrar um lugar para passar a noite.

             Começaram a sair da van. O sol já estava se pondo e o céu ficando escuro. Não sabiam onde estavam. Parecia ser um bairro normal, prédios por todo lado, carros e corpos nas ruas. Ninguém sabia o que viria depois. Tinham que encontrar um esconderijo antes que os monstros os encontrassem.

            - E agora? – Perguntou Pandora, olhando ao redor.

            - Eu acho que sei onde podemos dormir. Vamos. – Disse Loretta.


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Notas finais do capítulo

Ficou bom? Merece reviews? *--*



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