Somente amigos (Yay?!) escrita por Mine


Capítulo 18
Capítulo 17 – Instável


Notas iniciais do capítulo

Heey you guys! Atrasada em uma semana, sim, eu sei, maaaaaas taí! Acho que o maior capítulo que já escrevi! Tomara que gostem!



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Era fim de tarde, Emilly estava saindo da escola.

—Ei, Carson! Espera! —exclamou alguém. A garota virou-se e viu um garoto alto e de cabelos pretos e olhos de mesma cor.

— Oi Léo, aconteceu alguma coisa? —a garota perguntou em resposta. Estava meio confusa em relação a ele, porém agiu normalmente.

— Na verdade não. É que tá começando a escurecer e sabe... É meio perigoso uma garota andar por aí sozinha... No escuro... — o garoto explicou.

— Não precisa se preocupar Léo... Eu moro aqui perto e... — Emilly não pôde terminar de falar, pois o garoto a puxou pelo pulso e saiu correndo.

Ele nem sabe onde eu moro... E também não é exatamente um amigo... Pra onde ele está me levando?

Andaram por bons quarenta e cinco minutos, em direção contrária à casa de Emilly. Estavam chegando a um lugar mais afastado e escuro, a garota tentava se soltar. Não é o Léo... Quem é?

Era um bairro deserto, quase. Havia escurecido. Não reconhecia aquele local. Estava encrencada.

— Quem é você?! —a loira perguntou, mas não ouviu respostas. Um baixo riso da parte do garoto, ele se divertia com a situação.

— Você é muito burra. — ele disse em tom de divertimento — Achou mesmo que a Luz deixaria um chip tão à mostra? — continuou o garoto, seja lá qual era sua identidade. Pois é. Ele sabia do tal chip — Óbvio colocaríamos em lugares melhores... — um gato apareceu. Caiu a ficha.

Aquela rua em que se encontravam era asquerosa, escura. Havia poucos postes de luz, luz fraca. E então ela viu. O que? A verdadeira face do garoto. Sim. Klarion.

— Klarion... — ela murmurou.

— Nossa! Alguém sabe meu nome! Não é Tekkl? — o garoto disse sarcasticamente. Ela respondeu um ridículo ou algo do tipo.

Essa garota realmente não sabe o que é perigo.

— O que você quer? — a garota perguntou de forma autoritária. Ela sentia a presença de mais pessoas.

— Sabe... A saída daquele palhaço foi bem útil... — Klarion, o menino bruxo, disse soltando o pulso da menina — Serviu de boa distração, todos aqueles problemas...

Os sequestros... Mas por quê? Só pelo gosto da diversão? Sim. Perderia a própria vida para enlouquecer outros...

— Mas o que você quer? — ela repetiu, de forma autoritária. Pegou algo de sua bolsa, discretamente.

— Quantos chips você acha que colocamos em você? Só o do braço? Não acha que há em outros lugares? — retrucou o garoto. Ela já estava se irritando. Sabia de todos aqueles chips, sabia que não havia se livrado de todos naquela vez. Naquela vez.

Estavam sendo observados. Emilly sabia disso, sabia por quem, mas não por que. Começou a provocá-lo. Disse que ele nunca seria o Lorde do Chaos, que ninguém teria medo dele, que ela não tinha medo. Mas o que estaria fazendo?! Ele tem o poder de destruir qualquer um com apenas uma frase. Fazer o que, provocar quando estou com medo é o que sei fazer.

— Um acordo! —Klarion finalmente foi ao ponto.

— Sobre? — ela perguntou. Vindo dele, não era boa coisa.

— Você é bem amiguinha daqueles ajudantes.

— Prossiga... — respondeu Emilly. Ela destampou cuidadosamente a caneta que tirou de sua bolsa.

— Entre naquela equipe, seja o X9. — disse o pequeno bruxo.

— Não. — respondeu Emilly, seca.

O garoto já sabia que essa seria sua resposta. Tinha outra carta na manga. Conjurou um feitiço e logo a garota estava envolvida por coisas que pareciam fogo, porém, não queimavam. Causavam uma leve irritação em sua pele, mas não era nada demais. Ela tentava se soltar. Inútil reação, estava imobilizada. Ouviu-se uma musiquinha alegre, o que um caminhão de sorvete faz a essa hora aqui?

O menino bruxo se distraiu com o caminhão de sorvete. Conjurou outro feitiço e fez com que ele parasse e fosse até onde estava.

— Que ridículo! Não tem de morango...

— Mimado... — Emilly murmurou — E imaturo! — a garota gritou e voltou a se debater mesmo sabendo que era inútil, mas só queria mover seus braços.

A garota finalmente conseguiu mover alguma parte de seu corpo. Os pulsos, sim, eles eram suficientes. Mirou bem no alvo e jogou a caneta. Quase.

— Mas que insolência! Atirando num pobre gatinho! — exclamou Klarion, o menino bruxo. Porém, funcionou, o feitiço ficou mais fraco, ela conseguiu se soltar. Ficou sentada, ajoelhada mesmo.

Tekkl, o gato de Klarion é o que o mantém nesse mundo. Sem ele, seus feitiços provavelmente se enfraqueceriam... Deu certo...

— Vamos ver qual será o seu castigo... — disse o garoto pondo a mão no queixo pensativamente.

— Quem é você pra me castigar? — perguntou Emilly grosseiramente. Ela já estava cansada daquele menininho mimado e queria saber por que quem estava observando não saia logo do esconderijo.

— Sou o LORDE DO CHAOS! — ele respondeu orgulhoso. Lorde Mimado, isso sim, pensou Emilly — Você é muito mal criada... Já sei qual o seu casti...

— Posso arranjar sorvete de morango pra você... — a loira o interrompeu. Realmente não estava com paciência pra aguentar um “castigo” do menino bruxo.

— Você disse... Sorvete de morango? — o garoto quis confirmar. Emilly assentiu com a cabeça e ele passou a língua em seus lábios.

— Mas... Tem uma condição, claro. — ela não deixaria barato. Precisava de informações. Queria as informações. Provavelmente, vidas dependeriam delas.

— Qual condição?

— Você dirá o que eu quero saber. — ela disse friamente.

— Um sorvete não vale tudo isso... — Klarion caçoou.

— Não mesmo? Nem se ele tiver pedaços de morango? E morangos de verdade? — ela disse tentando seduzir a mente doente daquele garoto de mesma idade e poderes arrepiantes. Ele cedeu. Não tinha como resistir.

Quando chegaram à sorveteria, a menina fez o pedido. Odiava sorvete de morango. Sentaram-se em uma mesa ao fundo da loja.

— Mas me diga... Por que a saída do Coringa foi tão oportuna? — Emilly perguntou inocentemente.

— Ele se divertindo, oculta nossos atos. — respondeu Klarion se esbaldando no sorvete.

Será que posso acreditar? Talvez se o embebedar no sorvete... Consigo vê-los. Bando de curiosos!

— Hum... E você sabe onde ele está? — a garota perguntou e pediu mais uma taça de sorvete de morango para o garoto. Tomara que o efeito seja duradouro.

— Em algum lugar de Gotham... Você é tããão boazinha, loirinha! Por que eu queria te castigar? — perguntou-se o garoto enquanto tirava uma mecha de cabelo dos olhos da menina — Estávamos na rua dele... Ele tem um apartamento lá, sabia?

Emilly continuava desconfiada. Como ele tinha todas essas informações? Mas tinha que lidar com essas informações. Podia ser uma cilada, mas também, ela tinha que arriscar. Vidas estavam em jogo!

— E... Todos os chips? Pra que eles servem? — Emilly perguntou em seu ouvido. Sua voz era macia e doce. Precisava que ele a respondesse. Achava que o que fazia era nojento, mas um bom herói tem que saber atuar. Um bom vilão também. Quem estava passando a perna em quem?

— Eles são só uma brincadeira da Luz... — Ele disse olhando em seus olhos. Não parecia querer só o sorvete — Sabe? Um vírus que vai acabar com o sistema da Liga e... Está em você. — apontou com a colher para ela, acabou derrubando um pouco de sorvete no rosto dela — Deixa que eu limpo...

Klarion lambeu o rosto da menina. Ela se sentia enojada com o que fazia, mas precisava de todas as informações. Ele moveu sua boca pra mais perto da dela. Sussurrou algo como “eu sei que também quer isso” e voltou a comer o sorvete.

— Esse é o seu castigo. Você vai passar vontade... — o garoto esclareceu e riu baixinho, mas não deixou de dar um beijo na bochecha da menina.

Ela o achou muito convencido, mas não deixou de corar com aquilo. Agora sabia o que Selina queria dizer com uma mulher é capaz de tudo. No caso de Emilly, quase tudo.

Klarion viu as bochechas avermelhadas da loira e sorriu. Aquela não era a primeira vez que a viu. A primeira vez, ele e ela eram muito pequenos. Seis anos. Foi quando implantaram os chips. Ele era carrancudo, ela sorridente. Talvez ela não o tenha visto naquela vez, mas ele se admirou com os olhos puros. Naquele dia, ele quis corrompe-los. Um pouco de maldade para uma pequena criança, mas esse “corromper” talvez, seria um “quero ela para mim”.

— Não menti pra você, está bem? — Klarion se pronunciou após o longo e desconfortante silêncio — Não mentiria.

Ele tem um... Coração?

— Não conseguiria mentir. Principalmente com esses seus olhos em mim. — o garoto disse sem jeito e pegou na mão dela. Estranhamente, ela não recuou. Ela também tinha um coração, a atuação passou a ser verdade, ela não sabia mais o que fazia.

— O que tem meus olhos? — Emilly perguntou olhando fixamente para os orbes negros de Klarion.

— Eles são puros. — ele respondeu e passou a mão na face da garota. Ela se sentiu estranhamente amada. Não ligou mais para os observadores, eles não podiam ver nada, certo? Talvez.

As mãos dele eram geladas. Talvez fosse por conta do sorvete, ou porque tinha um bom coração bem lá no fundo. Só talvez. Ele não deixaria de plantar o caos só por um desejo bobo de ter uma garota para si. Eles se aproximaram um pouco mais. Que clima era aquele? Que sentimento era aquele?

Como se os outros não existissem, como se estivessem em outra... Dimensão? Ou realmente estavam? Não, eram só ilusões. Estavam naquela sorveteria em Gotham City. Seus lábios, quase selados, uma pequena distância.

Estavam quase se beijando quando um vulto passou na velocidade do som e levou a garota embora. O coração dela estava a mil. Batia tão forte que parecia que ia saltar de sua boca.

— Você tava se divertindo, hein? Tá gostando do bruxinho e eu não tô sabendo?

— Não Wally... Mas foi estranho... — respondeu Emilly. Ela precisava se recompor. Estava tentando — Já tenho as informações que precisamos. Temos que voltar para aquela rua escura e deserta... Se corrermos, teremos alguma chance.

— Você que manda pequena.

Eles voltaram para a rua deserta. A equipe toda estava lá. Emilly deu as instruções e eles saíram à procura da casa. Estavam em duplas. Miss Martian e Superboy, Artemis e Kid Flash, Robin e Zatanna e Emilly e Aqualad.

— Hey... Wally... Ela está bem? — perguntou Artemis. Ele não sabia responder. Sabia que ela estava confusa, não com o que, mas... O que aconteceu, ou quase aconteceu a deixou em choque.

— Vai ficar, gatinha.

Emilly e Aqualad estavam andando entre aqueles edifícios sombrios. Ele percebeu que a garota estava inquieta, contudo não se pronunciou. Ele não era tão íntimo a ela, não a conhecia bem, mas não era preciso pra saber que tinha algo errado.

— Está tudo bem com você? — ele arriscou perguntar mesmo sabendo que ela mentiria.

— Não. — ela respondeu. O garoto se surpreendeu. Não esperava essa resposta — Se dissesse que sim, saberia que estaria mentindo, não? — sim, ela estava tentando se recompor. Muita informação de uma vez. Ela era filha de Selina Kyle, tinha irmãos e um dos integrantes da Luz era apaixonado por ela. Ela não estava nada estável, emocionalmente falando.

— Sei que não somos amigos, mas caso queira conversar... Estarei disposto a ouvir. — ele respondeu. Ela sempre o achou educado e cavalheiro. Esse "achou" foi confirmado. Ela simplesmente agradeceu. Após um tempo, ela quebrou o silêncio:

— Acho que não pode ouvir, mas ouço risadas vindas daquele apartamento. Acho que Superboy pode ter ouvido.

— Entendi. Vamos lá. Ainda temos chances, não? — Aqualad respondeu.

Os dois correram em direção ao apartamento de maneira silenciosa. Verificaram toda a extensão, estava tudo trancado. Não que fosse exatamente um problema, pois Emilly logo arrombou uma, a única, porta com suas unhas. Adentraram cuidadosamente e para sua má sorte, Coringa estava esperando.

— Finalmente aprendiz de felina! Você me encontrou! Pena que perdeu duas vidas... — disse o palhaço sorridente — Sorria mais, você era tão linda quando criança, sempre sorrindo! Mas veja, não está tudo perdido, as crianças estão vivas! Elas sorriem, entende?

Emilly já estava bem cansada, em choque, instável, carente. Estava muito mal, saber que tinha perdido mais duas vidas, só completou algo que se transformaria em depressão. Sua pressão estava baixando. A visão ficou turva, não conseguia andar. Quase caiu, se não fosse Aqualad... Obrigada. Vamos salvar as crianças. Foi o que conseguiu dizer antes de ter uma completa recaída.

Finalmente os outros chegaram. Claramente, foi difícil de encarar o palhaço, mas com a pequena ajuda de certo homem morcego e de certa felina, a missão se completou.

Quatro pessoas para salvar. Duas vivas, duas mortas.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Queria saber! Teve umas partes muito WTF?! Né? Mas e aí? Esse merece reviews? Sinto falta de vocês! Ninguém comentou o outro ):