Projeto Nêmesis escrita por Lori Holanda


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Nem demorei tanto pra postar o capítulo. Espero que gostem deste!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/293601/chapter/3

– Pra onde nós estamos indo? – Perguntou Drake, o primeiro a entrar no tubo.

– Temos que nos armar. Aqueles sanguessugas podem não ter super força, mas com certeza tiveram a inteligência de procurar armas. Siga reto e, por favor, tente fazer silencio.

– Ainda não respondeu minha pergunta!

– Meu deus, pare de choramingar! Nós vamos para um depósito! DE-PÓ-SI-TO. Feliz agora? Temos que encontrar armas, mas armas de verdade, não estacas de madeira ou balas de prata.

– Contanto que nós não tenhamos que esquartejar e queimar eu vou numa boa. – comentou Pandora, tentando melhorar o astral de todos.

Não adiantou. Era possível sentir a tensão, o medo no ar. Cinco minutos se passaram e o silencio predominava. Todos pareceram ficar mudos de repente. Poderiam estar com medo dos sanguessugas os ouvirem ou de fazer mais perguntas. Finalmente todos viraram à direita.

– Certo, agora na próxima saída para baixo você desce Drake.

– Sem problemas... Opa, acho que chegamos.

Drake se jogou pelo chão e um barulho alto foi ouvido.

O local não parecia nada futurista, como o laboratório do qual tinham saído. Mais parecia um museu, ou um arsenal de armas antigas. Era possível se ver lanças, espadas e adagas. Também havia armas de fogo, porem pareciam muito antigas para aquela época. Mas afinal, contato que fosse eficazes, ninguém realmente ligava.

– Ai, ui! Podem vir, só tomem cuida... MEU DEUS onde é que nós estamos?! Idade Média?! Isso é o Machado de Thor?

–É martelo, seu retardado! E não tem nada a ver com era medieval não, idiota. – Disse Pandora se recompondo do salto.

– Ah menina vá se...

– por favor, parem! – Gritou Nancy – Nós não temos muito tempo. Agora vai ser cada um por si. Peguem uma mochila e escolham suas armas. Lembrem-se de pegar munição e nada muito extravagante.

– Ou seja, nada de MACHADO de Thor. – Completou Pandora.


Drake mostrou a língua pra Pandora. Ela correspondeu. Aqueles dois não iriam se dar bem.

– Exatamente. É melhor nos encontrarmos aqui em 5 minutos então se apressem. Vamos.

E todos foram, cada um com sua mochila, em grupos não planejados. Pandora, Jason e Frank seguiram o mesmo lado.

Frank corria rápido escolhendo as armas mais extravagantes possíveis. Espadas duplas, Facões, e os tipo de armas que não seriam tão praticas naquela situação . Não parecia muito assustado. Tinha os cabelos escuros e os olhos castanhos, cor de mel. Sua cara era engraçada, como se mesmo sério sua boca ainda formasse um meio sorriso. Deveria ter uns quinze ou dezesseis anos, apesar dos olhos de criança que brilhavam em seu rosto. Com todo aquele armamento a sua volta, ele parecia um menininho em um parque de diversões.

Jason estava determinado. Não gostava de muita complicação. Pistolas e facas não eram grande coisa perto de tudo disponível, mas era só o que ele procurava. Era de longe o mais quieto de todos. Desde que foram liberados não havia falado nada, só observado. Não parecia assustado, apenas pensativo. Tinha os olhos muito escuros, como se pupila e íris fossem uma só. Seus cabelos eram pretos como os olhos e muito bagunçados. Tinha um ar sombrio. Não do mal, apenas sombrio.

Pandora parecia saber o que estava sabendo. Sempre virava na direção das armas mais letais e agia como se fizesse compras em um supermercado. Porem não era possível se acalmar com Max e Lucy bem ao seu lado se esbarrando desnorteados, como dois carrinhos de bate-bate. Os dois corriam de um lado para o outro dando gritinhos de susto quando se encostavam.

– Pelo amor de Deus, acalmem-se. Vocês querem que eu os ajude a escolher? – Disse Pandora, tentando disfarçar a impaciência.

– Eu quero! – respondeu Lucy de uma forma aliviada.

Pandora colocou sua mochila já cheia nas costas e pegou a de Lucy. As duas começaram a caminhar na direção oposta de Max.

– Agora é melhor nós termos cuidado ao escolher suas armas, não queremos nenhum acidente não é? Olha essa aqui, parece óti...

Max observou elas se afastarem estático. Não sabia o que fazer e sua expressão facial deixava isso claro. Os olhos cor de folha seca estavam arregalados. Os cabelos ruivos arrepiados e as sardas o faziam parecer um desenho animado. Seria até engraçado olhá-lo daquele jeito se não fossem pelas circunstancias em que se encontrava

– O que houve com você? Está tudo bem? Meu Deus você parece em choque, eu posso te ajudar se você quiser. – Ofereceu Loretta, assustada com o horror estampado no rosto de Max.

– Ah sim, se não for muito incômodo... – respondeu Max, envergonhado pela situação.

– Não, eu já acabei. Venha, acho melhor escolhermos coisas mais simples pra você, nada muito difícil, se é que você me entende.

Loretta era cuidadosa escolhendo armas simples para Max. A expressão em seu rosto apenas aumentava sua beleza. Seus cabelos muito lisos eram brancos, cor de gelo, e desciam até sua cintura. Seus olhos eram grandes e azuis, quase transparentes. Seu nariz e boca eram pequenos e muito delicados. Parecia mais branca que a Branca de Neve. Ela era como uma pintura. Seu rosto poderia ter certo ar de arrogância quando serio, mas naquela hora transparecia compaixão.

No corredor ao lado, Ariana e Andrômeda escolhiam armas idênticas. Coincidentemente, quando uma pegava um facão, a outra pegava um igual e quando a outra pegava uma pistola, uma pegava também. Andrômeda parecia mais apavorada. Sua cara de preocupação estava explicita. Tinha os olhos grandes e escuros, o nariz longo e fino assim como a boca. Seus cabelos morenos eram ondulados e caiam sobre seus ombros até a altura do peito. Parecia o tipo de menina responsável e séria, ou seja, que não combinava com aquele ambiente. Seguia os passos de Ariana, sem saber o que fazer. Porem Ariana não parecia muito mais calma. Pegava tudo com as mãos tremendo e o rosto angustiado virava de um lado para o outro o tempo inteiro. Assustou-se ao ver um vulto grande passar no final do corredor, mas era apenas Daniel carregando Bandit nas costas. Correu para ver se havia acontecido algo com a menina, mas felizmente, não havia nada de errado.

– Nós só estamos dando um passeio, não é mesmo Bandit? – Disse Daniel, tentando parecer animado.

Bandit parecia ter apenas oito anos de idade. Era do tamanho de uma boneca de “tamanho real”. Seus cabelos eram de um vermelho inacreditável. Os olhos eram pequenos e verdes, a boca era pequena e redonda. Tinha um ar doce e inocente e parecia se divertir vendo tudo do alto, como se não entendesse a situação ali presente. Não deveria estar passando por uma situação daquelas e Daniel parecia entender. Viu a menina assustada no meio de toda aquela bagunça e a convidou para dar um passeio em seu pescoço. Enquanto colocava o armamento em sua mochila a menina destruía aviões e helicópteros imaginários no ar, dando risadas de si mesma. Daniel era grande e musculoso, provavelmente seria o único capaz de carregar Bandit nas costas por tanto tempo. Tinha traços grosseiros, mas sua expressão era amigável. Tratava Bandit como se fosse uma filha, ou sua irmãzinha caçula. A menina tinha visto um amigo naquele cara grandão e provavelmente ele seria o tema de seus próximos desenhos. Os olhos de Daniel eram castanhos, mas pareciam vermelhos, de modo que assustava encará-los por muito tempo, mas eles também passavam um tipo de calor aconchegante, olhar nos olhos daquele menino era como encarar uma fogueira quente e confortável. A expressão de falsa felicidade sumiu de seu rosto ao ver Nancy correndo em sua direção, com a mochila nas costas, fazendo sinais indecifráveis.

– Nós temos que sair daqui agora! –disparou ela, ainda tentando normalizar a respiração.

Com um rápido movimento Daniel tirou Bandit das costas e a colocou no chão. A menina estava com uma expressão estranha no rosto, como se tivesse acabado de sair de uma espécie de transe. Ela automaticamente virou as costas e correu na direção oposta. Daniel, que nem percebera o que havia acontecido, tentava acalmar Nancy, que despejava palavras sem sentido sem conseguir respirar.

– Como assim? O que aconteceu?

– Barulhos... No teto... Eles nos acharam!

Nancy saiu correndo sem rumo e deixou Daniel falando sozinho.

De repente Daniel ouviu. Alguém parecia andar no teto. Todos ficaram quietos. O barulho aumentou. Definitivamente havia alguém andando no teto. Provavelmente os sanguessugas haviam encontrado a saída pelo tubo de ventilação e agora estavam indo em direção ao deposito. Em questão de um segundo todos correram em direção ao centro da sala.

– Aqui! Eu achei uma saída. Corram, corram! – gritou Nancy de um dos cantos da sala.

Todos correram. Era uma saída de emergência, com vários lances de escada para baixo. As pessoas começaram a passar pela porta e descer as escadas correndo. A última a passar foi Pandora, mas Nancy entrou na sua frente e perguntou:

– Onde está Bandit?

– Quando eu a vi ela estava com o Daniel! Ele já desceu, não?

– Já, mas ela não! Onde está ela?

– Não sei! Como saberia?

– Desce logo, me espere lá embaixo por 5 minutos, se eu não voltar vocês fogem. Pro mais longe possível. Vou procurá-la.

– Mas...

– Vá! Rápido!

Pandora protestou, mas acabou descendo com sua mochila nas costas.

– Bandit! Bandit! Cadê você?! – Gritava Nancy desesperada.

Nesse instante um estrondo foi ouvido. Alguém caindo no chão. Os sanguessugas haviam encontrado o deposito. Naquela hora Nancy viu Bandit correndo em direção à porta. Foi a conta de ela passar correndo que o primeiro monstro apareceu. Nancy a reconheceu como uma das cientistas que a examinava quando ela foi liberada. Era ruiva e seus olhos, antes verdes, estavam completamente negros. Porem, ela estava diferente. Seu olhar, sua respiração, seu sorriso, ela não parecia mais humana e era como se ela gostasse de ter virado aquilo. Nancy fechou a porta correndo e a prendeu com um extintor de incêndio próximo.

– Nós temos que sair daqui logo, só temos três minutos! Onde estão os outros?! - Perguntou Bandit desesperada.

– Já desceram, mas o que você quer dizer com só temos...

– Anda, vamos!

As duas começaram a correr escada abaixo. Já estavam a cinco andares do deposito quando começaram a ouvir a porta tentar ser arrombada. Sem hesitar continuaram correndo. Cerca de dez lances de escadas depois elas chegaram ao térreo. Abriram a porta com força e viram todos esperando. O lugar era no meio de uma cidade fantasma. Parecia Nova York, mas com todos os televisores quebrados. Carros abandonados, corpos por todo o lado. Sangue, muito sangue derramado nas ruas de asfalto. Nancy parou. Nunca havia saído daquele prédio, pelo menos não em sua memória, mas Bandit continuou correndo. Todos parados olhando para ela se afastar.

– Rápido, corram! Confiem em mim, depois eu explico. Corram! - Gritou sua voz fina a distancia.

Todos começaram a correr em direção a ela. Já haviam se afastado cerca de quinhentos metros do prédio quando o chão tremeu. Um barulho enorme, todos caíram com a força do vento. Ao olharem para trás uma onda de fumaça se espalhava pelo ar. O prédio havia explodido e agora estava em chamas. Todos olharam para Bandit.

– Você fez isso? – Perguntou Loretta assustada.

– Sim, mas não dá pra explicar agora. Nem todos os monstros que estavam atrás de nós morreram, alguns conseguiram fugir. Temos que sair daqui e encontrar um lugar seguro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Capítulo quatro em breve! Obrigada à todos que estão lendo. Beijos.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Projeto Nêmesis" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.