No dia seguinte, Luna jantava apressada. A garota estava tão nervosa e animada. Olhava vezes sem conta pelo salão pensando em quem seria o seu amigo secreto. Sonserino e loiro. Sonserino e loiro, ela pensava enquanto olhava para a mesa da Sonserina.

Quando acabou de jantar, saiu do salão subiu até ao corredor do 7ºandar, quando chegou la a porta da sala precisa abriu-se e ela entrou.

Era uma grande sala, com uma lareira, estantes com vários livros e várias cadeirões e puffs.

Luna pegou um livro sobre criaturas estranhas, de que ela tanto gostava e sentou-se num cadeirão a ler.

“Ele está atrasado” pensou ela sem se preocupar em ler com atenção

“Talvez tenha tido algum problema e não possa vir…”

“Será que ele vem?”

“Ele tem de vir, mas…e se ele não vier?”

(…)

Draco Malfoy estava no salão principal comendo enquanto a sua cabeça estava a mil. Era a Luna, a Luna Lovegood, aquela garota esquisita que ele admirava. Era confuso, a sua cabeça não parava, tantos pensamentos, muita confusão. Agora ele percebia que tudo fazia sentido, ela era loira, era da Corvinal, assinava com LL pois o seu nome era Luna Lovegood, ela falara-lhe que os sonserinos zuavam com ela, agora ele sabia que era ele e os seus amigos que faziam isso, ela dissera que tinha beijado um garoto, agora ele sabia que ele era esse garoto.

Aquela garota baralhava a sua cabeça como nenhuma outra o tinha feito. No inicio ele não gostava dela, achava que ela era louca e zuava com ela. Depois foi percebendo que ele devia ser como ela, ela não se preocupava com a opinião dos outros, ela fazia o que queria, ela era ela mesma, depois conheceu-a através daquele livro e começou a admira-la e a querer protege-la e finalmente falou com Luna pessoalmente mesmo não sabendo que ela era a garota do livro e eles se beijaram. Aquilo não fazia sentido. Ele gostava dela? Não, ele nunca gostara de ninguém de verdade. Ele nem sabia o que era isso.

Olhou em volta e viu que alguns alunos já tinham acabado de comer e dirigiam-se para os salões comunais das suas respectivas casas. Ele tinha de ir falar com ela. Levantou-se e saiu do salão subiu a escadaria, percorreu o corredor do 7º andar e entrou pela porta da sala precisa.

Luna estava sentada num cadeirão lendo um livro, quando ouviu passos, a garota levantou a cabeça e abriu a boca de espanto quando viu Draco Malfoy.

- Você?? – ela arregalou os olhos. Não podia acreditar, não podia ser ele.

(…)

Caroline estava sentada na mesa da Grifinória ao lado de Neville, enquanto os dois conversavam sobre Snape. O garoto dizia que não gostava dele e a ruiva chamava-o de seboso, mal amado e forever alone.

- Porque estas sentada na mesa da Grifinoria? A tua casa não é esta. É a Corvinal. Alias…como estas na Corvinal se és tão burra? – perguntou Ginny soltando um riso.

- Cala essa boca sua vadia ou não respondo por mim… Para tua informação o chapéu disse que sou inteligente, só que sou preguiçosa, então mandou-me para a Corvinal para ver se eu começava a ficar menos preguiçosa.

- Oh, essa é a desculpa dos burros: dizem que têm preguiça.

- CALA-TE OU ARRANCO OS TEUS CABELINHOS TODOS!

- Eu é que vou arrancar-te esses cabelos ruivos falsos! – ameaçou Ginny.

- Meninas, parem por favor. – pediu Harry.

- Cala a boca Potter, isto não é contigo.

- Não falas assim com o meu bebé. – disse Ginny irritada.

- GRRRRRR vão, vão-se comer e deixem-me em paz – disse Caroline levantando-se da mesa da Grifinória e saindo do salão.

(…)

- Sim, sou eu – afirmou Draco sentando-se num cadeirão à frente de Luna.

A garota levantou-se com as mãos na cabeça e começou a andar pela sala de um lado para o outro.

- Como fui tão burra? Ele só queria zuar comigo, só queria me humilhar, saber os meus segredos, para ainda me humilhar mais. Eu fui só um brinquedo – disse esta para sim própria.

- Não foi nada. – o garoto afirmou levantando-se.

- FOI SIM! EU FUI TÃO BURRA! TU E OS TEUS AMIGOS NUNCA ME VÃO DEIXAR EM PAZ, VAO SEMPRE ZUAR COMIGO POR SER DIFERENTE! – gritou deixando cair algumas lágrimas.

- Não vamos, por favor não chores. Eu não vou zuar contigo. – ele aproximou-se dela e agarrou-lhe nos braços.

- LARGA-ME! EU ODEIO-TE! – ela gritou saindo a correr da sala precisa.

Draco deixou-se cair num puff suspirando alto. Porque ela não acreditava nele?

(…)

Luna chegou no seu dormitório a chorar. Ela não sabia porque chorava, mas devia ser por causa da raiva que estava a sentir.

Ele, o seu amigo secreto, a única pessoa com quem ela podia falar, em quem podia confiar...Era tudo mentira, era tudo uma brincadeira. Draco e os outros sonserinos tinham passado a vida a humilha-la e ela odiava-os por isso. Eles achavam divertido zuar com os outros por eles serem diferentes, por não serem perfeitos, lindos, ricos, sangue-puro, famosos, importantes e ambiciosos como eles. Luna era uma das muitas vítimas deles.

E aquele fora mais um jogo, uma brincadeira em que ela era o brinquedo e era manipulada e usada por eles, para estes se divertirem.

Ela não conseguia acredita como tinha sido tão ingénua. Como ela acreditava naquilo? Como? Como tinha contado coisas pessoais a uma pessoa que ela nem conhecia?

(…)

Na manhã seguinte Luna acordou com os olhos vermelhos de tanto chorar, tomou banho e depois vestiu o seu uniforme. Naquela manhã Caroline já estava acordada e olhava-a preocupada.

- O que se passa contigo?

- Nada – disse Luna pegando a sua saca e saindo do dormitório. Ela não queria falar com ninguém.